terça-feira, janeiro 31, 2017

 

3ª feira da 4ª semana do Tempo Comum – S. João Bosco, Semana da Vida Consagrada


Vós ainda não resististes até ao sangue, na luta contra o pecado. (cf. Heb 12,1-4)

Jesus é o guia da nossa fé e a medida da nossa entrega.
Ele vai à nossa frente, oferecendo-se a si mesmo,
o seu conforto e a sua alegria, para nos dar um repouso eterno
e uma alegria que não tem fim.
Ele é a força de Deus que caminha companheiro de jornada,
para estancar as hemorragias que nos debilitam
e as mortes que nos entristecem na flor da idade!
Olhando para Ele, sempre nos falta muito
para resistirmos até ao sangue na luta contra o pecado.

Um mundo movido ao ondear das sondagens,
não quer crescer nem melhorar,
mas adequar-se à maioria e aproveitar-se das tendências.
Quem age por ideais procura modelos que os encarnem,
não para os admirar como espetador e comentador,
mas para os imitar na inspiração e na atuação.
Se nos comparamos apenas com o vizinho,
talvez fiquemos justificados na forma como vivemos;
se nos comparamos com Jesus, descobrimos como estamos longe
da perseverança e pureza da fé, da perfeição da caridade,
da entrega a Deus e aos outros, da humildade fraterna!

Senhor, como é grande e insondável a tua misericórdia!
Louvado sejas por Jesus, teu Filho, que oferece o seu sangue
numa hemorragia que se torna transfusão de vida nova.
Cura-nos das hemorragias que nos tornam anémicos de alegria,
de bem comum e de louvor ao Deus da vida.
Ressuscita-nos dos nossos adormecimentos indiferentes
e alimenta-nos com o pão da caridade
e o zelo de servir e crescer na santidade.
S. João Bosco, ensina-nos a formar os jovens 
à medida de Cristo e abertos ao dinamismo do Espírito.

segunda-feira, janeiro 30, 2017

 

2ª feira da 4ª semana do Tempo Comum – Semana da Vida Consagrada


Deus previa para nós um destino melhor. (cf. Heb 11,32-40)

A encarnação do Verbo Divino é o culminar da revelação de Deus!
Jesus é o Sim pleno a todas as promessas proféticas.
Nele a fé é confiança total no Pai e sintonia plena com o Espírito.
Nele o amor pela salvação da humanidade 
tem o mesmo cumprimento de onda do Pai
e, por isso, oferece-se para selar com o seu sangue a aliança eterna.
Deus tinha previsto, em Jesus, um destino melhor para nós,
e nós continuamos a olhar para trás como quem sonha saudades,
sem nos darmos conta da grandeza da graça que vivemos
nem da bem-aventurança que nos espera!

Caímos muitas vezes na idealização do passado:
“antigamente é que era bom, é que éramos felizes,
é que havia fé e gente santa, é que Jesus andava pelo mundo...”.
Vemos melhor as virtudes ao longe, no tempo e no espaço,
do que ao perto, na intimidade da família e da amizade.
O melhor tempo da história é aquele em que somos sujeitos,
em que descobrimos a maravilha de sermos dom
e de podermos ser atores de um mundo de esperança e de amor.
Hoje é o tempo em que podemos dizer a Jesus:
“obrigado por tanto amor, pela tua presença fiel e libertadora!

Pai santo, louvado sejas porque sempre pensaste em nós.
Os profetas, os testemunhos de fé, o envio do teu Filho,
tudo foi a pensar na nossa salvação, foi fruto do fogo do teu amor.
Cristo, caminho e porta da salvação eterna,
louvado sejas porque abriste o Céu aos pecadores arrependidos,
em cuja fila da esperança nos alistamos também nós.
Espírito Santo, ilumina a nossa fé e a nossa esperança,
para que não tenhamos medo do futuro 
nem desanimemos com o presente cheio de surpresas e rotinas.
Ajuda-nos a viver em ação de graças contínuas
e a aproveitar de todas as graças que nos queres dar hoje.

domingo, janeiro 29, 2017

 

4º Domingo do Tempo Comum – S. José Freinadmetz


Procurai o Senhor, procurai a justiça, procurai a humildade; (cf. Sof 2,3; 3,12-13)

A felicidade não está no encher-nos de coisas,
mas no abrir-nos ao encontro com Deus e com os outros,
com a humildade de criatura e a fraternidade de irmãos.
Jesus esvazia-se da sua condição divina e eterna,
para, a partir de baixo, nos enriquecer com a sua graça,
com a sua Palavra de vida e com a sua proximidade redentora.
A esperança alimenta o que buscamos, não o que possuímos.
Se me sinto rico e auto-suficiente, sem necessidade de ninguém,
fecho-me à partilha, à sabedoria, à escuta, à justiça, ao amor.
Nesta gaiola de ouro procurada pelo orgulhosamente só, 
não há lugar para Deus nem há espaço para o outro!

A desconfiança em relação a Deus talvez venha do facto
que Deus não se deixa comprar, nem controlar!
Deus escapa-nos e esconde-se aos sábios e poderosos.
Gostaríamos que nos obedecesse com uma simples oração,
ou nos atendesse a troco de uma oferta monetária,
ou se alistasse nos exércitos das nossas guerras,
ou condenasse sem piedade quem pecasse ou nos ofendesse...
Como Deus nos escapa e não se deixa provocar, 
tentamos ignora-Lo e procurar a segurança no dinheiro e no poder,
e a felicidade no prazer dos sentidos e na vanglória.
Refugiamo-nos no provisório e por isso nos escapa o eterno.

Senhor, mistério imenso que Te escondes,
para que Te procuremos sem cessar,
faz da nossa vida uma peregrinação humilde da verdade,
do que permanece, da justiça e do amor.
Cristo, que Te fizeste pobre e servo para nos enriquecer a todos,
ensina-nos a sabedoria de uma vida feliz, pacífica,
comprometida com o bem comum e aberta ao infinito.
Espírito Santo, sopro insondável que nos ajudas a discernir o bem,
liberta-nos da teimosia cega e surda, que nos fecha sobre nós mesmos,
e nos aliena da justiça e da fraternidade de criaturas agradecidas
a um Pai tão generoso, a um Filho tão libertador,
a um Espírito tão mobilizador, sem forçar nem gritar!
Dá-nos o dom de uma felicidade que seja uma bênção para todos!

sábado, janeiro 28, 2017

 

Sábado da 3ª semana do Tempo Comum, S. Tomás de Aquino – Semana do Consagrado


A fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se vêem. (Cf. Heb 11,1-2.8-19)

A fé é confiar em Alguém, não em mim, 
no meu ver, no meu ouvir, no meu poder.
Por isso, a fé parte do amor e garante a esperança na promessa. 
Pela fé, Abraão saiu de si e caminhou ao sabor da promessa.
Pela fé, Moisés conduziu o povo da escravidão do Egito
ao deserto da purificação e da aliança renovada.
Pela fé, Josué conduziu o povo à terra prometida.
Pela fé, os profetas fizeram memória da aliança e da misericórdia.
Pela fé, Maria disse sim à proposta de ser mãe do Messias.
Pela fé, Jesus adormeceu tranquilamente na barca em tempestade.
Pela fé, Tomás de Aquino penetrou nos mistérios do Reino...

