Durante quarenta dias, esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi
tentado pelo Diabo. (cf. Lc 4,
1-13)
O deserto é lugar de silêncio e de provação.
É de silêncio de pessoas e de ruídos
e, por isso, escutam-se melhor as vozes de Deus e do Diabo,
os fantasmas do passado e os sonhos do futuro.
É lugar de provação porque de privação de pão,
de poder, de fama, de aclamações da multidão.
O povo de Israel foi tentado no deserto
e Jesus, conduzido pelo Espírito, também foi tentado.
Mas Lucas diz que a tentação não acontece apenas no deserto,
ela acontece também no meio da multidão
e de modo especial no deserto do monte Calvário.
O Espírito conduz-nos ao deserto da Quaresma.
Pede-nos que tenhamos à mão a Palavra de Deus
e, com ela, dialoguemos mais com Deus do que com o Diabo.
O Espírito quer conduzir-nos à purificação de desejos,
cristificação de sonhos e vontades,
de paragens de corridas tontas e estonteantes.
Sem fé, o silêncio atemoriza e pede ruído,
a paragem traz ansiedade de voar o pensamento
e fugir atrás de miragens e dependências.
Sem Cristo e a sua misericórdia,
o vírus da raiva ocupa o coração e retira a paz,
com vulcão em atividade que gera fogo e destruição.
Senhor, eis-me aqui de novo em deserto quaresmal.
Ajuda-me a resistir à tentação de fugir,
de renunciar a mim mesmo, tomar a minha cruz e seguir-Te.
Espírito Santo, dá-me discernimento para identificar tentações
e fortaleza e sabedoria para as vencer e perseverar na fé.
Liberta-me da tentação do rápido, indolor e fácil,
que sonha a sorte, a fama e o poder
com a magia do destino ou a mentira da esperteza.
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