sexta-feira, julho 31, 2015

 

6ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Inácio de Loiola


Jesus foi à sua terra e começou a ensinar. (cf. Mt 13,54-58)

Jesus fez de Nazaré a sua escola de humanização.
Despojado da sua divindade, fez-se filho do carpinteiro e
de Maria, nazareno normal, humilde e sem grande cultura.
Querer ensinar a quem foi companheiro de crescimento
foi causa de escândalo e de recusa para os seus conterrâneos.
Só que a sabedoria e o poder que Jesus manifesta e ensina
é um dom escondido do Céu, transmitido com sotaque galileu.
É difícil ensinar a quem pensa que sabe tanto ou mais do que Ele!

Os países da velha cristandade pensam saber tudo sobre Jesus.
Entrou na cultura um Jesus associado à Igreja, às restrições morais,
aos rituais litúrgicos, ao mistério do além, aos funerais...
Os monumentos sólidos e museológicos ligam-no ao passado!
Querer dar-lhe voz como o Vivo, o Eterno, o Mestre da felicidade,
soa a desconfiança, pois todos pensam já saber tudo sobre Ele!
E interrogam-se: que poderá Jesus ensinar-nos que não saibamos já?
Valerá a pena acreditar em Alguém que nos ensina a amar e a perdoar,
a ser solidários, a promover a paz e a justiça, a respeitar a verdade?

Senhor Jesus, Filho de Deus com sotaque conhecido,
obrigado porque Te fizeste um de nós, tão próximo e escondido,
que nos faz sentir grandes e amados por tão Altíssimo Senhor!
Perdoa-nos, quando pela familiaridade, Te faltamos ao respeito,
Te esquecemos, Te instrumentalizamos, Te negamos e traímos.
Aumenta a nossa fé e dá-nos um coração de discípulo,
para que Te busquemos cada manhã, com sede de aprender,
sequiosos da tua luz que nos conduz à verdade
e eleva o olhar ao horizonte do irmão e da eternidade!

S. Inácio ensina-nos a arte do discernimento que Te glorifica!

quinta-feira, julho 30, 2015

 

5ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


No fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos. (cf. Mt 13,47-53)

Hoje é tempo da sementeira da aliança,
do cuidado esperançoso, da oferta de vida nova,
da misericórdia libertadora, da poda para dar muito fruto...
É o tempo de aprender a sabedoria de viver
num mar de opções, de propostas redentoras.
Hoje há lugar para todos, bons e maus,
neste banquete de oportunidades, neste mar acolhedor.
Um dia a verdade tornar-se clara à luz do amor
e o justo brilhará, pois viveu com sentido de eternidade!

A misericórdia e a paciência de Deus sustentam a todos
e ao incauto dá a impressão que tanto vale ser bom ou mau,
justo ou injusto, verdadeiro ou mentiroso, moral ou imoral,
fiel ou adúltero, crente ou ateu, pacífico ou violento.
A liberdade incha-nos de poder, fazendo da vida uma lotaria,
neste mar de oportunidades em que só se paga à saída!
A natureza contemplada com sabedoria,
a Bíblia escutada à luz do Espírito da verdade,
os acontecimentos da história lidos com inteligência,
alertam-nos para o rumo certo ou errado, despertam-nos da ilusão!

Senhor, Pai de todos e que a todos queres salvar,
obrigado pela tua Palavra de aviso e de amor
com que pacientemente nos alertas, perdoas e conduzes.
Louvado sejas Cristo, Emanuel e companheiro de jornada,
que comes connosco, pecadores, para nos conquistar o coração
e fazeres de nós pastores zelosos dos nossos irmãos.
Dá-nos o teu Espírito de discernimento, lúcido e convincente,

para aproveitarmos o tempo para trabalhar para a eternidade!

quarta-feira, julho 29, 2015

 

S. Marta e Maria e Lázaro


Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias». (cf. Jo 11,19-27)

Jesus vem ao nosso encontro para nos oferecer a vida eterna!
Marta corre ligeira ao seu encontro, buscando o Salvador.
Há muito que ela intuía que hospedava em sua casa o Messias
e não apenas um amigo de coração e homem de Deus.
Proclama a sua fé no amigo, como intercessor,
como messias e Filho de Deus, Senhor que dá vida!
Na casa do seu repouso vem despertar Lázaro da morte!

É nos momentos difíceis e de perda que pomos à prova a fé.
Uns choram conformados e imobilizados na casa do luto,
outros revoltam-se, inconformados, contra tudo e contra todos,
outros, como Marta, procuram em Jesus o consolo, a força
e a luz para estas surpresas amargas e difíceis de assimilar.
A fé, que não nos põe a caminhar ao encontro de Jesus,
limita-se a oficializar o óbito e a arrastar dolorosamente o luto.

