domingo, setembro 30, 2018

 

26º Domingo do Tempo Comum


Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta. (cf. Num 11,25-29)

O Espírito do Senhor age onde quer e quando quer!
Nada nem ninguém tem a exclusividade dos seus dons!
A profecia habita na Igreja, mas o Espírito enche o Céu e a Terra!
A divisão, a intolerância, a agressividade, a negação do outro,
não vêm de Deus, mas do nosso espírito mesquinho
e exclusivista, que quer fazer da religião fragmentos privados! 
Deus é Pai de todos, Jesus é salvador de todos,
o Espírito inspira a todos o amor e a paz de Deus!
A Igreja tem a missão de ser referência qualificada de Cristo!

A profecia faz parte da natureza da Igreja!
Sem ela, a Igreja torna-se apenas numa instituição humana,
com uma organização milenar, de caráter religioso!
O desafio é ser Corpo de Cristo, animado pelo Espírito,
aberto ao novo do dom e da missão,
em vivência convertida, surpreendida com a obra de Deus, 
dentro e fora, nas pepitas de ouro que vão luzindo livremente!
Como é belo ver pessoas boas, sábias e pacíficas,
que se tornam património da humanidade,
sem serem exclusividade de ninguém!

Senhor, sei que nos amas a todos e isso nos basta!
Chamaste-nos a proclamar esta boa nova a todos,
como um serviço humilde e fiel, amável e cooperador,
capaz de fazer florir toda a beleza silvestre,
que o teu Espírito semeou em toda a terra!
Eu Te louvo, Senhor, por todas as pessoas boas,
que fora e dentro da Igreja fermentam um mundo melhor!
Eu Te peço perdão, Senhor, por todos os corações mesquinhos,
que em nome da religião, semeiam medo e intolerância!
Dá-nos os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus!

sábado, setembro 29, 2018

 

S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, Arcanjos


Milhares de milhares o serviam. (cf. Dan 7,9-10.13-14)

A alegria de Deus é a comunhão eterna.
O amor torna-se criativo num mistério insondável:
quantos irmãos teremos no Céu, na terra e no firmamento,
que ainda não conhecemos, mas unidos pela mesma fé, 
a mesma esperança, a mesma caridade, a mesma missão?
Os anjos são esses irmãos do Céu que nos ajudam no tempo,
para que a história seja santidade e serviço de louvor,
na luta contra o mal, no anúncio do Evangelho,
na missão de acompanhar, curar e aconselhar o próximo!

A vida é um mistério que nos escapa, 
mas que nos dá confiança e luz para o discernimento!
Não somos uma marioneta ao sabor de forças espirituais,
mas somos sujeitos de uma luta entre o bem e o mal,
entre egoísmo e o amor, entre a liberdade e a dependência,
entre o infantilismo agressivo e a maturidade da paz!
O desenvolvimento tecnológico não acompanhou o espiritual
e, por isso, o medo gera superstição, busca de soluções mágicas,
confiança em jogos de cartas e leituras de astros,
procura de amuletos e anjos, energias boas e benéficas!

Senhor, contemplo-Te na aurora do dia 
e maravilho-me com a grandeza infinita do teu coração!
Como é belo e grandioso o que não vejo,
mas que Te ama e serve na missão do teu Filho e do teu Espírito,
em salvar toda a criação, “assim na terra como no Céu”!
S. Miguel, ensina-nos a identificar e a vencer o mal,
a testemunhar “Quem como Deus”, grande na santidade?
S. Gabriel, ensina-nos a ser mensageiro do projeto de Deus,
a chamar os escolhidos, porque “Deus é a minha força”!
S. Rafael, ensina-nos a acompanhar os sem esperança,
a ser “Medicina de Deus”, pelo conselho e libertação!

sexta-feira, setembro 28, 2018

 

6ª feira da 25ª semana do Tempo Comum


Tudo tem o seu tempo, tudo tem a sua hora debaixo do céu. (cf. Co 3,1-11)

A vida tem o dinamismo de um ser vivo,
está sujeita ao ritmo previsível do tempo
e à surpresa dos tempos e do crescimento!
A vida é por isso um mistério com o seu ritmo,
as suas etapas, os seus encontros e desencontros,
como uma escola em movimento a aprender a viver!
Feliz de quem encontrou um bom Mestre
e se tornou um humilde aluno deste Emanuel chagado!

Hoje, talvez por interesses comerciais,
quiseram-se democratizar os sonhos e nivelar os percursos,
numa velocidade sem etapas, em busca de frutos sem floração!
A produção agrícola e animal tornou-se industrial:
é necessário produzir rápido, introduzir velocidade na maturação,
mesmo que se tenha de alterar a genética e incluir produtos nocivos!
Prefere-se o eucalipto às espécies locais, porque cresce mais rápido!  
Entregam-se às crianças instrumentos eletrónicos, 
que, embora os saibam manusear melhor do que os pais,
lhes faltam os critérios e a liberdade para os saber usar!
Reconhece-se aos adolescentes viverem um namoro como casados,
sem maturidade afetiva, nem consciência das consequências…!

Senhor, que permaneceste 30 anos em Nazaré, na escola de ser humano,
ajuda-nos a aprender a viver sem pressas, nem impaciências, 
como quem saboreia o caminho e alimenta o horizonte!
Que o teu Espírito nos ensine no pecado a acolher a misericórdia,
e nos ajude na graça e felicidade a viver na humildade!
Da-nos a sabedoria do “seu a seu tempo” sem nos acomodarmos,
de sermos peregrinos do mistério sem desesperarmos,
de sermos aprendizes da santidade sempre a recomeçar,
de permanecermos em paz quando o silêncio espera a Palavra,
de não desistirmos do irmão que falha e mente!

quinta-feira, setembro 27, 2018

 

5ª feira da 25ª semana do Tempo Comum – S. Vicente de Paulo


«Vede que isto é novidade» (cf. Col 1,2-11)

O novo vem do mistério de Deus,
revelado numa história que parece cíclica,
mas que vai madurando em misericórdia e santidade!
Cristo é buscado à luz do passado,
mas o seu mistério deve ficar aberto à luz do seguimento!
Só o amor, em discipulado permanente, se torna caminho 
que vislumbra o mistério da novidade sempre nova,
surpreendida num Servo que ama para além da cruz!

