sexta-feira, agosto 31, 2018

 

6ª feira da 21ª semana do Tempo Comum


A fim de não se desvirtuar a cruz de Cristo. (cf. 1 Cor 1,17-25)

A fraqueza de Deus é o seu amor fiel que nos salva!
A sabedoria da Cruz é uma loucura de amor,
incompreensível para quem não tem coração,
mas redentora para quem fé 
e se descobre amado na sua fragilidade!
O verdadeiro milagre da cruz é continuar a ser fonte de amor,
mesmo quando à Sua volta acontece a tempestade do deserto!
Que se quiser preparar para as “Bodas do Cordeiro”,
tem que aprender esta sabedoria e esta força misericordiosa!

O que é ser sábio e poderoso nos dias de hoje?
De que adianta ter um currículo académico grandioso 
se não consegue compreender a esposa e os filhos?
De que adianta ter um salário alto e sucesso na empresa
se não consegue ser amável, sustentar amizades,
e os amigos que tem, não são seus amigos, mas daquilo que possui? 
Que adianta ser um grande cientista e publicar muitos livros
se não consegue escutar e encontrar o Mistério da Vida?
Que cristãos a Igreja precisa para não desvirtuar a cruz de Cristo?

Contemplo-Te crucificado e vejo-me armado,
com medo da pequenez do meu ser,
seguro e confiante na espada do poder, da fama e do ter!
Senhor, faz de nós pessoas prudentes e sábias,
que sabem o que permanece, o que devemos acumular!
Dá-nos um coração livre para amar e servir,
sem angústias de cobiças nem insensatez de vinganças!
Espírito Santo, ensina-nos a não desvirtuar a cruz de Cristo,
quando anunciamos o Evangelho de Deus que dá a vida por nós!

quinta-feira, agosto 30, 2018

 

5ª feira da 21ª semana do Tempo Comum


Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho. (cf. 1 Cor 1,1-9)

Deus compraz-se no amor ao seu Filho
e vê-nos a todos como filhos no Filho!
Por isso, enviou-nos o Verbo Divino para nos purificar
e nos dar o seu Espírito, chamando-nos à santidade
pela comunhão de vida e de missão com Jesus Cristo!
Agora esta comunhão vive da fé e da escuta,
um dia será encontro face a face e verdade que julga!
Hoje é tempo de despertar, de caminhar na santidade,
de recomeçar confiante, de busca do Pão da Vida!

O amanhã sonhado e prometido começa hoje!
Quando o dependente diz: “amanhã vou deixar de fumar”
é porque não quer deixar de fumar, está apenas a iludir-se;
sente culpabilidade, mas não vontade para mudar!
Quando o cristão diz: “quando me reformar vou rezar todos os dias
e vou estar mais atento à participação na missa e à santidade”,
é porque hoje Deus não é o centro e Cristo não é o seu Senhor!
O encontro final e definitivo é preparado por encontros diários,
saboreados no presente em diálogos à porta do Mistério!

Senhor, sou vela tocada por muitos ventos,
preciso de Ti ao leme da minha vida como Mestre de embarcação!
Desculpa as vezes em que me desculpei com o amanhã,
para fugir à conversão e acalmar a culpabilidade presente!
Desejo estar em comunhão conTigo cada segundo,
mas há tanto ruído, tanta solicitação, tanta fragmentação!
Que a tua Palavra e a tua Eucaristia me alimente,
e o teu Espírito me conduza pelos caminhos do teu Evangelho!
Ajuda-nos a estar vigilantes e preparados para o Encontro
entrelaçados de encontros na fé e na caridade!

quarta-feira, agosto 29, 2018

 

Martírio de S. João Batista


Levanta-te, para ires dizer tudo o que Eu te ordenar. (cf. Jer 1,17-19)

Deus quer salvar-nos
e comunica-se connosco por meios de intermediários:
os profetas, a Sagrada Escritura, a consciência, o pobre…
O seu Filho é a Palavra encarnada
com sandálias de fidelidade e coração de esposo!
João Batista é o profeta do Messias,
que não teme o poder e dá a vida pela Verdade!

As novas técnicas de persuasão 
fazem de nós papagaios e macacos de imitação,
pensando que somos livres e modernos!
Todos comem, vestem, consomem e pensam igual!
A sociologia especializou-se em sondagens de opinião,
para que se digam e apresentem as coisas ao gosto das pessoas!
Assim a programação da TV é feita 
de acordo com os resultados das audiências!
Ser fiel à verdade e a Quem nos envia,
é muitas vezes sentir a pressão do medo e a solidão!

Senhor, ajuda-nos a ser livres para a missão,
profetas fieis que não se dobram a pressões
e sabem ser firmes com a ternura e a mansidão
de quem sabe em Quem confia a sua sorte!
S. João Batista, profeta e precursor,
ensina-nos, hoje, a ser fieis à verdade, 
a encontrar os nossos desertos de liberdade,
a convocar para a conversão e a apontar o Salvador!


terça-feira, agosto 28, 2018

 

3ª feira da 21ª semana do Tempo Comum – S. Agostinho


Deus chamou-vos, por meio do Evangelho, para possuírdes a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. (cf. 2 Tess 2,1-3a.14-17)

Deus chamou-nos a ser filhos no Filho!
O Evangelho é a luz que discerne o essencial do acessório
e nos cura as cegueiras que desfocam o seguimento de Jesus.
A sabedoria do Espírito sabe dar paz quando instigam ao medo,
dar perseverança e fidelidade quando há turbulência,
fazer do amor a base da misericórdia e da justiça!
S. Agostinho, depois de muito deambular e ser enganado,
encontrou em Cristo a Verdade e o amor que buscava!

O mundo da tecnologia não é necessariamente racional!
A internet é um veículo fácil para passar crendices,
medicamentos naturistas milagrosos,
soluções fáceis para enriquecer e ser famoso,
falsas notícias, assédios sexuais e morais,
chantagens políticas e atentados ao bom nome,
anúncios do fim do mundo e temores transcendentes…
A fidelidade ao Evangelho e o discernimento do Espírito
são caminhos de libertação e de sabedoria!