Senhor Jesus, Filho de Deus, a pedir hospedagem na nossa casa,
obrigado porque és nosso amigo e gostas de estar connosco.
Cristo, Senhor da vida e da morte, nós cremos em Ti,
mas aumenta a nossa fé, principalmente quando o olhar fica turvo.
Dá-nos a fé proativa de Marta, a escuta discipular de Maria
e a amizade fiel de Lázaro que nos faz ansiar pela tua presença.
Que o nosso coração, a nossa família e comunidade
seja uma casa de Betânia, que Te sabe acolher

e onde gostas de estar, fazendo dela tua morada!

terça-feira, julho 28, 2015

 

3ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


Explica-nos a parábola do joio no campo. (cf. Mt 13,36-43)

Jesus é a Palavra-Trigo que semeia vida nova.
Semeia constantemente no coração de todos
e espera acolhimento e cuidado para que a sua Palavra
possa crescer e dar frutos de santidade e de fraternidade.
Mas há outros semeadores, zangados com a vida,
cujo gozo é semear engano, ilusão ratoeira,
alimentar o ódio, pregar a idolatria, desanimar a esperança.
A sabedoria é, uma vez semeado pelo Evangelho do amor,
evitar acolher joios que nos dividam e adoeçam o amor!

E a vida é feita de pessoas boas, cheias de fé, alegres,
empenhadas no bem comum, com horizonte de eternidade;
mas também é feita de pessoas egoístas, preguiçosas,
especializadas na mentira, na violência e na injustiça.
Ninguém é bom ou mau por natureza ou destino,
mas somos aquilo de que nos alimentamos!
Entre tantas ofertas de felicidade, nesta feira de pregões,
há que fazer dieta de conselhos e de mestres,
para que, o que nos regalamos a comer e a beber hoje,
não resulte em ressaca e azia amanhã!

Senhor, Semeador misericordioso da bondade,
dá-nos o discernimento para sabermos distinguir
o que nos faz bem e nos purifica do mal.
Alimenta-nos com a tua Palavra e faz de nós trigo bom,
que vitamina a comunhão, dá boas novas
e dialoga amigavelmente com o irmão e Contigo!
Ensina-nos a ser críticos perante a publicidade
e a usar os meios de comunicação social para evangelizar.
Espírito de verdade ensina-nos a viver hoje, tão intensamente,

como se nos preparássemos para o encontro final Contigo!

segunda-feira, julho 27, 2015

 

2ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha. (cf. Mt 13,31-35)

O reino de Deus é a cooperação dos homens com Deus.
Deus criou o trigo, o fermento, a água e o sal,
e criou o ser humano, com inteligência e vontade,
para plantar o trigo, colhe-lo e moê-lo em farinha,
juntar água, fermento e sal, e amassa-los para que cresçam,
preparar o pão, leva-lo ao forno e retira-lo como alimento.
O reino dos Céus é a aliança entre Deus e o ser humano,
numa cumplicidade mútua de diálogo e de comunhão.
Tudo funciona bem quando agimos por amor
e usamos a criação em comunhão com Deus e os irmãos!

A vida é feita de combinações fecundas,
que fazem crescer a alegria, a dignidade, a vida e a justiça.
Há também combinações que explodem em guerras mortíferas,
aumentam o colesterol do orgulho e do egoísmo,
são infecundas, fermentam rancores e ressentimentos,
criam depressões, adoecem a esperança, morrem de medo!
A natureza impacienta-se e cansa-se quando deixa de ser amada,
e passa a ser explorada e instrumentalizada como escrava.
O ser humano sem Deus não combina bem!

Pai nosso, que a todos nos criaste para vivermos em comunhão,
ensina-nos a arte de viver com a sabedoria do reino dos Céus.
Espírito de Ciência, abre o nosso coração ao Evangelho de Jesus
para que aprendamos a receita de cozinharmos a felicidade,
a fecundidade, a justiça, a paz, a esperança e o louvor!
Ensina-nos a usar a natureza e a servir o irmão,

segundo a lei da aliança e a ciência do amor!

domingo, julho 26, 2015

 

ABRIS, SENHOR, A VOSSA MÃO E SACIAIS A NOSSA FOME!



Como não confiar, Senhor,
Deus de infinito amor,
Na vossa generosa mão,
Que sacia a nossa fome
De justiça, amor e pão,
De paz e de salvação,
Ao peregrino sedento
Duma palavra de alento,
Para prosseguir viagem,
Convosco, até à outra margem,
Onde corre leite e mel,
Pão e vinho abundante,
Servido, a todo o instante,
A quem, cansado, ali, passa,
Em busca da vossa graça,
Para ser forte e fiel,
À procura confiante
Daquela terra distante,
Actuando em Vosso Nome,
Sentando à sua mesa
E partilhando a riqueza
Que, da Vossa Mão, nos vem,
Com todo o irmão, com fome,
O Pão que a traça não rói,
Nem o próprio tempo corrói.

Vinde e comei,
Sem dinheiro e sem despesa,
Do Pão que está sobre a mesa,
Que Eu próprio preparei,
Eu, que tudo criei,
Não só para alguns,
Mas para todos,
Pois, todos sois o meu Povo,
Que amo e sempre amei,
E meu sonho realizei,
Fiel à eterna Aliança
De ser vida em abundância,
Para toda a minha Grei.

