quinta-feira, maio 31, 2018

 

Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo


Para servirmos ao Deus vivo! (cf. Heb 9,11-15)

A santidade de Deus é dom fontal da vida!
Deus fez-nos para ser fonte e para ser aliança,
e não para ser charco nem mandantes de abate.
Na antiga aliança substitui-se o sangue de pessoas
pelo sangue de animais, em sacrifícios rituais.
Em Cristo, é Deus que nos dá a sua própria vida,
para que, nós purificados, sirvamos ao Deus vivo!

Comungar o Corpo de Cristo é comungar o irmão,
comungar a criação, gerar vida e alegria à nossa volta.
Alimentar-se da morte do bom nome pela injuria,
da exploração do mais fraco, da destruição da natureza,
da vingança e do ressentimento, é rejeitar o Pão da Vida!
Servir ao Deus vivo é louva-Lo no sacrário e no altar,
na família e no trabalho, na solidão e na multidão,
gerando vida, alegria, paz, esperança e partilha!

Senhor, bilha de água viva que vem ao nosso encontro,
sacia a nossa sede e purifica-nos das nossas mortes!
Jesus Cristo, que na tua Páscoa nos ensinas a salvar a vida dando a vida,
ensina-nos a viver descentrados e comprometidos com a salvação de todos.
Que aqueles que vão receber hoje a primeira comunhão,
comecem uma vida nova, alimentada pelo Pão da comunhão,
pelo sangue da doação e pelo louvor da santidade!


quarta-feira, maio 30, 2018

 

4ª feira da 8ª semana do Tempo Comum


Obedecendo à verdade, purificastes as vossas almas para vos amardes sinceramente como irmãos. (cf. 1 Ped 1,18-25)

Em Deus o amor é perfeito, sem resquícios de egoísmo.
Por isso, Deus ama perdidamente, serve sem fatiga,
perdoa com generosidade, dá a sua vida para nos salvar.
Jesus é a imagem mais transparente de Deus: vai a nossa frente, 
é compreensivo com a nossa mania das grandezas,
ensina-nos o caminho do serviço e do amor fraterno!
Acreditar Nele é querer segui-Lo,
querer continuar a sua maneira de salvar o mundo!

Na religião há a verdade da fé (ortodoxia)
e os valores de vida que brotam da fé (ortopraxia).
Uns preocupam-se apenas com o dizer bem a doutrina,
outros apenas com participar regularmente na liturgia,
outros apenas em ser boas pessoas (filantropia).
Mas acreditar em Jesus Cristo envolve a pessoa toda:
os seus sentimentos, os seus valores, as suas crenças,
os seus ritos e rotinas, as suas opções, as suas relações, 
aquilo pelo qual é capaz de dar a vida! 
É pelo frutos que conhecemos se somos ou não de Cristo!

Senhor, contemplo a tua cruz e espanto-me,
pois a maioria das vezes antes quero ser ouro que luz
do que cordeiro imolado, que ama e serve silenciosamente!
Que o teu Espírito me ajude a ser em tudo Tu,
quando rezo e celebro a fé, quando trabalho e faço pela vida,
quando me relaciono, quando cuido da natureza e do que necessita.
Que a participação na Eucaristia me cristifique
e me faça missionário do teu amor incondicional!

terça-feira, maio 29, 2018

 

3ª feira da 8ª semana semana do Tempo Comum


Ponde toda a vossa esperança na graça que vos será concedida, quando Jesus Cristo Se manifestar (cf. 1 Ped 1,10-16)

A santidade de Deus, não O afasta da nossa impureza,
mas assume-a para a purificar, para a elevar à filiação divina.
Em Cristo encontramos uma nova forma de vida,
uma nova família, animada pela comunhão do Espírito Santo.
A Palavra de Deus confirma que desprendimento e sofrimento,
não é perda nem castigo, mas disponibilidade para ser missão,
esperança animada pela fé, seguimento de Jesus!
A missão começa por deixar Cristo manifestar-se em nós!

O medo de ser enganado e a insegurança do futuro,
levam-nos à estratégia paralisante do:
“mais vale um pássaro na mão do que dois a voar!”.
Assim o jovem vai dilatando a hora de sair de casa,
com medo de deixar os mimos e a proteção que tem,
como receio de ousar conquistar alguém que ama
ou partir para o desprendimento de uma consagração!
O casal, que vive junto, adia a celebração do matrimónio,
pois tem medo da instabilidade, da surpresa duma infidelidade!
O empresário, que não investe na inovação e na formação,
porque tem medo de mudar, de enfrentar novos desafios!
Até a santidade mete medo, pois ser fiel para sempre é difícil
e “sabe-se lá o que nos espera após a morte”! 

Senhor, Pai santo, obrigado porque enviaste o teu Filho 
e o teu Espírito, para nos purificar do pecado 
e nos recriar filhos de Deus, à imagem e semelhança de Jesus!
Eis-nos aqui a balançar entre ficar e partir,
ser santos ou pecadores, confiar ou temer!
Louvado sejas pela grande família que nos deste pela fé!
Sim, posso testemunhar que deixei tudo por tua causa
e recebi cem vezes mais casas, irmãos, irmãs… e alegria de viver!


segunda-feira, maio 28, 2018

 

2ª feira da 8ª semana do Tempo Comum


Nos fez renascer para uma herança que não se corrompe, nem se mancha, nem desaparece. (Cf. 1 Ped 1,3-9)

A bondade do Senhor fez-se tesouro de misericórdia.
Cristo é a nossa esperança, o nosso renascimento,
a nossa herança eterna, que não se corrompe nem desaparece.
Segui-Lo supõe desprendimento e algumas provações,
pois é pela fé que vamos e não pela segurança do possuir.
É descobrir que ainda “nos falta uma coisa”
para ser fiel e O amar com alegria!

As crianças e o jovens crescem cheios de brinquedos,
habituados a birras que resultam,
almofadados pelos tutores que parecem fadas do desejo.
No entanto, quando querem entrar no mercado do trabalho,
recebem “nãos” na cara, estágios não remunerados,
contratos com termo, salário mínimos…
tudo propostas incapazes de satisfazer as suas muitas expetativas.
Uns refugiam-se na “second life” virtual ou no ninho paterno,
outros sentem-se deprimidos, inúteis e injustiçados,
outros acordam para a vida e vão à luta com humildade!
Os que têm fé acumulam com alegria no Céu,
os que acreditam apenas na segurança material, 
tornam-se escravos do trabalho ou furtadores de oportunidades!