A busca da novidade é o motor do mercado!
A inovação ganha dinheiro, atraia experiências,
estimula os sentidos, concretiza sonhos,
alimenta o consumo, põem-nos em velocidade de cruzeiro!
A novidade deve ser efémera, criar clímax instantâneo,
ser criativa, quebrar a rotina, ter marca registada, 
estar à mão mesmo que seja virtual e em 3D!
A novidade é superficial, massificante, compulsiva...
por isso, quando a lentidão nos faz pensar, escuta-se o vazio,
sente-se a seca, tem-se medo do futuro, sente-se o nada! 

Senhor, mistério sempre oculto e sempre novo,
quanta beleza por contemplar, quanto amor desperdiçado,
quanto perdão recusado nesta vaidade alimentada!
Ensina-nos a contar os dias da nossa vida,
a discernir a novidade que nos distingue e faz homem novo,
à imagem do Emanuel, fonte de bênção e de salvação eterna!
S. Vicente de Paulo, homem novo com olhar fraterno,
ensina-nos a buscar a novidade da caridade servida com generosidade!

quarta-feira, setembro 26, 2018

 

4ª feira da 25ª semana do Tempo Comum


Toda a palavra de Deus é comprovada, é um escudo para quem n’Ele se refugia. (cf. Prov 30,5-9)

Somos fruto da Palavra que cria, guia, cura e salva!
A Palavra se faz aliança, encarna Criança, 
anuncia esperança, crucifica a morte, acorda Vida!
A Palavra é pão de cada dia, leveza de peregrino,
anúncio que envia e que chama a ser pura Palavra e vida!
A Palavra conjuga-se: escuta, fidelidade, seguimento e anúncio!

Na cultura de hoje a ambição vai de mãos dadas com a opinião.
Vive-se o hoje com a ambição do poder eterno,
o sucesso e a riqueza com a arrogância ateia,
o fracasso momentâneo buscando a boia da fraude e do roubo,
a opinião pessoal com a exigência democrática da verdade…!
E a palavra tornou-se volúvel e caduca:
a opinião ou promessa vociferada agora
pode ser o contrário ao virar da esquina do relativismo!

Senhor, sento-me à escuta da tua Palavra
e, no meio de tantos ruídos e propostas miraculosas,
ouço a Voz frágil e desnuda que me convida:
“Queres ser meu amigo? Então  parte de ti e vem a Mim, 
indo aos outros como Evangelho encarnado,
Palavra que escuta e inspira esperança,
jornada que amanha comunhão e semeia discipulado!”
Senhor, dá-nos a coragem de rezar como nos ensinaste:
“Pai nosso, venha a nós o teu Reino,
dá-nos o pão de cada dia 
e o dom do teu coração misericordioso 
que cura a ofensa e a mentira da incoerência embrulhada!”

terça-feira, setembro 25, 2018

 

3ª feira da 25ª semana do tempo Comum


Aos olhos do homem todos os caminhos parecem retos, mas o Senhor é que pesa os corações. (cf. Prov 21,1-6.10-13)

Pela criação todos somos filhos de Deus,
mas podemos viver longe e de costas viradas para Deus!
Fomos adotados por Jesus como membros do seu Corpo,
resta-nos agora adota-Lo como Mestre e Senhor,
escutando-O, contemplando-O, seguindo-O!
É a sua Palavra e o seu Espírito que nos ajudam a discernir 
o que é bom e que é mau, o que é reto e o que é injusto,
o que é santo e puro do que é pecado e insensatez!

Fizeram-nos pensar: só serei livre se puder fazer tudo 
o que o sonho desejou ou a necessidade sentiu!
Por isso, desinveste-se na educação de valores,
na formação da consciência, na ascese e auto-domínio,
no discernimento e meditação, na libertação das dependências!
Prefere-se praticar o politicamente correto sem o ser, 
dar a impressão que tudo se pode fazer
logo que se faça de forma segura, sem riscos futuros!
Em vez de investir no auto-domínio investe-se
na bebida sem álcool, no café sem cafeína, na bebida light,
na comida sem calorias, no sexo seguro, no aborto legal…

Senhor, balança de amor que nos adotaste com o filhos e irmãos,
pesa o nosso coração e ajuda-nos a perceber o que é fardo inútil,
que nos impede de caminhar e de ser livres para amar e seguir-Te!
Ajuda-nos a adotar a tua Palavra com luz dos nossos passos,
o teu Espírito como balança do que é santo e bom,
a tua Igreja como Corpo onde nos descobrimos missão!
Dá-nos coragem para fazer um bom exame de consciência,
que saiba podar o que não presta e cuidar do que dá bom fruto!

segunda-feira, setembro 24, 2018

 

2ª feira da 25ª semana do Tempo Comum


Os sábios alcançarão a glória, mas os insensatos receberão a ignomínia. (cf. Prov 3,27-34)

A sabedoria do Senhor é luz que ilumina a verdade!
O amor move o coração para a justiça, a humildade e a retidão!
Insensatez é querer ser luz escondida, sepulcro caiado,
árvore sem fruto, fonte fechada, sal sem sabor,
mansidão violenta, misericórdia empedernida! 
Jesus é a sabedoria de Deus, Luz que se entrega totalmente!

A sabedoria é muitas vezes confundida com esperteza!
A esperteza investe no saber viver, fundado na mentira,
na compra do silêncio, na corrupção, na violência,
no roubo, na injustiça, na infidelidade, na fanfarronice!
A sabedoria é justa, humilde, generosa, afável,
verdadeira, coerente, pacífica, confiante, misericordiosa…!
A insensatez, mais tarde ou mais cedo, revela-se podre,
presente envenenado, produto bem decorado mas vazio!