Como Eu sempre fiz e faço,
Vós que seguis minha Lei,
Com os outros, também, fazei,
Pois, nada disto é vosso.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 26.07.2015  

 

17ª Domingo do Tempo Comum


«Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?» (cf. Jo 6,1-15)

Jesus é a sabedoria da partilha que dá, dando graças,
e distribui a sua misericórdia para com todos
os que O querem seguir e alimentar-se da sua Palavra.
Há muita erva naquele lugar que não alimenta
e só serve para sobre ela caminhar e nela se assentar.
É no rapazito, símbolo da vitalidade generosa do pobre,
que Jesus vai “comprar”, sem dinheiro, o fruto da partilha.
No milagre da partilha, as sobras dos saciados não são lixo,
mas recolha aprendida para os discípulos agirem como Jesus!

A semana está cheia de “erva” que não dignifica nem alimenta:
aparências que iludem, superficialidades sem consistência,
vazios atulhados de produtos de consumo e ruídos de entretém,
shopings de abundância contemplados por olhos anémicos,
injustiças vendidas a alto preço, tráfico de influências,
dependências glorificadas, egoísmos insensíveis...
A semana precisa, por isso, dum Domingo de pão repartido,
de ação de graças à Palavra que nos salva,
de partilha que dignifica e fraterniza,
duma ecologia que não faça lixo, mas promova equidade.

Senhor, Mestre que interpelas as nossas lógicas de mercado,
ajuda-nos a redescobrir a riqueza do dom
e abundância da partilha fraterna e do cuidado do frágil.
Cristo, Pão da vida, em ação de graças contínuas,
ensina-nos a ser uma oferta agradável ao Pai,
na Eucaristia e na vida quotidiana partilhada.
Dá-nos um coração generoso como o daquele rapazito,
que entrega a Jesus o pouco que tem,
para que Ele o multiplique e reparta generosamente.
Obrigado pelos avós, mestres em partilha de fé e
administrados milagrosos que fazem do seu pouco,
a mesa do encontro e o alimento da união na família.



sábado, julho 25, 2015

 

S. Tiago, Apóstolo


Então Jesus declarou-lhes: «Bebereis do meu cálice». (cf. Mt 20,20-28)

Jesus, o Filho de Deus que está sentado à direita do Pai,
veio para servir e dar a vida pela salvação do mundo.
Este é o seu cálice de fidelidade à aliança de Deus.
Quem O seguir, não deve buscar poder e honras humanas,
mas fidelidade ao Mestre nos sentimentos e na missão,
no testemunho fiel até ao martírio, se for necessário!
Tiago e João começaram por procurar em Jesus proveito para si,
receberam de Jesus intimidade e confiança, compreensão e vocação,
e aprenderam a dar a vida, sendo Tiago o primeiro a testemunha-Lo!

Brindar um cálice, num momento de festa,
é um gesto de comunhão e de participação na sua alegria.
Brindamos pela saúde, pelo sucesso profissional,
por muitos anos de vida, pela felicidade matrimonial...
Este brinde é apenas um voto, um rito social e protocolar,
mas quando é feito com amor e fé, é quase uma oração!
Participar na Eucaristia é brindar a Cristo
e comungar do seu Cálice, da sua vida e da sua missão!
É participar no mistério triunfal do Tabor transfigurado
e da angústia escura da luta orante do Getsémani!

Senhor, omnipotência de avental revestido,
grato vos seja o meu canto por tanto amor doado,
por tanta misericórdia servida generosa e gratuitamente.
Cristo, Senhor da vida, que nos abraças na cruz,
para que todos tenhamos vida e vida em abundância,
ensina-nos a beber e a assimilar desse Cálice de bênção,
para que, como Tiago, possamos ser fieis ao fim.
S. Tiago, que deixaste tudo para seguir Jesus,
intercede por muitas e santas vocações.
Ensina-nos a purificar as nossas motivações e desejos,

para que vamos crescendo até à estatura de Cristo!

sexta-feira, julho 24, 2015

 

6ª feira da 16ª semana do Tempo Comum


Os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra. (cf. Mt 13,18-23)

Jesus é a boa semente da Palavra do Evangelho,
oferecida generosamente a toda a gente.
Para dar fruto, esta semente necessita de ser acolhida,
aprofundada e enraizada, cuidada e livre do que a sufoca.
Sem o Espírito do Senhor e a busca incessante de santidade,
não há compreensão da Palavra e abertura ao alto.
Sem meditação, silêncio e tempo para nos determos na Palavra,
não há crescimento na fé e firmeza no testemunho.
Sem ascese e prioridades nos desejos do coração,
a caridade emagrece, a piedade definha e a eternidade eclipsa-se!

Entramos na vida ativa sem raízes de fé profunda.
A catequese que recebemos é demasiado superficial
para dar respostas às dúvidas da juventude
e às seduções de realização pessoal e desafios de adulto.
Não há propriamente uma renúncia deliberada da fé,
mas um deixa-la definhar por sobreposição de prioridades.
E quanto menos importante é o horizonte de eternidade,
mais acutilante é o hoje e angustiante é o amanhã!
Quanto menos importante é o louvor e o bem comum,
mais acentuado é o egoísmo e autorreferencial os interesses!