Bendito sejas, nosso bom Pai, que na tua grande misericórdia,
nos salvastes por meio do teu Filho, Jesus Cristo!
Bendito sejas, Espírito Santo, luz que nos faz ver pela fé,
a herança que nos espera, a visão por que ansiamos,
a plenitude do amor, agora tão misturado e tão instável!
Andamos tão divididos que às vezes até desanimamos,
mas a Vós nada é impossível, mesmo a nossa santidade!

domingo, maio 27, 2018

 

Santíssima Trindade


Recebestes o Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: ‘Abá, Pai’. (cf. Rom 8,14-17)

Deus é harmonia de Pessoas divinas que amam.
É o mesmo amor que brota de uma relação fecunda,
entre três Pessoas Divinas, cuja ação é coral!
O Povo de Israel descobriu a unicidade de Deus,
a Igreja de Jesus Cristo surpreendeu-se com o Deus trino.
Pela ação do Espírito Santo somos incorporados em Cristo
e pela Igreja, Corpo de Cristo, na Santíssima Trindade!
Por isso, podemos chamar, como Jesus, a Deus nosso Pai!

O individualismo competitivo afasta-nos do Deus Trindade.
Por isso, o capitalismo cria suavemente ateus
e divide a humanidade em ricos e pobres, 
parceiros e adversários, semelhantes e diferentes…
O comunismo imposto, que tem medo da diferença,
também afasta de Deus e impõe uma unidade ateia!
Deus, pelo contrário, é comunhão de amor libertador,
que trabalha com as diferenças e integra o diferente,
com o poder da misericórdia e o serviço paciente!

Bendito sejas, ó Cristo, Deus e Homem,
em missão do Pai e do Espírito para nos recriar Filhos de Deus! 
Bendito sejas, ó Espírito Santo, dom do Pai e do Filho,
que em nós buscaste morada, abristes a porta à fé,
acendeste o amor sem fronteiras, inspiraste o louvor!
Bendito sejas, ó nosso querido Pai, 
que nos fostes dado por teu Filho e iluminado pelo Espírito!
Ajuda-nos, Santíssimo Trindade, a não cair na tentação
do individualismo, da imposição, da guerra e da exclusão! 
Bom Deus, Uno e Trino, faz da Igreja uma comunhão arco-íris,
um corpo vivo de fé, de esperança e de caridade!

sábado, maio 26, 2018

 

Sábado da 7ª semana do Tempo Comum – S. Filipe Néri


Aquele que reconduz um pecador do erro à verdade salvará a sua alma da morte. (cf. Tg 5,13-20)

Deus é a nossa esperança e salvação.
A Ele recorremos como crianças necessitadas de proteção,
a Ele pedimos a conversão dos irmãos e a sua cura.
O sacramento da Unção dos Doentes é uma manifestação de fé,
num momento de impotência perante o sofrimento e a doença,
que acredita que Deus não nos abandona nunca, 
principalmente nos momentos de fragilidade!
Rezar pelo doente, seja do corpo ou do pecado,
é uma expressão de fé, de caridade e de esperança.

A impotência leva-nos muitas vezes à desistência e à revolta.
Assim, já não bastando o sofrimento e o diagnóstico,
que aparece como um castigo injusto e indefensável,
que ainda acrescentamos o medo, a sensação de abandono,
a revolta contra um inimigo invisível e incontrolável.
Muitos buscam culpados em alguém que nos quer mal,
que foi à bruxa e fez umas coisas para nos prejudicar,
ou em alguém que já partiu e ainda não chegou
e que anda por aí a fazer-nos mal e a incomodar-nos!
O sofrimento e a doença são estados de vida que acontecem,
a maioria das vezes por nossa culpa,
mas muitas devido ao processo normal da vida,
que nasce, cresce, adoece, envelhece e morre!

Senhor, bendito sejas companheiro amigo das nossas horas tristes,
a Ti me entrego e confio, a Ti entrego os meus irmãos e confio!
Não somos eternos neste corpo, mas peregrinos da esperança.
Que o teu Espírito seja luz dos nossos caminhos
para que levemos uma vida com a dignidade 
e a sanidade de filhos de Deus, no seguimento de Jesus.
Dá-nos um coração de Pastor, como S. Filipe Néri,
para que nos preocupemos e rezemos pelos que andam errantes
e tudo façamos para os salvar da morte e do pecado!

sexta-feira, maio 25, 2018

 

6ª feira da 7ª semana do Tempo Comum


Nós proclamamos felizes aqueles que foram perseverantes. (cf. Tg 5,9-12)

A fidelidade do Senhor é a nossa salvação.
Mesmo tendo o poder de julgar, 
usa de misericórdia no caminho e espera o tempo da colheita, 
“os últimos tempos” para julgar!
Em Jesus, Deus revela que é capaz de dar a vida por nós,
para nos salvar, para que ninguém se perca!
A sua relação connosco é uma aliança eterna
e busca no matrimónio um sinal visível que fale dela!
Por isso, adultério, a desistência do outro,
a maledicência, o julgamento do outro…
obscurecem a imagem do Deus de Jesus Cristo!

Hoje a felicidade da perseverança está em desuso!
Quando se pergunta a alguém porque se divorciou,
responde: “porque eu quero ser feliz!”
Na realidade, aumentam os problemas, as despesas,
as dificuldades, a infelicidade dos filhos, a insegurança…
O matrimónio é uma escola de crescimento mútuo,
de aprendizagem do perdão e do refazer a relação,
de respeito pelo mistério e pelo ritmo do outro…
No entanto, há casos extremos de patologia e de violência,
que justificam a separação para preservar a vida dos mais frágeis!

Senhor, Aliança que nos salva e Amor misericordioso,
como é bom saber-Te Pai, Irmão fiel, Espírito de comunhão!
Ensina-nos a felicidade da perseverança,
a alegria do compromisso,a beleza da verdade,
a paciência perante as fragilidades e a vida como um processo,
a segurança da misericórdia, a esperança da conversão! 
Ajudai, Senhor, os nossos casais a fazer brilhar a tua imagem!

quinta-feira, maio 24, 2018

 

5ª feira da 7ª semana do Tempo Comum


Levastes na terra uma vida regalada e libertina, cevastes os vossos corações. (cf. Tg 5,1-6)

Deus é coração, fonte generoso de amor.
Deus é pobre de coração, porque não acumula para si,
mas dá-se total e eternamente no Pai, no Filho e no Espírito!
O Filho de Deus faz-se pobre para nos enriquecer a todos!
O Espírito é comunhão de amor que aquece a relação
e nos mobiliza para a justiça e a solidariedade, o serviço e a missão.
Ser cristão é viver como Jesus, descentrado de si,
cheio de esperança, livre da avareza, fraterno no caminhar!

Vive-se uma vida regalada e libertina,
que adoece o corpo e a relação, 
e se move pelo desejo de ter, possuir e fruir!
Aliado ao individualismo e ao sedentarismo,
o coração fica mesmo cevado, obeso de indiferença!
Esta obesidade do acumular e do consumir para si,
deixa de lado a justiça, a verdade, o bem comum,
a ecologia, o ordenamento urbano, a hospitalidade,
a defesa da vida frágil, a misericórdia!
Muito do nosso colesterol mau é fruto do egoísmo!