Senhor, A luz da tua misericórdia conhece o meu íntimo
e revela-me o que escondo, quando o que escondo não é bom!
Obrigado porque não nos abandonaste na nossa insensatez,
mas nos guias com a tua Palavra e conduzes com o teu Espírito
à verdadeira conversão que cura as raízes e dá bons frutos!
Faz de nós luz do mundo pelo testemunho e pela evangelização!

domingo, setembro 23, 2018

 

25º Domingo do Tempo Comum


Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções. (cf. Tg 3,16-4,3)

Jesus revela-se sabedoria de Deus que desceu
e caminha connosco, como paz que brilha nas trevas.
É uma Palavra difícil de compreender 
para quem vive na competição e na rivalidade,
na ambição de grandezas e poderes de domínio!
Ser como a criança, frágil como cordeiro no meio de lobos,
é o desafio da paz e da justiça sem armas mortíferas!

Fomos educados para ser competitivos,
aguerridos numa guerra silenciosa e fria,
alimentando a ambição de ser poder e dominar!
O medo de ser pequeno é o motor de muitas vidas!
O populismo é a forma moderna de ser poder,
sem justiça, instável, fanfarrão, egocêntrico! 
Assim, o ídolo mais ambicionado é o dinheiro e o poder,
a inveja e a rivalidade entram nas famílias e comunidades,
a murmuração e os julgamentos são o assunto normal das conversas,
a paz e a alegria são bens escassos e induzidos!

Senhor, Sabedoria do alto, tão grande e tão frágil!
Como podes ser tão forte e tão manso no ultraje da cruz?
Com podes continuar a brotar misericórdia no deserto da injustiça?
Dá-nos, Senhor, a sabedoria da paz e a liberdade do amor,
para que não façamos da vida uma guerra de poder,
mas aprendamos o que realmente tem valor e permanece!


sábado, setembro 22, 2018

 

Sábado da 24ª semana do Tempo Comum


Semeado como corpo natural, ressuscita como corpo espiritual. (cf. Cor 15,35-37.42-49)

A vida é um mistério de salvação,
quando nos tornamos campo acolhedor
da semente que desce do Céu, Jesus e o seu Espírito!
A morte revela a semente em que nos tornámos
e a ressurreição germina a imagem do corpo que praticámos!
Quem segue Jesus, animado pelo Espírito Santo,
ressuscita corpo glorioso, à imagem da Páscoa de Jesus!


A vida é uma sementeira que se torna semente!
Somos semeados por muitos semeadores 
como campo à beira do caminho, sem critério de avaliação!
Aceitamos tudo no ecrã da publicidade, da ideologia, 
do estético, do erótico, dos sonhos, da moda…
E habituámo-nos a ser campo inculto,
que deixa crescer tudo, sem monda nem objetivos!
O resultado é uma vida onde a síntese é o nada,
porque múltiplo, jardim de ervas daninhas e bravas!

Senhor, contemplo-Te corpo glorioso e vivificante
e olho-me corpo natural, parto difícil para o teu Espírito!
Semeia em nós a tua Palavra e configura o nosso ser
à imagem do teu Corpo na mesa da Eucaristia!
Semeia misericórdia e conversão no sacramento da Reconciliação,
para que o pecado não abafe a vida nova da graça!
Faz de cada um de nós sementeira de amor e de esperança,
presença de vida em Cristo, que gera vida à nossa volta!

sexta-feira, setembro 21, 2018

 

S. Mateus, Apóstolo


Para a edificação do Corpo de Cristo, até que cheguemos todos à medida de Cristo. (cf. Ef 4,1-7.11-13)

A missão de Deus é salvar os que andam perdidos,
os que andam à volta de si mesmos, 
estonteados de insensatez e dependências!
O Senhor vai à frente daqueles que envia em missão,
e chama os cobradores a serem dispensadores de graça!
Cada um tem a sua vocação 
nesta missão de edificar o Corpo de Cristo!
Cada um deve ser membro ativo deste Povo santificador
para que cheguemos todos à medida de Cristo!

S. Mateus fez da sua casa a Casa de Cristo!
À sua mesa havia lugar para o seu Salvador,
mas também para aqueles que ele quer que Cristo salve!
A sua casa é hospitalidade de missão
onde a impureza é purificada e o sacrifício é misericórdia!
A Igreja não é uma casa de santos e intocáveis,
mas uma casa aberta onde os pecadores aprendem a ser santos!

Senhor, louvado sejas porque cada dia nos dizes: “segue-Me”!
Desculpa as vezes em que substituímos a mesa da hospitalidade
pela mesa de cobrança ou a banca de venda!
S. Mateus, ensina-nos a escrever o Evangelho hoje
em linguagem de testemunho nas nossas famílias e comunidades.
Que este ano missionário que se aproxima
seja acolher e partir em missão misericordiosa e libertadora,
para que todos (sem deixar ninguém para trás)
cheguemos à medida de Cristo na entrega e santificação!

quinta-feira, setembro 20, 2018

 

5ª feira da 24ª semana do Tempo Comum - SS. André Kim Taegon, presbítero, Paulo Chang Hasang, e Companheiros


Pela graça de Deus sou aquilo que sou. (cf. 1 Cor 15,1-11)

A graça de Deus é, foi e permanece!
Nós não somos mérito, pois já fomos muita coisa na vida,
mas somos fruto da misericórdia, chamamento gratuito,
abortos que foram salvos pelo Senhor
e destinados a ser administradores da graça!
É pela fé que vamos, humildes que fazem do dom amor!

A graça de Deus não se alcança, mas acolhe-se e agradece-se!
Ou a pomos a render de forma generosa e eucarística
ou a guardamos para nós, de nariz empinado e soberbo,
achando que tudo nos é devido e nós nós nada devemos!
Somos dom dos nossos pais, mas às vezes não lhe somos gratos!
Nascemos dom num planeta que maltratamos!
Somos dom da fé que não vivemos nem anunciamos!
Somos dom de perdão que não damos quando ofendidos!

