segunda-feira, abril 29, 2024

 

2ª feira da 5ª semana da Páscoa, S. Catarina de Sena, padroeira da Europa

 



Ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é 

luz e n’Ele não há trevas. (cf. 1 Jo 1,5-2,2)

 

Deus é a luz que não ofusca e nos permite ver

a verdade da nossa vida, aquilo que nos carrega e enfraquece.

A maldade torna obscura as relações humanas

e afasta-nos da verdade e da justiça, da santidade e da luz.

Mas quando a fé em Jesus é simples e real,

possibilita-nos ver o pecado e ver também o Caminho da salvação;

e por isso, esta Luz descansa-nos e inspira-nos esperança,

no desafio a levantar-nos e rumarmos para a conversão.

S. Catarina de Sena, de tanto procurar a luz de Deus na cruz,

descobriu as trevas da humanidade e empenhou-se na paz,

na unidade da Igreja e no regresso do Papa a Roma.

 

Há misticismos que nos levam a fechar os olhos

e a tapar os ouvidos para se ver e ouvir melhor a Deus.

É um misticismo que ilumina o invisível

e escurece o visível por onde caminham os pés que ajoelham.

Há o misticismo de santos como S. Catarina de Sena,

que quanto mais penetram no mistério de Deus,

maior luz se faz para o mistério de nós mesmos

e das relações sociais onde vivemos.

É a dimensão profética a comandar a vida dos santos,

que os faz pessoas de Deus comprometidos com um mundo melhor.

 

Senhor, Vós sois a luz que procuro neste tatear em que vacilo,

para aprender a caminhar como caminha o teu Filho.

Obrigado por cada segundo que me dás

e por cada lúmen que vislumbro neste andar e tropeçar,

guiado pela Voz de quem me ama e se esconde

e pelo desejo de ser parte do Reino de Deus,

que se constrói desafiando ser justiça, paz e comunhão.

S. Catarina de Sena, doutora dos mistérios de Deus

e profeta de um mundo melhor, sonhado por Deus,

intercede por cada um de nós, para que caminhemos na Luz

e sejamos no nosso tempo a memória do projeto de Jesus.



domingo, abril 28, 2024

 

5º Domingo da Páscoa

 



É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. (cf. 1 Jo 3,18-24)

 

O Pai oferece-nos o seu Filho como caminho de salvação.

Jesus revela-se-nos no caminho da vida, como a Saulo,

e cura-nos o olhar da fé, fazendo acontecer a conversão:

um antes que persegue a vida e um depois que ama

e anuncia a misericórdia e a esperança no Senhor Jesus.

E permanecendo em Jesus pela fé que O segue e anuncia

e pelo testemunho de vida que cria comunhão,

brotam frutos de coerência de vida e de amor incondicional,

à imagem de Cristo que abraça o Céu e a terra na cruz.

 

Entre muitos mandamentos de Deus e da Igreja,

muitas vezes ficamos pelo mais fácil,

que é cumprir deveres religiosos e ritos pontualmente,

continuando o coração da vida a viver segundo as circunstâncias.

Formam-se assim fragmentos de mim em lugares diferentes,

um piedoso e cumpridor, com palavras e boas intenções,

e outro rebelde e interesseiro, que guarda rancor,

engana e explora nas relações comerciais e sociais,

e se abstém de amar quem precisa, a não ser pontualmente.

E por cima, este cumprir religioso desagarrado da vida,

acalma a consciência pela sensação do dever cumprido

e justifica ao próprio um olhar de superioridade condenatório.

 

Senhor Jesus, obrigado porque me enxertaste de vida nova,

e me vás podando e tratando as moléstias do mal que me enfraquecem,

ajuda-me a dar frutos que falam bem de Ti,

Videira da Vida, casta divina que inspira amor e esperança.

Espírito Santo, inquieta-me com sede de mais e de autenticidade,

para que me deixe guiar pela fé e seguimento de Jesus

e ser fonte de amor que generosa e indiferenciadamente

regue todos os desertos com a alegria de dar-me pela vida.

Que a Ti, Jesus, só imite na relação com Deus, a natureza e o outro,

para que os frutos sejam de Cristo: doces, salutares e medicinais.



sábado, abril 27, 2024

 

Sábado da 4ª semana da Páscoa

 



Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação 

até aos confins da terra. (cf. At 13,44-52)

 

O desejo de Deus é cuidar e salvar toda a criatura.

Escolheu Abraão para ser o pai na fé de um povo-fermento,

que siga a aliança com Deus e seja luz para as nações.

