4ª feira da 18ª semana do Tempo Comum, Transfiguração do Senhor (6 agosto)

 

Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». (cf. Lc 9, 28b-36)

 

O quotidiano caminha no chão, tropeça nas pedras,

tem curvas e subidas, sob o calor e o frio

e a cruz parece castigo para o humano que é divino.

A determinação de Jesus em subir a Jerusalém,

com paixão e morte anunciada,

fez os discípulos ficarem perplexos e duvidosos.

Jesus, subiu ao monte para orar a transfigurou as aparências,

mostrou a sua glória escondida na humanidade frágil,

e o Pai revelou-O Filho eleito que devemos escutar.

 

Há acontecimentos na vida que nos fazem entrar na nuvem.

Perdemos o horizonte e ficamos sem saber de onde vimos

nem para onde vamos,

pois as seguranças que tínhamos desvanecem-se.

Mas é nesta nuvem que descobrimos o essencial

e paramos para pensar para além do fazer apressado,

e deixamos a insegurança transfigurar a realidade.

É nestas alturas que descobrimos os limites

e estendemos as mãos para o alto, tateando o invisível,

buscando uma mão que nos toque e salve.

 

Senhor Jesus, leva-nos contigo ao monte da oração

e ensina-nos a rezar a Bíblia e a vida,

e com a ajuda da luz do teu Espírito encontrar o sentido

para as alegrias e tristeza, caídas e levantares,

com que amassamos a rotina ansiosa por sucesso.

E quando a cruz se vislumbra no horizonte,

ensina-nos a entrar na nuvem da fé

para vermos em contraluz o raiar da ressurreição

e o transfigurar da realidade temperada de esperança.