quarta-feira, julho 09, 2025

 

4ª feira da 14ª semana do Tempo Comum (9 julho)

 



Pelo caminho, proclamai que está perto o reino 

dos Céus. (cf. Mt 10, 1-7)

 

Deus faz da história da salvação um caminho,

que vai fazendo pacientemente até que a Palavra se escute

e a escuta floresça resposta e dê frutos de aliança fiel.

É um longo caminho até que uma Virgem responda sim,

e se curve obediente, deixando Deus atuar em si

e gere a Palavra feita carne,

o Caminho que nos convida a segui-Lo.

Ele associa a si os que escolheu como enviados,

a ir em seu nome, a apontar para o Caminho pelo caminho.

 

A vida é uma peregrinação cuja meta é futuro,

mas que em cada instante é intensidade e resposta,

como se o amanhã fosse hoje, neste instante.

O resto é adiar para amanhã o que podemos fazer hoje,

negar sinais de amor necessitados no presente,

fazer promessas de fidelidade sem história,

deixar para quando for cristão perfeito e santo,

a missão necessitada hoje na via da fragilidade.

Missão não tem hora marcada, tem oportunidade.

 

Senhor Jesus, Tu és o caminho para Deus e para o homem,

as pegadas que devo calçar nesta aventura da fé.

Obrigado, porque me escolheste para Te acompanhar

e para me deixar enviar a ser precursor que Te anuncia

e Te revela próximo, animando outros a acolher-Te

e a reconhecer-Te como salvador procurado.

Ajuda-me a ser apóstolo no caminho da vida,

nas pequenas coisas da profanidade insonsa,

sedenta de sentido e de libertação

para caminhar de mãos dadas contigo,

rumo à meta que é luz e calor de comunhão.



terça-feira, julho 08, 2025

 

3ª feira da 14ª semana do Tempo Comum (8 julho)

 



Logo que o demónio foi expulso, o mudo falou. (cf. Mt 9, 32-38)

 

Deus é palavra criadora e reveladora,

luz que conduz e liberta para o diálogo e a aliança.

Não é palavra abstrata ou vazia,

mas Palavra que encarna e serve, ensina e cura,

perdoa e salva, questiona e anuncia,

faz-se corpo crucificado e glorificado.

É o Espírito que renova todas as coisas

e faz da palavra humana profecia que salva.

 

Quem está possuído pelo demónio, é mudo,

não fala palavras, mas amua e ensurdece,

só atira insultos e acusações,

e usa meios violentos destruidores.

O demónio torna-nos mudos pela porta do ressentimento

e do rancor, que amplifica os ruídos para não dialogar,

pois o objetivo é calar o adversário e destruí-lo.

É por isso, que os silêncios na família e na comunidade

doem e tornam frias as relações e temerosas as proximidades.

Quando Deus nos liberta destes demónios,

a palavra dança de alegria e flui com leveza.

 

Senhor da vida e fonte de palavras amorosas,

cura-nos das nossas surdez e mudezes,

porque o nosso coração está tão longe de Ti e do outro,

que não consegue escutar nem dialogar.

Liberta-nos dos demónios que nos fecham em bunkers,

armados com bombas de silêncios e de indiferença.

Espírito Santo, dá-nos o dom do perdão e da comunhão,

para que, com humildade, escutemos a verdade

e saibamos falar olhos nos olhos a fraternidade.



segunda-feira, julho 07, 2025

 

2ª feira da 14ª semana do Tempo Comum (7 julho)

 



Tem confiança, minha filha. A tua fé te salvou. (cf. Mt 9, 18-26)

 

Deus quer atuar e deseja o nosso sim;

quanto mais confiarmos n’Ele,

mais Ele nos pode dar a sua salvação.

Deixar-nos ajudar por Quem pode,

é abrir as portas do Céu

e abrir o nosso coração à sua graça.

Jesus caminha pelas ruas da nossa história,

deixa-se tocar com fé e cura com amor,

dá vida a quem morreu, na fé de quem o ama.

 

O segredo da educação é saber criar confiança,

para que o educando se abra ao saber do educador.