O “tudo a pronto” faz-nos desconfiar do eterno sem hora marcada.
Precisamos de ver, tocar, experimentar reiteradamente para confiar.
Onde o amor não é verdadeiro e total instala-se a desconfiança,
pois o que leva a ficar em alarme são as vezes em que se foi enganado.
Crescer longe de Deus, da perceção do seu agir escondido,
da contemplação duma cruz que é sinal mais à fidelidade,
torna-nos céticos, concentrados nas nossas poucas seguranças,
com medo de dar passos largos que acreditem no que não se vê,
mas é promessa que perdura e se concretiza sem hora marcada.  
Por outro lado, este estado aflito em que andamos,
torna-nos presa fácil de burlas comerciais, 
políticas, sanitárias, ideológicas e religiosas.

Senhor, nós cremos em Ti mas aumenta a nossa fé!
Ajuda-nos a compreender que Jesus 
estando connosco no barco da vida, mesmo a dormir,
nada temos a temer, só temos que aprender a navegar na tempestade.
Envia-nos o teu Espírito de discernimento e de esperança,
para que aprendamos a ver para além dos sinais da tua presença,
e sejamos testemunhas duma fé a todo terreno.
S. Tomás de Aquino, intercede para que possamos penetrar
nos mistérios da fé, com a inteligência da palavra
e os joelhos da contemplação e da adoração!

sexta-feira, janeiro 27, 2017

 

6ª feira da 3ª semana do Tempo Comum – Semana dos Consagrados


Vós tendes necessidade de perseverança, para cumprir a vontade de Deus e alcançar os bens prometidos. (Cf. Heb 10,32-39)

Jesus é o Justo que persevera na fé e no amor.
A sua aliança vence a traição e a morte
e triunfa, pela fé perseverante, na solidão da cruz.
Somos batizados na luz deste Justo indomável
do cumprimentos da vontade do Pai e do amor incondicional.
A esperança, que nos anima, enfrenta o véu do invisível,
a espera que chega no tempo de Deus e não no nosso,
a tentação dos frutos sem dor nem esforço,
a vontade de controlar e não de servir!
Ser batizado em Cristo é confiar no sopro do Espírito!

A velocidade de comando na mão
afasta-nos de outras dimensões da realidade:
cada coisa e cada processo tem o seu próprio ritmo.
A mãe tem que se submeter ao ciclo da gravidez,
não adianta querer diminuir o tempo de formação do feto
ou impedir o incómodo do seu movimento ou peso.
Um jovem não pode querer ter tudo como um adulto,
investindo apenas na reivindicação do sonho,
sem o esforço perseverante da conquista e do trabalho.
A indústria deseja apressar o processo de crescimento,
por meio do calor e da luz contínua, da alteração genética,
da alimentação estimuladora, do controle do movimento...
Perante a lentidão ou dificuldade processual, 
a tentação é a fuga, a desistência, o abandono, a adulteração.
É assim na fé, é assim nas relações humanas,
é assim no ritmo que imprimimos ao dia a dia.

Santíssima Trindade como é bom saber,
que da eternidade respeitais o nosso ritmo no tempo.
Louvado sejas por tanta misericórdia servida,
por tanta Palavra enviada, pela tua aliança perseverante.
Filho de Deus, louvado sejas pelo teu amor por nós,
tão paciente e tão fiel, apesar de nem sempre correspondido.
Pela tua encarnação assumiste a nossa carne e o nosso ritmo,
menos a infidelidade rebelde à vontade de Deus
e a desistência de ser sinal do amor incondicional.
Hoje permaneces connosco visível apenas aos olhos da fé,
acompanhando-nos na liberdade e na caridade redentora.
Quanto temos que aprender com a tua Palavra e os Sacramentos
a perseverar na fé e na prática da bondade evangelizadora.

quinta-feira, janeiro 26, 2017

 

5ª feira da 3ª semana do Tempo Comum – S. Timóteo e S. Tito, Semana do Consagrado


Velemos uns pelos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras, sem abandonarmos a nossa assembleia. (cf. Heb 10,19-25)

A vida de Jesus é um apelo constante à santidade.
Ele passou a vida fazendo o bem, pois é amor.
Nós somos um povo a caminho da santidade,
e cada um deve velar pelo outro para que não dormite
nem se distraia do essencial do seguimento de Jesus.
Abandonar a comunidade é andar à deriva,
entregue a si mesmo e à própria subjetividade,
entretido com os seus caprichos e indiferente à sorte do outro.
Cristo é a Cabeça deste Corpo que é a Igreja,
que fala diversas línguas, mas tem a mesma cidadania
de peregrino duma nova terra e novos céus.

O chamado “respeito pelo outro” levanta muros de indiferença.
Limitamo-nos a ser espetadores e murmuradores.
Abanamos a cabeça, mas não damos a mão,
nem animamos à conversão, nem estimulamos às boas obras.
Vivemos juntos, mas não cuidamos uns dos outros,
não só nos aspetos da saúde física,
mas também na saúde espiritual e relacional.
Perdemos uma das funções da vida comunitária:
cada um velar pelo outro e complementa-lo,
sendo membros uns dos outros.
Quando muito pagamos para que alguém faça isso por nós!

Pai bondoso obrigado porque nos enviaste o teu Filho e o teu Espírito
para velarem por nós e nos libertarem da morte eterna.
Cristo, nosso irmão e companheiro de jornada,
que como Cabeça queres fazer de nós um só povo,
ajuda-nos a ser células vivas, cada um com a sua vocação,
em que cada um se torna num anjo da guarda do outro
e se deixa conduzir, com discernimento e humildade,
pelo Evangelho, pelo magistério e pelo irmão.
S. Timóteo e S. Tito ajudai-nos, com a vossa intercessão no Céu,
a vivermos como filhos de Deus na terra.
Santíssima Eucaristia alimentai o nosso amor pelo próximo.

quarta-feira, janeiro 25, 2017

 

Conversão de S. Paulo – 8º dia do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos


Tu serás sua testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste e ouviste. (cf. At 22,3-16)

Jesus sofre naqueles que são perseguidos pela sua fé.
O seu sofrimento converte-se em misericórdia
e luz celestial que brilha intensamente, por volta do meio-dia.
É a surpresa da graça no caminho da perseguição
que transforma carrascos em apóstolos da mansidão!
Paulo fica cego nas suas certezas e zelo por Deus
e recobra a vista quando Ananias lhe chama irmão
e o desafia a levantar-se como homem novo em Cristo.
A partir de agora, Paulo vai só falar da graça que ouviu e viu!

Pensamos que a doutrinação é suficiente para a conversão.
Nas coisas de Deus, não podemos viver só do ouvir falar,
é preciso fazer a experiência, buscar o sentido do mistério,
compreender a gramática das surpresas da vida!
Só como peregrinos, comprometidos com a Luz,
podemos ser surpreendidos com o encontro que cega,
nos obrigada a deixar-nos conduzir como discípulos, 
nos levanta para a fraternidade e nos põe a partilhar a fé.
Dar razões da nossa esperança, não é só citar livros famosos
nem reproduzir frases de grandes santos e teólogos,
mas é falar do que se ouviu e viu no encontro com Cristo.