Senhor, contemplo-Te fonte de vida, sempre a jorrar,
e sinto-me poço, fechado sobre mim, e o deserto ao meu lado!
Hoje, continuas Pão repartido e Vinho da Aliança
na banca da gratuitidade, disponível para Te dares!
A tua Palavra e os sacramentos estão sempre à nossa espera,
disponíveis para ser luz, ser sal, ser graça!
Quanto tenho de caminhar e reorientar os meus passos
para deixar de acumular e ser missão,
que abre as mãos e o coração, para semear a paz e a justiça!
Ensina-nos a arte de ser pobre para enriquecer a todos,
ser elegante na caridade e no exercício do fazer o bem!

quarta-feira, maio 23, 2018

 

4ª feira da 7ª semana do Tempo Comum


Quem sabe fazer o bem e não o faz comete pecado. (cf. Tg 4,13-17)

Jesus criou a Igreja como seu Corpo visível,
mas a sua ação estende-se por toda a terra.
Todo aquele que faz o bem e dá frutos do Espírito,
não O nega, mesmo não pertencendo formalmente à Igreja!
E se é membro da Igreja e não vive como Jesus,
sabe e pode fazer o bem e não o faz,
comete pecado por omissão! 
É sal sem sabor, luz que não ilumina, 
semente que não se deixa semear, árvore que não dá fruto!

O diálogo ecuménico e inter-religioso 
são uma oportunidade de conversão mútua.
O diálogo com a sociedade civil e a leitura dos sinais dos tempos
ajudam-nos a perceber que na nossa sociedade há gente boa,
gente compassiva e sensível aos mais fracos,
que nos interpelam e ajudam a voltar a Cristo!
O Espírito do Senhor anima a Igreja,
mas o Espírito do Senhor também sopra onde quer e quando quer!
O importante é estarmos vigilantes sem arrogância!

Senhor, ajuda-me a compreender que ser membro da Igreja
não é um estatuto, mas uma missão viva!
Que o teu Espírito e a tua Palavra nos guiem
e nos façam dar frutos de bondade e de justiça!
Liberta-nos da idolatria do ego e da arrogância de pertença,
para que caminhemos com fidelidade e humildade,
em conversão permanente e discernimento constante.
Demove-nos dum cristianismo minimalista e medíocre,
que se contenta com não fazer o mal e cumprir o dever!
Torna-nos sensíveis e comprometidos com o bem que pudemos fazer!

terça-feira, maio 22, 2018

 

3ª feira da 7ª semana do Tempo Comum – S. Rita de Cássia


Humilhai-vos diante do Senhor e Ele vos exaltará. (cf. Tg 4,1-10)

Jesus é tão grande e tão forte,
que tem a humildade de descer à nossa condição,
fazendo-se criança e vivendo como Filho obediente!
Este poder frágil é colocado nas mãos violentas e desumanas,
que prendem o Justo e condenam o Inocente à morte;
mas o Justo e Misericordioso ressuscita-O e exalta-O
como Vida que dá vida, como aliança fiel e eterna!
Quem quiser seguir Jesus tem que aprender com Ele
a ser grande e o primeiro no serviço humilde e alegre!

As discussões e as guerras nascem da inveja e da cobiça.
A miopia do instante obscurece o horizonte do eterno!
Uma vida assim torna-se num jogo agressivo
em que se tem que ficar sempre por cima do outro, vence-lo!
A beleza da relação e do diálogo perde-se 
e transforma a palavra em pedra de arremesso
a vizinhança em competição, o amor em tirania do mais forte!
Numa sociedade movida pelo egoísmo,
a lei tem que proteger os mais frágeis, 
os que não se podem defender!

Senhor, a tua mansidão e misericórdia infinita me confundem
e corro a tentação de me relaxar na fidelidade e na santidade!
Tu falas-nos de amor e de humildade 
e nós discutimos sobre quem é o maior!
Dá-nos a sabedoria de ser grande à tua maneira,
de Te ver e amar no pobre e no mais frágil,
de me vencer no medo de perder!
S. Rita de Cássia ensina-nos a construir a paz!

segunda-feira, maio 21, 2018

 

2ª feira da 7ª semana do Tempo Comum – Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja


Entregavam-se assiduamente à oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus. (cf. At 1,12-14)

A Nova Eva é a Mãe de todos os vivificados em Cristo.
Jesus dá-se-nos totalmente, até a sua própria Mãe!
Maria zela por nós, seus filhos e irmãos em Cristo,
rezando, acompanhando e animando os discípulos de seu Filho.
Desta forma participa da missão do seu Filho
e colabora na salvação da humanidade.
A Mãe da Igreja é o modelo do que deve ser a Igreja!

O Vaticano II coloca Maria na Igreja (LG 52-69).
Em Deus, a simplicidade é mistério,
a unidade personalização, a identidade missão,
o poder serviço, o tempo eternidade,
a omnipotência humildade, o amor fidelidade!
Só quem penetra no mistério de Deus
pode compreender o lugar de Maria na Igreja:
ser criatura e ser “Mãe de Deus”,
ser a “cheia de graça” e ser salva por Cristo,
ser discípula e ser a Mãe dos discípulos,
ser a “bendita entre as mulheres” e ser a “humildade serva”…

Cristo, nosso salvador, obrigado pelo dom da tua Mãe.
Maria, bendita sejas, porque nos acolhes como filhos.
Espírito Santo, fecunda o nosso coração,
para que em nós nasça um discípulo e missionário de Cristo
e sejamos como Maria, capazes de gerar Cristo ao mundo! 
Intercede por nós, Mãe, e dá-nos a mão materna nas horas más,
para que sejamos dignos filhos de tal Mãe, excelsa e próxima!

domingo, maio 20, 2018

 

Domingo de Pentecostes – Dia do Apostolado Organizado dos Leigos


E a todos nos foi dado a beber um único Espírito. (cf. 1 Cor 12,3b-7.11-12)

A Fonte envia o Filho para nos dar a Água Viva.
Cristo sopra sobre nós a Palavra da paz
e envia-nos em missão, animados pelo seu Espírito!
“Recebei o Espírito Santo”, é o convite do Senhor,
pois só o Espírito nos faz falar na língua do outro,
criar comunhão na diversidade, unidade no Corpo,
fogo no amor, luz no caminhar!

A vida crista é um permanente discernimento,
pois pairam sobre nós e dentro de nós muitos espíritos,
muitas vozes de influência, muitas bebidas viciadas,
muitas luzes que dividem, muito saber que destrói!
Tudo o que casa a liberdade com bem comum,
a alegria com o serviço, o amor com a justiça, 
a fé com a esperança, a diversidade com a união,
é fruto do Espírito Santo, é manifestação de Jesus em nós!
Tudo o resto é mixórdia que adoece, divide e egocentra!