Uma pessoa rebelde e desconfiada,

por melhor que seja o educador ou professor,

de nada aproveita porque se fecha em si mesmo.

Um bom doente confia no cuidador e deixa-se ajudar.

Um bom aprendiz de dança, deixa-se levar pelo professor

pela música que cria ritmo e leveza.

A confiança crítica, liberta de medos e projeções,

abre horizontes de esperança e liberta as capacidades.

 

Obrigado, bom Deus, pelos teus mandamentos

e pela tua Palavra que guia os nossos passos,

como luz que nos alerta o erro e o precipício.

Perdoa as vezes em que teimamos fazer a nossa vontade

e nos afastamos de Ti, como se fosses nosso inimigo.

Espírito Santo, dá-nos o dom do discernimento

e o dom da fé, que nos faz procurar-Te com confiança,

para curarmos as nossas fragilidades crónicas

e recebermos nova vida,

quando o pecado nos mata a relação e a alegria.



domingo, julho 06, 2025

 

14º Domingo do Tempo Comum (6 julho)

 



Alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos nos Céus. (cf. Mt 10, 1-12. 17-20)

 

A alegria de Deus é anunciar a esperança

e nos dar a graça do seu Filho que traz a paz e a salvação.

Jesus não só nos salva, mas faz de nós participantes

desta alegria de anunciar a proximidade do reino de Deus

e de construir a paz, como é próprio dos filhos de Deus.

E que grande é a seara deste Coração que ama

e a todos vê como filhos, a quem quer salvar!

Todos temos o nosso nome gravado no coração de Deus,

mas quem participa na sua missão

faz parte dos que têm o nome gravados na lista de enviados,

como colaboradores e amigos do seu Filho.

 

As nossas alegrias são feitas de pequenas conquistas,

de esforços premiados no imediato.

E se estas alegrias tiverem projeção mediática

e louvores massivos ainda melhor.

Mas há alegrias cuja recompensa não se escuta,

mas que sabemos que é trabalho de semear,

de cuidar, de educar, de investir e de libertar.

Há alegrias que à ida vão a chorar

e à volta vêm a cantar trazendo os frutos da fecundidade.

Sermos enviados de Deus a continuar a sua missão

dá-nos a alegria de sermos cordeiros no Cordeiro

com a esperança de converter lobos em instrumentos de paz.

 

Senhor Jesus, obrigado porque confias em nós a tua missão.

Perdoa as vezes em que vamos para a tua seara,

mas ficamos parados a olhar e a comentar,

sem nada fazer para Te anunciar.

Espírito Santo, incute em nós a alegria de nos ver inscritos

como teus amigos e colaboradores,

na missão de evangelizar com o testemunho e a palavra.

Que tenhamos a graça de ver inscritos os nossos nomes nos Céus,

pela forma fiel, alegre e pacífica com que vivemos a fé.



sábado, julho 05, 2025

 

Sábado da 13 semana do Tempo Comum (5 julho)

 



Deita-se o vinho novo em odres novos e assim 

ambas as coisas se conservam. (cf. Mt 9, 14-17)

 

Jesus é a novidade de Deus que se faz presente,

revestida de humanidade e despedida de glória.

Ele é o vinho novo que vem renovar os odres velhos

na olaria da conversão e da misericórdia.

Ele envia-nos o seu Espírito que renova todas as coisas

e cria a profecia da santidade e da missão.

Pelo Batismo e seguimento de Jesus,

e animados pelo Espírito Santo,

temos que nascer de novo e não refugiar-nos em maquilhagens.

 

Vivemos numa cultura que gosta de misturas:

cocktails, misturas de comidas, de doce e salgado,

espiritualidades inclusivas, sincretismos…

Por outro lado, há a tentação de negar a realidade:

tentativas de esconder os sinais de envelhecimento

com cirurgias plásticas, maquilhagens,

pinturas e implantes de cabelo, formas de vestir…

Na religião evita-se ficar preso a regras

e promovem-se novas formas de pertença:

cristãos não praticantes, praticantes de eventos sociais,

praticantes de ritos mas não de valores evangélicos,

praticantes eventuais de várias religiões e místicas…

É difícil ser um odre novo para o vinho novo de Cristo.