Senhor, que sofres as guerras e divisões entre cristãos,
revela-nos a tua luz que desarma, vence o ódio
e nos põe todos à procura da graça que nos acompanha.
Cristo, que sofres com cada inocente perseguido,
converte-nos em apóstolos da compaixão e da paz.
Jesus, que convertes Paulo de perseguidor em apóstolo,
revela-Te nas nossas estradas de Damasco,
e promove em nós a mesma conversão transformadora.
S. Paulo, apóstolo do Evangelho da vida por vocação de Cristo,
intercede pela comunhão das Igrejas separadas
e ensina-nos o zelo pela evangelização da globalização.

terça-feira, janeiro 24, 2017

 

3ª feira da 3ª semana do Tempo Comum – S. Francisco de Sales, 7º dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos


Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade. (cf. Heb 10,1-10)

Deus enviou o seu Filho e deu-lhe um corpo humano.
A missão de Jesus não é oferecer sacrifícios de animais,
mas é oferecer-se a si mesmo, total e fielmente,
concretizando o projeto de aliança entre Deus e a humanidade.
Jesus faz o mais difícil: entregar livremente a sua vontade
ao amor clarividente e benevolente do Pai.
Foi este “eis-me aqui para fazer a tua vontade”,
que fez que os profetas fossem porta-vozes do Espírito,
Maria se tornasse a Mãe do Messias,
Jesus fosse o nosso salvador e sacerdote eterno,
S. Francisco de Sales vivesse resplandecente de santidade.

Para quem aprendeu, desde criança, a fazer a sua vontade,
é cada vez mais difícil dobrar-se à vontade dos outros.
Algumas pessoas estacionam na adolescência rebelde
e a sua vida é uma permanente teimosia e capricho.
A obediência é paga a troco de salários, de direitos,
de louvores, de promoções, de diuturnidades.
Na relação com Deus, cada um vai fazendo o que quer
e depois paga umas esmolas, velas ou orações
para descargo de consciência e de dever cumprido!
Mesmos os chamados consagrados cumprem os seus deveres,
mas têm dificuldade em entregar-se totalmente 
à sua vontade a Deus e de obedecer aos seus superiores!

Senhor Jesus, que Te sentes verdadeiramente Filho,
na obediência livre e zelosa à vontade do Pai,
aumenta a nossa fé e confiança, para podermos deixar tudo
e seguir os teus passos,  fazendo da nossa vida um SIM ao Pai.
Envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a viver na escuta e na obediência,
para que nos tornemos teus irmãos, irmãs e mães,
com os mesmos sentimos e oferta de nós mesmos.
Uni-nos na fidelidade ao Senhor e ao seu Evangelho.
S. Francisco de Sales roga para que sejamos obreiros 
da renovação da Igreja, na sua multiforme riqueza.

segunda-feira, janeiro 23, 2017

 

2ª feira da 3ª semana do Tempo Comum – 6º dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos


Cristo entrou no próprio Céu, para Se apresentar agora na presença de Deus em nosso favor. (cf. Heb 9,15.24-28)

Jesus é a Cabeça da Igreja que quer apresentar,
junto de Deus, a multidão dos que esperam nEle.
Ele ofereceu a sua vida pelos pecados do mundo,
tornando-se fiador das nossas dívidas
e advogado voluntário em nosso favor no Céu.
Cada Eucaristia é a atualização da mesma oferta de si por nós,
a mesma vontade de carregar os pecados da multidão,
a mesma declaração de amor em nosso favor,
a mesma bênção do Céu feita alimento da terra.
Que pena termos feito da Eucaristia uma rotina ritual,
um dever religioso, uma seca a suportar!

No meu tempo de seminário tínhamos missa diária.
A certa altura, para evitar a rotina da Eucaristia,
resolveu-se diminuir a frequência para dias alternados.
O resultado não foi o esperado, 
mas um afastamento maior do mistério da Eucaristia.
Hoje muita gente só vai à missa quando lhe apetece
ou quando responde a um convite de ordem social.
O afastamento da prática dominical
torna as pessoas cada vez mais estranhas à Igreja,
separadas da sua fé batismal, longínquas de Deus,
desinquietadas por questões de ética e de valores.
Mas o Amor continua a esperar por nós no sacrário
e a interceder por nós junto do Pai, numa oferta total de si.

Cristo, nosso Irmão maior e sacerdote da aliança eterna,
louvado sejas por teres aceitado ser 
o mensageiro do Céu na terra e o mensageiro da terra no Céu.
Jesus, Caminho e Porta que nos conduz à vida eterna e santa,
louvado sejas pelo teu Evangelho de amor doado
que nos interpela a sair de nós mesmos e a viver em esperança.
Cristo, Pão da Vida e Sangue de salvação,
louvado sejas pela oferta de Ti mesmo na Última Ceia
e pela fidelidade à promessa no sacrifício da cruz.
Envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a fazer de cada Eucaristia
um alimento que nos purifica de mesas de cambistas
e faz das nossas relações uma casa de oração 
e de oferta de nós mesmos pela salvação do mundo. 

domingo, janeiro 22, 2017

 

3º Domingo do Tempo Comum – S. Vicente, 5º dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos


Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que não haja divisões entre vós. (cf. 1 Cor 1,10-13.17)

Jesus é a Luz nova e eterna que ilumina as trevas.
Ele quer associar a si colaboradores, que vai chamando,
para continuarem a sua missão de curar, libertar,
renovar a aliança com Deus e converter-se ao amor.
O perigo é o seus enviados deixarem de apontar para Cristo
e se colocarem no centro, no lugar de Cristo;
então deixamos de ser “cristãos” e passamos a ser:
romanos, luteranos, calvinistas, anglicanos, ortodoxos,
coptas, batistas, evangélicos, adventistas, jeovás...
Cada um defende o seu grupo e tenta apropriar-se de Cristo!
E Jesus continua a dizer-nos hoje, a todas as Igrejas:
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus.

O movimento ecuménico começa a ser consensual 
em quase todas as Igrejas cristãs.
Não se trata de uma reconversão a nenhuma Igreja em concreto,
mas de todos, em Igreja, a Cristo e ao seu Evangelho.
É o amor a Cristo que nos deve impelir,
é o amor aos irmãos que nos deve mover a rezar,
a celebrar a sua aliança, a evangelizar, 
a promover a paz, a justiça e a integridade da criação.
Temos que aprender a deixar tudo, as redes e a família,
para seguir e anunciar Jesus, sem ruídos clubistas!

Senhor, louvado sejas, porque apesar da nossa divisão,
de situações de insulto e ataque mútuo,
continuas-Te fiel à tua aliança e à tua graça,
e a santidade não emigrou das nossas Igrejas!
Envia-nos o teu Espírito e derruba os nossos muros,
para que todos, cada um com a sua riqueza,
possamos louvar o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
com o calor da fraternidade e a alegria da esperança.
Dá-nos a humildade e a comunhão da palavra e do testemunho,
para que não desvirtuemos a cruz de Cristo.

sábado, janeiro 21, 2017

 

Sábado da 2ª semana do Tempo Comum – S. Inês – 4º Dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos


Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. (cf. Heb 9,2-3.11-14)

Somos peregrinos da pátria celeste.
Somos chamados a ser filhos de Deus,
herdeiros da eternidade e duma vida em comunhão.
É Cristo quem nos abre a porta da eternidade e da santidade,
oferecendo-se como mediador entre Deus e a humanidade.
Ele é o sumo sacerdote dos bens futuros,
que nos purifica da consciência das obras de morte,
nos fortalece a esperança enquanto peregrinamos.
Ele nos ensina a alegria da aliança em doação, 
fazendo da vida uma imensa e fraterna peregrinação sagrada!