O povo esqueceu a aliança e Deus escolheu profetas

para reconduzir o povo à conversão e reacender a aliança.

Por fim, enviou o seu Filho que assumiu o nosso corpo

e mostrou o que é estar no Pai e o Pai n’Ele,

revelando o coração do Deus que ama incondicionalmente

e se torna caminho para, com a ajuda do seu Espírito,

cada um que n’Ele acredita e O segue,

viver como o Filho e se tornar luz para toda a criatura.

 

O orgulho dos pais é ver que os seus filhos

assimilaram o melhor dos pais e se recusaram a imitar o pior.

Dão graças a Deus porque entre as luzes e as trevas que passaram,

os filhos e os amigos ficaram com as luzes e perdoaram as trevas.

A tristeza dos pais é dar-se conta do egoísmo e dependência dos filhos,

de vidas viradas ao avesso e que parecem filhos de outros,

se interrogam: em que falhámos na educação dos nossos filhos?

Há pessoas que frequentaram a catequese, foram batizados

e iniciados na Eucaristia e noutros sacramentos,

mas o seu testemunho não fala de Jesus Cristo,

e parecem luas novas de costas para a luz, habituados à noite.

 

Senhor Jesus, Luz que brilha a vida e mostra o caminho do amor,

reacende este borralho morno em que vivo

e faz de mim chama da lâmpada acesa no teu Círio

que revela a tua presença e o teu coração,

que a todos quer libertar e salvar no abraço do perdão.

Faz de mim testemunha de uma luz diferente,

que não seja artificial nem virtual,

mas me torne pirilampo de Cristo no quotidiano da vida por ande.

Espírito Santo, ajuda-nos a ser Igreja missionária,

que brilha pela santidade, desinstalada e pronta sempre a recomeçar

e a partir em busca daqueles que vivem na noite

e têm medo da luz que os acorda para a verdade.

Ó como desejava que quem nos visse,

visse Cristo vivo a semear esperança e a curar o pecado,

a gerar vida que vale a pena viver e perpetuar.



sexta-feira, abril 26, 2024

 

6ª feira da 4ª semana da Páscoa

 



Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei. (cf. At 13,26-33)

 

Deus é um mistério de salvação,

que se fez promessa na Sagrada Escritura

e se fez “hoje” em Jesus de Nazaré, rejeitado, morto e sepultado,

a Quem Deus ressuscitou e fez caminho de salvação para todos.

No mistério da eternidade e do amor, Deus gerou o seu Filho.

No mistério da criação, o Pai, o Filho e o Espírito criaram a vida.

Perante o mistério da desobediência e da iniquidade das criaturas,

Deus prometeu a salvação e enviou o seu Filho a nascer de novo

e olhando para o sim de Maria, disse:

“Tu és o meu Filho, eu hoje Te gerei”!

E perante a rejeição e morte de Jesus, Deus ressuscitou-O

e revelou aos seus discípulos por meio do Espírito Santo:

“Eis aqui de novo o meu Filho, Eu hoje O gerei”!

E aos que seguem Jesus e o seu Evangelho, curados do pecado,

o Senhor nos diz: “Vós sois os meus filhos, Eu hoje vos gerei”!

 

Nascemos um dia e um dia morremos para esta vida,

mas ao longo da vida morremos muitas vezes

e renascemos muitas vezes, nesta aventura do caminho.

Guardamos no nosso corpo a memória do projeto original, o ADN,

que perante as lutas contra vírus, fungos e bactérias

ou perante acidentes que ferem e quebram a pele e os membros,

nos gere de novo nesta maravilha de voltarmos a ser.

Às vezes ficam as cicatrizes, mais como sinais de vitória do que morte.

O drama é quando esquecemos a memória do que somos

e cada célula começa a inventar e se forma um tumor,

que destrói a unidade e o projeto original,

mas mesmo assim ainda há esperança de recomeçar de novo.

 

Bendito sejas, Deus da vida, que no mistério da iniquidade

atuas como salvação e pela tua graça e misericórdia,

tornas possível que nasçamos de novo a cada instante.

Bendito sejas, Jesus nosso salvador,

que na tua paixão e morte, não perdeste a paz original

nem abandonaste a mansidão e a aliança de amor,

e, por isso, fizeste da morada dos mortos

um útero que encarnou o amor e gerou nova vida e salvação.

Faz-me acreditar que a nossa vida, cheia de quedas, feridas e de mortes,

pode, em Jesus, escutar o mistério da esperança

e confirmar de novo: “Tu és o meu filho, Eu hoje te gerei”!