Senhor, Amor em nós, silencioso e fiel,
mostra-nos o teu Rosto e ajuda-nos a permanecer em Ti!
Tememos o encontro definitivo
e desvalorizamos os encontros no tempo na noite da fé!
Que o teu Espírito nos conduza na verdade 
e nos dê a paz pela fidelidade ao Evangelho!
S. Agostinho, pessoa inquieta que encontrou a Verdade,
reza por nós, quando a insensatez nos domina 
e esquecemos a justiça, a misericórdia e a fidelidade!  

segunda-feira, agosto 27, 2018

 

2ª feira da 21ª semana do Tempo Comum – S. Mónica


Se confirme o trabalho da vossa fé. (2 Tess 1,1-5.11b-12)

A nossa vida de fé é fruto da graça de Deus-Pai
e de nosso Senhor Jesus Cristo, na comunhão do Espírito Santo.
Toda a nossa vida é chamamento à fé,
fortaleza na tribulação, apelo à caridade,
sabedoria que discerne a verdade, esperança que ora sem cessar!
S. Mónica é um exemplo de fé ativa, que ora e acompanha,
anima e eleva o seu filho Agostinho a buscar a Verdade!

A fé, que não se alimenta, não se desenvolve.
A fé, fruto da tradição familiar e da catequese infantil,
sucumbe facilmente perante a racionalidade da escola
e o consumismo dos sentidos e da ilusão do virtual!
O resultado é pessoas obesas à superfície, 
mas sem músculo, nem coração livre para amar!
E quando não há fé, busca-se a evasão,
à diversão, a superstição, a magia, a sincresia…
É uma religiosidade que não sabe distinguir o bem do mal,
que apenas busca o interesse e uma solução para o medo!

Senhor, confirmai em nós o trabalho da nossa fé!
Nós cremos que és amor e, por isso, queremos ser amor!
Nós acreditamos que sois Pai e nosso Salvador,
por isso, Te louvamos, a Vós entregamos a salvação do próximo,
a Vós escutamos o caminho da verdade, em Vós confiamos!
Que o vosso Espírito nos conduza e ilumine,
para que Cristo seja glorificado no nosso corpo!
S. Mónica, mãe intercessora e evangelizadora,
ensinai-nos a ser perseverantes na oração e na missão!

domingo, agosto 26, 2018

 

21º Domingo do Tempo Comum


É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja. (cf. Ef 5,21-32)

Deus é um mistério insondável que nos surpreende.
Ou aderimos a Ele, como Ele é, ou nos afastamos dEle.
Esta Boa Notícia, que tem Palavras de vida eterna,
exige opções, escolhas determinadas da nossa parte,
fidelidade a um caminho a desbravar,
com o olhar contemplativo em Cristo e na sua Igreja!
E cada relação do cristão deve ter a marca única
da relação entre Cristo e a Igreja, principalmente o matrimónio!

O cristão vive do “assim como” de Jesus!
A nossa relação com Deus deve ser filial “como a de Jesus”!
A nossa relação com a natureza deve ser “como a de Jesus”!
A nossa relação com o próximo deve ser “como a de Jesus”!
A relação do sacerdote com o seu povo deve ser “como a de Jesus”! 
A relação dos cônjuges deve como a de “Jesus e a sua Igreja”!
A saúde da família não está na fragilização das relações,
mas na fidelidade de cada membro à comunhão, ao diálogo e ao perdão!

Senhor, é hoje que nos chamas a fazer escolhas!
É hoje que devo optar por servir-Te nas pequenas coisas!
Conduz-nos com o teu Espírito e com a tua Palavra de aliança,
e ensina-nos a aprender a relação que faz bem, que gera vida, 
que ousa amar sem medida, que cria esperança!
Purifica-nos dos falsos deuses que nos definham e isolam, 
que nos tornam mesquinhos e egoístas, ressentidos e amargos!
Ajuda as nossas famílias a serem sacramento do teu amor por nós!

sábado, agosto 25, 2018

 

Sábado da 20ª semana do tempo Comum


Filho do homem, é este o lugar do meu trono, o lugar onde assentam as plantas dos meus pés. (cf. Ez 43,1-7a)

A grandeza de Deus é infinita e toca toda a existência.
A sua glória enche o templo, onde tem o seu trono
e assentam as plantas dos seus pés, 
mas a sua glória está para além do templo!
Cristo, ao encarnar, não é palavra oca, apenas para ser vista,
como os fariseus e doutores da Lei, mas é Palavra viva,
sem dar nas vistas, mas atuante, transparente e misericordiosa!
Parece o último e o servo, mas é o primeiro e o Senhor!

Hoje, onde está Deus? Em tudo o que vive e respira!
O problema é quando O vemos apenas num lugar!
Uns veem-nos apenas na natureza, outros apenas nos astros,
outros apenas nuns profetas, outros apenas nuns sinais,
outros apenas numas palavras escritas,
outros apenas nuns lugares luminosos e sagrados…
Tudo o que é bom e belo, grandeza humilde e paciente,
poder misericordioso e pacífico, amoroso e justo…
e que nos surpreende pela esperança verdadeira que salva,
aí está Deus, aí está um mistério luminoso que nos transcende!

Senhor, sinto-me pequeno e indigno de ter-Te por companheiro!
Quando Te adoro no sacrário, vejo-Te no solitário,
que espera uma visita e me abre a porta com a alegria de amigo!
Quando Te escuto na Escritura, vejo-Te nos testemunhos de santidade
e escuto o apelo à conversão, a ser coerente com o que professo ser!
Quando Te visito num santuário, vejo-Te no quotidiano misterioso,
que precisa de ser contemplado e cuidado, com a nobreza do amor!
Como sois grande, Senhor, e natural o mistério 
de ser tudo sem se notar, de ser Palavra sem ruído,
de amar sem reclamar, de ser apelo à conversão sem forçar!

sexta-feira, agosto 24, 2018

 

S. Bartolomeu, Apóstolos


A muralha da cidade tinha na base doze reforços salientes. (cf. Ap 21,9b-14)

Jesus é o Cordeiro de Deus, o Apóstolo do Céu!
Ele caminha connosco como nazareno,
que nos vê debaixo da figueira e a sinceridade de coração!
Ele chama-nos à fé e envia-nos em missão,
como “reforços salientes” da sua cidade, a Igreja!
Natanael ou Bartolomeu foi um dos Doze
que nos interpelam a ser “Noiva do Cordeiro”
e a falar desta paixão a todos os que morrem de outros amores!

A cidade hoje não tem muralhas visíveis,
mas, na realidade, é uma rede que filtra relações presenciais
e abre portas sem critério às relações virtuais!
As bases que reforçam o amor ao próximo estão frágeis,
empilhadas lado a lado, sem comunicação nem pertença,
sem consistência nem fidelidade, como pedras amontoadas!
Por isso, a família sofre de bases instáveis,
a vida comunitária reduz-se ao estritamente necessário,
o compromisso com a Igreja e a sua missão é ocasional!
O que, com a nossa atitude, reforçamos na nossa sociedade?