Senhor Jesus, semeador incansável de sabedoria de vida,
ensina-nos a viver no tempo com horizontes de eternidade.
Espírito divino, que predispões o coração para acolher a salvação,
purifica-nos da resistência à tua graça e à conversão.
Santíssima Trindade, liberta-nos do medo de confiar na tua Aliança
e aprofunda a nossa fé na tua Palavra,
para que possamos dar testemunho nas perseguição e na rejeição,

na carência e na abundância, em todas as circunstâncias da nossa vida!

quinta-feira, julho 23, 2015

 

S. Brígida, padroeira da Europa


Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto. (cf. Jo 15,1-8)

Em Deus vivemos sem nos darmos conta.
Em Cristo nos salvamos, se a Ele aderirmos,
Nele permaneceremos e a Ele seguirmos.
Esta união discipular e assimilação em Cristo,
torna-nos fecundos em frutos de santidade e caridade
para o bem de todos os que vamos encontrando pelo caminho.
Unidos a Cristo, mesmo numa barca em tempestade,
o deserto floresce, o oásis acolhe, a cidade fraterniza!

O medo de perder a identidade coloca barreiras
à intimidade com Deus e com os outros.
Vamos arquitetando momentos com Deus,
em que nos ajoelhamos, escutamos, prometemos...
e momentos sem Deus, em que caminhamos de costas viradas,
onde nos permitimos fazer umas escapadinhas de malandro,
e experimentamos o êxtase de sermos reizinhos e senhores.
O “permanecer” introduz eternidade e isso traz-nos vertigem!
Preferimos o tempo fragmentado e descontínuo,
cheio de coisas e de pequenos nadas,
que nos amarram e tornam a felicidade num destino incerto!

Pai de bondade e nosso agricultor de vida nova,
aumenta a nossa confiança em Cristo, teu Filho,
verdadeira Vide que nos acolhe e nos faz dar frutos de santidade.
Espírito de comunhão, dá-nos o dom do seguimento e da piedade,
que faz do profano um tempo sagrado,
da família um lugar de encontro, de diálogo e de maturidade,
do trabalho um testemunho de justiça e fraternidade,
da liturgia uma celebração que nos une em Corpo de Cristo.
S. Brígida ensina-nos a contemplação dos mistérios de Cristo,

vivendo uma vida intensa e comprometida com os outros.

quarta-feira, julho 22, 2015

 

S. Maria Madalena


Foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. (cf. Jo 20,1.11-18)

O Senhor da vida já inaugurou um mundo novo
e nós não nos demos conta, continuamos à procura dum morto!
O túmulo está aberto, dentro habita o mistério da boa nova,
fora encontra-se o Amado por quem choramos.
Maria Madalena sai na escuridão da fé
à busca de uma aurora que a console.
Encontra-se com um novo não imaginado,
fala com o Mestre julgando ser o jardineiro.
Só a intimidade do nome pronunciado, por detrás,
a faz voltar e encher-se de alegria pelo Rabuni reencontrado.
E as lágrimas deixam a aurora desanuviar
e a alegria pascal ganha asas de apóstola!

Temos medo de nos adentrarmos no escuro da fé.
É uma aventura que exige confiança e desejo de mais.
A maioria das pessoas prefere adormecer a inquietação,
evitar a noite da procura, distrair a angústia do vazio,
esperar que a escuridão se faça milagre de luz.
Outros vivem na superficialidade, entretidos com magias,
rituais e orações misteriosas que imaginam lhe dão poder!
Maria Madalena é o modelo do crente inquieto,
ativo, persistente, que busca a fé com o coração!

Senhor Jesus, jardineiro destas plantas amarelecidas,
poda-nos, cura-nos dos parasitas, fortalece-nos
e dá-nos a luz que nos faz dar vida nova e fruto abundante.
Cristo, Emanuel desconhecido a percorrer as nossas vidas,
ajuda-nos a reconhecer a tua voz, que nos fala por detrás,
na Bíblia aberta, na escuta litúrgica, no irmão amigo.
S. Maria Madalena ensina-nos a viver a inquietação da fé

e a anunciar Cristo, com o olhar brilhante do encontro!

terça-feira, julho 21, 2015

 

3ª feira da 16ª semana do Tempo Comum


Apontando para os discípulos, disse: «Estes são a minha mãe e os meus irmãos. (cf. Mt 12,46-50)

Jesus é o enviado do Pai, a Palavra da nova aliança.
Nasce de uma família humana, mas é Filho de Deus!
A sua missão é gerar uma nova família de discípulos,
que se regem pela sua palavra e pelo Espírito do amor,
vivendo como filhos de Deus e irmãos uns dos outros.
É uma nova família sem laços tribais nem exclusões raciais,
pois todos têm o mesmo Pai criador, o mesmo Filho salvador,
o mesmo Espírito de comunhão que fermenta uma só família!

Muitos nos dizemos da família de Jesus,
mas vivemos longe dele e fora do seu discipulado.
Quando nos aproximamos dele, ficamos do “lado de fora”,
queremos que Ele venha ter connosco,
nos escute e nos obedeça, faça o que nós lhe pedimos,
como e quando o queremos, fazendo dele nosso servo!
E assim vamos vivendo longe de Jesus e fora da Igreja,
pensando que basta ter sido batizado e feito a 1ª comunhão,
para ser cristão de direitos, mas viver a mesma vida de sempre!
É assim que os horizontes se fecham na família nuclear,
no grupo restrito de amigos, na cultura que nos educou...
recusando-nos a abrir-nos à família grande e colorida
que tem Cristo como Mestre, o Espírito como coração
e o Pai-Nosso como fundamento e meta duma família aberta.

