Não é Ele o filho do carpinteiro? Donde Lhe vem
tudo isto? (cf. Mt 13, 54-58)
O Filho de Deus assumiu de tal forma a nossa condição humana,
que foi identificado apenas como Filho de Maria e de José,
por aqueles que O viram crescer e com quem conviveu.
O mistério divino escapava-lhes
e quando se interrogam já assumem conhecer a resposta.
Mas em cada ser humano há sempre um mistério divino,
que o habita e dignifica, que o transcende e eleva.
Daí que a proximidade não cria confiança no profeta
que com ele cresceu e por Deus foi chamado.
Perde-se a capacidade de espanto
e de abertura ao novo desconhecido.
O vizinho desconhecido é sempre melhor que o familiar de casa,
que conhecemos no seus dons e fragilidades.
Os grandes pregadores têm que ir pregar fora,
porque dentro não inspiram muita confiança.
E até alguns que para evitar muita familiaridade,
cultivam um certo distanciamento social
para as suas intervenções serem escutadas com maior unção.
Senhor Jesus, mistério divino encarnado,
ajuda-nos a abrir ao mistério que encerras
e a acreditar em Ti como Messias enviado pelo Pai.
Espírito Santo, que nos habitas e transcendes,
faz de nós peregrinos da verdade,
com a humildade e sede de mais,
sem nos pararmos no que já sabemos
nem fugirmos aos novos questionamentos
que o caminhar desperta e a vida surpreende.
S. Afonso Maria, mestre na moral evangélica,
reza para que sejamos livres para servir e amar.
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