Senhor, levantei-me e sentei-me debaixo da figueira
à escuta da fidelidade, a namorar o Amor!
Como os Apóstolos queremos ser alicerces da Igreja,
que servem a defesa contra o mal
e fortalecem a comunhão, o louvor e a missão do Cordeiro!
Como S, Bartolomeu queremos ser enviados a evangelizar 
e a dar a vida como fermento, luz e sal da terra!
S. Bartolomeu, roga por nós e ajuda-nos a ser verdadeiros apóstolos!

quinta-feira, agosto 23, 2018

 

5ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. Rosa de Lima


Manifestarei a santidade do meu grande nome, profanado por vós. (cf. Ez 36,23-28)

Deus é santo e manifesta a sua santidade purificando,
perdoando, recriando um coração novo,
infundindo o seu Espírito, preparando-nos a mesa da comunhão!
Jesus é o seu Filho, que Ele envia às encruzilhadas da nossa vida,
convidando-nos para uma relação de amor,
para a aliança nova e eterna do Cordeiro Pascal.
Jesus concretiza a sua promessa e envia-nos o seu Espírito,
universalizando a sua santidade, formando um novo Povo de Deus!

Às vezes pensamos que a santidade é só não fazer mal,
que é evitar misturar-se com os pecadores,
que é fugir dos meios onde abunda o pecado,
e evitar profissões que sejam propícias à tentação...!
Esta é uma santidade à defesa, em fuga,
com medo de ser contaminada, pois se sente frágil!
Felizmente há santos que aceitam o desafio
de viver o seguimento de Cristo na política,
no mundo empresarial, junto dos marginalizados,
na ação social, nos meios de comunicação social,
na família, no silêncio do convento, na missão…!

Senhor Jesus, Filho do Altíssimo, o Santo que nos santifica,
derrama o teu Espírito sobre nós e purifica-nos do pecado!
Obrigado porque és o Emanuel, companheiro incansável,
e manifestas a tua santidade como Pastor das ovelhas perdidas!
Ajuda-nos a ter coragem de deixarmos a veste velha da maldade,
e aceitarmos o banho da regeneração e a veste nupcial da salvação!
Dá-nos, Senhor, um coração forte e misericordioso,
e liberta-nos do coração teimoso e dependente do pecado!

quarta-feira, agosto 22, 2018

 

4ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – Virgem Santa Maria Rainha


Não deviam os pastores apascentar o rebanho? (cf. Ez 34,1-11)

O Senhor é o Bom Pastor. Tudo o que vive, vive no seu coração!
Jesus manifesta o coração do Pai e dá a vida pelas suas ovelhas,
busca a que anda perdida, fortalece e cura a que anda doente,
dá-se em alimento e a água viva do Espírito 
para que todas tenham vida!
Todos somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor,
como bons pastores uns dos outros, como mão amiga!
Maria, Mãe e discípula de Jesus, é a Rainha e Pastora,
que nos ensina e anima a apascentar o rebanho de Deus!

Maria, a humilde Serva do Senhor, é exaltada pelos seus serviços!
A história da salvação revela-nos uma Maria ativa,
que do Céu continua a apascentar o Rebanho do seu Filho,
sempre zelosa a apontar para o Céu e para o Evangelho,
a aparecer aos pequenos pastores e a convidar à conversão!
Um cristão que se diz devoto de Maria e seguidor de Jesus,
e levar uma vida indiferente aos outros e à sua salvação,
ainda não entendeu o que é a vida e a sua missão na história!

Senhor, perdoa o tempo a energia que gastamos,
sem fazer nada, entretidos connosco mesmos!
Dá-nos um coração de Pastor, ardente de amor pelos irmãos,
disponível para se gastar em continuar a tua Missão!
Maria, Rainha da Misericórdia e da Missão,
faz de nós teus filhos, à imagem e semelhança do teu coração, 
inquieto e sofrido pela salvação do mundo!
Liberta-nos do egocentrismo, que nos desfoca o olhar,
para que tenhamos um olhar bom, justo e comprometido!

terça-feira, agosto 21, 2018

 

3ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. Pio X


Mas tu que és um homem e não Deus. (cf. Ez 28,1-10)

Deus criou-nos à sua imagem e semelhança,
com liberdade, capacidade de amar e de criar,
inteligência e autonomia, arte e beleza!
Alguns acham-se mais do que são,
e entronizam-se como deuses,
julgando-se mais do que os outros e concorrentes de Deus!
Colocam a sua confiança na sua argúcia e nas suas riquezas,
e, por isso, dificilmente entrarão do Reino de Deus!

O ser humano é belo e esperançoso como o orvalho da manhã,
e frágil e finito como o sol ao declinar do dia!
Quantas guerras terminam no cemitério,
quantos cedros de vaidade terminam imobilizados numa cama,
quantas grandes riquezas acumuladas sem saldo no Céu!
Nascemos nus e morremos sem nada,
ao nascer na dependências dos pais e da família,
ao morrer na dependência de quem nos faz o funeral
e de Deus escondido na realidade do Ser e da eternidade!
Tão espertos nos julgamos e tão insensatos somos!

Senhor, só vós sois Deus, tudo vos pertence como fonte da Vida!
Ensina-nos a sabedoria de usar as nossas capacidades
com humildade e caridade, fidelidade e entrega!
Que o teu Espírito nos guie no trato com as riquezas,
para que sejamos livres das amarras da possessão
e disponíveis para a justiça e a partilha!
S. Pio X, que quiseste instaurar todas as coisas em Cristo,
intercede para que coloquemos em Cristo toda a nossa confiança! 

segunda-feira, agosto 20, 2018

 

2ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. Bernardo


Assim fala o Senhor Deus: Vou profanar o meu santuário, orgulho do vosso poder. (cf. Ez 24,15-24)

Deus é bom e os seus preceitos geram bondade!
Quando o resultado é o orgulho ou a iniquidade,
não vem de Deus, mesmo que frequentemos o templo!
O jovem rico é um praticante de mandamentos,
mas confia mais nas suas riquezas do que em Deus!
Por isso, volta para casa triste com a realidade que descobriu!
Deus quer que nos confrontemos com a nossa verdade
e entremos na perfeita conversão de vida!

A vaidade da santidade é um pecado grave,
que afasta Deus e julga os irmãos como pecadores!
É o que chamamos beatice, pois de santo tem pouco!
Ser praticante de sacramentos e colaborador na Igreja é bom,
mas isso não nos deve levar a julgar mais que os outros,
nem a tentar assumir o comando da igreja,
agindo com ostentação, arrogância e prepotência!
O verdadeiro praticante é um discípulo humilde e fraterno,
que age apenas por amor sem medida e sem contrapartidas!