Bendito sejas nosso Pai, fonte e sustento da vida,
porque já não bastaria que a nossa vida fosse puro dom,
para Te dares totalmente a nós no teu Filho e no Teu Espírito!
Queres fazer de nós novas criaturas, semelhantes a Cristo,
não pela forma como vestimos ou a língua em que falamos,
mas a partir de dentro, do calor que nos anima,
da alegria que nos evangeliza, do amor que nos une!
Revitaliza o nosso Batismo e faz de nós apóstolos,
quando rezamos, trabalhos e nos divertimos!
Bendito sejas Espírito Santo, fogo de profecia!

sábado, maio 19, 2018

 

Sábado da 7ª semana da Páscoa – Semana da Vida


Paulo recebia todos aqueles que o procuravam. (cf. At 28,16-20.30-31)

Paulo está preso, mas a Palavra de Deus continua em missão.
A sua prisão domiciliar torna-se irradiação de testemunho,
lugar de atração para quem busca a fé,
celebração do mistério pascal, escola do Evangelho!
Cristo no sacrário é também uma reserva de amor,
que acolhe todos os que O procuram,
escuta os gemidos dos aflitos,
fortalece a paciência dos desanimados,
silencia os ruídos que nos ensurdecem
e faz ver o mistério do Amor que nos envolve!

A missão não é só fazer quilómetros, partir!
É também permanecer, acolher os que nos batem à porta,
receber!
Foi assim que os monges evangelizaram a Europa!
E hoje quem está disponível para acolher,
para o “vinde e vede” que ensina a rezar e a ver a vida?
A paróquia não é só o cartório, mas é também confessionário,
direção espiritual, disponibilidade para a escuta,
testemunho da paz orante, alegria da fé!
Os conventos têm portas ou muros? 
São oásis de fé ou prisões domiciliares?

Senhor, busco-Te no silêncio da aurora,
na casa da Palavra onde me acolhes e escutas!
Compreendo que missão é permanecer em Ti,
recebendo de Ti a luz que brilha no olhar, sem esforço!
Quando me batem à porta tenho a tentação de dizer:
“Hoje não posso, porque não tenho tempo!”
Mas o tempo é saber acolher e anunciar a esperança,
abençoar a quem se sente amaldiçoado, 
levantar e perdoar a quem se sente perdido!
Espírito Santo faz das nossas comunidades lugares de missão! 

sexta-feira, maio 18, 2018

 

6ª feira da 7ª semana da Páscoa – Semana da Vida


Paulo apelou, para que a sua causa fosse decidida pelo imperador. (cf. At 25,13b-21)

O Senhor tem no Céu o seu trono de glória. (cf. Sl 102)
Falar sobre o Deus da Vida e do seu Filho,
não é assunto de somenos importância,
mas causa para ser decidida pelo imperador.
Trata-se do tema do sentido da vida,
do tempo e da eternidade, das vãs promessas e da esperança!
Trata-se de “amar mais” e do seguimento de Jesus,
do envio e da continuação da missão de Deus!

Hoje quer-se circunscrever a fé ao domínio privado.
Fala-se de “minha crença”, da “minha religião”,
da “minha consciência”, da “minha liberdade”!
Dentro desta privatização da fé, tudo é relativo e subjetivo,
ninguém pode entrar ou julgar, mesmo a minha Igreja!
O importante é que esta crença não interfira na ordem pública!
E o Estado só interfere quando há manifestações de violência,
de desrespeito pela lei, corrupção, intolerância ativa!
No entanto, a necessária separação entre a Igreja e o Estado,
pode tornar-se pretexto para descriminar ou ridicularizar a Igreja,
principalmente quando esta defende a Vida em todos os aspetos!

Pai santo, só Tu és o Senhor de todo o poder!
Pai, Filho e Espírito Santo, Vós sois a fonte da Vida e do Amor!
Crer em Vós é abrir a porta à esperança e à eternidade!
Ilumina-nos com a luz do teu Espírito
e liberta-nos do medo de testemunhar a nossa fé,
com a ternura do amor, a ousadia do profeta
e a fidelidade do seguimento de Jesus, manso e humildade!

quinta-feira, maio 17, 2018

 

5ª feira da 7ª semana da Páscoa – Semana da Vida


Coragem! Deverás dar testemunho também em Roma. (cf. At 22,30; 23,6-11)

A Igreja é um povo em peregrinação,
um Corpo de Cristo em revelação progressiva,
sustentada pela intercessão de Jesus, a assistência do Espírito
e a colaboração dum povo unido na fé e em missão!
Deus quer que o amor da Trindade
e a comunhão dos anjos e dos santos
chegue a todos os povos, desde o campo à cidade!
Só uma Igreja em missão é uma Corpo vivo e santo!

A Igreja peregrina no tempo com a esperança da eternidade!
A sua alegria é atrair outros a entrar nesta peregrinação sagrada,
porque o seu desejo é o do Senhor: Que todos se salvem!
Muitas vezes há a tentação de fugir do mundo, da política, 
da grande cidade, dos meios de comunicação social…
mas o Senhor hoje nos diz o que disse a Paulo:
“Coragem! Preciso de vós, para dar testemunho de Mim,
também nos lugares mais difíceis e mais agrestes!”
O medo da missão leva-nos a condenar ao mundo,
a espiritualizar a Igreja, a fechar-nos no nosso grupo,
a limitar-nos a gerir a paróquia no cartório, 
no templo e no salão paroquial!

Senhor, louvado sejas porque velas por nós
e colocas no nosso coração o teu Espírito de amor e de verdade,
que nos faz viver como membros vivos do teu Corpo.
Faz de nós uma Igreja missionária e audaz,
generosa na evangelização e unida na fé!
Que ninguém se envergonhe de dar testemunho de Ti,
com a ternura fraterna e a paciência misericordiosa,
de quem conhece a aurora, apesar de caminhar na noite!
Faz-nos sensíveis à vida em todas as dimensões,
animados pela compaixão e pela justiça que apoia o fraco!

quarta-feira, maio 16, 2018

 

4ª feira da 7ª semana da Páscoa – Semana da Vida


Agora entrego-vos a Deus e à palavra da sua graça. (cf. At 20,28-38)

A Missão é de Deus e nós somos seus colaboradores.
Estamos “em nome de”, por isso, a oração é o suporte da missão.
A nós é exigido vigilância, trabalho, empenhamento,
doação de vida, embora seja Deus que constrói e salva!
Jesus partiu, mas deixou-nos o seu Espírito,
a sua Palavra, a sua intercessão e os seus sacramentos!
Paulo partiu, mas deixou o seu exemplo, o Evangelho da graça,
os responsáveis da comunidade, a sua oração!
Jamais somos donos nem órfãos,
somos e seremos sempre discípulos e colaboradores de Deus!

