quarta-feira, agosto 31, 2016

 

4ª feira da 22ª semana do Tempo Comum


Anunciar a boa nova do reino de Deus, porque para isto fui enviado. (cf. Lc 4,38-44)

Jesus nasce de um envio, duma missão:
anunciar a nova do Evangelho a todos,
para lhes propor uma nova aliança e a todos salvar!
Pelo caminho, haverá multidões que O reclamam só para si,
que O querem reter, como médico privado e messias local,
mas Jesus, no diálogo privado com o Pai, ganha liberdade,
retoma a identidade, fortalece a sua missão!
Jesus quer de nós a mesma atitude, o mesmo discernimento:
clarividência da vocação e missão recebida de Deus,
e fidelidade e liberdade perante as amarras de afetos e de palmas!

Como se mede a realização pessoal, segundo o Evangelho?
Não é medida pela satisfação que nos dá o trabalho,
nem pela facilidade com que o fazemos,
nem pelo nível de popularidade que alcançámos,
mas se foi para isso que fomos criados e enviados,
se a nossa vida se tornou uma boa nova de salvação,
que aponta para Cristo, para o amor, para Deus!
O sucesso pastoral dos leigos, consagrados e sacerdotes,
não se mede pelo número de fieis que enche a Igreja,
mas pelo zelo, rezado e buscado, em ir ao encontro
dos que vivem sós, em situações de pecado,
sem sentido de esperança nem a alegria da fé!

Senhor Jesus, enviado pelo Pai a ser Evangelho,
envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a discernir a nossa vocação!
Dá-nos o dom da oração diária para a meditação e o diálogo,
que radiografiam as motivações e purificam os desejos,
para não nos deixarmos tentar pela vanglória do provisório!
Fortalece-nos com o alimento da Eucaristia e da reconciliação,
para que sejamos fiéis ao “foi isto para que eu vim”,
na família, no trabalho, na política, no lazer e na Igreja!
Ensina-nos a estar sempre em missão evangelizadora,
sem nos deixarmos reter pelo comodismo, desânimo,

chantagem de afetos nem miragem de poder e de fama!

terça-feira, agosto 30, 2016

 

3ª feira da 22ª semana do Tempo Comum


Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? (cf. Lc 4,31-37)

Jesus desce de Nazaré à Cafarnaum do nosso quotidiano.
A sua palavra incomoda os possuídos pelo demónio,
mesmo que frequentem a sinagoga e professem a fé!
A presença e a palavra de Jesus revelam o mal escondido,
sob a aparência do praticante e da retórica religiosa!
O Demónio também tenta o que vai à Igreja e reza,
distraindo-o do essencial e da luz da verdade,
cultivando a mentira e a incoerência,
branqueando o pecado e abusando da misericórdia!
É preciso coragem para acolher a Palavra de Jesus
e dizer um não total à voz melodiosa que nos engana!

O egoísmo não gosta que Jesus interfira na nossa vida,
por isso, afasta-se Dele quando peca e teima no mal,
combate-O, chamando-lhe controlador e desmancha-prazeres,
acusa-O de antiquado e coisa de crianças e idosas!
Talvez por isso, na idade da adolescência se afastem de Cristo,
na idade da afirmação profissional cortem com a Igreja,
nas situações de pecado tenham medo da luz de Cristo!
E a pergunta é a mesma: “que tens a ver connosco Jesus?
Deixa-nos em paz, não perturbes a nossa consciência”
O mesmo pode acontecer aos que vão à Igreja
com o propósito de praticar, mas não se converterem!

Senhor Jesus, luz que queima o verniz da mentira,
eis-nos aqui sujos por dentro e vestidos de anjinho,
cura-nos, purifica-nos e liberta-nos de todo o mal!
Ilumina-nos com o teu Espírito para, como a Samaritana,
possamos ficar alegres por nos ajudares a ver a nossa vida,
as nossas infidelidades e incoerências,
entre o que parecemos e dizemos e o que somos de verdade!
Recria-nos com o abraço da tua misericórdia

e desperta-nos para a verdade do teu seguimento!

segunda-feira, agosto 29, 2016

 

Martírio de S. João Batista


Entretanto, chegou um dia oportuno. (cf. Mc 6,17-29)

Deus esperou pacientemente o dia oportuno de enviar seu Filho,
após ter enviado muitos profetas a restabelecer a aliança.
Esperou o Sim de João para ser o precursor e preparar a vinda.
Esperou o Sim de Maria e de José para tomar a nossa carne.
Esperou a Hora de Jesus para renovar a nova aliança na cruz.
João Batista também teve o seu tempo oportuno
de dar testemunho da verdade e de dar a vida por ela:
a celebração da vida de Herodes serviu um banquete de morte!
Há momentos que se tornam reveladores dos frutos que damos!

