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segunda-feira, março 10, 2025

1º Domingo da Quaresma

 



Durante quarenta dias, esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado pelo Diabo. (cf. Lc 4, 1-13)

 

O deserto é lugar de silêncio e de provação.

É de silêncio de pessoas e de ruídos

e, por isso, escutam-se melhor as vozes de Deus e do Diabo,

os fantasmas do passado e os sonhos do futuro.

É lugar de provação porque de privação de pão,

de poder, de fama, de aclamações da multidão.

O povo de Israel foi tentado no deserto

e Jesus, conduzido pelo Espírito, também foi tentado.

Mas Lucas diz que a tentação não acontece apenas no deserto,

ela acontece também no meio da multidão

e de modo especial no deserto do monte Calvário.

 

O Espírito conduz-nos ao deserto da Quaresma.

Pede-nos que tenhamos à mão a Palavra de Deus

e, com ela, dialoguemos mais com Deus do que com o Diabo.

O Espírito quer conduzir-nos à purificação de desejos,

cristificação de sonhos e vontades,

de paragens de corridas tontas e estonteantes.

Sem fé, o silêncio atemoriza e pede ruído,

a paragem traz ansiedade de voar o pensamento

e fugir atrás de miragens e dependências.

Sem Cristo e a sua misericórdia,

o vírus da raiva ocupa o coração e retira a paz,

com vulcão em atividade que gera fogo e destruição.

 

Senhor, eis-me aqui de novo em deserto quaresmal.

Ajuda-me a resistir à tentação de fugir,

de renunciar a mim mesmo, tomar a minha cruz e seguir-Te.

Espírito Santo, dá-me discernimento para identificar tentações

e fortaleza e sabedoria para as vencer e perseverar na fé.

Liberta-me da tentação do rápido, indolor e fácil,

que sonha a sorte, a fama e o poder

com a magia do destino ou a mentira da esperteza.


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