Entregar-nos a Deus e à sua palavra da graça
é aprender a viver da fé, sem nunca nos apropriarmos da verdade!
É grande a tentação de nos apropriarmos da verdade,
mas porque é impossível uma verdade sem escuta, 
acabam por fazer da vida uma opinião gritada,
uma mentira escondida, uma fuga ao diálogo.
Mesmo o parlamento, lugar do “parlar”,
acaba por ser um campo de batalha, onde a arma é a palavra!
O direito à opinião tornou-se no direito ao lobby,
no direito à publicidade, no direito à disciplina de voto…
Que interessa a Verdade, se a mentira der mais lucro?

Senhor, somos parte de Ti na humildade da nossa colaboração!
Conduz-nos com a luz do teu Espírito na unidade da fé
e na comunhão da verdade e de caridade!
Que a tua Palavra da graça nos habite e oriente,
pois sem Ti somos palavreado fiado e interesseiro.
Nesta Semana da Vida ajuda-nos a cuidar da vida,
principalmente a mais frágil e indefesa!

terça-feira, maio 15, 2018

 

3ª feira da 7ª semana da Páscoa – Dia Internacional da Família


A missão que recebi do Senhor Jesus: dar testemunho do Evangelho da graça de Deus. (cf. At 20,17-27)

O Senhor é graça e misericórdia.
O Filho e o Espírito manifestam a missão de Deus,
tornando-se Evangelho de graça para todos nós!
A Encarnação e a Páscoa de Jesus,
assim como o Pentecostes e a inhabitação do Espírito,
glorificam o Deus da Aliança e a humanidade!
Nós glorificamos a Deus, seguindo Jesus,
acreditando Nele, continuando a sua Missão,
com humildade, entrega e fidelidade evangélica!

Há pessoas que dão testemunho da ira de Deus.
O seu “evangelho” é a má notícia de que estamos condenados,
de que Deus é vingança, castigo e juiz implacável.
Nesta perspetiva, a única forma de O servir é teme-Lo
e cumprir ao milímetro um catálogo de preceitos!
Falar de um Deus amor, do Evangelho da graça,
do perdão infinito que faz festa no Céu,
da paciência misericordiosa que não arranca o joio…
é relaxar o ritmo, alargar o caminho, escancarar a porta!
No entanto, o Evangelho da graça pede gratidão feliz!

Senhor, tudo em mim é graça e misericórdia,
puro dom do teu Amor, salvação gratuita!
Glorificar-Te é tornar-me canal desta graça e misericórdia,
alegria e anúncio de ser salvo, 
habitação da Omnipotência nesta insignificância!
Que o teu Espírito afaste o medo e aumente o amor fiel,
neste desejo de Te seguir e de entrega sem reservas da vida,
a anunciar a esperança, a animar os desanimados,
a reconciliar os desavindos, a semear a paz e a justiça!
Senhor ajuda a família a ser cuidadora da vida!

segunda-feira, maio 14, 2018

 

S. Matias, Apóstolo


Senhor, indicai-nos qual destes dois escolhestes. (cf. At 1,15-17.20-26)

O Senhor conduz a história com amor e fidelidade.
É Ele que nos escolhe mas deixa-nos a liberdade 
de pronunciar o nosso sim, o nosso não ou o ainda não!
É Ele que nos escolhe, mas põe-nos à procura,
por meio do discernimento pessoal e comunitário,
das escolhas que Ele fez de nós e dos outros!
No chamamento de Matias revemos o nosso!

As nossas escolhas normalmente são interesseiras,
influenciadas, projetivas ou por medo!
Os pais escolhem muitas coisas pelos filhos,
projetando neles os seus gostos, medos e interesses.
Os adolescentes escolhem as profissões que “têm saída”.
Os jovens quando procuram namorado/a
escolhem o belo, o famoso, o fácil, o prazer…
O jovem que busca a vida consagrada, muitas vezes,
busca um refúgio para o mundo competitivo,
a beleza do mistério ritual, o medo de constituir família…
A busca da vocação não pode ser uma fuga,
mas um caminho de fé, de busca da vontade de Deus!

Senhor, sei que sondas o coração e não olhas à aparência,
nem à posição social, nem ao nível cultural e económico…
Obrigado porque me escolheste e chamaste a colaborar
na paz e na salvação deste mundo errante!
Sei que nada mereço, pois tudo é dom do teu amor.
S. Matias, apóstolo por escolha do Senhor,
discernida em Igreja orante,
ajuda-nos a criar um cultura vocacional,
que dê sentido à vida e mística à esperança,
sentindo-nos membros deste Corpo vivo, que é Igreja!

domingo, maio 13, 2018

 

Ascensão do Senhor – Nossa Senhora de Fátima, Dia Mundial das Comunicações Sociais


Pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo. (cf. Ef 1,17-23)

A Deus agrada a humildade dos seus servos.
A história da salvação é uma epopeia de humildes,
que se deixam trabalhar, acolhem a sua graça, 
escutam a sua Palavra e se tornam fieis executores da sua vontade!
Foi assim com Abraão, com Moisés, com David,
com os profetas, com Maria, com José…
E quando Deus encarna revelou ser humilde,
servo da vida, artífice da paz, mansidão misericordiosa!
Por isso, Deus exaltou e escolheu os humildes
para continuar a sua missão por meio da Igreja, seu Corpo!

Hoje confunde-se firmeza com agressividade;
considera-se a fidelidade como falta de iniciativa e de aventura;
chama-se empreendedorismo à luta pelo poder
e livre concorrência às guerras empresariais.
A arrogância e vanglória precisam de palcos,
de cadeiras alteadas, de pódios, de títulos, de deferências…
pois gostam de ser superiores aos outros e idolatrados.
A humildade não exige poder nem aclamações
porque sabe que a sua sabedoria é fraternidade e serviço,
a sua dignidade é dom, a sua paz é diálogo e perdão!

Senhor, contemplo-Te no Céu, cheio de glória e de poder,
e sinto-me agraciado pela  tua Luz,
quando o coração é movido pelo Espírito de sabedoria e de amor.
Como é belo servir-Te na humildade 
e ser membro do teu Corpo, em marcha missionária!
Nossa Senhora de Fátima, humilde Serva de Deus,
envolve-nos com a tua luz lunar
e ajuda-nos, em tudo, a dar motivos de alegria ao Senhor!

sábado, maio 12, 2018

 

Sábado da 6ª semana da Páscoa – B. Joana de Portugal


Apolo demonstrava pelas Escrituras que Jesus era o Messias. (cf. At 18,23-28)

O Espírito Santo inspira e ensina-nos a ler a Sagrada Escritura.
Toda a Bíblia caminha para Cristo e aponta para Ele,
nas promessas messiânicas duma fidelidade encarnada,
duma aliança eterna, dum Deus misericordioso,
dum Messias manso e servo, dum Deus salvador e próximo.
Apolo faz essa descoberta e anuncia-a com eloquência e humildade,
dispondo-se a aprender com “mais exatidão” o caminho do Senhor.
Somos sempre discípulos e missionários!