A vida vai amadurecendo e chega sempre o dia oportuno!
Há um tempo oportuno para dizer sim e dizer não,
para anunciar e para denunciar, para dar e para receber,
para elogiar e para corrigir, para animar e para refrear,
para falar e para silenciar, para trabalhar e para descansar,
para ligar e para desligar, para sonhar e para concretizar,
para meditar e para celebrar, para o jejum e para a festa...
O importante é que o tempo oportuno revele: vida,
liberdade, fidelidade, verdade, abertura à conversão!
Se assim não for, corremos o risco de “o tempo oportuno”
nos entregar a cabeça do irmão a sangrar num prato!
E a cabeça de João, hoje chama-se aborto, divórcio,
adolescentes deambulando drogados durante a noite,
sistemas injustos, guerras absurdas, meninos soldado,
tráfico de droga e de pessoas, escravatura camuflada...

Senhor, que fazes do tempo uma história de salvação,
ensina-nos a fazer da liberdade uma opção pela vida,
um semear de valores que permanecem,
um aprender a caminhar na verdade e na caridade!
Cristo, que resististe à tentação de fugir à tua Hora,
envia-nos o teu Espírito e ilumina o nosso caminho,
para que não vamos pela porta do mais fácil,
mas do melhor, para darmos frutos de paz e felicidade!
S. João Batista, ensina-nos a ser profetas nos dias hoje,

para que não tenhamos medo de andar em contracorrente da moda!

domingo, agosto 28, 2016

 

PROPOSTA DE HARMONIA RELACIONAL



Jesus, Príncipe da Paz,
Bom Mestre e Pedagogo,
De todos nós, o Seu Povo
Propõe-nos o meio eficaz,
Para repor a harmonia,
Pessoal e relacional,
Na vida do dia-a-dia,
Contrário à busca frenética
E até da luta sem ética,
Dos que tentam ocupar,
Em tudo, o primeiro lugar,
Na sociedade actual,
Como uma oportunidade
De surgir como o maior,
Na lógica promocional,
Por vaidade pessoal,
Porém, não como o melhor,
Pronto a tudo partilhar,
Em gratuidade total.

Para antídoto da vaidade,
Jesus, propõe a humildade,
Gratuidade e verdade,
Para a exemplo do Senhor,
Contribuir, por amor
E total disponibilidade,
Para que a justiça cresça,
A caridade floresça
E a humana fraternidade,
Na paz inclusiva, aconteça,
Sem outra qualquer recompensa,
Que sentar-se, à mesma mesa,
Partilhando o Pão da harmonia
E o Vinho da alegria,
Onde os pobres e aleijados,
Coxos e cegos, os convidados,
Como os bem-aventurados,
Por Cristo Jesus, resgatados,
Salvos e abençoados.

A EXEMPLO DO SENHOR,
DEUS DE INFINITO AMOR,
ANIMEMOS OS DESPREZADOS
E REABILITEMOS OS DESAMPARADOS! 

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 28.08.2016

 

22ª semana do Tempo Comum – S. Agostinho


Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. (cf. Lc 14,1.7-14)

Deus convidou o seu Filho para o banquete nupcial
e Jesus ocupou a último lugar duma Nazaré desconhecida da Galileia;
ocupou o último lugar da fila dos que foram batizados pelo Batista;
apresentou-se como Mestre sem ter onde reclinar a cabeça;
inclinou-se para lavar os pés aos discípulos
e servir-nos à mesa a misericórdia do perdão e do seu Corpo;
escondeu a glória do Tabor na ignomínia do Calvário...
E no final, quando a morte O sepultou no esquecimento,
o Pai chamou-O à vida e deu-lhe o primeiro lugar, à sua direita!
O segredo da nossa felicidade é colocar Jesus em primeiro lugar!

Há em todos nós um desvario em ser grande e famoso,
de ocupar o primeiro lugar e ser o mais importante.
Muitas vezes andamos em bicos de pés e de megafone aos gritos
para repetirmos aos outros: eu estou aqui, eu sou o maior!
Tomamos esta mesma atitude também perante Deus:
na oração, na meditação, na celebração litúrgica,
no exercício da caridade, no anúncio do Evangelho...
Que lugar Jesus ocupa na celebração do seu Natal?
Que lugar deixamos na festa do padroeiro para o Santo?
Que lugar ocupa Cristo na vida do cristão?
Não será este o nosso problema na relação com Deus e os outros:
querermos ocupar o primeiro lugar, julgar-nos mais importantes?

Senhor, como sois tão grande na fraqueza do amor libertador,
ensina-nos a ser o maior na capacidade de amar e servir!
Cristo, que nos conheces intimamente
e não expões a verdade da nossa mentira,
ensina-nos a humildade que nos descansa na verdade
e na certeza de sermos amados eternamente!
Envia-nos o teu Espírito de luz e dá-nos o sentido do prioritário,
para que na oração, na Igreja e na sociedade,
não busquemos o primeiro lugar, mas dar visibilidade aos invisíveis,
e direitos de cidadania à fraternidade!

