quinta-feira, novembro 29, 2007

 

A medida do tempo


O tempo é muito lento para os que esperam.
Muito rápido para os que têm medo.
Muito comprido para os que se lamentam.
Muito curto para os que festejam.
Mas para os que amam
O tempo é eternidade.

W. Shakespeare

domingo, novembro 25, 2007

 

Deixar Cristo ser REI


Anseio ser todo inteiro,
coerência de vida e palavra,
anúncio escondido e revelado
duma presença nova que nos habita
e nos faz sentir a festa e o abraço,
a mão amiga e o sorriso
a mesa e o lar,
num jeito novo de viver
o sonho querido e temido
de a todos igualmente amar.

Desejo intermitente e fragmentado,
cujo o sonho é ser total e permanente,
numa união esforçada
entre o eu-nada, que sou de facto,
e o Tu-Deus que tudo possuis
e puro dom vos tornastes;
para que em mim a posse se transforme
em dom e serviço
e no amor me esvazie e me encha
e com Deus me pareça,
assim tão frágil e cheio de confiança,
que de me perder não tenha receio
e de tanto me dar,
suave e generosamente,
de amor só me encontre cheio.

segunda-feira, novembro 19, 2007

 

Cristianismo no Japão:


Conclusões

O Colóquio Cristianismo no Japão, Universalismo Cristão e Cultura Nipónica, decorreu em Fátima de 17 a 18 de Novembro de 2007. Mais de 130 pessoas seguiram, com muito interesse, a exposição sobre o Japão, as várias conferências e painéis; participaram na Eucaristia evocativa dos Mártires do Japão e de encerramento; e vibraram, na noite cultural, com a demonstração de karate-do Shotokai e música tradicional japonesa.

Os conferencistas ajudaram-nos a conhecer melhor a cultura e as tradições religiosas do Japão, nomeadamente a matriz cultural xintoísta que está subjacente a toda a vida social, religiosa e política da sociedade nipónica. Também não foi esquecida a influência do budismo na configuração do tecido social e religioso japonês.

O Colóquio pretendia perceber porque é que após cinco séculos de presença cristã e de tanto investimento a nível de recursos humanos e materiais, o cristianismo continua a ser uma religião tão minoritária. As razões são várias, mas constatou-se que o “niponismo” é como que uma forma de religiosidade diluída e ancestral que permeia toda a vida japonesa e defende a especificidade daquele povo. Esta exprime-se numa homogeneização cultural e religiosa que colide com a mensagem de universalismo que caracteriza a fé cristã.

O cristianismo foi introduzido no Japão por S. Francisco Xavier no século XVI e teve, devido a circunstâncias históricas propícias, uma rápida expansão. O Século Cristão no Japão (1549-1639) teve uma grande influência na arte e na educação, e floresceu num glorioso testemunho de mártires, dos quais 188 serão beatificados no próximo dia 24 de Novembro em Nagazaki.

Hoje, a presença cristã é numericamente insignificante (1% da população) mas tem um peso relevante principalmente na área do ensino e da acção social. A partir dos anos 1990, intensificou-se a migração para o Japão e hoje estima-se que os estrangeiros católicos sejam mais de 500 mil, ou seja, mais do que os de origem japonesa, cerca de 450 mil. A presença de brasileiros e filipinos e o seu acompanhamento pastoral é um desafio novo à Igreja do Japão.

O futuro do cristianismo no Japão passará por uma presença mais de “fermento” do que de “massa”. Para que isso possa acontecer, foram salientados três atitudes: fidelidade ao Reino de Deus testemunhada por uma coerência de vida cristã, a inculturação da fé e o diálogo. A comunidade local é o sujeito da inculturação da fé cristã. A dignidade da pessoa humana, o horizonte da vida eterna, a fraternidade universal e a presença profética em favor da paz e da justiça devem encontrar uma expressão eclesial nipónica de viver a fé cristã.

O diálogo inter-religioso requer uma atitude de respeito, despojamento e abertura ao outro. Para descobrir Cristo, Caminho, Verdade e Vida, precisamos de entrar em diálogo com outros caminhos religiosos no qual o Espírito de Deus continua a semear bem, paz, amor, verdade, espiritualidade...

Os Missionários do Verbo Divino e as Servas Missionários do Espírito Santo, a celebrar cem anos de presença no Japão, aceitam o desafio de continuarem a servir o povo japonês, dando testemunho do diálogo profético.

Os organizadores (SVD e CHAM) promete publicar os textos de todas as intervenções para facultar a um público mais vasto a riquíssima temática tratada neste Colóquio e satisfazer o desejo manifestado pelos participantes.

domingo, novembro 11, 2007

 

Ao preguntarem a Miguel Ángel porque é que tinha esculpido o rosto da Mãe tão jovem como o do Filho respondeu:

“As pessoas apaixonadas por Deus não envelhecem nunca”

sábado, novembro 10, 2007

 

Ásia: desafio para os verbitas


Nos dias 17 e 18 de Novembro realiza-se o Colóquio “Cristianismo no Japão – universalismo cristão e cultura nipónica”, no Seminário do Verbo Divino, em Fátima. O objectivo é dar a conhecer o passado e o presente do cristianismo naquele país. Desde os primeiros contactos com a população nipónica até aos nossos dias, a Igreja sempre demonstrou interesse em anunciar os conteúdos da fé cristã naquelas paragens. Contudo, após cinco séculos de presença, a expressão cristã é minoritária. As razões para tão diminuta adesão são várias. O Colóquio pretende apresentar e debater algumas delas.