Senhor Jesus, enviado do Pai, nosso mestre e salvador,
dá-nos ao teu Espírito e conduz os nossos passos.
Concentra todo o nosso coração em cumprir a tua Palavra
e em sermos membros felizes da família nova de discípulos
que queres alimentar na tua Igreja, como teu Corpo.
Faz-nos compreender, que viver longe e fora de Ti,
é andar errante, perdidos e iludidos com uma falsa sabedoria!
Ensina-nos a arte de sermos teus discípulos,

sem deixarmos de ser teus irmãos e tua mãe!

segunda-feira, julho 20, 2015

 

2ª feira da 16ª semana do Tempo Comum


Fizeram penitência quando Jonas pregou. (cf. Mt 12,38-42)

Jesus é o grande sinal de Deus próximo de nós.
A sua palavra é maior do que a dos profetas,
pois Ele é a Palavra de Deus anunciada pelo Filho de Maria.
A sua sabedoria é maior do que a de Salomão,
porque Ele conhece os mistérios do coração do homem
e testemunha o mistério insondável de Deus trindade.
Mas esta luz cega quem está próximo e se sente grande,
e serão os simples e os gentios que O ande escutar e seguir.
A grandeza da missão de Deus que encarnada num irmão,
esbarra com a superficialidade duma geração
que vive de espetáculo e de milagres!

Deus fala-nos de muitas maneiras e convida-nos à conversão.
Uma vezes é através de um grande pregador ou de um bom livro,
mas a maior parte das vezes, é o comentário de um estranho,
o conselho de um amigo, a observação de uma criança,
o choque de um acidente ou de uma doença,
a cegueira e teimosia de um amigo ou vizinho...
O mais importante é que despertemos para a verdade
e nos convertamos de um caminho de morte.
O importante é que, quando Jesus passar, eu esteja atento,
O escute, me arrependa, e deixe Jesus curar-me,
por meio daqueles que Ele enviou para me salvar!

Senhor Jesus, sinal divino sem sinais de poder,
abre os olhos do nosso coração para vermos a grandeza
escondida no quotidiano do irmão que nos interpela.
Liberta-nos da dependência do vistoso e do famoso,
e abre-nos à tua Palavra presente nos sinais dos tempos.
Divino Espírito, que do nosso corpo fizeste um templo,
dá-nos o dom do discernimento e do arrependimento,
para sabermos escutar e distinguir a voz de Deus
que nos fala baixinho a todo o momento!

Cura-nos, Senhor, desta teimosia resistente à conversão!

domingo, julho 19, 2015

 

16º Domingo do Tempo Comum


Jesus viu… e compadeceu-Se. (cf. Mc 6,30-34)

Jesus é o rebento novo que se dá em alimento às suas ovelhas.
O seu coração vê com olhar de pai atento
e compadece-se com entranhas fecundas de mãe.
Vê os seus discípulos cansados, após a missão,
e convida-os a descansar com Ele num lugar deserto;
vê a multidão sequiosa, que anda como ovelhas sem pastor,
e, esquecendo-se de si, começa a alimenta-los com o pão da Palavra.
O seu projeto de vida não é feito de horários rígidos, centrados em si,
mas é feito de olhar fraterno e compaixão sem férias,
porque o que realmente o descansa é salvar ovelhas perdidas!

Quem ama verdadeiramente, descansa no descanso do amado!
Os pais descansam quando vêm os seus filhos tranquilos.
O cuidador de doentes descansa quando não ouve gemidos.
O professor descansa quando vê os seus alunos interessados
e a processar conhecimentos, sonhando com um mundo novo.
O pároco descansa quando vê a comunidade unida na fé,
zelosa na caridade, participante nas celebrações, sedenta de mais.
Jesus descansa quando nos vê sensíveis e empenhados,
condimentando a vida com trabalho e descanso,
meditação e anúncio, solidão e comunhão.

Senhor Jesus, Bom Pastor enviado pela compaixão eterna,
dá-nos o dom de cuidarmos dos irmãos,
como ovelhas humildes e obedientes que Te seguem e imitam.
Sem Ti nada somos e perdemo-nos em atalhos labirínticos,
que nos cansam e esgotam, com promessas da roda da sorte!
Dá-nos autoridades com coração de pastor,
que caminham contigo e Te seguem como mestre.
Dá-nos o dom de fazermos do ouvir e do olhar
um ato de amor e de conceção compassiva,

que transforma a multidão anónima numa comunidade de irmãos!

sábado, julho 18, 2015

 

Sábado da 15ª semana do Tempo Comum – B. Bartolomeu do Mártires


A fim de O fazerem desaparecer. Mas Jesus, ao saber disso, retirou-Se dali. (cf. Mt 12,14-21)

Jesus é a oferta de salvação que não força ninguém.
Afasta-se quando O rejeitam, acolhe que O procuram,
cura quem quer ser curado, tudo de forma gratuita,
com a docilidade da misericórdia e o abraço do pastor!
De nada tem medo, não vive da fama nem procura o poder,
quer ser apenas uma presença do amor de Deus
no meio do seu povo e recordar para sempre a sua aliança.
Nele cumpre-se a Palavra dos profetas e age o Espírito de Deus,
por isso, é amado pelo Pai, como filho predileto,
a palavra fiel e a salvação gratuita que Deus quer dar-nos.