S. Agostinho, rogai por nós e ensinai-nos a sabedoria da humildade!

sábado, agosto 27, 2016

 

Sábado da 21ª semana do Tempo Comum – S. Mónica


Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. (cf. Mt 25,14-30)

A criação da humanidade coroa a obra criada
e Deus delega no ser humano o cuidar da sua obra de arte!
A sabedoria, a liberdade e o amor são dons de Deus
para ajudarem o ser humano a administrar os bens da natureza!
Somos puro dom que devemos fazer da vida um dom
que fecunda, multiplica, delega, confia, ousa arriscar.
Jesus é o protótipo do Servo bom e fiel
que acolhe a missão de salvar a todos sem exceção
e por nós oferece a sua vida até a última gota de sangue!
Jesus parte para o Pai e envia-nos o seu Espírito
para que continuemos a sua missão de salvar o mundo!
Enterrar os dons, esconder a lâmpada da fé, viver para si mesmo,
é tornar-se num servo mau e preguiçoso, num servo inútil!

Esta vida é um estágio para aprender a ser servo bom e fiel
e preparar-se para participar na alegria do Senhor!
Tanta gente que tem pernas e não anda, mãos e não trabalha,
inteligência e não pensa, coração e não ama, boca e não fala,
ouvidos e não ouve, sentimentos e não sente!
Tanta gente que recebe o dom da fé e não a vive nem a anuncia!
Tanta gente que pode ter acesso à misericórdia e não a aproveita!
Tanta gente que ainda não descobriu a alegria de dar e de dar-se,
na consagração, no matrimónio, no voluntariado, na evangelização...
Fomos feitos para ser dom que cuida e fecunda a vida,
e deixámo-nos adoecer de ambição e de comodismo
até ao ponto de sofrermos de obesidade e de prisão de ventre!

Senhor Jesus, Servo bom e fiel, de quem o Pai pode dizer:
“Este é o meu Filho querido, escutai-O e segui-O!”.
Envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a fazer da nossa vida
uma ousadia permanente de ser uma bênção para todos!
Ensina-nos a ter a fé, a intercessão e as lágrimas de S. Mónica,
preocupadas com o bem dos que andam perdidos, à volta de si mesmos!
Que cada manhã eu desperte para o entusiasmo de ser dom
e cada noite me interrogue: a quem servi, que alegrias dei,
a minha vida foi útil para alguém, que dons fiz render?

S. Mónica, roga e chora por estes teus filhos tímidos e ociosos!

sexta-feira, agosto 26, 2016

 

6ª feira da 21ª semana do Tempo Comum


Foram ao encontro do esposo. (cf. Mt 25,1-13)

Deus quer fazer connosco uma aliança íntima,
não apenas um contrato político de boa convivência!
É uma aliança tão íntima e profunda como a matrimonial,
em que cada um sai de si mesmo para se unir ao outro
e formar uma só carne, uma família nova e fecunda!
Jesus é o Filho de Deus, o Noivo enamorado
que quer ser Esposo da humanidade que encontra decaída!
Ele a liberta da sua imundice, a veste de santidade,
a ensina a andar com o equilíbrio da justiça e do amor,
a fortalece com o Pão da vida e da esperança
e a reveste com a veste da salvação e o Espírito da paz!

Com o Batismo começa o noivado com Jesus!
A vida começa a ser formada de encontros de namoro,
de conhecimento mútuo e de comunhão íntima,
em que cada de um de nós vai aprendendo
como fazer feliz o Amado e estreitar a união!
Viver setenta a oitenta anos não é muito,
mas muitos perdem-se pelo caminho a dormitar,
a namorar com outros amores, distraídos consigo mesmos!
E este Noivo prima por uma presença invisível e livre,
sem olhares de controle temeroso nem castigos de vingança,
que, se não se está vigilante, até parece ausente!
A sabedoria de viver está na arte em preparar o encontro!

Deus da Aliança, Amor eternamente surpreendente,
que nos buscas e nos queres conquistar o coração,
louvado sejas por nos amares assim tão gratuitamente!
Cristo, Esposo que não merecemos e que por nós dás a vida,
purifica-nos dos nossos adultérios e narcisismos!
Envia-nos o teu Espírito e renova o nosso coração,
para que Te amemos e Te anunciemos cada segundo,
e, assim vigilantes, preparemos o encontro definitivo!
Liberta-nos das distrações e desculpas para a oração,
a meditação, o exame de consciência, a Eucaristia,

o perdão, a caridade, a justiça e a evangelização!

quinta-feira, agosto 25, 2016

 

5ª feira da 21ª semana do Tempo Comum


Estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. (cf. Mt 24,42-51)

Jesus vem do Céu com a missão de renovar a aliança
e curar o coração dos que adoeceram de idolatria e de egoísmo!
Jesus vive em sentinela, atento às tentações vestidas de luz,
que estão sempre prontas a assaltar a casa e corromper a missão!
Nasce numa família, a quem ama, sem se fechar nela;
passa pela adolescência e juventude, casto por causa do Reino;
aprende uma profissão sem se escravizar à ambição;
prepara-se para a missão evangelizadora com um retiro no deserto;
cada dia faz a sua oração e afere com o Pai a sua vontade;
quando o sucesso é grande ou se aproxima a paixão,
redobra a vigilância e clarifica a sua missão e identidade!
Por isso, nem Pedro, nem Judas, nem os que o matam,
arrombam a sua casa de paz, de amor e de misericórdia!