 

Senhor Jesus, obrigado por seres o vinho novo

que faz da vida uma festa de esperança e de amor.

Perdoa a dificuldade que temos de deixar o velho,

Pois, apesar de não nos fazer felizes,

acaba por ser a única segurança conhecida.

Espírito Santo, aumenta a nossa fé e confiança em Jesus,

para que tenhamos a coragem de despojar-nos

dos tesouros passageiros,

para podermos acolher, purificados, o Tesouro eterno,

a Pérola preciosa que ansiamos por nos possuir.



sexta-feira, julho 04, 2025

 

6ª feira da 13ª semana do Tempo Comum, S. Isabel de Portugal (4 julho)

 



Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores. (cf. Mt 9, 9-13)

 

Deus tem-nos a todos, todos, no seu coração.

Alegra-se por aqueles que escutam a sua palavra

e vivem segundo a justiça,

mas entristece-se e procura trazer de volta,

aqueles que andam perdidos e se afastaram do amor.

Ao olhar para as nossas práticas religiosas,

prefere a misericórdia aos sacrifícios,

pois gostaria de nos ver a palpitar com o mesmo coração.

 

Paira no ar um desinvestimento nos pecadores,

que contrabalança com um investimento em forças de repressão

e de exclusão por internamento prisional.

Também na Igreja há a tentação de ficar no templo

à espera dos praticantes habituais ou eventuais

e despreocupar-se com os que não tem fé

ou a abandonaram levados pela força da indiferença.

Estamos longe da missão de Jesus que veio chamar os pecadores.

 

Senhor Jesus, Filho do eterno Coração grande,

dá-nos um coração semelhante ao teu.

Espírito Santo, dá-nos o dom da missão de Deus,

que cuida das ovelhas do redil

e vai à procura das ovelhas dispersas e afastadas,

para lhes falar ao coração e lhes curar a cegueira,

desafiando-os a ponderar a vida e a discernir o bem.

S. Isabel, rainha de Portugal, reza por estes teus filhos,

para que sejamos construtores de paz entre os desavindos

e mãos floridas que cuidam dos mais pobres e marginalizados.


quinta-feira, julho 03, 2025

 

5ª feira da 13ª semana do Tempo Comum, S. Tomé (3 julho)

 



Se não vir…, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei. (cf. Jo 20, 24-29)

 

O agir de Deus é uma surpresa improvável,

que nos surpreende no quotidiano que afinal não é profano.

Deus revela-se quando quer, a quem quer, e como quer.

A fé brota do coração confiante que acredita sem ver,

nem tocar, nem se impõe por meio de milagres.

Colocar condições para acreditar

é querer que Deus seja o que eu quero,

como quero, quando quero e onde quero.

O que é gratuito não é negociável!

 

O espírito empírico que bebemos no ar que respiramos,

Leva-nos a desconfiar do que não vimos,

nem tocámos, nem comprovámos.

Por outro lado, a situação de insegurança que se vive,

leva que o engano bem embrulhado de marketing,

faça cair muita gente ingénua na armadilha do engano.

As redes sociais acabam por veicular muitas informações falsas.

Tudo gosta de ter o comando para ligar e desligar quando quer,

e torna-se difícil lidar com Deus que não obedece a caprichos,

nem se manifesta como e quando a gente quer!

 

Bom Jesus, bendito sejas pela tua morte e ressurreição,

e pela tua presença na Igreja, na Palavra e nos sacramentos,

que nos levam a confiar nos sinais da graça,

que no quotidiano são simples e próximos.

Perdoa o medo que temos de confiar em Ti,

que já nos destes tantas provas de amor incondicional.

Perdoa a mania que temos que querer dominar tudo e até a Ti,

exigindo milagres e mais provas para que acreditemos em Ti.

Aumenta, Senhor, a nossa fé e faz de nós testemunhas do teu amor.


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