O ciúme tem medo de perder o seu amor,
por isso, controla-o, impede-o de ter amigos,
encarcera-o só para si, corta-lhes as azas do sonho!
O amor libertador e confiante nada impõe,
tudo conquista com paciência e fidelidade,
só quer o bem do outro, tem um coração grande!
A fé não se obriga nem se impõe,
tudo propõe, apresenta-se no tempo oportuno,
espera que seja interrogada, torna-se boa notícia,
pelo testemunho, pela ternura e pela misericórdia!

Senhor Jesus, eternidade do amor primeiro no tempo,
envia-nos o teu Espírito e ensina-nos o diálogo evangelizador.
Faz de nós servos da Palavra sem altifalante,
cuidadores de canas fendidas com a medicina da esperança,
sem nos deixarmos contaminar com o rancor da vingança,
nem as armas da ofensa, nem a indiferença da desistência.
Dá-nos, Senhor, a sabedoria de sabermos afastar-nos
e aproximar-nos, a bater à porta e a esperarmos,
a entrar e a servirmos o Evangelho quando este for desejado!

Ensina-nos a ser missionários neste mundo plural e inquieto

sexta-feira, julho 17, 2015

 

6ª feira da 15ª semana do Tempo Comum


Se soubésseis o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’. (cf. Mt 12,1-8)

Jesus é maior do que o templo e Senhor do Sábado.
Ele é o coração da aliança que sabe distinguir,
entre rebeldia e necessidade, entre astúcia e circunstância,
entre fundamentalismo e misericórdia.
O coração da aliança é o amor e não o dever!
O maior louvor ao Senhor é fazer do tempo misericórdia,
do rito e do sacrifício memória dum coração atento e fraterno.
Se compreendêssemos o que move Jesus a encarnar,
a dar a vida por nós e a continuar fiel ao seu amor,
faríamos da liturgia, não ritos para cumprir ou despachar,
mas escola de comunhão e fogo inconsumível que adoça o coração!

Deus propôs-nos um “dia do Senhor” para levantarmos a cabeça
e recordarmos que há um Pai comum e eterno no horizonte
e há pessoas ao nosso lado, aguardando a ternura dum irmão.
Nós pelo contrário, preenchemo-lo com rotina de trabalho,
sono atrasado na ressaca da semana ou da noitada,
passatempo virtual fechado em casa,
sacrifício corporal num culto de si mesmo...
Sem domingo de cabeça levantada e horizonte de esperança,
ficamos mais curvados sobre nós mesmos,
peças de produção e de consumo, sem fé nem coração!

Pai de bondade e fonte inspiradora da aliança,
dá-nos um coração de pastor, atento e misericordioso,
como o de teu Filho Jesus e nosso salvador.
Cristo, Filho do homem que desceu do Céu para servir,
envia-nos o teu Espírito e dá-nos a sabedoria do coração
que nos faz compreender o que é culpa e pecado,
do que é relativo e circunstancial na lei do amor.
Ensina-nos a ser fieis nas vicissitudes da vida
e a não justificar a incoerência com a piedade

nem o laxismo com o capricho a que chamamos liberdade!

quinta-feira, julho 16, 2015

 

5ª feira da 15ª semana do Tempo Comum – N. S. do Carmo


Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos. (cf. Mt 11,28-30)

Jesus é o alívio das nossas ansiedades e temores.
Confiando Nele libertamo-nos do nosso passado escuro,
das nossas memórias azedas, dos nossos fantasmas opressores.
Seguindo-O, aprendemos a viver em paz e harmonia,
a promover a justiça e a fazer da nossa vida
uma liturgia de louvor com o perfume de cada relação humana.
Colocando Nele toda a nossa esperança,
encontraremos descanso para as nossas almas,
umas férias eternas onde o lazer é fazer o bem aos irmãos!

Estamos a entrar num tempo de férias, de descanso.
Para muitos, é um afastamento das canseiras do emprego,
uma fuga da casa onde mora, um esquecimento de Deus!
É a busca de um palco de sonho, sem crises nem horários,
onde nós somos reis por um tempo, a custo de muito dinheiro.
E quando as finanças não o permitem,
opta-se por um ócio de lamento e cansaço de descanso,
invejando quem parte e esperando que o tempo passe,
pois ficar em casa nas férias é como uma insónia de enfado!
E se em vez de ficarmos amuados e curvados sobre nós mesmos,
fossemos criativos e redescobríssemos o sabor da terra,
meditássemos os sons e os perfumes do Criador,
experimentássemos a solidariedade voluntária,
a escuta gratuita, o encontro adiado, a eternidade no tempo?