Hoje facilitam-se demasiado as situações de perigo
e depois surpreendemo-nos com as consequências:
facilitam-se as saídas noturnas de adolescentes;
permitem-se festas em discotecas de música, álcool e sexo livre;
facilita-se o acesso livre e solitário da internet
que permite navegar por zonas obscuras
que podem levar ao crime, ao adultério, ao jogo ou à dependência;
facilitam-se hábitos de trabalho, comida e lazer
que adoecem o corpo e esquecem a relação de bem-querer!
Como as pessoas não estão vigilantes nem param para discernir,
pouco a pouco vão sendo arrombados na sua castidade,
na sua liberdade, na sua identidade, na sua paz e na sua missão!
Quando nos damos conta já estamos apanhados e roubados,
muitas vezes sem possibilidade de retorno e recuperação!

Senhor Jesus, que encarnaste a vigilância saudável,,
ensina-nos a viver despertos e atentos,
a sermos em todas as situações bons filhos de Deus
e imitadores da tua liberdade!
Envia-nos o teu Espírito de discernimento e dá-nos boas rotinas,
do exame diário da nossa consciência, da oração e meditação,
da aprendizagem com os nossos erros, da ascese de situações de perigo,
de reparar o mal feito por meio do pedido de desculpas e do perdão!
Ajuda-nos a ser livres para dizer sim ou não na hora certa,
sem nos tornarmos ovelha desorientada no meio da maioria!

Liberta-nos da ingenuidade sem critérios nem valores!

quarta-feira, agosto 24, 2016

 

S. Bartolomeu, Apóstolo


Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te! (cf. Jo 1,45-51)

Deus viu-nos antes que o tempo nos desse à luz!
Deus viu-nos e sonhou-nos antes que o sonho nos embalasse!
Deus viu-nos escondidos do medo desejoso de nos servir a paz!
Deus viu-nos ressentidos de rancor e propôs-nos a misericórdia!
Deus viu-nos debaixo da figueira à busca do Messias
e veio ao nosso encontro com túnica de Nazareno!
Antes de um Filipe qualquer nos ter chamado à catequese,
à oração, ao seguimento numa vocação concreta,
já Jesus nos tinha visto, amado, vindo ao nosso encontro e escolhido!
Deus viu-nos quando fingimos segui-Lo e O traímos,
mas Ele continuou a amar-nos e por nós esperou!

Cultiva-se a arte de fingimento como forma de vida,
como meio de sobrevivência nesta selva em concorrência!
Falsifica-se a marca para se fingir o que não é!
Falsifica-se o aparelho de medida para parecer um carro ecológico!
Fazem-se autoelogios no curriculum vitae para fingir-se ideal!
Finge-se amar com o coração dividido e aborrecido!
Finge-se ser sério e cumpridor escondendo a corrução!
Finge-se na justiça, na política, na família, na internet, na Igreja...!
Mas há Alguém que nos vê, não como um mirone ou fiscal,
mas como uma amigo que sofre connosco e nos quer curar!

Louvado sejas, Olhar que nos agracias desde toda a eternidade
e nos envolves com o teu amor misericordioso e fiel!
Louvado sejas por Cristo que nos vê antes de O vermos
e nos ensina a viver sem fingimento, com a humildade da verdade!
Liberta-nos da mentira de vida, que para fora é uma coisa
e por dentro é outra, como quem esconde a podridão com perfume!
S. Bartolomeu, que aceitaste sair da sombra da figueira
para partir como apóstolo a anunciar o Evangelho, até ao martírio,

intercede por nós e ensina-nos a sair do nosso comodismo e mentira!

terça-feira, agosto 23, 2016

 

3ª feira da 21ª semana do Tempo Comum – S. Rosa de Lima


Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. (cf. Mt 23,23-26)

Deus é amor e n'Ele habita a justiça, a misericórdia e a fidelidade!
Toda a aliança se resume na purificação interior do coração!
É dum coração em festa que brota a paz, a alegria, a justiça,
o perdão, a fidelidade, o serviço, a solidariedade, o louvor!
Tudo o mais são ritos, maquilhagens, superficialidades
que se conseguem com muito custo, orgulho e com mau humor!
Porque Jesus ama os fariseus e escrivas,
é que os desafia à conversão mais profunda e real,
a serem uma boda onde não falte o vinho da alegria e da fidelidade!

Andamos aflitos com o cumprimento de pequenas promessas
- visita a um santuário, uma esmola a um santo, uma vela...-
e esquecemos as grandes promessas de fidelidade ao Batismo,
de docilidade ao Espírito, de amor a Deus e aos irmãos!
Andamos tão entretidos se no casamento há muitas flores,
música, quem fica do lado direito ou esquerdo...
e depois esquecemo-nos do pão da alegria e do diálogo,
do ritual do namoro e do beijo, das flores da fidelidade e da verdade!
Andamos tão preocupados com normas de rito e de vestes
e depois julgamos e murmuramos, faltando à caridade!
Somos zelosos na prática religiosa,
mas menos praticantes da justiça no mercado e no poder!