O medo de nos perdermos, paralisa o futuro.
Com horizontes circunscritos à ambição do presente,
pouco mais se enxerga do que o próprio umbigo.
Falar de compaixão, de serviço do bem comum,
de cuidado do pobre e da terra como casa comum,
de Jesus como sacerdote dos bens futuros...
soa a conto de fadas, a visões descontinuadas!
Mas sem fé, o presente é pequeno para tanto sonho,
daí a ansiedade em que se vive “o pássaro na mão”!

Senhor, fonte da vida e amor eterno,
ajuda-nos a compreender o mistério da existência,
não apenas à luz da emoção e dos sentimentos,
mas também à luz da fé revelada e da razão.
Cristo, Sumo Sacerdote que fazes a ponte entre o Céu e a terra,
concentra todo o nosso coração no seguimento da tua vida,
descentrada de si, concentrada totalmente em Deus e no próximo.
Envia-nos o teu Espírito e ensina-nos a compreender
o que significa oferecer, não animais ou coisas,
mas a própria vida pela salvação do mundo.
S. Inês, virgem e mártir, intercede por nós! 

sexta-feira, janeiro 20, 2017

 

6ª feira da 2ª semana do Tempo Comum – 3º dia do Oitavário de orações pela unidade dos cristãos


Quanto mais perfeita é a aliança de que Jesus é mediador. (cf. Heb 8,6-13)

Na primeira aliança Deus deu ao seu povo leis exteriores.
Perante a falta de adesão do coração do seu povo,
Deus prometeu pela boca dos seus profetas
uma nova aliança, gravada pelo Espírito no coração de cada um.
Jesus é o mediador dessa nova e eterna aliança,
selada pelo seu sangue no sacrifício da sua vida na cruz
e impressa no nosso coração pelo dom do seu Espírito.
O Espírito inspira e o exemplo de Cristo confirma,
a misericórdia de um Deus que nos ensina a amar sempre.
Jesus é o mediador que vive a alegria desta aliança
e deseja que todos participem desta plenitude de felicidade.

Às vezes parece que ainda estamos na primeira aliança:
à procura de orientações externas, de cumprimentos legais,
de rituais certos, de ética a metro, de folhagem sem fruto.
É assim nos meios eclesiais, mas também meios sociais,
em que a superstição da magia e do medo, substitui a religião,
e as pessoas se preocupam, não com a qualidade das suas relações,
mas com as palavras exatas de uma oração forte,
com a 6ª feira e o dia 13, com o encontro com um gato preto,
com o número de pessoas sentadas à mesa...
Em vez de aprofundamos a nossa vida em Cristo
e assumirmos uma atitude de permanente discernimento,
perdemo-nos connosco mesmos, à volta dos nossos interesses,
sacralizados e apaziguados com uns rituais domingueiros 
ou uma vela no santuário ou umas citações bíblicas.

Pai santo, Deus da aliança eterna e sempre renovada,
torna-nos dóceis à ação do teu Espírito,
para que Ele possa imprimir no nosso coração o fogo do teu amor.
Cristo, mediador que une a fidelidade de Deus e a humana,
envia-nos o teu Espírito e ensina-nos a viver,
como amigos do Esposo, imbuídos dos mesmos sentimentos,
zelosos do mesmo louvor, livres para amar a todos.
A todos os que nos dizemos seguidores de Jesus,
dá-nos uma espiritualidade de frutos de vida e de justiça
e não de folhagem orgulhosa de rituais e verdades!

quinta-feira, janeiro 19, 2017

 

5ª feira da 2ª semana do Tempo Comum – 2º Dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos


Jesus pode salvar para sempre aqueles que por seu intermédio se aproximam de Deus. (Cf. Heb 7,25-8,6)

Jesus vive perpetuamente para nos salvar.
Ele é o nosso salvador, a voz a humanidade no Céu
a interceder continuamente por cada um de nós,
como um salva-vidas atento aos náufragos.
A oferta em sacrifício da sua vida na cruz
perpetua-se na intercessão eterna no Céu.
É um sacerdócio que santifica e salva
aqueles que confiam na sua mão libertadora.
Nada nem ninguém é dono de Jesus,
mas Ele é que é o mediador de todos e Senhor de todos!

A dúvida sobre o poder salvador de Jesus
conduz ao sincretismo e ao materialismo.
Sincretismo é uma religiosidade nova,
feita à nossa medida, a partir do mercado de redentores
que nos oferecem os catálogos de espiritualidades.
Esta religiosidade move-se pelo medo (superstições)
e pela necessidade (especialização de respostas).
Assim para os funerais recorre-se à Igreja Católica,
para meditar ao Zen ou ao Ioga, 
para milagres concretos a um santo ou a uma Igreja evangélica,
para limpar males espirituais a uma bruxa ou espírita,
para saber o futuro vai-se a uma astróloga...
Quando se deixa de acreditar plenamente em Jesus
acontece esta religiosidade de cata-ventos espirituais!

Senhor Jesus, que no Céu sois a nossa voz intercessora,
aumenta a nossa fé e o nosso amor por Ti.
Cura-nos da desconfiança e da vontade de Te controlar.
Ensina-nos o louvor em comunidade na Eucaristia,
para que não nos cansemos de Te agradecer
a tua ação redentora do mundo, silenciosa e eterna!
Faz da nossa vida uma oferta contínua ao Pai,
no amor incondicional aos irmãos,
seguindo as pegadas do teu exemplo e Evangelho, 
e as inspirações seguras do Espírito Santo. 
Une todos os cristãos na procura de uma conversão sincera!

quarta-feira, janeiro 18, 2017

 

4ª feira da 2ª semana do Tempo Comum – 1º Dia do Oitavário de orações pela unidade dos cristãos


Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedec. (cf. Heb 7,1-3.15-17)

Jesus é sacerdote eterno e divino, justo e pacífico,
sendo prefigurado na personagem misteriosa de Melquisedec.
A sua vida é uma bênção para quem dEle se aproxima.
Ele é a Vida que gera vida, sem dia descanso,
e coloca no centro das suas prioridades a cura do doente,
a recuperação do marginalizado, o socorro do pobre.
Nele se encontram o coração de Deus que ouve a prece do infeliz
e o coração da humanidade que confia no Deus da vida.
É o sacerdócio da aliança eterna e misericordiosa
cuja ação permanece no meio de nós em sinais simples
como a Igreja, a sua Palavra, os sacramentos, 
o sacerdócio ministerial, a ação suave e atuante do seu Espírito.

Se em tempos as pessoas se diferenciavam pela genealogia,
hoje diferenciam-se pelo curriculum e poder económico.
A tribo, a classe social, o nível cultural, a ideologia...
são tudo formas de agrupamento e divisão de pessoas.
O que une e derruba as barreiras que separam é o dom da fé,
é o horizonte sem fronteiras do amor solidário,
é a compaixão pelo que sofre e a injustiça e a guerra,
é o encontro em diálogo humilde e esforçado
na procura duma felicidade inclusiva.
O cristianismo tem a missão de continuar este sacerdócio de Cristo,
que une o diverso e fraterniza a humanidade
num só povo, num só louvor, numa só esperança,
embora cada um fale a sua língua e se exprima na sua cultura.