Senhor, eu confio em Ti, mas aumenta e purifica a minha fé!
Cristo quero seguir-Te de coração livre de amarras e seguranças,
embora saiba que tenha que fazer ainda um longo caminho,
para que o meu seguimento seja perfeito e fiel!
Que a tua Igreja seja praticante da fé e da celebração ,
da conversão e da caridade, da solidariedade e da missão!
S. Bernardo, ardor profético de entrega a Deus e devoção a Maria,
roga por nós, para que sejamos verdadeiros seguidores de Cristo!

domingo, agosto 19, 2018

 

20º Domingo do Tempo Comum



Não sejais irrefletidos, mas procurai compreender qual é a vontade do Senhor. (cf. Ef 5,15-20)

Deus é fonte da vida e da sabedoria de viver.
Estar em comunhão com Ele, encher-se do seu Espírito,
alimentar-se da sua carne em doação e serviço,
é aprender a prudência, viver divinamente amando!
Em Cristo encontramos a força para viver,
o rumo para seguir e a esperança de ser!
No Espírito Santo aprendemos a sintonizar o sentir de Deus
e escolhemos a sabedoria da felicidade redentora!

Um mundo em velocidade não quer refletir!
Uma mente ocupada com constantes ruídos sonoros e visuais
não quer pensar, tem medo do espelho da verdade!
Será livre uma vida movida pelos impulsos,
aprisionada pela paixão, dependente de drogas e de vícios?
Estranho um mundo onde todos comem a mesma comida,
bebem a mesma bebida, vestem as mesmas modas,
e ocupam o tempo da mesma forma,
como se estivéssemos a criar uma nova espécie de ser vivos,
nesta Torre de Babel engalanada de mercado sem fronteiras!

Senhor, Verdade silenciosa que espera discípulos,
eis-me aqui, sentado na lentidão, à espera da Luz!
Alimenta-nos com a tua Palavra e sê farol dos nossos passos!
Esvazia-nos do consumismo e do domínio dos sentidos,
para que tenhamos espaço para a meditação, a reflexão,
a revisão de vida, a avaliação do essencial,
a missão de cada um neste mundo em construção!
Conduz-nos, com o teu Espírito, à mesa da Eucaristia,
e ajuda-nos a sintonizar com o sentir de Cristo,
fazendo de nós pão que dá vida e bebida que refresca!


sábado, agosto 18, 2018

 

Sábado da 19ª semana do tempo Comum


Eu julgarei cada um segundo as suas ações. (cf. Ez 18,1-10b.13.30-32)

Deus julga-nos a justiça ou o pecado pessoal,
embora as nossas opções tenham consequências comunitárias!
O pecado dos pais não leva à condenação dos filhos,
pois os caminhos de Deus são insondáveis e misericordiosos.
Deus não quer a morte do pecador mas a sua conversão
e é capaz de escrever direito nas linhas tortas da nossa história!
Cristo quer-nos como as crianças, abertas a deixar-nos guiar,
confiantes em Quem nos ama eternamente e puras de coração!

Fala-se agora no “pecado de gerações” ou “maldições hereditárias”,
como se os filhos tivessem que pagar pelos males dos ascendestes.
Quem vive dessas crenças, busca “curas de gerações”,
como se tivéssemos recebido uma herança má, sem o sabermos!
Ora as condições para pecarmos são três: que haja matéria grave, 
consciência do erro e a resolução livre de praticar o pecado.
Não seria justo estarmos a sofrer castigo pelos pecados dos antepassados
e ainda mais de forma inconsciente e predeterminada!
Cada um é responsável pelos seus atos e deles deve dar contas a Deus!

Senhor, obrigado porque nos fizestes livres e pessoas únicas!
Sou solidário com a minha família e a minha cultura,
mas sou livre para ser diferente, para ser homem novo,
à imagem do Homem Novo que tudo recria!
Peço-Te pelos meus antepassados para que os perdoes e os salves!
Que o teu Espírito nos ilumine o discernimento 
para que possamos viver numa permanente infância espiritual,
em estado de conversão, na condição de discípulos de Jesus,
buscando a santidade e a justiça, na caridade e na esperança!

sexta-feira, agosto 17, 2018

 

6ª feira da 19ª semana do Tempo Comum – S. Beatriz da Silva


Vendo-te ensanguentada, Eu disse-te: ‘Quero que vivas’;  (cf. Ez 16,1-15.60.63)

Foi Deus que veio ao nosso encontro e nos amou!
Foi Deus que tomou a iniciativa de nos adotar como filhos,
de nos cuidar como Pai e como Mãe,
de nos purificar, educar na sabedoria e embelezar na dignidade!
Com tanto amor e com tanta liberdade,
subiu-nos a arrogância ao ventre e esquecemos Quem nos faz bem,
voltámos as costas a Quem nos restituiu a vida!
Mas Deus não se divorcia de nós,
Cristo é a nossa aliança eterna, é o Emanuel!

O amor, seja ele qual for, é sempre uma decisão pessoal,
que salva o outro: “Quero que vivas!”
Perante uma gravidez fortuita, tomar a decisão de não abortar
é dizer a este ser concebido: “Quero que vivas!”
Perdoar a quem nos ofendeu ou traiu é dizer-lhe:
“Quero que vivas, porque te amo de coração!”
Acolher um refugiado ou migrante
e dar-lhe oportunidade de refazer a vida é dizer-lhe:
“Quero que vivas e adotar-te como meu irmão!”

Senhor, louvado sejas pelas vezes que me disseste,
“Quero que vivas!” e me perdoaste, me protegeste, me elevaste!
Faz ecoar no meu coração este refrão de amor
e perante um quotidiano de fragilidade arrogante
eu possa repetir com determinação: “Quero que vivas!”
S. Beatriz da Silva, noiva de Ti à imagem da Imaculada Conceição,
ensina-nos a ser fieis, eucaristias de louvor,
que na contemplação de Cristo,
aprendem com Maria a servir a vida
e a ser instrumentos da reconciliação e da misericórdia!

quinta-feira, agosto 16, 2018

 

5ª feira da 19ª semana do Tempo Comum


Eu faço de ti um símbolo para a casa de Israel. (cf. Ez 12,1-12)

Deus fala-nos de muitos modos e sinais.
A rebeldia pode cegar-nos a vista e tapar-nos os ouvidos,
mas Deus continua a comunicar,
a mostrar-nos as consequências dos nossos atos!
Jesus é o símbolo mais transparente do sentir de Deus,
porque no Filho pulsa o coração misericordioso e justo do Pai!