Senhor da vida e do amor mais profundo e verdadeiro,
ensina-nos a condimentar todas as coisas com a caridade!
Cristo, comunhão permanente com o Pai e o Espírito,
purifica o nosso interior, para que não sejamos uma coisa
e pareçamos outra, completamente desencontrada da realidade!
Envia-nos o teu Espírito e dá-nos o sentido das prioridades,
para que o nosso louvor exterior brote do enamoramento interior
e a caridade, a justiça e a liturgia deixem de ser uma obrigação
e passem a ser uma paixão buscada e vivida com alegria!

Purifica-nos, Senhor, dos nossos tumores escondidos!

segunda-feira, agosto 22, 2016

 

Virgem Santa Maria, Rainha


Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra». (cf. Lc 1,26-38)

Deus escolheu Maria para ser a Mãe do seu Príncipe da Paz!
Maria escolheu Deus para ser o seu Rei e Senhor
e serviu o seu Filho como Mestre, Messias e Salvador!
É desta cumplicidade de amores e de missão
que nasce a exaltação de Maria, elevada ao Céu,
e a sua coração como Rainha, participante do reinado de Jesus!
Não é uma formalidade nem um prémio de maternidade,
mas a consequência natural quando a fé nos faz servos de Deus!
Maria, Rainha, é a imagem da Igreja triunfante
que se transfigura na Igreja peregrina e em purificação,
que busca servir o Senhor, segundo a sua Palavra!

A nossa vida é sempre um serviço e obediência a alguém!
Uns servem e obedecem aos seus instintos e sonhos sôfregos;
outros acreditam que o dinheiro é que salva, dá segurança e poder,
e por isso, lutam, trabalham e consomem-se para o ganhar;
outros desistem de lutar por objetivos reais e verdadeiros,
e preferem servir o sonho, o virtual, a miragem, o passageiro;
outros acreditam que só o amor salva e dá sustentabilidade,
por isso, servem o Senhor, deixando-se guiar pela sua Palavra,
louvando-o com a sua solidariedade e a sua justiça!
Uns alcançam a liberdade de servir com alegria e doação,
outros deixam-se escravizar, na ilusão de se salvarem sozinhos!
Quantas dependências que gemem: “eu queria, mas já não sou capaz!”

Senhor, Liberdade que se faz serviço amoroso à libertação,
ensina-nos a servir a vida em plenitude e para todos,
e a libertar-nos de tudo os que nos faz insensíveis aos outros!
Maria, Rainha que serve eternamente a missão de Deus,
intercede por nós e protege-nos com o teu manto de paz!
Como, Maria, queremos participar do reinado de Cristo,
aprendendo a servir, sem dependências a idolatrias escravizantes!

Mãe de misericórdia, dá-nos um coração misericordioso!

domingo, agosto 21, 2016

 

REUNIREI TODOS OS POVOS PARA CONTEMPLAR A MINHA GLÓRIA



Eis o sonho do nosso Deus,
Senhor da terra e dos céus,
Generoso e bondoso,
Terno e misericordioso,
Que ama todos os filhos Seus,
De línguas, povos e nações,
Que Ele próprio virá reunir
E ao Reino dos céus conduzir,
Para contemplar a Sua glória,
Participar do Seu gozo,
Bendizendo e adorando,
Louvando e glorificando,
Deus Pai, misericordioso,
Tudo oferecendo ao Senhor,
Como oblação de puro amor,
Do coração pecador,
Purificado e salvo,
Pelo sangue redentor
Do Filho do Deus Altíssimo,
Amado Filho Unigénito,
Rosto Santo do Deus Trino,
Encarnado em Jesus Cristo.

Porque este é o plano de Deus,
Que ama todos os filhos Seus
E a nenhum quer ver distante
Como Pai terno e confiante,
Apesar das nossas falhas
Que amorosamente corrige,
Com Sua Palavra firme,
Compadecida e clemente,
Com a fragilidade da gente,
Como Luz que guia e salva,
Levantemos nossas mãos,
Nossa mente e coração,
Fatigados ou oprimidos,
Frágeis e vacilantes,
No Seu amor, confiantes,
Porque Ele ouviu nossos gritos
E Se fez a salvação,
De todos sem distinção.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 21.08.2016

 

21º Domingo do Tempo Comum


Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. (cf. Lc 13,22-30)

O Pai reconhece-se no Filho, nas suas metas e no seu caminhar!
O Filho é tal e qual o Pai no que ensina e pratica,
no que ama e perdoa, no que busca e no que cuida!
Ambos vivem a alegria da comunhão do mesmo Espírito!
Jesus é a Porta estreita da Aliança que faz do tempo misericórdia,
que ensina a vida saudável e adelgaçada da caridade e da verdade!
Cristo não se reconhece nos que se chamam seus discípulos,
mas optam pela obesidade do orgulho,
por uma vida cheia de más ações e falcatruas,
por satisfazer a gula insaciável de egoísmo narcisista,
por viver uma vida camuflada de praticante religioso!