Senhor, Pai de todos, cristão e não cristãos,
reconcilia-nos com o amor de Cristo
e fazei nós embaixadores da reconciliação.
Cristo, nossa paz e nossa ponte de encontro
entre Deus e a humanidade, entre nós e o próximo,
perdoa os nossos preconceitos cegos e distorcidos,
que perturbam a nossa convivência fraterna.
Espírito Santo, perfume de comunhão e de esperança,
faz de nós uma bênção de paz e fecundidade de vida!
Em tudo o que fizermos, que seja o amor de Cristo a impelir-nos!

terça-feira, janeiro 17, 2017

 

3ª feira da 2ª semana do Tempo Comum – S. Antão


A esperança penetra para além do véu, onde entrou Jesus como nosso precursor. (cf. Heb 6,10-20)

Deus jamais esquece a sua aliança!
A nossa fé funda-se na revelação do seu amor,
tornado luminoso na palavra e no agir do seu Filho encarnado.
A nossa esperança baseia-se na fé que vê a Presença
e nos faz confiar na promessa da nossa salvação,
quando o nosso caminho se guia pelo Caminho que é Cristo.
A nossa esperança alimenta a fidelidade, mesmo na provação,
e torna-se uma âncora firme em tempo de tempestade.
Seguimos a Cristo, nosso precursor na glória celeste,
e sabemos que estar com Ele na terra é estar com Ele no Céu!

A palavra anda ao reboque do interesse e não da verdade.
Por isso, a palavra, o juramento e a promessa
não inspiram confiança e tornam as promessas precárias,
dependendo dos interesses do momento
e da apetência dos sentimentos e emoções.
O futuro deixou de ser “a esperança com o véu do tempo”,
para se tornar numa curva que esconde precipícios, 
surpresas, ratoeiras, traições, instabilidade.
Esta desconfiança no futuro corrói todos os setores da vida,
desde as relações familiares ao mundo político e económico.
Uma criança não pode confiar que os pais sejam matrimónio sempre,
assim como um investidor não pode fazer prognósticos seguros de futuro.
O amanhã é sempre uma incógnita, porque a esperança anda ferida! 
Só Deus permanece para sempre, apesar de parecer o elo mais fraco!

Deus da aliança com o selo da eternidade,
aumenta a nossa fé para que aprendamos a ver para além do véu
e confiar na tua fidelidade para além do tempo.
Cristo, Sumo Sacerdote que nos acompanhas e esperas 
com o abraço misericordioso de bom pastor,
aumenta a nossa esperança quando caminhamos no gelo da provação,
para que o amor não esmoreça, nem a prece enfraqueça.
Espírito Santo, luz que brilhas nas trevas e alargas horizontes,
dá-nos a mesma confiança na Palavra de Deus
que levou S. Antão a deixar tudo para seguir Jesus no deserto.
S. Antão intercede por nós, cristãos tíbios e descrentes!

segunda-feira, janeiro 16, 2017

 

2ª feira da 2ª semana do Tempo Comum


Cristo dirigiu preces e súplicas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido. (cf. Heb 5,1-10)

O Verbo Divino encarnou toda a nossa condição,
menos no pecado que é a desobediência à vontade de Deus!
Sentiu o medo da morta e a vontade da fuga do sofrimento
que muitas vezes o tentou a desviar-se da fidelidade até ao fim.
Foi com preces lacrimejadas na noite escura da fé 
que pediu insistentemente ao Pai que O livrasse deste cálice de morte.
Deus atendeu-O, não livrando da crucificação, onde o amor se prova,
mas ressuscitando este Amor que não seca no Estio 
nem congela na aridez fria da traição.
Jesus aprendeu a obediência ao Amor no crisol do sofrimento,
por isso, Deus O fez sacerdote para sempre da Aliança!

A oração de súplica sempre é atendida, 
mas nem sempre da forma que imaginamos.
Quando nós pedimos que Deus nos tire os obstáculos,
Ele dá-nos força e sabedoria para os suportar e ultrapassar.
Quando pedimos que nos saia a sorte grande,
Ele dá-nos saúde e trabalho para ganhar o pão de cada dia.
Quando lhe pedimos que castigue os nossos inimigos,
Ele dá-nos um coração misericordioso para lhes perdoar.
Quando pedimos um milagre que nos cure de uma doença física,
Ele dá-nos a oportunidade de uma conversão sincera,
de uma fé cheia de esperança, 
de um coração grato a quem cuida de nós.

Pai santo, coração atento ao bem que precisamos,
ajuda-nos a confiar mais em Ti, na súplica diária,
e não apenas em casos de emergência e de desespero.
Cristo, Sacerdote eterno, compassivo e misericordioso,
eis a nossa vida em oferta para ser purificada e guiada,
pelo Noivo que nos ama e dá a vida pela nossa salvação!
Espírito de discernimento e luz da verdade,
reza em nós e ensina-nos a prece confiante e aberta,
que se coloca nas mãos de Deus,
sabendo que Ele concorre em tudo para o nosso bem!

domingo, janeiro 15, 2017

 

2ª Domingo do Tempo Comum – S. Arnaldo Janssen


A graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco. (Cf. 1 Cor 1,1-3)

A graça e a paz de Deus quer encher toda a criação.
Desfaçamos os nós, as barreiras e o endurecimento
para que esta água do Espírito fecunde a nossa vida
e nos tornemos árvore abençoada que alimenta e repousa.
Jesus, porque veio para fazer a vontade de Deus,
é o canal aberto desta mesma graça e paz do Pai.
Jesus quer que cada um de nós se abra a acolher e a levar
esta graça e paz que brota do Amor eterno
e faz de toda a criação um só coração!
O P. Arnaldo Janssen, sacerdote alemão do século 19,
compreendeu isto e fundou três congregações missionárias!

A cidade é um ícone do ideal de vida que vivemos:
queremos estar lado a lado, quase aos encontrões,
mas cada um no seu pequeno apartamento,
temerosos da perda da nossa privacidade e liberdade.
O que se passa com o vizinho ao lado, não interessa,
a não ser que o seu ruído me incomode.
Este individualismo urbanizado cria solidões,
afasta as pessoas da participação cívica,
privatiza e virtualiza o sentimento religioso,
desmobiliza o ardor missionário e solidário.
Há que evangelizar a cidade e nela toda a criação.

Pai de bondade, que Te interessas pela felicidade da cada um,
dá-nos um coração grande para acolher a tua graça e paz
e para nos tornamos canal generoso e feliz da salvação 
que o Teu Filho nos oferece eternamente.
Cristo, Servo fiel e luz redentora de todas as nações,
liberta-nos da nossa indiferença à salvação dos outros
e faz de nós sócios do Cordeiro que tira o pecado do mundo.
Envia-nos o teu Espírito e desperta o nosso ardor missionário.
S. Arnaldo Janssen, meu inspirador fundador,
ajuda-nos a ser hoje missionários do Verbo Divino
e servos do Espírito Santo no testemunho e partilha do Evangelho.

sábado, janeiro 14, 2017

 

Sábado da 1ª semana do Tempo Comum


Vamos, portanto, cheios de confiança, ao trono da graça. (cf. Heb 4,12-16)

Deus é um trono de graça, misericórdia e auxílio oportuno.
É um amor que ama sempre como fonte inextinguível,
apesar de conhecer as nossas infidelidades e inconstâncias.
O enviado do Céu veio como médico dos doentes,
Irmão de todos, mesmo dos pecadores,
Pastor das ovelhas perdidas, 
Cordeiro que tira o pecado do mundo.
Será porque a salvação é gratuita e longe da banca de cobrança,
que tem tão pouca procura e é vista como de somenos importância?

