sexta-feira, julho 31, 2020

 

6ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Inácio de Loiola


De onde Lhe vem esta sabedoria e este poder de fazer milagres? (cf. Mt 13,54-58)

A Palavra de Deus é um dom que vem com verdade,
procura a conversão, incomoda pela luz que traz!
A cegueira do “que se sabe”, impede ver mais além,
de perscrutar o mistério que se esconde no quotidiano.
Nazaré, que rejeita Jesus que pensavam conhecer,
é uma parábola do que nos pode acontecer!

O processo de conhecimento busca certezas,
quer possuir, catalogar, projetar nas coisas sentido.
Mas tudo é dinâmico, caminho aberto, complexidade,
observação multicêntrica, desabrochar de vida.
Cada coisa, cada pessoa, nós próprios somos um mistério,
que se conhece e desconhece, numa aventura de cada dia!

Senhor, mistério que nos envolves, 
nesta imensidão que nos escapa… 
apenas sabemos que nos amas e que podemos contar contigo!
Que o teu Espírito faça de nós peregrinos da verdade,
humildes contempladores, que vão juntando fotos estanques,
num filme bonito, apaixonante e surpreendente!
S. Inácio de Loiola, mestre na arte do discernimento,
ajuda-nos a saber viver para a maior glória de Deus!


quinta-feira, julho 30, 2020

 

5ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Pedro Crisólogo


É semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas. (cf. Mt 13,47-53)

Deus é semelhante a um oleiro, um artista de barro frágil,
que nos vai moldando cada um à imagem do seu Filho.
Quanto mais dóceis formos à sua Palavra,
mais perfeitos seremos, mais santos cresceremos.
A sabedoria de Deus trabalha-nos na dinâmica da vida;
é como um Pai de família que nos olha com olhar de esperança!

A paternidade e a maternidade são um dom.
Ninguém frequenta a universidade para ser mãe ou pai,
é um dom que se vai desenvolvendo, 
animado pelo espanto de amar uma vida 
que se ajudou a nascer e a crescer.
Vai aprendendo a tirar do tesouro do seu coração
coisas novas e velhas com que tempera o crescimento.
Crescem os filhos com a ajuda dos pais
e os pais com a ajuda dos filhos!

Senhor, Oleiro paciente e sábio, que me vais moldando,
dá-me a confiança do teu Filho e a docilidade do teu Espírito,
para que eu deixe fazer em mim a obra de arte que sonhaste!
Nesta rede que é a Igreja, onde convivem santos e pecadores,
ajuda-nos a ser sal que salga e luz que ilumina,
isca de santidade que atrai pecadores à misericórdia divina!


quarta-feira, julho 29, 2020

 

4ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Marta


Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro. (cf. Jo 11,19-27)

O amor de Deus faz de Jesus uma fonte de vida.
Ele vem ao nosso encontro como Ungido de Deus,
como ressurreição e vida, como esperança que vence a morte.
Em Marta, a confiança em Jesus e o amor a Lázaro,
fá-la sair do desespero e correr ao encontro de Jesus.
É a fé e a amizade que a faz correr com esperança.

O que significa hoje, no desespero, correr ao encontro de Jesus?
Por exemplo nesta pandemia, é confiar apenas em Jesus
e relaxar as medidas preventivas da saúde,
como desinfeção, máscara, afastamento social…?
Não me parece, porque Deus fez-nos inteligentes
e não gosta de fazer o que nós podemos fazer!
Ir ao encontro de Jesus não será antes:
“Tem cuidado, mas não temas”, “confia, mas sê prudente”?

Senhor, amor que frutifica em vida,
liberta-nos das falsas seguranças e ensina-nos a verdadeira fé!
Faz de nós hospitaleiros de Deus e do irmão 
e não hospedeiros do mal e anunciadores do desespero.
S. Marta, amiga inquieta de Jesus,
reza para que quando o desespero já cheira a morte,
saibamos correr ao encontro de Jesus e Nele buscar salvação!


terça-feira, julho 28, 2020

 

3ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem. (cf. Mt 13,36-43)

Jesus é a semente da vida e o semeador,
porque a sua vida é missão que cultiva filiação divina.
Ele é o Trigo Novo que vence o joio
e se deixa esmagar para ser farinha do Pão da Vida.
Quem come da sua Palavra e bebe do seu Sangue
viverá para sempre e torna-se continuador deste Trigo Novo!

O tempo é a oportunidade de semear e ser semeado,
por isso, o marketing, as ideologias, os poderes…
procuram ocupar-nos o tempo para nos semear.
Quanto maior for a fidelização ou dependência,
maior é a possibilidade de sermos influenciados.
Para Deus nos poder semear é preciso dar-lhe tempo,
tranquilo, silencioso, aberto, acolhedor, confiante!