Senhor Jesus, Mestre do descanso libertador e fortificador,
dá-nos a tua paz e alivia-nos com o teu jugo de misericórdia.
Cristo, festa do encontro e banquete de alegria gratuita,
ensina-nos a ser felizes sem necessidade de fugas,
nem de lugares idílicos a troco de muitas horas de cansaço.
Ensina-nos o segredo da verdadeira libertação e alegria,
sem necessidade de nos prostituirmos para nos sentirmos amados,
nem de nos drogarmos para esquecer a dor e o desencanto,
nem de fugirmos da rotina que nos oprime e cansa!
Que nossa Senhora do Carmo nos ajude a viver cada instante

com a intensidade, beleza e a comunhão da eternidade!

quarta-feira, julho 15, 2015

 

4ª feira da 15ª semana do Tempo Comum – S. Boaventura


Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. (cf. Mt 11,25-27)

Jesus bendiz o Pai revelando o seu mistério de amor.
Revela este fogo misericordioso, que arde sem se consumir,
no silvado da vida e na montanha do inesperado,
onde a parábola ilumina, por meio da fé,
e o mistério se torna acessível aos simples de coração puro.
É uma verdade próxima e sensível, poderosa e amorosa,
que não se encontra na complexidade da universidade,
mas habita com naturalidade no pescador inquieto,
no construtor justo e humilde, no carpinteiro fiel,
na dona de casa atenta e hospitaleira,
no agricultor confiante e fecundo.

Andam os sábios de ouvir dizer, cheios de vaidade,
a olhar os pobres e ignorantes rebaixados,
não vendo neles irmãos, mas uns pobres coitados!
Sobe-lhes a ciência à cabeça e incham-se de divindade,
por isso, em vez de bendizer a Deus e amar o irmão,
bendizem-se a sim mesmos, numa vanglória sem coração!
Anda a ciber-juventude a ridicularizar o ciber-analfabeto,
o poder de transformação a explorar o serviço primário,
a religião erudita a menosprezar a religião popular...
Que sabedoria é esta que não sabe amar nem elevar,
quem pela pobreza e simplicidade duvida da sua dignidade?

Eu te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da terra,
pela omnipotência do teu amor em fogo que não se extingue,
que se curva até nós e nos faz parceiros da tua aliança.
Eu te bendigo, ó Filho, coração gémeo do Pai,
porque te revestiste de humanidade, de sandálias e cajado,
como Boa-nova que só os simples podem entender.
Eu te bendigo, ó Espírito, que nos fermentas por dentro
e do pecador faz-se um santo e do ignorante um sábio
na arte de ser compaixão silenciosa e atuante,
feliz por fazer do caminho uma fraternidade peregrina,

que tem por inspiração e horizonte um Amor tão grande!

terça-feira, julho 14, 2015

 

3ª feira da 15ª semana do Tempo Comum


Jesus censura duramente as cidades (….) por não se terem arrependido. (cf. Mt 11,20-24)

Jesus anuncia, por palavras e obras, a aliança que Deus quer.
Não pretende entreter as pessoas com milagres,
nem acalmar as consciências com feitos maravilhosos,
mas despertar a fé esquecida e o arrependimento necessário
para acolher a misericórdia e converter-se de coração sincero.
Jesus não nos quer pessoas de curriculum, colecionadores de fatos,
mas pessoas que aproveitam todas as oportunidades
para se converterem à verdade do seguimento radical,
do louvor do coração, do serviço gratuito e misericordioso,
da fraternidade sem fronteiras, da humildade libertadora.

A grande tentação da humanidade é viver na superficialidade.
Vamos a Roma para ver o papa e visitar os túmulos dos mártires,
mas não queremos que estes toquem na nossa vida.
Vamos a Fátima ou à Aparecida pedir graças a Nossa Senhora,,
mas não queremos escutar o seu apelo: “Fazei o que Jesus vos disser”!
Vamos à Terra Santa visitar os lugares por onde Jesus andou,
mas não queremos fazer os caminhos que Jesus anunciou.
Frequentamos a Igreja e vivemos numa comunidade de consagrados,
muitas vezes como pedras que rebolam na água sem molhar o interior.
Preferimos ser turistas e colecionar fotos e experiências,
do que ser peregrinos que se aproximam do santuário
para que Deus entre e nos faça voltar por outro caminho!

Senhor Jesus, médico amigo que nos queres curar,
aumenta a nossa fé nos teus remédios
e abre a nossa vida a uma conversão profunda
que não se fique pelos sintomas, mas que cure as causas!
Louvado sejas por tantas oportunidades de conversão
que a tua misericórdia generosa oferece a toda a humanidade.
Liberta-nos da consciência adormecida pelo dever cumprido,
ou pelos lugares frequentados ou rituais consumidos.
Dá-nos, Senhor, o dom de uma verdadeira conversão,
para que sejamos cristãos praticantes do evangelho,

consagrados totalmente virados para o sagrado no profano!

segunda-feira, julho 13, 2015

 

2ª feira da 15ª semana do Tempo Comum


Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. (cf. Mt 10,34-11,1)

Jesus é o enviado do Pai que nos envia em missão.
Quem O acolhe, adere a Deus e a Trindade habita nele.
Àqueles que O seguem, Jesus envia-os em missão, em seu nome,
como portadores e anunciadores fieis da sua Palavra.
Por isso, quem acolhe os seus discípulos, acolhe o Mestre,
e quem adere à sua palavra proclamada, adere ao verdadeiro Deus.
O discípulo atua em Cristo, apresentando somente o Mestre,
e Jesus atua por meio do discípulo, entregando-lhe a sua missão.
Que divina colaboração, onde tudo é cumplicidade e confiança mútua!