Senhor, tudo é dom no meu ser: a vida, a vocação,
as capacidades, a saúde, o perdão, a missão…
Repetidas graças Vos dou pela fonte de amor e de graça,
recebidas em Igreja, ó Pai, Filho e Espírito Santo!
Dá-nos um coração agradecido e disponível, 
para Vos louvar em cada dia, fazer da vida Eucaristia
e da Eucaristia a celebração comunitária da tua Páscoa,
que alimenta a missão e a compaixão misericordiosa,
como lírios do campo em pleno Inverno!
Santos mártires da Coreia rogai por nós!

quarta-feira, setembro 19, 2018

 

4ª feira da 24ª semana do tempo Comum


Vou mostrar-vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo: a caridade! (cf. 1 Cor 12,31-13,13)

Deus é amor e quem ama conhece a Deus.
Jesus é o caminho perfeito do amor,
que dá a vida pela salvação dos que O matam!
O Espírito Santo inspira sentimentos de amor
e vence em nós a incoerência e o egoísmo,
o ressentimento e o rancor, a indiferença e a guerra!
No caminho da santidade o “fazer” supõe o “ser” amável!

A fragmentação é uma estratégia humana
para não nos implicarmos totalmente em algo.
O gosto pelo virtual e pelo comando na mão,
vem da possibilidade de ligar-nos 
e desligar-nos quando queremos.
A oração reduz-se a fragmentos de tempo,
as manifestações de caridade a fragmentos do horário,
as visitas e o voluntariado a fragmentos limitados…
o resto do tempo é “para nós” com direito a férias de tudo!

Senhor, nascemos do Amor, movemo-nos no Amor,
e ou tendemos para o Amor ou morreremos gelados de solidão!
Conduz-nos com a Luz do teu Espírito,
o bordão do teu Evangelho e o alimento do teu Pão,
para que o seguimento seja pleno e verdadeiro,
amor sem mancha, nem reservas, nem condições! 
Ajuda-nos a crescer até à tua estatura de santidade!

terça-feira, setembro 18, 2018

 

3ª feira da 24ª semana do Tempo Comum


Vós sois o corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte. (cf. 1 Cor 12,12-14.27-31a)

Deus visitou o seu povo nas pessoas de Jesus e do Espírito Santo.
Ele compadece-se de nós e nos dá uma nova vida,
unidos pelo Espírito Santo, como membros do seu Corpo!
O Corpo vivo de Cristo é hoje a sua Igreja 
e nós os seus membros, cada um com o seu ministério e o seu dom!
Somos todos iguais em dignidade, unidos na mesma fé e missão,
mas diferentes na vocação, nos carismas 
e na forma de contribuir para o bem comum!

Quando digo: “eu sou cristão, mas não me sinto em Igreja”,
é como se quiséssemos estar num corpo como um tumor!
A fé é pessoal, mas a sua vivência é comunitária,
pois conduz-nos à paternidade fontal de Deus-Pai,
à fraternidade global de Deus-Filho
e à comunhão orgânica e harmoniosa de Deus-Espírito Santo!
O individualismo e a insensibilidade baseados na fé,
afasta-nos de Cristo e faz de nós ovelhas sem Pastor! 

Senhor, como é bela e diversificada esta Família-Igreja,
onde todos participamos da mesma graça e da mesma fé, 
cada um com a riqueza única dos seus dons,
mas todos unidos pelo mesmo Espírito e Missão!
Quando cada um de nós peca enfraquece toda a Igreja,
quando cada um é fiel na santidade fortalece toda a Igreja!
Que o teu Espírito nos ajude a ser membros vivos da teu Corpo,
e a Eucaristia alimente a nossa vocação como discípulos e missionários!

segunda-feira, setembro 17, 2018

 

2ª feira da 24ª semana do Tempo Comum


Fazei isto em memória de Mim. (cf. 1 Cor 11,17-26.33)

A liturgia cristã não são meros ritos religiosos,
são encontros da comunidade para celebrar a memória do Senhor!
Fazer memória de Jesus não é um simples recordar,
mas trazer ao coração para que, pela ação do Espírito,
se torne vida na nossa vida e saiamos memória de Cristo!
Pela escuta da Palavra alimentamos o discipulado,
pela comunhão do seu Corpo fortalecemos em nós a sua missão!
É pelos frutos da Eucaristia na comunidade e em cada um,
que vemos se a celebração foi proveitosa ou não!

A celebração da missa supõe o reconhecimento 
de cinco formas de presença do Senhor
que levam a cinco formas de fazer memória de Cristo:
a presença de Cristo no irmão e na comunidade;
a escuta da Palavra de Deus e da homilia em Igreja;
a presença de Jesus na consagração do Pão e do Vinho
que renova connosco a sua aliança eterna 
e recebemos em comunhão e ação de graças;
a presença do Bom Pastor na pessoa do presidente da celebração;
o envio do Senhor em missão para continuar a sua memória na vida!

Senhor, eu não sou digno de que entres na minha morada,
mas diz uma só Palavra e a minha vida se tornará salvação!
Faz de nós memória viva de Cristo hoje,
na forma como celebramos a tua Páscoa,
como sentimos e alimentamos as relações,
como servimos a caridade e construimos a paz,
como anunciamos o Evangelho e testemunhamos a fé!
Ajuda-nos a fazer proveitosas as nossas Eucaristias!

domingo, setembro 16, 2018

 

24º Domingo do Tempo Comum


A fé sem obras está completamente morta. (cf. Tg 2,14-18)

Deus é amor e o amor não se impõe, dá-se e acolhe!
O amor é realista e, por isso, segue fiel,
mesmo quando a aliança sofre de infidelidade,
e a relação é um teste à paciência e à esperança!
O Servo de Javé confia no Senhor,
mesmo quando o exílio dói e sabe a noite
e a aurora da libertação e da paz tarda em despontar!
Jesus é o Messias quando cura e salva,
mas também quando é perseguido, torturado e morto!

A fé não é um ato intelectual, um saber inócuo sobre o divino,
mas um seguimento confiante de Alguém em quem confiamos!
Dizer que é cristão e não pratica a caridade e a liturgia,
é como dizer que é agricultor e não cultivar nada!
Dizer que acredita em Deus e só faz o que lhe apetece
é querer ser messias sem assumir a sua cruz de cada dia,
sobre carregando os outros com a sua cruz!
Dizer que “tem a sua fé” e não a celebra com os irmãos em Igreja,
é como ser membro de uma família e não se dar com ninguém!
A fé é um rumo de vida que conduz e guia o nosso agir!