Cada ser criado tem a marca que fala de Deus
e manifesta as marcas das consequências do pecado!
A chuva, que desce sobre bons e maus, 
é o símbolo do Deus misericordioso e santo,
que detesta a secura do mal e busca salvar o pecador!
Mas as mudanças climáticas são sinal do mau uso da liberdade,
que está a aquecer e a desertificar o planeta e poluir as águas!
Um jovem que cresce dependente dos seus caprichos e prazeres,
é o símbolo duma vida escrava, sem liberdade nem amor!
É tempo de abrirmos os olhos e aprendermos o caminho da vida!

Senhor, há tantas parábolas vivas na vida,
que deixamos passar, distraídos com futilidades!
Vivemos num mundo que não sabe ler nem ouvir,
que se alimenta de análises que não conduzem à conversão!
Que o teu Espírito nos abra os olhos da sabedoria 
e nos mova a conversões proféticas e alternativas,
que nos falem da grandeza do perdão,
da inteligência da vontade, da beleza da simplicidade,
da audácia da liberdade e da alegria de servir o bem!
Faz de nós um sinal vivo de Cristo e do seu Evangelho!

quarta-feira, agosto 15, 2018

 

Assunção da Virgem Santa Maria


Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol. (cf. Ap 11,19a.12,1-6a.10ab)

Deus é a fonte, o sustento e a vitória da vida.
O Filho de Deus encarna no cheio virgem de Maria,
para restituir à criação a eternidade perdida pelo pecado
e vencer a morte, tornando-se caminho e porta da ressurreição!
Maria é este sinal grandioso da esperança da humanidade em Cristo,
que nos espera e intercede para que todos sejam filhos no Filho!

Maria está viva no coração da Igreja e de todos os povos!
Cada povo descobre em Maria um sinal de predileção, de visita,
de visão, de aparecimento, de maternidade e de proteção!
Todos a sente sua, mesmo fora da sua terra!
Ela não descrimina e nem julga, simplesmente acolhe,
convida à conversão, cura, devolve a esperança
e a ponta para seu Filho: “Fazei o que Ele vos disser!”
Ela é de facto um sinal grandioso no Céu que se faz proximidade!

Senhor Jesus, caminho e porta da Vida,
envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a caminhar na terra
com o coração em Deus e a fidelidade humilde nas entranhas!
Maria, Serva do Senhor e Mãe da humanidade, 
puxa-nos para cima em dignidade e caridade,
em serviço e santidade, em seguimento e missão evangélica!
Ajuda-nos a ser uma Igreja, sinal de fé e de esperança
no Sol de Justiça que é Cristo Jesus!

terça-feira, agosto 14, 2018

 

3ª feira da 19ª semana – S. Maximiliano Maria Kolbe


Filho do homem, alimenta-te e sacia-te com o rolo que eu te dou. (cf. Ez 2,8-3,4)

A Palavra da Vida brota do amor de Deus.
A Palavra não é vara que de fora nos guia,
mas alimento que nos sacia e fortalece,
luz que interiormente nos faz ouvir o bem e o mal,
água que nos purifica e nos faz falar como profeta!
Jesus é o bom Pastor que desce em busca da ovelha perdida
e faz festa quando a encontra, 
porque não quer que ninguém se perca!

A palavra não é apenas um exercício vocal, verbo de encher,
mas diálogo em busca da verdade e de comunhão,
que comunica convicções e manifesta amor ou ódio!
A doutrina evangélica não são preceitos morais a conhecer,
mas seguimento de Jesus a assimilar, 
semente de vida em Cristo a cultivar,
sol que plasma por dentro e orienta o remar!
Tudo o resto é balançar entre o permitido e o proibido,
o metro e a peneira, a recompensa e o castigo!

Senhor, a tua Palavra é doce ao paladar, mas difícil de digerir,
por isso, fujo do silêncio, corro ao ritmo do ruído da ambição!
Dá-me coração de discípulo e ouvidos de criança humilde,
que quer aprender a deixar-se conduzir pela Mão do Amor,
pela Luz da Verdade, pelo Pão da Vida, à mesa da Eucaristia!
S. Maximiliano Kolbe, missionário que semeia a vida,
devoto de Maria e livre para amar,
roga por estes teus irmãos, tantas vezes vazios de esperança!

segunda-feira, agosto 13, 2018

 

2ª feira da 19ª semana do Tempo Comum


Era a imagem da glória do Senhor. (cf. Ez 1,2-5.2428c)

A glória do Senhor enche toda a criação,
não está circunscrita a uma terra ou a um templo.
Ezequias  faz a experiência de Deus no exílio,
majestosa e imponente que sobrepassa os poderes de turno!
A glória de Deus manifesta-se na Galileia,
no Filho de Deus, encarnado no filho de Maria,
Servo de Deus, morto pelos homens e ressuscitado pelo Pai!

Estamos a viver o império da imagem.
A glória dos homens é aparecer, ser famoso, ser falado, 
ser conhecido, nem que seja pelos piores motivos.
Antes havia meios de comunicação social especializados,
onde apareciam as estrelas da moda, os “glamour” do momento.
Agora, com as redes sociais, todos se podem tornar famosos,
publicar fotos e façanhas, publicar um vídeo no Youtube.
Nesta procura de exposição, alguns escancaram a sua vida,
expõem-se a selfies perigosas e arriscadas,
buscam “gostos” de forma doentia e perniciosa!
É a glória do efémero e a arte de representar!

Senhor, Filho do Homem e Filho de Deus,
manifestação da Glória divina no humano,
abre os meus olhos à glória escondida que nos serve a salvação!
Liberta-nos do sonho da glória aparente, que nos distrai,
para nos concentramos na glória da santidade que serve 
e ama com alegria, sem necessidade de se pavonear!

domingo, agosto 12, 2018

 

19º Domingo do Tempo Comum – Semana da mobilidade Humana


Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer. (cf. 1 Reis 19,4-8)

Deus é Trindade de Amor e alimento de caridade!
É um Pão que desce do Céu para nos ajudar a caminhar,
não como quem faz atletismo para si,
mas como quem quer caminhar na caridade, a exemplo de Jesus!
A Cristo come-se pela escuta e pela contemplação,
que uma vez digerido, fortalece o coração e a vontade,
e seguindo a Cristo, caminha em direção a Deus no próximo!