Este mundo feito mercado fez-nos acreditar
que quanto mais caro no preço melhor é a qualidade.
Chegámos ao cúmulo de pensar que o que é dado não presta!
Por isso, hoje falar em Deus, “como trono de graça”
não atrai, não mobiliza, cheira a saldos!
Talvez seja por isso, que os que pedem sacramentos por tradição,
perguntam sempre “quanto custa?”
Também começa a ser difícil ser-se naturalmente gratuito e solidário
na entreajuda mútua, no serviço das crianças, doentes e idosos.
Precisamos de reaprender o valor da gratuitidade!


Senhor, Amor que arde sem se consumir nem diminuir,
chama-nos das nossas bancas de cobrança,
como Jesus fez com Levi, ocupado em ser publicano.
Cristo, médico de campanha que vem à nossa procura,
aumenta a nossa fé e abre-nos à tua salvação.
Espírito Santo, luz que acalenta a doação gratuita,
desinstala-nos das nossas relações de mercado
e expõe-nos à força interpeladora da Palavra de Deus.
Que a Eucaristia, verdadeiro Trono de Graça,
nos ensine a darmos de graça o que recebemos de graça! 

sexta-feira, janeiro 13, 2017

 

6ª feira da 1ª semana do Tempo Comum – S. Hilário de Poitiers


Embora se mantenha a promessa de entrar no repouso de Deus, devemos recear que algum de vós corra o risco de ficar excluído. (cf. Heb 4,1-5.11)

Deus quer que todos se salvem e entrem no seu repouso,
mas há alguns que optam por fatigar-se na violência,
na teimosia da injustiça, na autodestruição da dependência,
numa vida autoreferencial e desertificadora dos vizinhos.
Jesus, a Palavra certificada do Pai no Espírito,
fez uma aliança eterna com a humanidade
e, por isso, da parte de Deus mantém-se a promessa.
A “bola” está agora do nosso lado:
se queremos viver segundo o seu Evangelho
ou queremos viver segundo outras cartilhas,
num experimentismo cego, cansados de tentar,
limitando-nos a repousos comprados em férias de evasão!  

Sente-se um cansaço e um enfado generalizado.
Há um cansaço entre os cônjuges, que se atribui à rotina,
e se procura abafar com infidelidades extraconjugais!
Há um cansaço com os filhos que se procura ocupa-los
com atividades extracurriculares e entretimentos solitários
ou grupais, na noite da evasão e de dependência degradante.
Há o cansaço do trabalho que sonha com férias,
longe de horários, exigências e colegas de trabalho.
Há a monotonia da vida sem sentido ou paralisada pelo rancor,
que se cansa a fugir do presente e só descansa com medicamentos.
Só a confiança de ser amado e amar, e a boa consciência,
traz a paz, entusiasma a transformação, fecunda a vida!

Pai Santo, repouso de amor eterno, fiel e misericordioso,
abre-nos à tua luz e aumenta a nossa fé na tua Palavra.
Cristo, Evangelho vivo oferecido como caminho para a paz,
envia-nos o teu Espírito e orienta a nossa vontade para o bem!
Liberta-nos de tudo o que nos adoece a alegria de viver,
a criatividade em amar, a vontade de servir o bem comum,
a confiança no Evangelho e a beleza do louvor.
Que a tua Eucaristia nos alimente e fortaleça,
para vivermos permanentemente em Deus
e aprendermos a repousar no esforço fiel de amar!

quinta-feira, janeiro 12, 2017

 

5ª feira da 1ª semana do Tempo Comum


Exortai-vos uns aos outros todos os dias, enquanto dura o tempo que se chama ‘hoje’. (cf. Heb 3,7-14)

Deus, a partir do seu coração misericordioso e eterno,
introduziu no “hoje” a Porta da salvação que nos abre ao eterno.
Hoje o Espírito Santo nos sussurra a Palavra da vida!
Hoje Cristo está no meio de nós e nos bate à porta
para que o deixemos entrar e purificar a nossa casa
do pecado que é injustiça, mentira, egoísmo e idolatria.
Compete-nos a nós ouvir ou fechar o coração hoje,
adiar para amanhã o que podemos fazer hoje,
decidir endurecer o coração amuado no mal
ou alargar o coração como uma tenda de encontro com a Verdade!
Hoje é a responsabilidade por exortar o meu irmão
a escutar a voz da conversão que brota da voz do Amor! 

Hoje vive-se o presente sem passado nem futuro!
Dominados pela gula, queremos experimentar tudo hoje
e cientes de que isso é impossível,
vivemos num zapping estonteante e desnorteado
no shopping de novidades que a ambição nos oferece!
Hoje andamos à procura do novo no mesmo de sempre,
como quem joga no casino da sorte
e quanto mais perde, mais sonha ganhar!
Hoje as palavras não têm raízes nem dão fruto,
porque são de curta duração e voláteis como o sentimento.
Hoje adiamos o futuro, inseguros da palavra para sempre,
recuando à primeira desconfiança, endurecendo o coração.
Hoje é a oportunidade de começar uma vida nova,
com passado, presente, futuro e eternidade!

Pai santo, eternidade sempre presente como Palavra misericordiosa,
abre os ouvidos do nosso coração e a confiança da nossa fé,
à tua proposta de aliança e à oferta de salvação do teu Filho.
Cristo, nosso Irmão que se faz Palavra sempre hoje,
cura-nos das nossas lepras que nos afastam de Deus e dos outros.
Espírito Santo, voz da verdade que ilumina o bem,
liberta-nos da teimosia de um coração endurecido
e abre-nos à história de salvação que Deus quer fazer connosco.

quarta-feira, janeiro 11, 2017

 

4ª feira da 1ª semana do Tempo Comum


Os filhos dos homens têm o mesmo sangue e a mesma carne. (cf. Heb 2,14-18)

Deus criou a humanidade com a mesma natureza,
embora diversa e criativa na pele e na cultura.
Jesus, o Filho de Deus, encarnou nesta igualdade de natureza,
embora circunstanciado no tempo, no espaço e na cultura.
Por isso, todos nos podemos rever na humanidade de Jesus
e Jesus a todos pode salvar, pois deu a vida em resgate por todos!
Ele que é de Deus, fez-se um de nós
para se poder tornar o nosso advogado compassivo e misericordioso
junto do Pai, como os pais desculpam o adolescente, dizendo:
“Eu compreendo-o porque também passei por lá!”

Ao longo da história justificaram-se diferenças entre as pessoas,
baseadas na cor da pele, na cultura, na condição social, no género...
Foi em nome da pretensa superioridade de uns sobre os outros,
que se justificaram e justificam genocídios, discriminações,
injustiças, hostilidades, racismos, ostracismos e guerras.
Fomos criados com a mesma natureza humana e,
por dentro, no essencial, somos todos iguais!
As diferenças entre homem e mulher, culturas, pele, língua...
são uma riqueza que nos faz sair de nós mesmos
e ir à procura do outro no seu e nosso mistério.
É neste alargar de horizontes que podemos ousar 
adentrar-nos no mistério de Deus, o totalmente Outro!