Senhor, dou-me conta que ainda sigo muitos mestres na vida,
conforme as conveniências e o grau de ambição!
Perdoa-me, pois apesar de seres uma Pessoa importante,
ainda não és o único nesta alameda de tronos em que vivo!
Aumenta a nossa fé, abre-nos os ouvidos da confiança
e dá-nos o discernimento que faz de nós canal da graça!
Liberta-nos da incoerência do individualismo,
que anestesia a sensibilidade e a compaixão,
endurece a misericórdia e infideliza o louvor!

sábado, setembro 15, 2018

 

Nossa Senhora das Dores


Aprendeu a obediência no sofrimento. (cf. Heb 5,7-9)

A ambição levou à desobediência de Adão e de Eva!
Cristo, pela fidelidade provada no sofrimento e na injustiça,
gerou uma nova humanidade, obediente e forte a toda a prova!
Maria é a Mulher-imagem desta nova humanidade,
gerada pelo Filho que Ela gerou
e moldada pela obediência fiel no jardim do Calvário!
A Igreja, como Maria, deve ser o discípulo predileto,
que segue fielmente Jesus e sofre com Ele na Cruz!

A fuga ao sofrimento leva à desobediência e à infidelidade!
O incómodo do diálogo orante incontrolável
leva ao monólogo imparável e rápido
e à fuga do silêncio de escuta e à intimidade prolongada!
O mal-estar de crescerem juntos no matrimónio,
leva ao ajuntamento sem namoro
e ao rodopiar afetivo sem compromisso estável!
O desconforto de ter e de educar um filho
leva muitos casais a optarem pelo prazer sem fecundidade!
O medo da injúria ou da ironia pública
leva muitos a calar o testemunho missionário!

Senhor, quantas vezes desobedeci à voz da consciência,
com medo do sofrimento, optando pelo mais fácil!
Que o teu Espírito nos dê o dom da fortaleza
para que sejamos uma Igreja profética e coerente,
humilde e santa, obediente e fiel na oração, 
perseverante na caridade e na missão!
Maria, Mãe fiel da nova humanidade em Cristo,
ajuda-nos a ser fortes e fieis, apesar do sofrimento e da rejeição!
Como Tu, queremos sofrer com Cristo 
para sermos glorificados com Ele!

sexta-feira, setembro 14, 2018

 

Exaltação da Santa Cruz


Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado. (cf. Num 21,4b-9)

O coração de Deus está unido eternamente a nós,
na saúde e na doença, na fidelidade e na infidelidade,
na santidade e no pecado, na vida e na morte!
A injustiça da cruz revela a justiça de Deus,
no Inocente condenado, exalando misericórdia!
Olhar para a cruz de Cristo, unindo a terra ao Céu
e abraçando o mundo envolto em trevas, 
é ver-nos armados pela Fonte do Amor que não seca,
cheios de fé e de esperança, confiando na eternidade!

A secularização consumista transformou a cruz 
num objeto de adorno ou de luta contra o cristianismo.
Por outro lado, procura-se retirar dos espaços públicos 
todas as cruzes, todos os sinais específicos do cristianismo.
Hoje a cruz pode chamar-se falso testemunho,
assédio moral ou sexual, violência doméstica,
exploração dos mais frágeis, enganos que criam dependências…
Evitar olhar a Cruz de Cristo crucifica a esperança
e cega a injustiça, gerando a revolta anárquica!

Senhor, contemplo-Te olhando-nos do alto da cruz,
que alimentamos com as nossas teimosias egoístas!
Perdoa as vezes em que a inveja, a ganância e o medo,
crucificam irmãos inocentes e fazem da vida uma tortura!
Vence em nós a insensibilidade à dor do outro
e ajuda-nos a amar sempre, mesmo na injustiça!
Ensina-nos a saber o que significa: 
“tomar a nossa cruz todos os dias e seguir-Te!” 

quinta-feira, setembro 13, 2018

 

5ª feira da 23ª semana do Tempo Comum – S. João Crisóstomo


A ciência envaidece, ao passo que a caridade edifica. (cf. 1 Cor 8,1b-7.11-13)

A sabedoria de Deus é amor criativo,
compaixão misericordiosa, graça generosa,
paternidade universal, doação redentora!
Jesus é a proximidade divina no humano
que revela o coração de um Deus 
que não desiste de nos amar!
Ser seguidor deste Messias e Senhor,
é aprender amar sem medida até aos inimigos
e a dar-se gratuitamente a quem não retribui!

A ciência, sem amor, cria divisão e soberba, 
marginalização e segregação!
A classe culta cria uma linguagem própria,
gosta de fazer sentir um olhar sobranceiro sobre os incultos,
envaidece-se dos seus títulos e publicações,
humilha o analfabeto e o menos culto!
Na Igreja, também aparecem os que se chamam doutores,
que depreciam a ingenuidade da religiosidade popular,
faltando muitas vezes à caridade, que é o coração da fé! 

Senhor, que bela e misericordiosa é a tua ciência,
que brota bondade e diversidade, paciência e salvação!
Perdoa, Senhor, o mercado de relações em que nos perdemos,
quando a memória se torna ressentimento 
e a fonte se especializa em poço circular de reservatório:
dou para que dês, não dou a quem não me pode devolver,
amo a quem me ama, odeio a quem me odeia!
S. João Crisóstomo, boca de ouro na evangelização,
ensina-nos a ser misericordiosos como o Pai do Céu!

quarta-feira, setembro 12, 2018

 

4ª feira da 23ª semana do Tempo Comum


De facto, o cenário deste mundo é passageiro. (cf. 1 Cor 7,25-31)

O mistério da vida tem fonte e meta, sem hora marcada!
É uma peregrinação rumo ao Santuário, cuja torre não se vê, 
mas que a qualquer momento se torna Encontro!
Neste cenário passageiro, não adianta carregar riquezas pesadas,
nem buscar morada permanente pela fuga da dor e busca da fama,
mas é bom ser livre para amar, disponível para fazer feliz,
forte para ser profético, fiel para ser justo!