A cédula do Batismo, do Crisma, da Primeira Comunhão,
da matrimónio ou da Ordem não garantem o salvo-conduto
para entrar na eternidade da felicidade no Céu!
Podemos ter currículo de andar na Igreja e a Ela pertencer,
mas se vivermos fora de Cristo como Caminho, Porta,
Pastor, Videira, Pão da Vida, Amor incondicional, Verdade, Paz...
usamos Cristo mas não lhe pertencemos nem O conhecemos!
Podemos até ser funcionários do religioso, consagrados e ordenados,
acólitos e sacristães, coristas e leitores, de missa diária ou dominical,
mas se não praticarmos o bem e não ensinarmos o Caminho,
andamos fora de Jesus, com t-shirt e toga de cristão!
Podemos ter casado na Igreja, mas se não nos esforçamos por amar
e passar todos os dias pela porta estreita do namoro contínuo,
do diálogo e do perdão, da fé e da caridade,
deixamos de ser sacramentos da aliança de Cristo com a Igreja!

Senhor, louvado sejas pela oportunidade que nos destes
de nos deixares a porta aberta da salvação enquanto vivemos!
Jesus, nosso salvador, Caminho e Porta que nos abre o Céu,
envia-nos o teu Espírito e desperta-nos da mentira em que vivemos!
Ajuda-nos, cada dia, a rever o nosso caminhar,
os seus frutos e orientação, o lugar que ocupas
e o que nos faz palpitar o coração, para que, com humildade,
possamos pedir ajuda para retomarmos o Caminho!
Liberta-nos e cura-nos duma vida obesa de orgulho e de avareza,
para que possamos passar todos os dias pela Porta da Verdade,
do amor ao próximo, do louvor que se faz evangelização,

da misericórdia que se oferece e cura a relação!

sábado, agosto 20, 2016

 

Sábado da 20ª semana do Tempo Comum – S. Bernardo


Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens. (cf. Mt 23,1-12)

Jesus não parece, mas é o Filho de Deus!
A verdade do seu ser revela-se no jorrar de amor escondido,
que só o Pai conhece e é confirmado pela Palavra!
Jesus é livre perante o que os outros pensam, julgam,
pressionam, idealizam, pedem... porque a Ele só lhe interessa
o bem do outro, segundo a bolsa de valores do Céu!
Para Jesus o único Pai e Mestre é Deus,
tudo o resto são irmãos, uns em bicos de pé, outros a servir!
Aos discípulos recomenda que vivam na humildade da verdade,
na sabedoria da caridade, no mestrado da atenção pelo mais frágil!

Hoje acentuou-se o ideal de “viver para ser vistos pelos homens”!
As “selfies”, a exposição de privacidades nas redes sociais,
a busca de “amigos” virtuais e de “gostos” e “comentários”
são apenas expressões deste ideal que nos teatraliza
e nos apequena, numa subserviência à fama
e ao que o outro pensa, julga ou espera de nós!
A falta de fé num Deus que nos envolve e observa,
nos ensina com a delicadeza dum falar baixinho e interior,
acentua o medo e o peso da crítica e da opinião do outro!
Por isso, as ansiedades não são “o que Deus vai pensar de mim”,
mas o que os “outros vão pensar e dizer de mim”!
Daí a importância da aparência, dos títulos de honra,
da marca escolhida, do lugar de poder e de fama...

Senhor, Pai todo-poderoso, que a todos nos serves a salvação,
ensina-nos a grandeza de servir e de ajudar a ser feliz!
Cristo, que tudo fazes por veres fazer ao Pai
e assim dar-Lhe glória e alegrar o seu Coração,
conduz-nos com a tua Palavra de aliança
e ensina-nos a acumular tesouros no Céu!
Espírito de verdade e de santidade, dá-nos um coração novo,
atento à correção fraterna e livre dos juízos dos outros!
Dá-nos a prudência de saber viver a nossa fé com coerência,

com a ternura do testemunho e a audácia da evangelização!

sexta-feira, agosto 19, 2016

 

6ª feira da 20ª semana do Tempo Comum


O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. (cf. Mt 22,34-40)

Jesus é o Mestre da Lei, porque conhece as prioridades de Deus!
Sabe qual é a base da aliança proposta por Aquele que é o Amor!
Por isso, resume toda a Sagrada Escritura e toda a doutrina
num único mandamento: Amar a Deus e ao próximo!
A sabedoria da Lei de Deus não é uma disputa de escolas teológicas,
nem de grupos de poder inteletual, nem de persuasão oratória,
mas de testemunho de olhar terno e bom para Deus e para o irmão!
Aprende-se a amar o irmão, contemplando a Cristo,
e prova-se o amor a Deus, amando cada e todo o irmão!
Se gostamos muito de Nosso Senhor, que só vemos na fé,
e não suportamos o irmão, que vive ao nosso lado,
algo está errado e a verdade do amor pode ser uma farsa!