Faz-me confiar que o fim desta vida é um nascer de novo

e no encontro com o Amor que vivifica e o perdão que salva,

escutar de novo em uníssono a Voz do Deus Trino:

“Tu és o meu Filho, Eu hoje te gerei”!



quinta-feira, abril 25, 2024

 

5ª feira da 4ª semana da Páscoa, S. Marcos, evangelista

 



Saúda-vos a comunidade estabelecida em 

Babilónia, eleita como vós, e também Marcos, meu 

filho. (cf. 1 Ped 5,5b-14)

 

A aliança e a missão redentora da humanidade

têm o selo da eternidade, da misericórdia e do amor.

Deus combate a infidelidade e a incredulidade,

não destruindo e condenando, mas enviando o seu Filho

e ungindo-nos com a luz do seu Espírito.

A sua missão perdura na Palavra testemunhada,

anunciada, inspirada e escrita como pão que alimenta.

Pedro chegou a Roma e fez discípulos de Jesus,

gerando na fé filhos queridos e animados como Marcos.

A comunidade (a Igreja) é feita de pessoas com nome e missão.

 

No Batismo Deus entrega-nos o dom da salvação em Cristo

e do Espírito para que o façamos render e fecundar.

Não é um dom para embrulharmos no lenço da apatia,

que faz da fé um aleitamento permanente,

que só consome e dorme, como bebé sem vida independente.

A alegria do cristão é gerar filhos na fé,

recuperar filhos perdidos e feridos no caminho,

como semeador do Evangelho na humildade do testemunho.

Há quem escreva nos corações e os que escrevem em letras,

para que o Evangelho continue a fecundar vidas

e a gerar filhos na fé que prosseguem a mesma missão de Jesus.

 

Bendito sejas, bom Deus, porque me geraste filho na fé,

colocaste no caminho tantas pessoas que me falaram de Jesus

e me tocaram pelo seu testemunho de fé e de compaixão.

Louvado sejas, Espírito Santo, porque me ensinas a ler

a vida e o Evangelho, e a perceber a tua presença amiga,

que me dá mão e levanta para continuar a missão de Jesus.

E como Pedro e Marcos quero pregar e escrever

como quem semeia sem escolher o destinatário;

semear simplesmente, pois a semente só é semente

se for semeada generosamente ou moída e amassada para alimento.

S. Marcos, evangelista e frequentou a escola de Paulo e de Pedro,

reza para que sejamos cristãos discípulos e missionários.



quarta-feira, abril 24, 2024

 

4ª feira da 4ª semana da Páscoa

 



Estando eles a celebrar o culto do Senhor e a 

jejuar, disse-lhes o Espírito Santo: «Separai 

Barnabé e Saulo para o trabalho a que os chamei». (cf. At 12,24-13,5a)

 

O Espírito Santo faz-se ouvir na assembleia unida em oração

e faz da Eucaristia memória de Cristo e alimento da missão.

Chama Barnabé e Paulo para, em nome da Igreja,

partirem a anunciar a boa nova de Jesus Cristo a outros lugares.

Antioquia é assim uma Igreja em saída,

que impõe as mãos sobre aqueles que o Espírito escolhe,

e deixa partir o melhor que tem para servir a missão de Deus.

A fecundidade da Igreja é alegria na caridade e na liturgia

e dinamismo de carismas e serviços solidários e evangelizadores.

 

A mesa não é um fim em si mesmo.

Não vivemos para comer nem para a satisfação da gula,

vivemos para amar, trabalhar, dialogar, criar, louvar…

e a mesa e o encontro fortalecem este dinamismo vital.

Também a Eucaristia não é um fim em sim mesmo,

para cumprir um dever e satisfazer Jesus solitário,

mas a resposta a um convite à Igreja,

para rezarmos unidos, escutarmos juntos o Evangelho,

fazermos como família memória da Páscoa de Jesus,

alimentarmos a nossa vida de fé e de missão,

descobrirmos a nossa vocação e missão

no Corpo de Cristo vivo e missionário, em permanente envio.

 

Bendito sejas, bom Jesus, pelo Espírito que nos anima

a ser Igreja que celebra e congrega em comunidade

e nos envia a ser vocação e missão no regresso a casa.

Espírito Santo, luz que nos guia a ser comunhão,

seja quando saímos de casa e nos juntamos em oração,

seja quando saímos da assembleia e partimos em missão.