A vida sedentária que levamos tira-nos a consciência do transitório.
Talvez por isso, tenha tanta atração a peregrinação,
o passear, o ginásio, as férias longínquas do habitat!
Mas tudo isso, é integrado na vida como fragmentos,
experiências extraordinárias compradas 
a acrescentar ao normal sedentário!
É a felicidade do instante, vidas que se pretendem prolongar,
reduzidas ao comer e ao beber, sentir o prazer e acumular,
com o coração obeso de egoísmo e olhar míope,
e vontade aligeirada, em fuga do sofrimento e do esquecimento!

Senhor, é pela promessa que vamos e confiamos,
mesmo se é de noite e o andar é coxo e vacilante!
Deambulamos entre o possuir e o ser leve,
para caminhar e ser feliz pelo que somos 
e não pelo que possuímos e usufruímos!
Dá-nos um coração livre para Te seguir 
e a sabedoria da felicidade 
que permanece e prepara o Encontro, 
a partir do provisório destes encontros na fé e no amor!


terça-feira, setembro 11, 2018

 

3º feira da 23º semana do Tempo Comum


Fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus. (cf. 1 Cor 6,1-11)

Deus enviou o seu Filho para salvar o mundo!
A sua proximidade compassiva toca a nossa perversidade,
denuncia o mal e dá a oportunidade de ser tocada e curada.
Chama o gérmen de um novo Povo de Deus nos doze apóstolos,
para continuarem a sua missão redentora da história!
Esta missão continua, pois até entre os seus discípulos há rixas!

A vida cristã é feita de opções permanentes!
Não basta um dia termos sido batizados, recebido o Crisma,
confessar-nos periodicamente, participar na Eucaristia, 
casar-nos na Igreja ou ser ordenados no ministério…
em cada momento e na hora da tribulação é preciso agir como Cristo
e segundo as moções do Espírito Santo!
Querer ser “cristão” de nome, mas continuar a agir como não cristão,
não faz de nós herdeiros do Reino, seguidores de Cristo!

Senhor, desperto e revela-se a Glória que durante a noite me embalou!
O teu Espírito denuncia com mão amiga 
a injustiça que vai rebentando nos meus membros!
Quanta conversão na língua, no olhar, no escutar, no tocar, no saborear…
O caminho é longo, não porque a distância é grande,
mas pelo ziguezaguear da minha infidelidade,
pelo adormecer da minha missão, pelo rodopiar dos meus interesses!   
Ajuda-nos a ser peregrinos da graça que brota do teu Filho
e do teu Espírito, para que a nossa fidelidade se torne evangelizadora!

segunda-feira, setembro 10, 2018

 

2ª feira da 23ª semana do Tempo Comum


Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa? (cf. 1 Cor 5,1-8)

Cristo é o Pão ázimo que inicia uma nova Páscoa!
É o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo,
o Sábado do oitavo dia, que veio para fazer o bem,
curar o que está tolhido, colocar o próximo no centro!
Quem se alimenta deste Pão Ázimo na festa do Cordeiro,
deve deixar-se purificar do fermento velho
da malícia e da perversidade, 
do mau testemunho e da mentira!

O tempo em que vivemos é de tolerância a tudo o que gosto
e de intolerância ao que é diferente e ao que não dá interesse!
Todos os caprichos e tendências se batem por direito de cidadania!
Ao princípio, alguns encolhem os ombros dizendo:
“agora é assim o que devemos fazer!”,
mas aos poucos vão-se conformando ao “agora é assim!”
O individualismo é um fermento que contagia a quase todos
e faz da cidade um amontoado de gente solitária
e a viver em relações virtuais, sem calor e de mão paralisada!

Senhor, aproximo-me de Ti, Pão Ázimo da vida nova,
escuto-Te e comungo-Te, mas custa-me deixar o fermento velho!  
Estou na tua presença, mas a mão do louvor custa a elevar-se 
e a mão do encontro encurva-se sobre si mesma.
Ajuda-nos a ser proféticos sem perdermos a firmeza da ternura
e a sermos fermento de vida e de alegria!
Liberta-nos da paralisia da indiferença e da insensibilidade!

domingo, setembro 09, 2018

 

23º Domingo do Tempo Comum


Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos. (cf. Is 35,4-7a)

Deus criou tudo belo e bom
e colocou-nos como cuidadores da criação, 
instruindo-nos com a sabedoria da harmonia e da paz.
Mas os cuidadores perderam a acuidade do Alto
e só se ouviam a si mesmos, numa teimosia cega!
O Filho de Deus veio recriar uma nova humanidade,
que ouve, vê, sente, cheira, saboreia e toca como discípulo 
e fala como profeta, Servo do Evangelho!

A cegueira da cobiça distorce a realidade,
concentra-nos na aparência, ignora o que exige generosidade!
A surdez do interesse só se escuta a si mesmo,
tornando-o escravo das suas necessidades e caprichos!
A língua do diálogo fica raquítica,
dando lugar à língua da murmuração e do insulto,
como instrumento de fanfarronice e arma de ataque!
Quão belo e bom é quando a escuta é livre,
a visão é profunda, a linguagem é terna
e o toque é mão amiga que abençoa e eleva!

Senhor, liberta-nos da cegueira da fé
e da surdez da obediência, para que Cristo seja tudo em nós!
Que o teu Espírito nos ensine a comunhão na diferença,
o diálogo no desencontro, o perdão na infidelidade,
o louvor na força da vida e a prece no infortúnio!
Que o “Efatá” do Batismo se atualize em nós, 
na escuta da Palavra e no olhar o Céu com confiança,
e no “vai em paz”da Reconciliação e da Eucaristia! 

sábado, setembro 08, 2018

 

Natividade da Virgem Santa Maria


Àqueles que predestinou, também os chamou. (cf. Rom 8,28-30)

Deus é o Senhor da história,
embora a história pareça andar de costas viradas para Ele!
Bastou uma mulher virar-se para Ele,
escutar a sua voz e dizer sim ao seu projeto,
para que a história mudasse de eixo
e o Filho de Deus pudesse anichar-se na história!
Celebramos o nascimento da Virgem que foi Mãe
e permanece Mãe da Igreja e de todos os filhos dispersos!

Quando Deus gera um novo ser, chama-o a associar-se à sua missão.
O dom da vida é uma vocação a ser colaborador de Deus, 
cada um segundo o seu chamamento!
Viver a vida à deriva das circunstâncias e dos caprichos,
é perder a identidade, vaguear sem rumo,
como buraco negro a sorver emoções e ambições!

