Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize. (cf. Lc 12, 49-53)
Jesus veio com a missão de atear o fogo do amor
por Deus e pelos irmãos, quebrando a rotina do comodismo
que se contenta com uns ritos e preceitos,
mas a qualidade da sua relação continua a mesma.
A sua Palavra retira-nos da paz duma consciência adormecida,
capaz de ser batizada pela força de caminhar em contracorrente
e até de dar a vida por aqueles que O perseguem.
No batismo da cruz acontece a Páscoa da nossa salvação
que ressuscita o Amor e faz acontecer o Pentecostes,
fazendo dos discípulos missionários,
portadores desta luz a todos os que andam nas trevas.
Vivemos num tempo em que o ideal de vida é “não fazer moça”.
Para evitar situações de rutura, calam-se verdades,
aceitam-se injustiças, evitam-se admoestações,
deixa-se andar o fogo mau que mata e corrói as relações e a vida.
Ao nível da fé, cria-se uma situação de identidade nebulosa,
que “nem é carne nem é peixe”, de cristão não comprometido,
que quer estar a bem com Deus e com o diabo,
evitando tudo o que pode levar a um batismo de verdade,
a uma vida profética como testemunha de Jesus Cristo.
Tenta-se assim recuperar o género “neutro” perdido!
Senhor, que temias e ansiavas pelo batismo da cruz,
ateia em nós o mesmo fogo de amor e de missão,
que não se contenta em arrastar a vida ao sabor da corrente,
mas se oferece totalmente para que todos tenham vida.
Espírito Santo, desce sobre nós com o fogo da missão,
para que, como os apóstolos fechados no Cenáculo,
nos libertemos do medo de anunciar Cristo.
Verbo Divino, Palavra viva que ateia o coração,
aquece-nos por dentro e queima-nos o desânimo,
como fizeste com os discípulos de Emaús.
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