Muitos, embora saibam ler, nunca leram a Bíblia,
nem aprenderam a compreender as suas histórias e parábolas.
Falam do que ouviram dizer, opinam a partir de suposições,
e o que sabem é apenas o que aprenderam na catequese,
ouviram nas homilias e leram em algum livro de piedade.
Sem a leitura e a meditação habitual da Bíblia,
dificilmente se pode chegar à fé em Jesus, Messias e Filho de Deus.
Confiar Nele a nossa vida e rezar em seu Nome,
é acreditar que é Nele que os santos são santos,
e Ele não é apenas um dos muitos “santinhos” a quem posso recorrer!

Senhor, Pai santo que nos dás a mão,
por meio de Jesus, teu Filho e nosso Irmão por paixão,
louvado sejas pela história de salvação que fazes connosco.
Alimenta-nos com a tua Palavra, iluminada pelo teu Espírito,
para que aprendamos a ler a Bíblia na história presente
e a sermos discípulos e missionários do Caminho de Jesus.
É em teu Nome, Jesus, que queremos orar, amar,
viver, trabalhar, servir, anunciar e conhecer a alegria plena.
B. Joana, princesa, ensina-nos a servir e amar o Rei do universo!

sexta-feira, maio 11, 2018

 

6ª feira da 6ª semana da Páscoa


Certa noite o Senhor disse-lhe numa visão: «Não temas, continua a falar, que Eu estou contigo». (cf. At 18,9-18)

Deus é paciente e respeita os nossos ritmos.
Jesus sabe que a sua missão é semear,
mesmo se durante a noite outros semeiam joio,
que abafam a vida, enfraquecem a esperança,
e desesperam o tempo perante a perseguição e a traição.
Por isso, avisa os discípulos que a alegria da ressurreição
vem a seguir à tristeza da paixão e do “trono de gelo” da cruz.
A Paulo, anima dizendo, “Continua a falar! Eu estou contigo”!
A evangelização precisa de tempo, fé e persistência!

O tempo é um processo lento e confiante,
grávido de esperança, sem a ansiedade dos frutos imediatos!
Num mundo onde todos querem a magia dos frutos rápidos,
procuram-se números em vez de qualidade,
multidões eufóricas durante um dia,
em vez de discípulos vigilantes que sabem esperar a primavera,
a pastoral de eventos e de sacramentos
sem a pastoral do acompanhamento e do fortalecimento!
E quando não se conseguem frutos rápidos, desiste-se!

Senhor, obrigado pela paciência que tens tido comigo,
pela misericórdia com que me tens amado e acompanhado!
Continua a semear, a purificar, a podar, a enviar!
Que o teu Espírito nos ensine a imitar a tua paciência na missão,
e a compreender o que significa: 
“Aqueles que semeiam com lágrimas, vão recolher com alegria” (Sl 126)
Ajuda-nos a compreender a vida como um processo,
a missão como um acompanhamento amoroso,
a evangelização como um semear generoso,
a pastoral como um cuidar da semente germinada!

quinta-feira, maio 10, 2018

 

5ª feira da 6ª semana da Páscoa


Paulo juntou-se a eles e, como era da mesma profissão, fabricante de tendas, ficou em sua casa. (cf. At 18,1-8)

Deus chama-nos a ser missão
e a trabalhar pela nossa sustentação.
Somos missão pela fé e profissão por necessidade.
Paulo é apóstolo por chamamento do Senhor
e fabricante de tendas por necessidade de sobrevivência.
Profissão e missão não se opõem, mas completam-se.
Jesus é carpinteiro de profissão e Messias-salvador por missão!

Nem sempre é fácil conjugar profissão e missão,
principalmente quando a vida é absorvida 
unicamente pela cobiça de ter, de possuir, de consumir.
É esta idolatria do dinheiro que destrona a Deus
e tira tempo e energia para rezar, para amar,
para ter tempo para estar gratuitamente, 
para visitar e escutar solidões,
para anunciar o Evangelho da esperança,
para dedicar-se ao bem comum e à família!

Senhor, obrigado pelos dons que me dás
e pela a alegria do serviço e da evangelização.
Como é bom poder colaborar, pelo trabalho, 
na construção do mundo e na libertação da dependência!
Que grande aventura é, ao lado do trabalho,
poder colaborar na tua missão
e fazer a experiência de ser Cristo hoje e rasgar horizontes 
pela fé, pela oração e pela evangelização!
Ajuda-nos, Senhor, a ser missão, por meio do trabalho
e a ser profissão que provê a caridade e a nossa vida em Deus!

quarta-feira, maio 09, 2018

 

4ª feira da 6ª semana da Páscoa


É n’Ele que vivemos, nos movemos e existimos. (cf At 17,15.22-18,1)

Deus vive em nós, é a fonte da nossa existência,
a luz do nosso caminho, a oferta da nossa salvação!
Mesmo que nos afastemos Dele, Ele permanece próximo;
mesmo que vivamos como papagaios, 
Ele é a Palavra cujo Espírito ilumina e faz memória.
Tudo fala de Deus e proclama a sua glória,
mas se só escutamos a música que gostamos
e só nos entretemos com o ruído, não ouvimos o essencial!

Vivemos num mundo transformado pelo homem:
a cidade, a água engarrafada, o leite embalado,
a fruta e os legumes ensacados, o pão cozido…
Tudo nos fala do ser humano, tudo esconde o Criador! 
Tudo está à venda, mesmo o que é puro dom!
Fecham-se as persianas para que a luz seja artificial…
Mesmo quando se faz uma caminhada no campo ou no jardim,
prefere-se ir de ouvidos ocupados com música conhecida,
do que ouvir a sinfonia da natureza, num espetáculo de harmonia!
E o pior é quando o dom da natureza se torna lixo humano!

Senhor, vivemos em Ti, distraídos em nós,
cegos de horizontes, surdos de sentido,
errantes de esperança, míopes de coração!
Envia-nos a luz do teu Espírito e desperta-nos para a verdade,
nesta cidade transformada e embalada para que possa ser vendida!
Louvado sejas pelo dom do Teu Filho, Jesus Cristo.
Bendito sejas pelo dom do teu Espírito, 
memória e entendimento do Amor-Fontal!
Faz de nós testemunho e anuncio deste Amor divino!

terça-feira, maio 08, 2018

 

3ª feira da 6ª semana da Páscoa


O carcereiro pediu uma luz. (cf. At 16,22-34)

Deus envia o seu Filho para libertar os encarcerados.
Jesus é a luz que nos revela onde estamos,
o mal que nos fazemos, as feridas que esgravatamos,
em nós e nos outros, as profissões que escravizam.
Ele envia-nos o Espírito Santo para nos revelar a verdade,
com a doçura da esperança e a ternura do amor.
Quem segue Jesus pode fazer da noite aurora,
da prisão uma vigília orante e libertadora,
do carcereiro um bom samaritano que cura as feridas!