Senhor, nós Te louvamos por Maria,
a humilde serva que se esvazia de si pelo seu sim,
para que Tu a possas encher da tua Palavra 
e a Virgem se torne em fecunda Arca da Aliança!
Bendizemos o teu nome, ó Mãe do Céu,
que continuas a ser Serva da salvação,
que apontas para teu Filho, a Porta do Encontro!
Nós Te louvamos Senhor, 
pelos 143 anos dos Missionários do Verbo Divino,
que em todo o mundo buscam imitar o Sim de Maria!

sexta-feira, setembro 07, 2018

 

6ª feira da 22ª semana do Tempo Comum


De nada me acusa a consciência, mas não é por isso que estou justificado: quem me julga é o Senhor. (cf. 1 Cor 4,1-5)

Deus é Quem conhece as entranhas do nosso coração!
Não há escondido que Ele não conheça
e, por isso, vem ao nosso encontro,
pede para entrar, oferece-se para purificar
e pacifica-nos com a luz da verdade e da misericórdia!
Cristo é o vinho novo que nos recria odes novos,
quando a humildade obediente se deixa moldar
e a consciência se deixa iluminar
com a terna luz do Espírito Santo!

Há pouco investimento na formação da consciência!
O medo de invadir a liberdade do outro,
deixa crescer e manifestar tudo nas crianças e jovens,
sem ensinar a distinguir o bem do mal,
o bem de si do bem dos outros,
o gozo do presente da alegria que permanece!
O resultado é a indiferença e o desrespeito pelo outro,
numa omissão insensível, sem pruridos de consciência!
E o critério do mal ou do bem é ser ou não apanhado,
incre minado e repreendido publicamente!
O que se faz no escondido nem é bom nem é mau,
pertence à minha área privada de liberdade!

Senhor, eis-me aqui, de portas entreabertas,
com receio de Te convidar a entrar 
neste quarto desarrumado e cheio de poeiras escondidas!
O problema é que já me habituei a isto
e durmo de consciência tranquila
como se a meta fosse o presente 
e o horizonte não fosse caminho!
Entra Senhor e faz habitável o escondido
para que outros possam entrar e a comunhão acontecer
na festa do átrio, onde a mesa redonda tem sempre lugar!

quinta-feira, setembro 06, 2018

 

5ª feira da 22ª semana do tempo Comum


Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus. (cf. 1 Cor 3,18-23)

Jesus sobe para a nossa barca cansada de nada!
Semeia a esperança a partir da “Barca de Pedro” 
e envia a Igreja a pescar no mar alto da missão!
Muitos aceitaram o seu convite e foram grandes apóstolos,
concentraram grandes multidões à sua volta,
mas o seu brilho é lunar, reflexo da Luz de Cristo!
Somos membros uns dos outros na grandeza do Corpo de Cristo,
que nos introduz no seio do Trindade, como cidadãos do Eterno!

Hoje, como no tempo de Paulo, 
uns dizem-se do Papa Francisco,
outros do Papa Bento XVI, outros do Papa João Paulo II,
outros do Papa Paulo VI, outros do Papa Pio X…
Enquanto andamos nesta guerra de lideranças,
distraímo-nos do essencial, do Evangelho de Cristo,
da comunhão entre irmãos e colaboradores no Corpo de Cristo,
e da missão de conduzir a todos para Cristo, nosso salvador!

Senhor, eu não sou digno de estar em Ti
e de ser célula do teu Corpo, nesta rede redentora!
O pecado faz de nós células tumorais
que debilitam, em vez de fortalecer, o teu Corpo e a tua Missão!
Ajuda-nos, com a tua Palavra e o teu Espírito,
a ser células vivas, obedientes e em comunhão,
para que a pesca seja abundante e a tua felicidade completa!

quarta-feira, setembro 05, 2018

 

4ª feira da 22ª semana do Tempo Comum – S. Teresa de Calcutá


Se entre vós há inveja e discórdia, não é certo que sois demasiado naturais? (cf. 1 Cor 3,1-9)

É Deus que age por meio de nós!
Somos instrumentos ao serviço da missão,
mas sem a sua graça e o seu Espírito, nada somos,
é em vão que trabalhamos arduamente!
Quando o orgulho nos invade, 
ou a inveja e a discórdia nos guiam,
é sinal que perdemos o sentido do
“Tenho que ir… porque foi para isto que fui enviado!” (Lc 4,43)

O poder e a fama sobem à cabeça e narcotizam!
O sucesso pastoral e as raízes afetivas
criam a sensação de propriedade privada
e dificultam a liberdade para obedecer!
É triste ver comunidades divididas e revoltadas,
porque o Bispo quis mudar o pároco
e o povo quer retê-lo para si, como se fosse sua propriedade!
Mais triste ainda é quando o sacerdote alimenta essa guerrilha!

Senhor, a febre do egoísmo retém-nos na cama ou no sofá,
sem capacidade de servir e doar-nos! Cura-nos, Senhor!
Batizaste-nos em Cristo e no Espírito,
mas muitas vezes continuamos a agir com critérios humanos,
a deixar-nos tentar pelo sucesso, pela cobiça e pelo poder!
Alimenta-nos com a tua Palavra e com o dom do discernimento,
para que sejamos células vivas e humildes do teu Corpo,
livres para a missão, construtores da comunhão!
S. Teresa de Calcutá, mestra na caridade e na oração,
ajuda-nos a crescer na fé, na esperança e na caridade!

terça-feira, setembro 04, 2018

 

3ª feira da 22ª semana do Tempo Comum


O Espírito Santo conhece todas as coisas. (cf. 1 Cor 2,10b-16)

Deus é Trindade de amor que se revela!
O Filho conhece o Pai e revela-O em linguagem humana!
E nós, que acolhemos o Filho, 
temos o seu pensamento e sentimentos,
quando nos deixamos guiar pelo Espírito Santo
e aprendemos a discernir o bem do mal, 
tanto fora como dentro da Igreja!

