Diálogo Aberto

 

Ai de vós porque pagais o dízimo, mas desprezais a 

justiça e o amor de Deus! (cf. Lc 11, 42-46)

 

O dízimo representa apenas um décimo do que partilhamos,

mas a justiça e o amor de Deus deve ser total

e abranger toda a nossa vida.

O dízimo é uma pedagogia da partilha generosa,

a memória de que tudo é dom e Deus é providente,

um sinal da justiça e do amor com que devemos amassar a vida.

Se omitirmos o amor e a justiça,

todos os deveres religiosos se tornam um jugo pesado,

desgarrados da vida

e que muitas vezes contradizem a profissão da nossa fé.

 

A quantificação dos atos de piedade faz da relação com Deus

números que apaziguam a consciência do dever cumprido,

mas que talvez não nos animem a seguir Jesus.

Sim, porque seguir Jesus

é deixar-se evangelizar pelos mesmos sentimentos,

o mesmo amor, a mesma missão, a mesma misericórdia,

a mesma humildade, mansidão e compreensão paciente,

a mesma entrega para que todos tenham vida e santidade.

E isto não se alcança com um simples rezar apressado,

acender uma vela, dar uma esmola ao santo,

ir à missa quando me apetece, pagar o dízimo…

 

Senhor, coração justo e bom, que desceste para nos ajudar a subir,

faz de nós teus discípulos, em espírito e verdade,

nas pequenas coisas e em todos os momentos,

contigo e com toda a gente.

Liberta-nos da mediocridade de arrumar a piedade

como quem paga impostos e quer comprar o Céu.

S. Teresa de Ávila, mestra no caminho da perfeição,

intercede por cada um de nós e ensina-nos a ser de Jesus.