O Papa Francisco ensina que o tempo é superior ao espaço,
para nos dizer que o importante são os processos libertadores,
e não o controle dos resultados, movido pela eficácia do poder!
Na educação, no discernimento vocacional, na vida política,
na vida empresarial, na promoção da paz e da justiça…
é precioso dar tempo ao tempo quando a semente boa foi lançada!
A impaciência, o facilitismo, as alterações transgénicas, 
o pensamento único e retilíneo… conduzem à opressão, 
a sociedades fechadas sobre si mesmo, 
noites tristes e dias sem horizonte, na rotina da eficiência!

Senhor, dá-nos a luz do teu Espírito,
para que nos demos conta do que nos encarcera 
e contribui para ao encarceramento dos outros.
Liberta-nos de tudo o que nos tira a liberdade
e nos fecha a esperança, numa paralisia deprimida.
Ajuda-nos a fazer de todos os espaços um tempo de louvor,
um meio de vivência da fé, da misericórdia e da fraternidade,
um processo de escuta, de acolhimento e de evangelização.

segunda-feira, maio 07, 2018

 

2ª feira da 6ª semana da Páscoa


O Senhor abriu-lhe o coração, para aderir ao que Paulo dizia. (cf. At 16,11-15)

O Espírito da Verdade mete medo à mentira.
As trevas temem a Luz que denuncia, por isso, 
perseguem Aquele que é o Caminho a Verdade e a Vida!
O Pai e o Filho enviam-nos o Espírito da verdade e de fortaleza,
para que todos os que creem no Filho, 
permaneçam Nele e saibam ser Cristo em cada situação!
Quando falam do Evangelho, como Paulo,
é o Espírito que inspira e testemunha, 
e é o Senhor que abre o coração à fé e converte!
Pelo Espírito Santo, entramos na comunhão da Trindade!

Evangelizar não é uma operação de marketing,
onde brilham as novas tecnologias
e as técnicas aprimoradas de persuasão.
Evangelizar é fruto de um processo de acolhimento do Evangelho,
em que deixamos a Palavra encarnar e dar fruto,
e, com humildade, testemunhar a alegria de ser amado e perdoado,
sem medos, nem ansiedades de querer ver frutos rapidamente!
O importante é não esconder a Luz que nos ilumina,
o Pão que nos fortalece, a esperança que nos conforta,
a semente que frutificou e é preciso semear,
mesmo que a vida em perigo possa ficar!

Senhor, ajuda-me a ser fiel ouvinte do teu Evangelho
para poder ser fiel comunicador, conduzido pelo teu Espírito.
Ilumina e abre o coração de todos com quem comunico
e escreve direito nas linhas tortas com que escrevo o Evangelho, 
traduzido no quotidiano do tempo presente.
Faz de nós velas abertas ao vento do teu Espírito
e ajuda-nos a confiar o leme, que nos conduz,
ao Senhor que é o Caminho a Verdade e a Vida!

domingo, maio 06, 2018

 

6º Domingo da Páscoa - Dia da Mãe


Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. (1 Jo 4,7-10)

A alegria de Deus é amar e ensinar a amar.
A sua mestria não é teórica, mas história de salvação,
que envolve o Céu todo e faz do amor missão redentora.
O envio do Filho de Deus e do seu Espírito,
a nós criaturas corrompidas e desnorteadas,
é o sinal eterno de que Deus nos ama primeiro e sempre,
sem o cansaço do tempo e para além da traição da infidelidade.
Deus não faz acessão de pessoas, para Ele todos somos filhos,
e seremos seus amigos se vivermos em e como Jesus!

Cristo morreu, ressuscitou e permanece connosco,
não para que façamos apenas uns minutos a correr de oração
e depois passemos o dia todo indiferentes à sua presença!
Ele deixou-nos os sacramentos para alimentarmos a sua memória
e não apenas uns ritos de tradição, registados na rotina dum disco digital.
Ele ensinou-nos a amar a todos sem exceção
e não a vivermos para nós mesmos, 
em busca de uma interesseira relação.
Viver Nele, com Ele e como Ele é participar na sua missão!

Senhor, obrigado porque me amas e me ungistes, há 34 anos, 
como servo da tua Palavra e ministro dos teus sacramentos!
Obrigado pela mãe que me gerou para a vida e para a fé
e por tantas mães, principalmente a do Céu, 
que me ajudaram e ajudam a ser feliz e missionário!
Que o teu Espírito nos ensine a ser teus amigos
e a ir ao encontro de todos, sem exceção, 
para lhes dar a alegria de uma hospitalidade fraterna
e de uma esperança, que acolha o amor redentor de Cristo
e nos ensine a viver com o mesmo amor pacífico e misericordioso!

sábado, maio 05, 2018

 

Sábado da 5ª semana da Páscoa


Nas cidades por onde passavam, transmitiam as decisões dos Apóstolos e anciãos de Jerusalém. (cf. At 16,1-10)

O Espírito Santo conduz a Igreja de Jesus Cristo
de forma sinodal e apostólica, pacífica e libertadora.
Pela escolha de Jesus fomos separados dos carris do mundo.
Isso exige discernimento contínuo para situações  novas:
o que fazer no caso de Timóteo, filho de judia e de pai grego?
Para onde caminhar nos novos caminhos da missão?
Paulo e os companheiros tentam vários caminhos, sem acertar,
até que numa noite Paulo escuta o apelo dum macedónio
e passam para a outra margem, 
convencidos de que é o Senhor que os chama!

O mundo tem em vista a eficácia, o lucro e o poder.
Para alcançar estes objetivos do “sempre mais”,
montam-se carris de alta velocidade, arrasam-se os obstáculos
e  coloca-se a máquina a funcionar pelos caminhos do êxito!
Nesta corrida, não há lugar para a ecologia, nem para a justiça,
nem para a flexibilidade, nem para a compaixão,
nem para a humanização, nem para o mais frágil e diferente!
E tempo para escutar a Deus? É visto como perda de tempo
e receio de perder a eficácia do lucro e do poder!
“Ainda se Deus falasse logo e claramente!”