Ser praticante não significa ser discípulo de Jesus!
Conhecer muita coisa sobre Jesus e as normas da Igreja,
só nos torna discípulos de Cristo, 
quando O acolhemos e seguimos como Mestre,
O imitamos como Salvador e O anunciamos com fidelidade!
O pecado grave e teimoso que divide e desfigura a Igreja
é sinal de que o pensamento não é de Cristo
e o Espírito que nos anima não é o Espírito Santo!

Senhor, obrigado porque nos chamastes a fazer parte do teu Corpo,
pelo Batismo e o Crisma, como membros vivos desta grande família!
Perdoa-nos, Senhor, quando nos deixamos guiar pelo espírito do mundo,
e nos afastamos do pensamento de Cristo e da luz do Espírito Santo!
Dá-nos o dom da fidelidade e do discernimento,
para que a profecia nos habite e a missão nos mova;
para que o nosso corpo glorifique a Deus três vezes santo!

segunda-feira, setembro 03, 2018

 

2ª feira da 22ª semana do tempo Comum – S. Gregório Magno


Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. (cf 1 Cor 2,1-5)

Deus é simples e reveste-se de humildade,
para que a nossa fé não se baseei no ofuscar da luz,
mas brote da fé como manifestação da ação do seu Espírito!
Acreditar em Jesus crucificado é confiar a nossa vida
Àquele que permanece vivo e ressuscitado 
no meio dos pobres, dos marginalizados, dos presos,
dos sem rumo e sem esperança, para os salvar!
Jesus passa no meio de nós, apesar da rejeição!

A evangelização sofre do medo de apresentar somente Jesus!
Buscam-se artifícios e estratagemas para anunciar Cristo,
como quem mistura o remédio no meio do comida,
para não se sentir o amargo que cura e salva!
Principalmente na pastoral juvenil, 
há a tentação de adocicar a fé e aligeirar a formação,
para fazer frente à necessidade de distração, de emoção,
de experiências fortes e agradáveis, de fuga à rotina!
Não se trata de apanhar as pessoas para a Igreja,
mas de ajuda-las a descobrir a alegria de serem discípulos de Cristo!

Senhor, o teu poder não impressiona, mas desperta a busca, 
interpela a ir além das glórias humanas que passam!
Contemplo-Te crucificado no deserto da cruz
e entrevejo-Te fidelidade de amor derramado,
esperança dos pecadores, porta do Céu no jardim do encontro!
Confio em Ti, mas aumenta a minha fé,
na hora de Te anunciar e na noite escura da dor!
Que o teu Espírito nos conduz para que possas trabalhar em nós
e por meio de nós, na simplicidade fiel do discipulado cristão!
S. Gregório Magno, rogai por nós!

domingo, setembro 02, 2018

 

22º Domingo do tempo Comum


Acolhei docilmente a palavra em vós plantada, que pode salvar as vossas almas. (cf. Tg 1,17-18.21b.22.27)

Deus é fonte de tudo de bom que brota no nosso coração!
Ele semeia a sua Palavra em nosso chão bravio
e convida-nos a deixar que Ele cave fundo 
e nos liberte das ervas daninhas da vaidade, 
das sementes hospedeiras do egoísmo e da cobiça,
dos ramos estéreis que enganam o necessitado!
Deus envia-nos o seu Filho, Palavra encarnada e concretizada,
e o seu Espírito, Luz que discerne a Palavra do palavreado!

Nunca como hoje fomos tão bombardeados de sementes,
que pretendem regular e influenciar a nossa vida!
Há formas de semear para todos os sentidos:
a imagem, a comunicação, o sabor, o toque e o cheiro!
Um prato não é só sabor ou quantidade, mas é também olfato, 
facilidade de mastigar, arte de o apresentar na carta e no prato!
Há sementeiras publicitárias explícitas e implícitas…
e nós deixamos crescer tudo sem critério!
É pelos frutos que vemos quais as sementes que nos fecundam! 

Senhor, paro para contemplar 
e dou-me conta de um mundo maravilhoso:
sinfonia permanente, perfume saudável, mesa posta,
beleza doada e diversificada, tapete adequado!
Olho-me por dentro vejo-me habitado por parasitas 
que me consomem o tempo e me deixam fraco 
quando quero amar e me converter!
Ilumina-nos com a Luz da Verdade e do discernimento,
para que saibamos acarinhar as sementes de vida
e tenhamos a coragem de arrancar as raízes de morte!

sábado, setembro 01, 2018

 

Sábado da 21ª semana do Tempo Comum


Deus escolheu o que é fraco, a fim de que nenhuma criatura se possa gloriar diante de Deus. (cf. 1 Cor 1,26-31)

A grandeza de Deus atua por meio da nossa fragilidade,
a fim de que fique claro que é Ele Quem converte e salva!
Entrega-nos os seus bens, a criação, a sua Palavra, a sua missão,
a nós que não passamos de vasos de barro frágeis,
para sermos porta-vozes, canais da graça e do seu tesouro!
O medo paralisa, a preguiça faz de nós “servos maus”
que pecamos pela inação e pela omissão,
fixando-nos na nossa pequenez e não na força de Quem nos envia!

Falar de Deus, anunciar o Evangelho, 
trabalhar no campo da fé e da esperança,
promover a solidariedade, a justiça, o diálogo, a paz...
são campos frágeis, sem poder, sem efeitos imediatos!
Por isso, muita gente tem medo de ser missionário
e quando se lança nessa aventura,
muitas vezes fá-lo de forma fundamentalista e intolerante,
buscando usar as mesmas armas dos que o ridicularizam!
Felizmente, há gente que ousa acreditar e põe mãos à obra…
e encontramos freiras, padres e leigos 
que fazem tanto com tão pouco,
que temperam o mundo de formam silenciosa e alegre!

Senhor, obrigado porque me chamaste
e por meio deste instrumento tão frágil e pobre,
vás fazendo maravilhas, vás continuando a Tua missão!
Sem Ti, sou apenas um vaso de barro que não se pertence!
Espírito Santo, dá-nos o dom da fortaleza e da humildade,
e ajuda-nos a ser membros vivos do Corpo de Cristo,
que fazem render os dons recebidos, confiantes na tua graça!

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