Ajuda-nos a não sermos meros consumidores de missas,

preocupados apenas com a nossa salvação individual,

mas células vidas do teu Corpo,

que com a mesma alegria celebra e escuta a tua Palavra,

se alimenta e fortalece na caridade,

e faz da cada Eucaristia um envio a ser misericórdia e compaixão,

a ser Cristo nos sentimentos e no anúncio jubiloso,

preocupado em indicar aos perdidos o caminho redentor de Jesus.



terça-feira, abril 23, 2024

 

3ª feira da 4ª semana da Páscoa, S, Jorge

 



Barnabé viu a ação da graça de Deus, encheu-se 

de alegria e exortou a todos a que se conservassem 

fiéis ao Senhor, de coração sincero; (cf. At 11,19-26)

 

A boa nova de Jesus Cristo é para ser anunciada

a toda a criatura e até aos confins da terra.

Ao princípio era anunciada apenas aos judeus,

mas em Antioquia abriu-se a porta da missão a todos.

A Igreja deixou de ser uma “via do judaísmo”

e passou a ser um novo povo de Deus,

onde não há judeu nem grego, escravo ou livre,

homem ou mulher, mas todos são discípulos de Cristo.

Barnabé viu nesta abertura evangelizadora

a “ação da graça de Deus” e procura estrutura-la e consolida-la,

exortando a todos a serem fiéis ao Senhor, de coração sincero.

 

O que vemos hoje na Igreja e no mundo?

Conseguimos ver a ação da graça de Deus

a atuar na Igreja e no mundo ou só vemos desgraças,

perigos, ameaças e a ação das perversões do demónio?

O que nos alegra e faz dar graças a Deus,

exortando a conservar e a consolidar na fidelidade ao Senhor

e o que nos entristece e nos leva a estimular à conversão?

Queremos recuar para trás com receio da novidade

ou buscar juntos discernir a ação da graça de Deus na mudança?

O que nos move: a fidelidade ao sonho de Deus de que ninguém se perca

ou o medo de perder a uniformidade na diversidade de culturas e povos?

Precisamos de pessoas boas e cheias do Espírito Santo e de fé

para compreender o tempo em que vivemos e a ação da graça de Deus.

 

Senhor, bendito sejas porque nas vicissitudes da história,

continuas fiel ao teu projeto de a todos salvar

e de concretizares este sonho por meio da tua graça

e da nossa humilde, frágil e instável colaboração.

Espírito Santo, cura os nossos olhos da fé,

para que, como Barnabé, saibamos ver a graça de Deus

a atuar na história deste presente com que nos presenteias

e a alegrar-nos com a manifestação da tua graça e misericórdia.

Ajuda-nos a ser uma Igreja missionária,

preocupada com a salvação de todos,

com a audácia de abrir as portas e aceitar desafios novos,

para podermos chegar a todos e a toda a parte.



segunda-feira, abril 22, 2024

 

2ª feira da 4ª semana da Páscoa

 



Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, por 

terem acreditado no Senhor Jesus Cristo. (cf. At 11,1-18)

 

Deus abriu o Céu a toda a criação,

por meio de Jesus, seu Filho, e do Espírito Santo.

A fé em Jesus, fruto do Evangelho pregado pelos discípulos

e confirmado pelo Espírito Santo, abre a porta da salvação a todos

para lhes dar vida e vida em abundância.

A fronteira da salvação já não é o lugar ou a etnia onde se nasceu,

mas a fé em que acredita e a forma como vive,

porque Deus não faz aceção de pessoas.

 

Estamos cheios de preconceitos que põem fronteiras à ação de Deus:

a condição social, o género, a etnia, a cor da pele,

a condição moral, as crenças religiosas ou ideológicas,

a integração ou marginalidade social, a orientação sexual…

É difícil entendermos que Jesus é a porta da salvação

para todos, todos, todos os que n’Ele creem

e que, perante aqueles que não creem em Jesus,

a nossa resposta não deve ser a de condenação,

mas do testemunho alegre, paciente e convincente

e da palavra evangelizadora que dá razões da nossa esperança.

 

Senhor, obrigado porque, enquanto discutimos portas que fecham,

Tu vais abrindo portas que abrem e nos convidas a abrir-nos também

ao amor, à compaixão e à missão que não tem fronteiras.

Liberta-nos do medo de alimentarmos a missão universal,

à imagem do Bom Pastor que por todos deu a sua vida na cruz.

Espírito Santo, ajuda-nos a estar atentos aos sinais da tua ação,

para que não nos tornemos obstáculo

à graça que brota do coração de Jesus e da qual não somos donos.