Pai, criador e fonte desta humanidade fraterna e diversa,
ensina-nos a derrubar barreiras que o preconceito constrói
e a construir pontes que unem diferenças numa mesma fraternidade!
Cristo, nosso Irmão que assumiu toda a nossa humanidade,
para a redimir com o seu sangue e a todos fazer filhos de Deus,
aumenta a nossa fé e ensina-nos a amar para alem das aparências.
Espírito de Deus, cujas moções animam a bondade e a compaixão,
ensina-nos a dialogar como aventureiros da verdade
e do mistério da vida que quer crescer até à eternidade!
Obrigado, ó Cristo, por seres no Céu o nosso coração!

terça-feira, janeiro 10, 2017

 

3ª feira da 1ª semana do Tempo Comum – B. Gonçalo de Amarante


Não foi aos Anjos que Deus submeteu o mundo futuro de que falamos. (cf. Heb 2,5-12)

No mundo há muitos poderes, mas um só permanecerá para sempre,
Aquele que agora parece frágil e dá a vida para a todos salvar:
Jesus, Deus feito homem para fazer de todos nós seus irmãos!
Os anjos fieis e os anjos decaídos ou impuros
manifestam o seu poder e até parecem superiores,
mas a Palavra com autoridade recriadora e libertadora,
a todos salva, em todos manda, a todos domina.
Jesus não quer servos nem humilhados,
mas quer santidade, fidelidade, fraternidade, salvação.

Há hoje um revivalismo da angeologia e do espiritismo.
O mito do desenvolvimento redentor deixa muito mistério por explicar
e o pêndulo oscila para o outro extremo do espiritualismo, 
deixando-nos nas mãos de mestres do mistério,
de médiuns, de astrólogos, de visionários, 
de interpretes de cartas e de búzios, de tarôs e áreas afins.
A devoção aos anjos e a geografia da acção do demónio,
enchem as prateleiras das livrarias e os auditórios de pregadores!
Fala-se pouco de Cristo e do seu seguimento,
como caminho seguro para a nossa libertação
e pedra angular para o sentido e esperança da nossa vida!

Pai santo, que enches a criação com a plenitude do teu amor,
aumenta a nossa fé no teu Filho e nosso Irmão primogénito.
Cristo, que aceitaste a fragilidade da nossa carne
e, apesar da nossa fidelidade recorrente, 
não te envergonhas de nos chamar irmãos,
abre-nos à tua Palavra libertadora e à oblação da tua vida.
Envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a ser fortes na tentação,
e, quando caírmos, dá-nos a humildade de Te darmos as mãos
e deixarmos que a tua misericórdia nos devolva a esperança.

segunda-feira, janeiro 09, 2017

 

Batismo do Senhor


Fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações. (cf. Is 42,1-4.6-7)

O Pai enviou o seu Filho para salvar o mundo,
não julgando e condenando o mundo decaído,
mas carregando os seus pecados, 
diagnosticando os seus erros,
e repropondo a aliança eternamente renovada,
fidelizada no coração misericordiosos do nosso Deus.
Jesus entra pobre, caminha paciente e com mãos calejadas,
opta por viver livre da idolatria, mistura-se com os pecadores,
e recebe o Batismo de João, compromisso de viver fiel à aliança.
O Pai, olha para a humildade e fidelidade do seu Filho
e testemunha com voz calorosa do Céu:
“Este é o meu Filho muito amado!”
E o Espírito Santo desce como o orvalho sobre Ele e diz:
“Esta é a morada do Filho do Homem segundo o ritmo divino!”

O Batismo é o sacramento que manifesta a nossa opção por Deus,
revelado por Jesus, aliança de amor trinitário e eclesial.
Não é um rito mágico que a tradição manda,
e que torna as crianças menos chorosas ou doentes!
Batizar os filhos deve ser a manifestação da fé dos pais,
que animados pelo bem que querem aos seus filhos,
entram eles próprios num caminho de conversão,
arrependendo-se do seu mau viver, se voltam para Deus,
celebrando a sua fé, esperança e caridade 
na liturgia doméstica, social, política e eclesial. 

Santíssima Trindade, obrigado por teres aceite o nosso Batismo,
nos teres perdoado as nossas faltas, nos teres dado o teu Espírito
e nos teres chamado a ser filhos de Deus no teu Filho. 
Cristo, Servo fiel ao Deus da Aliança,
louvado sejas por estares connosco 
e nos ajudares a levar a nossa cruz,
assumindo o nosso pecado e amando-nos incondicionalmente.
Espírito Santo, ensina-nos a ser irmãos uns dos outros,
buscando como Jesus, a carregar as debilidades dos outros
e ajuda-los a encontrarem-se com o Messias Salvador.

domingo, janeiro 08, 2017

 

Domingo da Epifania do Senhor


Por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. (cf. Ef 3,2-3a.5-6)

O mistério de Cristo é uma luz que ilumina a todos.
É uma luz que os que andam inquietos em busca da verdade,
veem de longe e os põe a caminho para se saciarem na Fonte.
Os que se instalam nas seguranças do saber,
não procuram o ainda não, nem a surpresa do caminhar na fé!
Jesus é a Luz que não quer ficar escondida na gruta de Belém,
mas que resplandece com Estrela da Aurora, visível para todos,
e conduz ao seu Corpo, revestido de comunhão universal,
frágil mas persistente no tempo e no espaço, que é a sua Igreja!
Jesus é a missão de epifania para todos e nós seus colaboradores!

Os romancistas ganham a vida vendendo mistérios de Cristo.
Há uma desconfiança adolescente que olha para trás,
em busca de segredos escondidos que ponham em causa a fé da Igreja,
que perdura no tempo e se dissemina no espaço como luz que congrega.
À Igreja compete ser luz que discerne a verdade da vida,
ser comunhão que eleva a dignidade de todos,
ser profecia que denuncia injustiças e anuncia esperança,
ser testemunho que aponta para a vida eterna e louva a Deus.
Mas a própria Igreja precisa de aprender a  não instalar-se
nos dogmas adquiridos, nos ritos fossilizados, 
no saber desencarnado, na desesperança da missão!

Senhor, mistério de amor insondável e de uma paternidade universal,
desperta-nos do nosso egoísmo e vistas curtas
e entusiasma-nos com o teu sonho de a todos salvar.
Jesus, Luz terna e eterna que brilhas sem ofuscar,
ajuda-nos a ser o teu Corpo e a manifestar o teu mistério,
como boa nova para todos e misericórdia para os caídos.
Envia-nos o teu Espírito e anima-nos numa infância missionária,
para que saibamos ler e ensinar a compreender
os sinais dos tempos que apontam para a esperança,
conduzem à aventura da fé e alimentam o amor divino.

sábado, janeiro 07, 2017

 

Sábado do Tempo de Natal


Se Lhe pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele escuta-nos. (cf 1 Jo 5,14-21)

Deus escuta-nos e percebe os gemidos da nossa alma,
pois o seu amor por nós não O deixa em paz,
enquanto não nos vê felizes, abertos à relação!
A sua preocupação maior é com os que vivem no lodo da iniquidade
e caminham sangrando de tristeza, medo, injustiça e violência! 
Quando perdidos e desanimados de tanto errar,
elevamos para Ele a nossa prece, Ele nos dá a sua mão,
nos coloca aos seus ombros e cura as nossas feridas,
revestindo-nos de dignidade e abrindo-nos à esperança,
dando-nos luz, pão e irmãos para o caminho!
Interceder pelos pecadores é sintonizar com o coração de Jesus! 