Há alimentos que sabem bem, mas fazem mal;
há alimentos que criam dependência e enfraquecem a vontade;
e há alimentos que geram saúde e predispõem para o trabalho!
Que alimento busco para fortalecer o meu dia-a-dia: 
futilidades, discórdias, mentiras, guerras, infidelidades, 
murmurações, fofocas… ou diálogo, escuta, olhar compassivo, 
perdão, serviço alegre, acolhimento, gratidão, esperança, amor…?
Nós somos o que comemos!

Senhor, obrigado pelo Pão que me preparas cada dia,
cada vez que paro para escutar, para me fortalecer,
para me rever à luz da tua Luz!
Liberta-me da cobiça dos alimentos e bebidas tentadoras,
mas que criam obesidade de egoísmo
e ressaca de dependência e ilusão!
Que o teu Espírito nos conduza às boas mesas
da escuta da Palavra e da comunhão na Eucaristia!

sábado, agosto 11, 2018

 

Sábado da 18ª semana do Tempo Comum – S. Clara


Porque ficais em silêncio, quando o ímpio devora o justo? (cf. Hab 1,12-2,4)

Deus é um mistério que o tempo não entende!
Custa-nos compreender o silêncio de Deus
perante a injustiça, a doença, a agressividade sobre o inocente!
Dói o silêncio de Deus no grito da cruz:
“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”
O que sustentou Jesus foi a fé que o Pai não O abandonava
e, de facto, o Pai esperava-O, ressuscitando-O ao terceiro dia!
A oração paciente e perseverante, como a de S. Clara,
é a manifestação mais confiante no poder de Deus!

Num mundo do “ver para crer”, da eficiência, do “para já”…
é difícil compreender que alguém “normal”,
acolha o chamamento de entrar-se num convento,
“apenas” para rezar pelo mundo e louvar a Deus!
Quando a injustiça é gritante e se instrumentaliza a fragilidade,
explorando, torturando e matando, 
é difícil compreender o silêncio de Deus! 
Alguns pensam que é o argumento para provar que Ele não existe!
Não estará Deus a dizer-nos: “Quem enviarei, quem irá por nós,
fazer algo pela justiça, proteger o inocente, manifestar a compaixão?”

Senhor, eu creio em Ti, mas aumenta a minha fé!
Confio a Ti esta humanidade desértica de fraternidade
e ofereço o meu coração, as minhas mãos, 
os meus pés e a minha boca, para ser sinal da tua presença salvadora!
Envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a confiar em Ti,
quando a resistência dos malvados desperta em nós um zelo malvado,
e desesperamos, desistimos ou entramos na imprecação!
S. Clara, pobreza libertadora que vence pela oração confiante,
ensina-nos a rezar pelo mundo e a viver eucaristicamente!

sexta-feira, agosto 10, 2018

 

S. Lourenço, diácono e mártir


Quem semeia pouco também colherá pouco. (cf. 2 Cor 9.6-10)

Deus ama-nos com TODO o seu ser.
Por isso, a medida com que semeia é infinita,
a fidelidade com que ama é eterna,
a compaixão com que perdoa e salva é incomensurável!
Envia com abundância a sua Palavra e os seus profetas,
e dá-se até ao sacrifício de vida do seu Filho,
numa cruz que abre a porta ao Deus-connosco
e enche o tempo com o sopro divino do Espírito!
Os que vivem da fé e seguem o amor de Jesus Cristo,
aprendem, como Lourenço, a alegria de semear e dar-se!

A fragmentação e o egocentrismo afasta-nos de Deus e dos outros!
É uma vida virada para si mesmo, entretida em passatempos,
alheada das vozes que choram ombro amigo,
num autismo indiferente ao mundo que o rodeia
e ao rebanho sem pastor que anda errante e cego!
Mas este “ser moderno”, esvaziado do coração,
é fonte estéril de bondade e de alegria em casa,
na sociedade, na escola e na Igreja!
É tão vazio de generosidade que só consome!

Senhor, Oceano infinito de amor donde vivemos,
ensina-nos a ser rio que corre, fonte que jorra,
nuvem que rega, água que dá vida e purifica!
Faz de nós semeadores sábios e generosos,
que não semeiam apenas palavras, mas também amor,
vida, entrega, tempo, dons, alegria, acolhimento…!
S. Lourenço, servidor da partilha e administrador da caridade,
ajuda-nos a dar e a dar-nos com alegria e fidelidade!

quinta-feira, agosto 09, 2018

 

S. Teresa Benedita da Cruz


Farei de ti minha esposa para sempre. (cf. Os 2,16b.17b.21-22)

Deus desce da alegria do Céu para conquistar o coração da criação!
Somos chamados a ser virgens prudentes e vigilantes,
que sabem esperar o Esposo, com azeite de reserva:
com a fé alimentada pela Palavra, 
a caridade fortalecida pela Eucaristia
e a esperança iluminada pela contemplação da Páscoa da ressurreição!
Foi assim, que Edith Stein, judia de nascimento,
buscou a verdade e a encontrou, e acolheu Cristo como esposo!

Um olhar de fé, que sabe contemplar a cruz de Jesus,
escuta a voz da esperança a ressoar no horizonte: 
“Quero fazer de Ti minha esposa para sempre!” 
A falta deste horizonte, faz da fidelidade uma utopia,
que só alguns sortudos ou “ingénuos” conseguem alcançar!
Perante a imprevisibilidade do amanhã,
a maioria fica paralisada na confiança e na entrega,
não sendo capaz de dizer: “amo-te”, para além deste instante!
Os sacramentos que  se podem receber mais do que uma vez, 
supõem a fidelidade de Deus a unir-se à nossa infidelidade! 

Senhor, de vez  em quando adormece-me o fogo do ardor,
como quem se distrai do essencial, perdido no fortuito!
Busco acumular tesouros no Céu, como azeite na almotolia,
mas muitas vezes perco-me a comprar vaidades sem conteúdo,
no mercado das distrações e das fugas ao compromisso!
S. Teresa Benedita da Cruz, coração sedento da Verdade,
ajuda-nos a contribuir para que Igreja
seja a esposa bela e santa, fiel e livre, que sonhaste!

quarta-feira, agosto 08, 2018

 

4ª feira da 18ª semana do Tempo Comum – S. Domingos de Gusmão


De longe o Senhor apareceu-lhe, dizendo: «Amei-te com amor eterno; por isso tive compaixão de ti.» (cf. Jer 31,1-7)

O encontro, entre Deus e a humanidade,
é uma constante declaração de amor,
embora seja noite e a Voz venha de longe! 
É a compaixão que arde o coração
e faz Deus sair eternamente ao nosso encontro
e nós pontualmente voltar-nos para Deus!
Qual mulher pagã suplicamos ao Senhor misericórdia,
pois o Templo ganhou pés de missão e fez-se Emanuel!

