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sexta-feira, abril 11, 2025

6ª feira da 5ª semana da Quaresma

 



Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu 

Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar? (cf. Jo 10, 31-42)

 

Jesus é a encarnação do coração de Deus.

Ele e o Pai são um no sentir e no sonhar,

no atuar e no perdoar, na aliança e no dom de si.

Podemos não compreender o mistério que Ele encarna,

mas podemos avaliar da bondade das suas obras.

Às vezes a palavra aproxima-nos do mistério,

outras vezes torna-se um obstáculo para nele penetrar.

Jesus afirma que blasfémia não é dizer-se Filho de Deus,

mas querer matar o Filho de Deus que é enviado pelo Pai.

 

O testemunho fala mais claramente que o discurso.

No entanto, o discurso e a imagem criam às vezes uma realidade

que não existe e que se quer que se sobreponha ao real.

Nas relações humanas, a incoerência cria dúvida e às vezes revolta,

e quanto mais doce são as palavras, mais difícil é acolhe-las.

O mesmo acontece com a pregação da Igreja,

se for coerente torna-se profética e interpelante,

mas se é contradita pela prática, cria repulsa.

É o eterno debate entre a ortodoxia e a ortopraxia.

 

Senhor Jesus, contemplo o teu viver

e surpreendo-me com a verdade incondicional da tua palavra.

Espírito Santo, faz-me respirar o querer de Deus

que vejo espelhado no agir e no dizer de Jesus.

Liberta-me do ideal de viver num mundo de palavras bonitas,

de oratórias que envaidassem e de pregações que emocionam.

Dá-me, Senhor, uma verdadeira conversão ao Evangelho,

que se traduz na pequenas coisas da vida

e nos grandes desafios que a vida traz à vivência da fé.


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