Como é belo o mistério da unidade da fé!
Escutar uma homilia em qualquer parte do mundo,
é sempre o mesmo Deus amor, cheio de misericórdia,
o mesmo Senhor que por nós dá a vida na cruz,
o mesmo Espírito que a todos inspira e a todos une e santifica!
Há discípulos mais transparentes e que deixam Cristo aparecer
e outros mais nebulosos, em que a luz de Cristo raramente aparece.
Mas é connosco que Jesus quer contar para continuar a salvar;
é por meio desta Igreja, santa e limitada, una e universal,
que Jesus quer apresentar-se ao mundo e revelar-nos o Pai!

Jesus, missão redentora do Pai no Espírito Santo,
obrigado porque nos associaste a tão divino projeto,
a nós que não passamos de salvos pela tua graça!
Faz da tua Igreja sacramento fiel da tua salvação!
E quando houver resistência e até perseguição ao teu Evangelho,
dá-nos o dom da perseverança e da fortaleza no testemunho,
para não transformarmos a evangelização numa guerra santa!

Faz de nós facilitadores da fé com a ternura humilde e profética!

domingo, julho 12, 2015

 

EVANGELIZAR, CONTINUAR A MISSÃO DE JESUS



Deus, na Sua bondade,
Quer servir-se de nós,
P’ra falar à humanidade,
De ontem, de hoje e de sempre,
Como Deus santo e clemente,
Que ama e salva toda a gente,
Tornando-nos colaboradores
Do projecto de salvação,
Evangelização/Missão,
Serviço e não promoção,
Em total gratuidade,
Da Palavra e do Pão,
A todo o que, em verdade,
Anseia libertação,
E a quem Cristo é revelado,
Como Caminho e Vida,
Porta aberta à Salvação,
À paz e à misericórdia,
Que destilam do Seu lado
Sobre o mundo e seu pecado,
Porque, em Cristo, tudo é salvo.

Para isso, Deus nos chama,
Nos prepara e envia,
No Espírito que nos guia,
A anunciar o Messias,
Com gestos de paz e amor,
Atentos ao grito e à dor,
Do povo ou irmão aflicto,
Para onde o drama existir,
Fazer germinar sorrisos
E desabrochar uma flor,
No terreno a Esperança,
Da fé e da confiança,
Na vida humana que Ele ama
E, por isso, não se cansa
De chamar e enviar
Profetas dum mundo novo,
A libertar Seu Povo.

Que, hoje, por todos nós,
Como outrora por Amós,
Deus continue a falar
De paz e amor ao Seu Povo,
De Justiça e Liberdade,
Até que a Fidelidade,
Na terra, germine e floresça
A Justiça, do céu, desça
E o sonho de Deus aconteça,
No abraço que abre espaço
À Sua misericórdia,
Livre de qualquer laço
Que tolhe a circulação
Do Seu Amor, em acção.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 12.07.2015    

 

15º Domingo do Tempo Comum


Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser... (cf. Mc 6,7-13)

Jesus, o Senhor de tudo, trouxe para o caminho da encarnação
o bastão de carpinteiro, as sandálias de galileu nazareno,
o Espírito como companheiro, a graça do Evangelho como tesouro,
a obediência ao Pai como alimento e luz dos seus passos,
o amor aos pecadores como alforge sempre a jorrar como fonte.
É assim que Ele quer aqueles que escolhe e envia em missão:
leves para caminhar com o bastão na mão e sandálias nos pés,
de mãos dadas e em comunhão para testemunharem a caridade,
fieis à profecia do evangelho a pregarem o arrependimento,
livres para permanecer e disponíveis para partir,
sem afetos prisioneiros nem rancores vingativos!

Quem está com Cristo é um enviado em missão acompanhado!
O individualista, que quer ser estrela não partilhada,
gosta de brilhar sozinho, custa-lhe escutar o pulsar de outros corações,
usa altifalante, projeta teorias coloridas e critica quem o não escuta!
O apóstolo é um peregrino de Cristo, escuta o Espírito em silêncio,
dialoga com o companheiro para interpretar a linguagem do Inefável,
dirige-se para a periferia onde vivem os sem esperança,
não se deixa corromper pelo evangelho do ter para si,
do poder para dominar, do prazer sem festa para todos.
Quanta conversão temos que deixar Deus promover em nós,
na forma como peregrinamos em missão e testemunhamos o Evangelho!

Santíssima Trindade, amor em missão eterna,
purifica-nos do egoísmo instalado e acomodado,
entretidos connosco mesmos em passatempos estéreis.
Cristo, que te fizeste pobre para nos enriquecer a todos,
liberta-nos do medo do amanhã e da rivalidade do irmão,
para que aprendamos a caminhar dois a dois em missão,
como equipa de peregrinos, em grupo, em casal e em Igreja.
E quando não nos escutarem, ajuda-nos a não voltar a trás,

nem a odiar o irmão, mas a continuar fies, sempre em missão!

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