Acreditar em Deus é fazer a experiência que Ele nos ama,
nos compreende, nos perdoa, nos escuta, nos salva!
A oração torna-se num diálogo de amigos desiguais,
em que nós somos como crianças ao colo do pai e da mãe,
a aprender a amar segundo o coração que nos ama e por nós chora!
As dificuldades de relacionamento são uma prova,
que exercitam a nossa capacidade de amar,
até à meta da incondicionalidade e intemporalidade!
Por isso, perante as dificuldades de relacionamento,
não devemos desistir, nem responder com agressividade,
mas frequentar mais a escola do amor, escutando Cristo,
rezando por aqueles que nos ofendem, sendo pacientes!

Pai Santo, que nos amas a todos como filhos,
ensina-nos a aceitar-nos como somos: o nosso corpo,
a nossa idade, a nossa história, a nossa família...
pois só sentindo-nos bem connosco mesmos
podemos libertar energias para amar os outros e a Ti!
Jesus, nosso salvador e mestre da arte de amar sempre,
alimenta e fortalece a nossa capacidade de dialogar e perdoar,
sem medos, nem egoísmos, nem desistências e ressentimentos!
Espírito Santo, que a todos moldas e alargas o coração,
ensina-nos a descobrir a alegria de querer bem
a quem está ao nosso lado e nos incomoda,

rezando por nós e por eles, para que o amor não se esgote!

quinta-feira, agosto 18, 2016

 

5ª feira da 20ª semana do Tempo Comum


Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ (cf. Mt 22,1-14)

A paixão de Deus é consolidar a aliança com o seu povo,
preparando a união íntima e fiel de Deus com a Criação,
por meio do seu Filho e do seu Espírito!
O sonho de Deus é um grande e eterno banquete nupcial,
onde a alegria da comunhão não seja perturbada
por um amor não correspondido, nem pela idolatria do materialismo,
nem pela recusa assassina dos seus enviados,
nem pela participação sem o traje nupcial da conversão sincera!
Todos estão convidados, bons e maus,
mas só deve entrar quem estiver disposto a viver a aliança!

A religiosidade do vou quando me apetece,
quando preciso e sinto necessidade, quando tenho tempo,
quando estou disponível, quando há um ato social...
é querer entrar no banquete sem o traje nupcial!
A comunhão eucarística ritual e formal,
ou leviana, incoerente e sem conversão real
é querer participar no banquete eucarístico sem traje nupcial!
O fazer qualquer coisa por Deus, por frete ou por favor,
e antes de começar já se marcou a hora de acabar,
é querer ir ao banquete da gratuidade sem o traje nupcial!
Quanto temos que crescer num amor correspondido!

Senhor, que ardes de amor por cada um de nós,
concentra o nosso coração na fidelidade à tua aliança!
Cristo, que queres desposar a Igreja como tua esposa,
amando-a até à fonte de água viva que brota do teu coração,
purifica-nos com a tua misericórdia
e enraíza-nos na verdade e na alegria do teu seguimento!
Envia-nos o teu Espírito e enche de caridade a nossa fé,
para que não te rezemos de relógio cronometrado,
nem vamos à missa como uma seca a suportar,
mas Te adoremos e testemunhemos de coração puro

e reconhecimento eterno por tanta graça recebida!

quarta-feira, agosto 17, 2016

 

4ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. Beatriz da Silva


Serão maus os teus olhos porque eu sou bom? (cf. Mt 20,1-16a)

A história da salvação é Deus a convidar a humanidade
para uma aliança com Ele, para trabalhar na sua vinha!
Deus começou com o povo de Israel, mas em Jesus,
abriu-se a toda a humanidade, sem excessão de pessoas!
Hoje, uns respondem a este chamamento,
batizando os seus filhos a seguir ao nascimento;
outros batizam-se a seguir à catequese, outros na juventude,
outros convertem-se na idade adulta e outros na velhice.
Na hora de dar a recompensa, não olha ao tempo de conversão,
mas à misericórdia infinita que espera pacientemente o nosso sim
e faz festa quando um filho perdido se encontra e se deixa salvar!
São os olhos maus que nos enganam e tardam o nosso sim,
é o coração bom do nosso Deus que nos salva e abraça!

A fé em Cristo, em alguns lugares, está a desvalorizar-se
na bolsa de valores com que se rege a sociedade!
É o coração bondoso do nosso Deus que afasta muita gente,
pois ir ou não à missa, comprometer-se ou não na missão,
aparentemente nada muda: Deus continua a dar-nos a vida,
a saúde, o sol, o ar, a água, a sorte... sem um mínimo castigo,
nem um sinal de rancor ou ressentimento!
Para que andar a vida toda a servir o Senhor,
se um bandido, ao arrepender-se no último segundo,
pode receber a mesma recompensa que eu,
que me esforcei por ser fiel toda a vida?
É o olhar mau e interesseiro que eclipsa a misericórdia de Deus!