Senhor, obrigado porque me escolheste,
nesta paciência misericordiosa, 
que me quer transformar em discípulo missionário!
Estar no mundo sem ser do mundo é um desafio constante,
pois exige ousar a aventura de ser diferente,
discernir o novo, interpretar a tua vontade!
Que o teu Espírito nos ilumine e nos conduza,
nesta aventura da fé e nos liberte para a profecia! 

sexta-feira, maio 04, 2018

 

6ª feira da 5ª semana da Páscoa


Os Apóstolos e os anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã. (cf. At 15,22-31)

O amor de Deus gera filhos em todas as criaturas.
Jesus é o enviado deste Amor, a salvar a todos,
a ensinar a rezar ao “Pai nosso”, 
numa fraternidade sem fronteiras.
O Espírito Santo cria comunhão fraterna onde a diferença divide.
Por isso, o grande mandamento de Jesus é:
“Que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei!”

O verdadeiro discernimento é: 
o que parte da divisão para a comunhão,
do conflito violento para o diálogo,
da ofensa para o perdão,
da condenação para o acolhimento da pessoa como irmã
e da correção fraterna para a salvação do mal instalado.
O verdadeiro discernimento foge das generalizações,
dos preconceitos, das ideologias partidárias,
das lutas de classe, dos monopólios da verdade, 
do poder da violência, da injustiça assassina!

Senhor, a tua presença é amiga e redentora,
coração que sofre as nossas cegueiras e fraquezas,
pão que fortalece contra as tentações escravizantes.
Ilumina-nos com o teu Espírito numa vida discernida,
no silêncio pessoal que escuta 
e no diálogo comunitário que fraterniza.
Liberta-nos da tentação de julgar os outros e de os condenar,
por meio da murmuração e da humilhação,
da rejeição e da injustiça, da desistência e da indiferença.

quinta-feira, maio 03, 2018

 

S. Filipe e S. Tiago, Apóstolos


Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos. (cf. 1 Cor 15,1-8)

Conhecer Jesus é pôr-se a caminho de Deus.
Contemplar os seus sentimentos é conhecer o coração de Deus.
Por isso, Filipe, quando O encontra, 
anuncia-O a Natanael (Jo 1,43-45),
mostra-O aos gregos (Jo 12,20-22), 
interroga-se sobre a partilha solidária (Jo 6,5-7).
Tiago, filho de Alfeu e parente de Jesus,
dá a vida por Cristo em Jerusalém, 
onde foi uma das colunas da Igreja!
São ambos testemunhas da ressurreição do Senhor!

O cristianismo não é apenas uma doutrina que é preciso aprender,
mas é uma experiência de Jesus Cristo que é preciso fazer.
É uma experiência pessoal, mas que acontece em Igreja,
nada tem de subjetiva, intimista e individualista.
Quando se encontra a paz da misericórdia e da esperança,
sentimos a mesma comunhão de fé cristã,
que vem dos apóstolos e perdura na Igreja!
Se não nos revemos na experiência dos santos,
na Palavra de Deus e no magistério da Igreja,
então devemos colocar sob suspeita a nossa experiência de Deus!

Senhor, tenho sede de Ti, da tua paz plena de esperança!
Como Filipe quero acompanhar-Te, questionar-Te,
aprender a partilha e anunciar a tua Boa Nova.
Que o teu Espírito me conduza e me faça fiel até à morte.
Como Tiago, quero ser teu discípulo, sentir-me da tua família,
assumir as responsabilidades que me entregas,
ser ponte entre grupos em controvérsia
e alimento de comunhão na Igreja!
S. Filipe e S. Tiago, rogai por nós!

quarta-feira, maio 02, 2018

 

4ª feira da 5ª semana da Páscoa – S. Atanásio


Então os Apóstolos e os anciãos reuniram-se para examinar o assunto. (cf. At 15,1-6)

Jesus é a Vide que dá vida nova e salva.
Permanecer Nele e segui-Lo, seja de que casta for, 
é tornar-nos seus discípulos!
O sinal de pertença a Jesus não é circuncisão,
nem as leis alimentares do puro e do impuro,
mas os frutos do amor, da comunhão eclesial e da fé 
que fazem de muitos um só Corpo, 
de todos uma só fraternidade movida pelo Espírito Santo!

Os valores são eternos, mas as circunstâncias mudam,
por isso, precisam de diálogo orante e contemplativo da realidade,
em assembleias que buscam discernir os sinais dos tempos.
Também na Igreja há novidade e novidade,
uma que vem da acomodação outra que vem do Espírito!
Nem sempre é fácil de discernir a verdade das modas!
Hoje andam por aí grupos que se agarram ao anátema
para condenar tudo e todos os que não andam na linha do mesmo!
Há formas novas de família, fruto de fragilidades e novos ideais,
e há que discernir causas e vítimas, fidelidades e resistências!

Senhor, o teu amor nos acompanha e conduz,
neste emaranhado de caminhos e de cruzamentos,
que nos fazem correr, muitas vezes sem rumo!
Ajuda-nos a viver sempre abertos à novidade do teu Espírito,
dialogando e rezando em grupos de discernimento,
porque a vida da fé é uma aventura eclesial,
que enquanto caminha é que vai testando o Caminho!
S. Atanásio, defensor da fé em Jesus, Deus e Homem,
ajuda-nos a ser bons discípulos de Jesus, hoje!

terça-feira, maio 01, 2018

 

3ª feira da 5ª semana da Páscoa – S. José Operário


Qualquer que seja o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como quem serve ao Senhor. (cf. Col 3, 14-15.17.23-24)

Jesus é o Filho do Criador que se faz filho da criatura.
Aquele pelo qual tudo foi feito, torna-se colaborador do Criador, 
aprendendo com José a ser carpinteiro, 
a transformar a madeira informe em instrumento belo, útil e social.
Em José, Jesus encontra um bom mestre que dignifica o trabalho,
pois o faz de boa vontade e com alegria,
como quem serve a Deus quando serve os seus clientes
e colabora na sustentação da sua família!

Num mundo que idolatra o consumismo,
o trabalho é essencialmente para ganhar dinheiro
e poder consumir, gozar sensações, parecer grande!
Não ter emprego ou não ter salário adequado aos sonhos,
é viver triste, amargurado, marginalizado, revoltado…
Quando todos só pensam no dinheiro,
facilmente o patrão se torna injusto 
e o trabalhador se torna mercenário reivindicativo!
A fé também se manifesta e se purifica no trabalho!

Senhor, o teu descanso é trabalho de salvação
que confia em nós o cuidado da criação
e a continuação da missão redentora da humanidade!
Dá-nos a Sabedoria do Alto que nos faz ser livres,
justos, fraternos, artísticos, felizes na comunhão!
Que, como S. José, saibamos cuidar da família
como quem serve ao Senhor e louva o Criador!
Jesus, Filho de Deus que se faz carpinteiro por missão,
ajuda-nos a marcar o tempo com o coração em Deus!

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