O amor eterno soa a sufoco e a medo de não poder mudar!
A compaixão e a misericórdia soa a fraqueza,
a medo que o outro abuse da nossa bondade, que nos engane!
Por isso, a religião agora quer-se descomprometida,
a relação virtual e fluida, o amor a termo e livre!
Como falta a fé e a esperança na eternidade,
tudo tem o selo do tempo, do limitado, do precário!
A família e a Igreja estão a sofrer desta precariedade cultural!

Senhor, sonho voar, mas pesam-me os pés limitados,
e contento-me com o instante, com flashes de felicidade!
Busco ser livre e apequeno o amor, para que não seja eterno!
Sofro a traição e, em vez de a curar com a misericórdia,
ressinto o rancor e fecho-me no medo de ser enganado!
Abre-nos à alegria de viver, servindo e amando,
como o teu Filho, que de longe nos visita e perto nos acompanha,
na noite da fé, cheia de sinais da Luz da aurora!
S. Domingos, humilde e sábio pregador da verdade,
ensina-nos a amar com amor eterno e a perdoar sempre!

terça-feira, agosto 07, 2018

 

3ª feira da 18ª semana do Tempo Comum


Assim fala o Senhor: «Restaurarei as tendas de Jacob e terei compaixão das suas moradas». (cf. Jer 30,1-2.12-15.18-22)

O Senhor é o médico que nos conhece e cuida!
Corrige as nossas infidelidades com o bastão da verdade,
mas não nos abandona na nossa desgraça!
Vem ao nosso encontro, durante a noite da fé,
e restaura-nos com a sua compaixão
e o óleo dos seus sacramentos!
Cristo caminha sobre as ondas do mal
e desafia os ventos da descrença e da infidelidade!

Na guerra da concorrência anda tudo à procura das fraquezas
para dar um golpe fatal ao concorrente e vence-lo!
No marketing agressivo está a desenvolver-se 
uma ciência das necessidades, da vigilância dos “gostos”,
que memoriza as pesquisas e curiosidades! 
No mundo digital, dão-se e-mails gratuitos
para mais facilmente ter acesso aos nossos segredos e dados!
Não é assim, felizmente, que Deus atua,
pois o seu amor não quer vigiar para condenar,
mas aproximar-se para nos restaurar, curar e salvar!

Senhor, Omnisciência que ama e restaura,
como é bom saber-me inscrito na tua Mão,
como é consolador reconhecer-Te empenhado em me salvar!
Sei que há raízes em mim que não brotam da Cepa de Cristo,
mas confio em Ti, no poder da tua Aliança eterna,
no oceano da tua misericórdia como útero de renascimento!
Bendito sejas nosso Salvador, verdade na caridade,
justiça restauradora, Mão paciente e remédio dos males! 

segunda-feira, agosto 06, 2018

 

Transfiguração do Senhor


Nós ouvimos esta voz vinda do céu. (cf. 2 Ped 1,16-19)

A encarnação do Esplendor da Glória,
eclipsou a luz da glória divina do Filho!
O anúncio da paixão e da morte confundiu a fé
dos discípulos em busca da Luz e da Glória!
Convidados a subir ao monte da escuta e da visão,
Pedro Tiago e João viram a Glória e escutaram a Voz,
que confirma os profetas e rasga o Céu,
como raio de luz na fresta da esperança!
Cristo vê-se ouvindo-O e seguindo-O em Igreja!

Ultimamente tem-se descoberto a beleza do eclipse.
Há fotógrafos e mirones que, em vez de terem medo,
se extasiam com a beleza das corres e o escuro do obstáculo.
Na vida de cada um há muitos eclipses,
muitas coisas que nos escondem a esperança,
muitos obstáculos que nos impedem de ver a alegria!
Falam-nos que para além das nuvens cerradas está o sol,
mas a escuridão instala-se e o desânimo domina-nos,
nesta pequenez do ser, que nos ensurdece a esperança!
Precisamos de reaprender a subir ao monte da oração
e escutar a Voz do Céu que nos olha com horizontes de eternidade!

Senhor, subi ao monte e pus-me à escuta,
na harmonia da aurora e na frescura da manhã!
Lá em baixo, no ontem da luta do quotidiano,
há adversidades que nos abatem e calores que nos desidratam!
Cá em cima, vêm-se as nuvens lá em baixo,
e o nascer do sol fala-nos de amor 
e a frescura da Palavra anima-nos a recomeçar!
Dá-nos, Senhor, o teu Espírito 
e ensina-nos a ver com os óculos da fé,
para que, no meio do ruído do tempo, 
possamos sintonizar com a paz da eternidade,
que nos espera na Palavra pronunciada pelos profetas
e encarnada no Filho do Céu que nos foi dado! 

domingo, agosto 05, 2018

 

18º Domingo do tempo Comum


Renovai-vos pela transformação espiritual da vossa inteligência e revesti-vos do homem novo. (cf. Ef 4,17.20-24)

Deus envia-nos o seu Filho, verdadeiro Pão do Céu,
que nos faz renascer para uma vida nova
e alimenta a consolidação do homem novo, à imagem de Deus!
O seu Espírito renova-nos a mente e a vontade,
a sua Palavra orienta-nos nos frutos de fé, esperança e caridade!
O pão de cada dia, que alimenta o ventre,
aponta para o Pão da Eucaristia que alimenta a filiação divina.
A Igreja é o seio onde se nasce, cresce e se dá frutos de Cristo!

A vida espiritual tem uma dimensão interior, 
que afeta os valores, os sentimentos e a vontade,
e uma dimensão exterior, que se expressa em atitudes,
comportamentos, expressões de piedade e formas de viver!
Quem se preocupa apenas com o que aparece e se revela,
corre o risco de um dia ouvir do Senhor: “Não te conheço”!
O “homem novo” tem que ter raízes em Cristo
e ser purificado por Cristo das raízes do “homem velho”!
A escuta da Palavra e a participação nos sacramentos,
ajudam-nos a arrancar as raízes do pecado que teimam singrar!