Senhor, que não te contentas em ter alguns filhos humanos,
mas a todos amas e a todos, sem exceção, queres salvar,
dá-nos um coração grande e imensamente bom, como o teu!
Cristo, que na Igreja alargaste a vinha ao universo,
obrigado porque nos convidas a todos e a todo o momento,
a entrar nesta paixão pela salvação do irmão,
a trabalhar no liturgia da caridade e da evangelização!
Envia-nos o teu Espírito e cura o nosso olhar mau,
que faz da justiça uma medida quantitativa de mercado
e afasta de Cristo aqueles que por fim lhe estendem a mão!
S. Beatriz da Silva, intercede por nós,
para que participemos na missão de Maria

e nos alegremos em dar novos filhos à tua Igreja!  

terça-feira, agosto 16, 2016

 

3ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. Estêvão


«Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível». (cf. Mt 19,23-30)

Somos dom, encontrámo-nos aqui com vida,
a pensar, a andar, a comer, a respirar, a sonhar...
Nascemos aprendizes, incapazes de sobreviver sozinhos
e o futuro da nossa vida depende dos mestres que adotamos!
O Autor da Vida quis ensinar-nos a viver
e deu-nos o código da Aliança, baseado na fidelidade e no amor!
O orgulho e a cegueira faz de nós autodidatas-experimentadores,
segurados no brilho do dinheiro e no poder mortífero das armas!
Com isto a vida tornou-se um bracejar desesperado,
em areias movediças, que cada vez mais nos afundam!
Jesus, teve compaixão de nós e veio em nosso auxílio,
salvar-nos da morte e do desnorte que nos perde!

A ciência e o engenho tornou possível muitos impossíveis:
ultrapassar distâncias, fronteiras, medos, mistérios...
No entanto, o avanço tecnológico nem sempre nos faz mais felizes,
mais solidários, mais democratas, mais verdadeiros, mais justos!
Por mais dinheiro que tenha, não consigo comprar saúde eterna!
Por mais poder que possua, não consigo obrigar ninguém a amar-me!
Por mais sábio que seja, não consigo salvar o mundo!
Todos precisamos de uma Mão que dê sentido à vida,
que nos sare feridas e nos ensine a perdoar,
que nos dê esperança e continuidade a esta vida,
a Quem possamos elevar o olhar e pedir socorro!
Aceitar isso é doloroso para o orgulhoso, rico de si mesmo,
mas é inevitável, por mais que nos custe a admiti-lo!

Senhor, autor e sustentador da nossa vida,
eu te louvo pela forma tão libertadora e escondida
com que o fazes e nos manténs o sonho de voar!
Cristo, nosso libertador, revestido de carpinteiro,
eu te louvo pelo carinho e fidelidade com que nos salvas,
nos ensinas o Evangelho e ofereces a tua vida por nós!
Envia-nos o teu Espírito e ilumina a nossa fé,
para que nos libertemos da teimosia orgulhosa
que nos impede de nos entregar totalmente a Ti
e confiar em Ti a nossa salvação presente e eterna!
Dá-nos a sabedoria da compaixão e do amor

que contemplamos na pessoa de Jesus!

segunda-feira, agosto 15, 2016

 

Assunção da Virgem Santa Maria


Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha. (cf. Lc 1,39-56)

Deus põe-se a caminho e dirigiu-se eternamente ao vale profundo,
enviando o seu Filho querido e o seu Espírito de amor!
A humanidade é convidada a fazer o movimento ascendente,
e, como Maria, a pôr-se a caminho, dirigindo-se à montanha,
altitude do encontro com Deus sob o olhar da fé
e do encontro com os outros, movidos pela caridade!
Quem se habituou a subir, com a humildade do coração
e a disponibilidade do serviço, Deus revê-se nele
e eleva-o até à Montanha definitiva da vida fecunda!
Maria gerou a Humildade a descer para elevar
e o Caminho fez dela uma discípula da fé e da esperança,
de tal forma identificados, que onde está o Filho está a Mãe!

O mistério da Assunção é um projeto de vida pouco desejado!
O ideal de humildade, como realismo que nos situa e faz crescer,
é combatido pelo afã doentio de querer ser grande, rico,
poderoso, famoso, belo, esbelto, bronzeado, independente...
O ideal de se colocar a caminho da montanha,
que nos faz descolar do visível e das necessidades primárias,
esbarra com o desejo de legalizar a brutalidade e a libertinagem,
regada de muita bebida e droga, soltando os instintos,
usando a ciência para ser aventureiro de feiticeiro!
O sonho de eternidade, alimentado pela fé,
desperdiça-se numa vida virtual e irreal, como vida paralela!

Senhor, que das alturas nos visitas como Sol nascente,
ilumina-nos com a luz da fé e ajuda-nos a encontrar-Te!
Cristo, que Te fizeste homem para seres nosso irmão
e nos elevares à condição de filhos de Deus,
envia-nos o teu Espírito e fortalece em nós a elevação da humildade!
Como Maria, ensina-nos a andar com o coração em Deus,
orientados pela Montanha que nos cristifica,
e nos faz caminhar com as sandálias dos valores que não passam!
Nossa Senhor da Assunção, roga por nós pecadores,

tão preocupados com a aparência e tão distraídos do essencial!

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