Em Fátima, Maria pede aos pastorinhos que rezem pelos pecadores.
O mundo em guerra repara-se com fé no verdadeiro Deus,
com amor por todos, oferecendo a vida 
e intercedendo pelos que se perdem e andam longe de Deus!
Quando entramos no coração de Jesus e de Maria,
pelo amor intercessor e pela fé sacrificada,
as armas calam-se, os pecadores convertem-se, 
os muros de divisão caiem, o santuário torna-se Pentecostes
e contribuímos para que os tiros se tornem foguetes de festa!
Se colocamos a nossa confiança no poder destrutivo das armas,
alimentamos o fosso que nos separa e nos engole a ranger os dentes!

Senhor, coração que escuta os gemidos dos seus filhos,
aumenta a nossa fé em Ti e liberta-nos dos falsos salvadores.
Cristo, que te fazes Irmão disfarçado de carpinteiro,
repara as nossas vidas com a luz da tua Palavra,
e o vinho da tua vida oferecida em resgate pelos nossos pecados.
Envia-nos o teu Espírito e inspira a nossa oração,
para que não sejamos indiferentes à dor de ninguém
e aprendamos a intercessão que nasce da caridade.
Maria, coração sintonizado com o de Jesus,
roga por nós pecadores e pela paz no mundo!

sexta-feira, janeiro 06, 2017

 

6ª feira do Tempo de Natal


Deus deu-nos a vida eterna e esta vida está em seu Filho. (cf. 1 Jo 5,5-13)

Jesus é a Palavra viva e encarnada do amor de Deus.
O Pai dá testemunho do seu Filho no seu Batismo,
apresentando-Lo como seu Filho e nosso salvador.
A água, o sangue e o Espírito são a vida eterna em Jesus,
encarnada no tempo, para ser caminho e porta do Céu
para todos os que n’Ele confiam e O seguem.
A água, o sangue e o Espírito são os sacramentos iniciais
que manifestam a aliança eterna de Cristo com a sua Igreja 
e a nossa adesão à vida eterna que Cristo nos quer dar.
A fé faz de nós e da Igreja epifania do dom da vida eterna de Cristo!

O mundo de hoje continua a viver o sonho da Torre de Babel.
Quer chegar ao Céu pelos próprios meios
e conquista-lo para destronar Deus, numa ousadia titânica.
A média do tempo de vida subiu e vive-se mais tempo,
procurando-se maquilhar as rugas e esconder as limitações,
chegando-se ao extremo de pedir para se congelar,
na esperança de no futuro poder continuar a viver!
É o mito da eterna juventude à espera de uma varinha mágica,
na mão do “desenvolvimento” que se espera redentor!
Mais tarde ou mais cedo tudo termina na sepultura ou no lixo,
a não ser que se acolha a vida eterna que Deus nos quer dar
no Emanuel, que vive no tempo e na eternidade!

Pai santo, louvado sejas por Jesus, teu Filho,
que nos envias como remédio de eternidade.
Cristo, caminho, verdade e vida, acessível a todos,
aumenta a nossa fé no poder da tua Palavra
e nas graças infinitas dos teus sacramentos.
Espírito Santo, verdade eterna que nos sussurra amor,
liberta-nos do afã em acumular anos de vida para nós mesmos
e ensina-nos a eternizar cada segundo de vida
com a alegria da bondade, a generosidade da justiça
e a felicidade da solidariedade revestida de amor!

quinta-feira, janeiro 05, 2017

 

5ª feira do Tempo de Natal


Quem não ama permanece na morte. (cf. 1 Jo 3,11-21)

Deus é amor e manifesta-se na doação de si mesmo,
carregando os nossos pecados, dando a vida por nós,
permanecendo connosco mesmo quando O rejeitamos!
Acreditar em Jesus é confiar que só o amor salva!
Sempre que uso de violência contra o próximo,
mato o irmão e mato Deus em mim, afastando-me da paz,
da justiça, da vida em plenitude e da alegria!
Amar todo e qualquer irmão é entrar na corrente da vida
que Jesus veio encarnar pela ação da sua Palavra e do seu Espírito!
O Natal permanece e cresce até à Páscoa, amando até ao fim!

Achamos que a guerra justa é um direito que nos assiste,
por isso, usamos de violência para acabar com a violência,
alimentamos o ressentimento quando somos ofendidos,
recusamos o perdão a quem nos feriu ou traiu.
A incapacidade de perdoar mata a relação, destrói o presente,
aviva o passado, mata-nos a alegria de viver e a esperança.
Por isso, é que a Igreja diz que antes de irmos ao altar do Amor,
nos devemos reconciliar e rezar pelos nossos inimigos! 
Muitas vezes não conseguimos reconciliar-nos antes de ir ao altar,
mas mesmo assim devemos ir para ali aprendermos a perdoar
e a libertar-nos do ressentimento e do rancor!

Senhor, aliança eterna que não se cansa das nossas infidelidades,
cura-nos da nossa vida em reação que culpa sempre os outros.
Cristo, vida que permaneces sempre amor puro e vivo,
apesar de escolheres viver neste mundo de violência e indiferença,
fortalece-nos com a força da tua Palavra e do teu Espírito,
e cura as feridas do nosso ressentimento e o desejo de vingança.
Dá-nos um coração novo que continue a amar, mesmo que doa,
pois queremos ser teus discípulos do presépio até ao calvário!

quarta-feira, janeiro 04, 2017

 

4ª feira do Tempo de Natal


Quem não pratica a justiça e não ama o seu irmão não é de Deus. (cf. 1 Jo 3,7-10)

Jesus é o Justo e Santo que nos capacita para a prática da justiça.
Liberta-nos do pecado, dá-nos a luz da sua Palavra e exemplo,
e envia-nos o seu Espírito de amor e de discernimento.
A nossa vida batismal não é um ato administrativo ou ritual,
mas uma semente de vida nova que deve crescer e frutificar,
tornando-se semente evangelizadora e contagiosa
que leva outros a encontrarem-se com Cristo,
como João Batista levou André e este seu irmão Pedro!
Jesus manifesta-se nos bons frutos dos seus discípulos!

Vivemos num mundo de sondagens e estatísticas
nem sempre confirmadas nas eleições e na prática de vida.
Vimos isso nas últimas eleições e referendos,
constatamos isso na diferença entre os que se consideram cristãos
e os que participam habitualmente na missa e vivem a ética cristã!
Parece que a identidade religiosa é apenas uma das muitas identidades,
que fragmentadas convivem na mesma pessoa!
É uma espécie de esquizofrenia socialmente aceite,
que faz da vida uma representação de papeis, 
consoante as circunstâncias e a expetativas dos outros.
Mas diz-nos a Palavra de Deus que a divisão e a mentira
não vêm de Deus, pois Deus é amor, verdade e justiça para sempre!

Senhor, comunhão de amor que sustenta a existência,
envia-nos o teu Espírito de comunhão e de verdade,
e liberta-nos da mentira encoberta e da divisão interior.
Cristo, Ungido do Pai e sempre o mesmo no Céu e na terra,
dá-nos o teu Espírito de profecia e de testemunho
que nos liberta do medo de sermos diferentes, justos,
santos, misericordiosos, solidários, humildes e fieis!
Dá-nos, Senhor, raízes que encontram a Fonte na rocha da fé,
e sabem resistir à tentação de viver ao sabor das emoções,
do prazer, da ambição, do medo e do relativismo interesseiro!

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