Em anos anteriores, os verbitas realizaram colóquios semelhantes sobre o cristianismo na China (2003) e na Índia (2005). Estas iniciativas têm contribuído para dar a conhecer alguns aspectos do cristianismo na Ásia. A Ásia é um continente que habitualmente não ocupa as primeiras páginas da comunicação social do nosso país. O interesse informativo está centrado em outras latitudes mais próximas geográfica e afectivamente. Até as próprias publicações periódicas da Igreja são parcas nesta matéria.

Pelo contrário, a tradição verbita sempre colocou a Ásia num lugar de destaque. A casa missionária de Steyl foi fundada por S. Arnaldo Janssen para formar missionários para a missão. Na mente do Fundador, a China ocupava o primeiro lugar das terras a converter para Cristo. Por isso, quatro anos após a fundação da Congregação, envia os dois primeiros missionários, João Baptista Anzer e José Freinademetz, para a China. E, se desde sempre a Ásia ocupou um lugar central na missão verbita e no seu imaginário, hoje, a maioria dos membros da Congregação é já originária do continente asiático.

Actualmente, a missão na Ásia lança grandes desafios à Igreja. Por um lado, ali vive a esmagadora maioria da população mundial que segue outras religiões (budismo, hinduísmo, xintoísmo, islamismo). Por outro lado, os cristãos são uma pequena minoria. É óbvio que este contexto exige caminhos de presença missionária diversos dos métodos usados no passado. O diálogo com os pobres, com as pessoas de outras culturas e com os seguem outras tradições religiosas, aparece no topo das preocupações da Igreja na Ásia.

A 29 de Janeiro, os verbitas vão iniciar a celebração do ano centenário da morte dos santos Arnaldo Janssen e José Freinademetz. Para estes homens, a Ásia representou o que de mais genuíno existe na Igreja missionária. Arnaldo Janssen sofria ao saber que um número tão grande de habitantes daquele continente não conhecia a Cristo. Por seu lado, José Freinademetz fez da China a sua nova pátria ao ponto de um dia escrever: “amo a China e a sua gente e mil vezes quisera morrer por eles, … quero continuar a ser chinês também no céu.”

Este Colóquio e o Centenário que se avizinha, desafiam os missionários do Verbo Divino a encontrarem formas de presença e de serviço em Portugal que tenha a Ásia como horizonte. Gostaríamos de continuar a ser, na Igreja portuguesa uma fonte de informação sobre a Ásia, as suas comunidades cristãs, os desafios que enfrenta e a missão que a Igreja ali desenvolve. Com o aumento da imigração oriental e dado o nosso carisma, sentimos o apelo de iniciar alguma forma de atendimento pastoral à população asiática residente em Portugal.


José Antunes da Silva, Provincial svd de Portugal

segunda-feira, novembro 05, 2007

 

Imitar a generosidade de Deus


Não há nada em que o homem seja tão parecido com Deus como na capacidade de fazer o bem; e, mesmo tendo nós essa capacidade numa medida completamente diferente da de Deus, façamos pelo menos tudo o que podemos. Deus criou o homem e reergueu-o depois da queda.

Não desprezes, pois, aquele que caiu na miséria. Comovido pelo enorme sofrimento do homem, deu-lhe a Lei e os profetas, depois de lhe ter dado a lei não escrita da natureza. Teve o cuidado de nos conduzir, de nos aconselhar, de nos corrigir. Finalmente, deu-Se a Si mesmo em resgate pela vida do mundo. […]

Quando navegas de vento em popa, estende a mão aos que naufragam.

Quando tens saúde e vives na abundância, socorre os infelizes. Não esperes aprender à tua custa o mal que é o egoísmo e como é bom abrir o coração àqueles que têm necessidade.

São Gregório de Nazianzo (330-390)

quinta-feira, novembro 01, 2007

 

Os Santos


Escolhem ser pobres

porque descobriram que há tesouros mais preciosos que as coisas materiais.


Aprendem a chorar

porque crêem que toda a lágrima se transformará em júbilo.


Escolhem ser mansos

porque acreditam que assim poderão semear a bondade na terra.


Escolhem ter fome e sede de justiça

porque acreditam que todos os homens e mulheres são iguais aos olhos de Deus.


Escolhem ser misericordiosos

porque sabem que é o caminho certo para ajudar o próximo e agir como Deus.


Aceitam ser perseguidos

porque sabem que dar a vida é tornar o mundo mais fraterno.


Aceitam ser insultados por causa de Jesus

porque sabem que o caminho do seguimento passa pela cruz.


(Agenda Bíblica, Ed. Verbo Divino, Estella, 2007)

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