Faz de nós, Igreja, proximidade evangelizadora

para que todos conheçam e possam entrar no Céu

pela porta da fé em Jesus Cristo.


domingo, abril 21, 2024

 

4º Domingo da Páscoa, Bom Pastor, Dia Mundial de Oração pelas Vocações

 



Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em 

nos chamarmos filhos de Deus. (cf. 1 Jo 3,1-2)

 

Deus ama-nos como um pastor ama as suas ovelhas.

O bom pastor conhece cada uma das ovelhas,

sabe o nome de cada uma e percebe se estão bem ou mal,

porque se afeiçoou a cada uma e vive para elas.

Elas não são filhos, mas ama-as como filhos

e é capaz de enfrentar o lobo para as salvar

e percorrer quilómetros para procurar boas pastagens

ou ir à procurar de alguma que se perdeu…

Nós somos criaturas de Deus, mas Ele ama-nos como filhos,

e envia o seu Filho e o seu Espírito para fazer de nós filhos de Deus.

Em Cristo somos de facto filhos de Deus e o seu amor nos assiste.

 

Num mundo onde tudo se compra e se vende,

corremos o risco de fazer tudo por dinheiro.

Isto leva-nos a ver o emprego mais como assalariados

do que como colaboradores num projeto empresarial.

E no meio deste mercado laboral e de afetos,

há sempre uns que “vestem a camisola”,

há sempre a “creche dos avós” que cuidam por amor

ou os cuidadores informais que sacrificam os seus projetos

para se dedicarem a um doente, a um deficiente ou idoso…

Existe também a religião de mercado e interesse

e a vida de fé e de entrega que consagra a vida a Deus por amor.

 

Louvado sejas nosso Deus, eternamente amante,

que da nossa pequenez na criação,

nos fizeste grandes pela forma como nos olhas e tratas.

Bendito sejas pelo jardim onde nos criaste

e pela capacidade de relação e saudade de comunhão

que nos engrandece e alegra o coração.

Bendito sejas, por vires ao nosso encontro,

revestido de aliança num abraço de misericórdia,

que sussurra amor, mas dá asas à liberdade.

Bendito sejas, por Jesus teu Filho, que se revelou Bom Pastor,

na humildade e mansidão dum ser humano

e na grandeza do amor gratuito dum coração divino,

que se entrega totalmente para nos salvar a todos.



sábado, abril 20, 2024

 

Sábado da 3ª semana da Páscoa, Semana de Oração pelas Vocações à Vida Consagrada

 



Jesus Cristo vai curar-te. Levanta-te e compõe a 

tua enxerga. (cf. At 9,31-46)

 

A Igreja é Jesus a atuar nos seus discípulos.

É Jesus que fala, cura e perdoa por meio da Igreja.

Por isso, a Igreja deve seguir Jesus e acreditar n’Ele,

batizar, perdoar e fazer memória de Cristo na Eucaristia,

amar e evangelizar para dar testemunho de Jesus vivo.

Toda esta ação é obra do Espírito Santo

e não apenas deste ou daquele líder carismático.

E o fruto do Espírito é a conversão e a comunhão de vida,

no louvor e na caridade, no serviço e na missão.

 

Vivemos tempos de mudança em grande velocidade.

Estas alterações ambientais, éticas, culturais e tecnológicas

afetam de forma diferente os ricos e os pobres,

as crianças e os idosos, os que vivem na cidade ou no campo,

os escolarizados e os não escolarizados…

Há uns que correm sem pensar e no rodopiar das novidades

e desejo de consumir e ter experiências radicais,

acabam por ficar presos em dependências,

atrofiados na esperança e explorados como escravos.

Há outros que buscam alienar-se destas mudanças,

querendo voltar ao passado, retrocedendo em ideais e práticas.

Há outros ainda que ficam excluídos

e paralisados na marginalização, cruzando os braços

e entregando-se à fatalidade e pedindo esmola.

 

Senhor, que sois, éreis e sereis uma fonte permanente de amor,

ajuda-nos a enfrentar a mudança como um desafio à conversão,

buscando o essencial, o que permanece nestas ondas em movimento.

Espírito Santo, fonte de discernimento e memória de Cristo,

guia-nos neste mundo que deseja viver em linha reta

e tem medo de parar, refletir, escutar, avaliar, deixar-se levantar,

e reconhecer humildemente que tem que mudar de rumo.

Ensina-nos a ser Igreja que, já que não pode parar o transito,

sabe sinalizar o caminho, orientar os objetivos e as práticas

para que haja lugar para todos e tempo para pensar, amar e louvar.



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