Sua Mãe guardava todas estes acontecimentos em
seu coração. (cf. Lc 2, 41-51)
Na relação entre Maria e seu Filho Jesus,
há um mistério que se apreende
e um mistério que lhe escapa e a surpreende.
Alegra-se por ter sido escolhida para viver esta aventura,
mas aflige-se porque não controla todo o processo
deste Filho que tanto lhe é submisso em Nazaré
como escolhe ficar em Jerusalém, sem lhes comunicar,
na “casa do Seu Pai” à escuta da sua Palavra.
O coração de Maria é o lugar onde o mistério divino vive da fé!
O que guardamos no coração?
As memórias boas que nos deram alegria ou as más?
Os milagres da vida que nos despertam para a presença
de um Amigo que nos escuta e nos apoia nas aflições do dia-a-dia?
As desilusões na relação que nos fecham na tristeza
e apodrecem a paz, germinando o bolor do rancor e da vingança?
As surpresas da fé, que não compreende a morte e o sofrimento,
o silêncio e o tardar de respostas de Deus a quem suplico?
O nosso coração é jardim secreto onde há luz e trevas!
Bom Deus, estamos na vida como dom em busca de sentido.
Percebemos uma parte deste mistério num caminhar incerto,
entre bonanças e tempestades, balançando luz e trevas.
Obrigado por Maria, Mãe do teu Filho e nossa Mãe,
com quem aprendemos a confiar a vida,
sem a pretensão de dominar todo o processo,
guardando para o futuro a luz que liga os pontos avulsos.
Maria, nossa Mãe, ensina-nos a guardar no coração
o que não entendemos, com a mesma confiança
de nos sabermos amados e protegidos
por Aquele que nos chama a colaborar na sua missão.
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