Senhor, cada manhã o orvalho da Palavra, descido do Céu,
refresca a minha secura e fortalece o meu andar.
Bebo-Te pelos ouvidos do meu coração
e espero frutificar, dando-Te autorização 
que me mondes e purifiques das ervas daninhas!
Envia-nos o teu Espírito de sabedoria
e ajuda-nos a escolher-Te 
entre tantos “pães” tentadores no mercado da vida!

sábado, agosto 04, 2018

 

Sábado da 17ª semana do Tempo Comum – S. João Maria Vianney


Este homem não merece a morte, porque nos falou em nome do Senhor, nosso Deus. (cf. Jer 26,11-16.24)

Deus envia os seus profetas e o seu Filho,
não para nos confirmar no nosso mau proceder,
mas para nos dar ajudar a tomar consciência
e nos levar à conversão a Deus e à sua justiça!
Mexer nas nossas feridas dói e a tentação é matar o médico!
Por isso, os profetas são perseguidos, Cristo foi morto,
e a Igreja se estiver a bem com todos, 
deve interrogar-se se é profética, se fala em nome de Deus!

O martírio continua a ser uma realidade na Igreja.
O século vinte foi um verdadeiro século de mártires!
Nuns lugares a morte tenta calar a profecia viva,
noutros é a pressão da comunicação social,
a injúria, a ridicularização, a descriminação negativa!
Quando a Igreja está a bem e confortável com o poder,
talvez tenha deixado de ser “sal e luz”
e calado a Palavra de Deus que nos chama a todos à conversão!

Senhor, sinto que procuras fieis mensageiros,
que falem e pratiquem o que Tu queres
e não o que os poderosos do momento desejam!
Há tanta coisa que nos faz calar a boca
ou desvitalizar a Palavra, como o medo e o interesse!
Ajuda-nos, Senhor, a ser fieis porta-vozes e profetas audazes 
livres para amar este povo que precisa da tua redenção!
S. João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes
e mestre na pregação que leva à conversão,
ajuda-nos a exercer o nosso ministério com fé e santidade!

sexta-feira, agosto 03, 2018

 

6ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


Mas vós não escutais, farei deste templo o que fiz de Silo. (cf. Jer 26,1-9)

O primeiro mandamento é “escutar o Senhor”!
O templo, a cidade santa, o profeta, o sacerdote,
a Palavra escrita… tudo está em função da escuta,
da fé no Deus da Aliança, da prática da santidade!
Caso esses meios não contribuam para alcançar este fim,
Deus permite que sejam destruídos, pois não nos quer enganados!
Escutar vai para além do ouvir, é acolher e ter fé num projeto,
seguir a mensagem e o mensageiro, o Deus Emanuel!

O senso da prática dominical é um indicador,
mas não é o único indicador da vitalidade de vida cristã!
Há outros mais importantes, nem sempre fáceis de mensurar:
o grau de solidariedade, a fidelidade responsável,
a justiça e a paz nas relações, a integração do diferente,
o compromisso com o bem comum, 
a esperança nas dificuldades, a fé libertadora, a humildade, 
a capacidade de escutar e corrigir procedimentos... 
A vitalidade de uma comunidade eclesial,
revela-se pelo empenhamento ministerial e de dons,
pela alegria de celebrar a fé, pela caridade em vive-la,
pelo testemunho evangelizador que age como fermento!

Senhor, muitas vezes deixo-me levar pela rotina e o dever,
sem cultivar a escuta, o acolhimento, a conversão de coração!
Visito o Templo, mas não me deixo visitar por Ti,
pratico a piedade, mas não pratico a caridade e a missão!
Que o teu Espírito nos ajude a concentrar no essencial,
a fazer da nossa vida um todo, onde reinas como Senhor!

quinta-feira, agosto 02, 2018

 

5ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


Levanta-te e desce à casa do oleiro; ali te farei ouvir as minhas palavras. (cf. Jer 18,1-6)

Deus fala-nos no silêncio do Templo ou do quarto,
mas também na contemplação da natureza
e da vida quotidiana, vista com olhar de fé!
O oleiro, a pesca, a arrumação da casa,
as ondas do mar, os passarinhos, a agricultura,
a arte, a música, o pedreiro, o atleta, a doença…
em tudo o Senhor nos fala e faz ouvir a sua Palavra!

A vida passa muitas vezes como carro em velocidade,
em que não se observa a paisagem, mas apenas o asfalto!
Mesmo quando podemos passear lentamente e sentir a natureza,
colocamos música conhecida nos ouvidos
e vamos andando vidrados na cena do virtual!
Tanta Palavra de Deus que nos escapa por falta de atenção,
por distração, por superficialidade e velocidade!
A vida contemplada e meditada é uma Bíblia viva!

Senhor, eis-me aqui disposto a escutar-Te,
nesta maravilha que é o dom da vida
e o mistério da natureza que nos interpela e que transformamos!
Abre-nos à ação do Espírito Santo para que olhando o visível,
possamos compreender o invisível, o Mistério que nos sustenta!
Bom Jesus, ensina-nos a arte de contemplar a vida,
para que encontremos as semelhanças com o Reino de Deus!
Ajuda-nos a aproveitar as férias para contemplar!

quarta-feira, agosto 01, 2018

 

4ª feira da 17º Semana do Tempo Comum – S. Afonso Maria de Ligório


Quando apareciam as vossas palavras, Senhor, eu tomava-as como alimento. (cf. Jer 15,10.16-21)

O Senhor é o tesouro escondido que procuro,
a pérola preciosa que desejo e busco!
A sua Palavra é o alimento que me dá força
e a luz que me faz caminhar, 
pois ser fiel é duro, dá trabalho e solidão!
É que seguir Jesus é renunciar ao poder e à violência,
e assumir o dar a vida para que todos tenham vida!

O que tomamos como alimento no vazio da vida?
Algo que nos distraia, que nos divirta, que nos adormeça,
que nos evada dos rigores da vida, que nos faça sonhar,
nem que seja num mundo virtual, irreal e teatral!
Conhecer-se a si mesmo, dialogar com os seus fantasmas,
silenciar o ruído e a opinião para escutar a verdade,
proclamar a justiça e anunciar a paz... é contracorrente,
gera solidão, faz-nos sair da “ordem” do rebanho
e dá-nos vontade de fugir, de desistir de ser fiel!

Senhor, busco sentido e em Ti encontro luz
escondida na Palavra que espera ser escutada e seguida!
Há tanto ruído em mim e vontade de fugir do silêncio,
que preciso de marcar tempos para estar conTigo e segurar-me!
S. Afonso Maria de Ligório, Mestre da moral libertadora,
ensina-nos a discernir o bem do mal
e a seguir o Mestre da Vida com a alegria de servir e de amar!

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