Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura. (cf. Jo 12, 1-11)
A casa de Lázaro, Marta e Maria, em Betânia,
cheira a bálsamo de morte ungida
e a paz de vida anunciada e ressuscitada.
Marta serve a refeição e Maria unge os pés de Jesus,
num ambiente de gratuitidade e de festa,
onde o valor não é dinheiro,
pois a amizade pressente a despedida do Amigo.
Um perfume de alto preço é oferecer a sua vida
pela salvação de todos, pobres de graça e misericórdia.
Na vida política fala-se em substituir gastos
com armamento para combater a pobreza,
alargar os cuidados de saúde e a educação.
Outros, mais populistas, falam em investir na ordem pública
e cortar nos apoios aos mais pobres, aos desempregados,
aos migrantes e refugiados, aos dependentes e disfuncionais.
Há uma sensibilidade humanística,
mas acima de tudo economicista,
que avalia tudo pelo custo e benefício de serviços prestados:
quanto custa a educação dum filho,
do cuidado de um doente ou de um idoso,
dum preso, dum desempregado…
Senhor Jesus, quando contemplamos a gratuitidade
da oferta da tua vida, interrogamo-nos:
qual foi o último gesto que fiz sem cobrar, por amor?
Ajuda-nos a mudar a esperança do mundo,
não colocando no dinheiro a sua salvação,
mas na compaixão e no amor gratuito
que serve e cuida simplesmente por compaixão.
Ensina-nos a ser como Maria, que perfuma a Igreja
com o bálsamo puro da santidade e do louvor.
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