Senhor, semeador de vida em semente pequenina,
semeia no meu coração o dom de ser dom,
nesta aurora silenciosa, sem ruído nem joio.
Aproveita todos os intervalos nesta correria da vida,
para me semeares paz e verdade, liberdade e amor.
E semeado por Ti, faz de mim semeador de esperança,
continuador da tua missão de fazer do mundo trigo que alimenta!


segunda-feira, julho 27, 2020

 

2ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


Até ficar tudo levedado. (cf. Mt 13, 31-35)

Deus envia-nos o seu Filho, fermento de vida nova.
A sua missão é misturar-se na massa humana e leveda-la,
para que tudo esteja Nele e Ele em todos, como filhos de Deus.
Ele faz de cada cristão um “crescente” de vida nova,
que vai passando este fermento até chegar aos confins da terra.
Se este fermento azedar ou perder a força, não serve para nada!

Esta pandemia do novo coronavírus mostra o poder do contágio,
silencioso, que acontece por proximidade e nos vai adoecendo.
Há fermento bom que contagia generosidade e compaixão,
e há fermento mau que contagia agressividade, revolta, corrupção.
O peso da maioria corrompida retira-nos o critério da ética,
e passa a ser o de “toda a gente faz assim” e do “agora é assim”.

Senhor, fermento pascal que renovais a nossa vida,
obrigado por tanto amor que nos dá a possibilidade de renascer.
O teu projeto é levedar toda a massa humana
e queres contar com a nossa colaboração, 
ajuda-me a ser um crescente deste fermento de vida.
Cura-nos do azedume e da indiferença, do mau exemplo!


domingo, julho 26, 2020

 

17º Domingo do Tempo Comum – Dia dos Avós


O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. (cf. Mt 13,44-52)

Deus é o tesouro escondido no quotidiano da vida.
É tão fiel às leis da natureza, que se desvanece o milagre
duma vida que acontece no previsível que já nem se agradece!
É um tesouro escondido, não porque se esconde,
mas porque se manifesta revestido de humildade,
como um diamante que precisa de ser polido e lapidado!
Cristo é esse tesouro, revelado e escondido, jamais possuído!

A vida está cheia de encruzilhadas, opções prementes.
Há as felicidades fabricadas, rápidas e efémeras,
mas que normalmente deixam sabor a ressaca.
Há prazeres comprados com sabor a festa,
mas que são insaciáveis e pedem nova rodada.
Há opções de nada fazer e viver como vítima,
como criança que reclama e pede que os outros façam!
Há escolhas pouco cómodas, pacientes e laboriosas,
que produzem vida, partilham amor e formam pessoas!

Senhor, tesouro escondido que busco continuamente,
guia-me com o teu Espírito para que tenha a coragem
de deixar tudo para Te alcançar e Te possuir plenamente!
Ensina-me a saber viver à imagem do teu Filho
e a glorificar o teu Nome com os frutos 
que pela tua graça vou dando!


sábado, julho 25, 2020

 

S. Tiago, Apóstolo


Será como o filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir. (cf. Mt 20,20-28)

Cristo é o Filho do Altíssimo que se faz servo das criaturas,
porque o amor não domina nem possui, mas engrandece!
A grandeza do amor é não querer sobrepor-se,
mas querer doar-se, entregar-se sem busca de recompensa,
mesmo que para isso tenha que sofrer e até dar a vida!
Tiago e seu irmão João custaram a compreender este caminho,
mas Jesus e o Espírito Santo ensinaram-nos a serem fiéis até ao fim!

O individualismo é centrifugo, conjuga a vida na primeira pessoa.
Tiraniza os outros para que se possa sentir o maior e o primeiro.
É um predador de honras, elogios, cargos de poder, notoriedade,
coisas de marca, lugares na ribalta, seguidores nas redes sociais…
No fundo nada são, a não ser o que compram e usurpam dos outros!

Senhor, tão grande e tão próximo, Palavra que se faz silêncio,
poder que se faz serviço, missão que se faz fidelidade e aliança!
Como és grande e o teu Amor é livre e fiel! 
Fecunda a nossa vida e guia-nos pelo teu Espírito,
para que se manifeste no nosso corpo a filiação divina.
S. Tiago, o primeiro apóstolo a dar a vida por Cristo,
roga para que sejamos os primeiros na santidade e na fidelidade!


sexta-feira, julho 24, 2020

 

6ª feira da 16ª semana do Tempo Comum


Escutai o que significa a parábola do semeador: (cf. Mt 13,18-23)

Deus é o bom Pastor que nos dá um coração novo,
capaz de ver o invisível, compreender o bem,
conduzir a vontade segundo a sua aliança.
Ele é um semeador incansável de boa semente,
o agricultor paciente que espera de nós terras fecundas.

Contemplar a natureza e a vida é ver-nos ao espelho.
Há terrenos difíceis de trabalhar, inclinados, 
cheios de pedras, arenosos… que após trabalho persistente,
deram vinhos do Porto, da Madeira, do Pico…
Há outros terrenos, que já alimentaram muitas famílias,
e agora estão cheios de silvas e de mato, 
por falta de quem os cultive e acompanhe.
Como estamos a cultivar o coração do homem?

Senhor, Pastor que nos conduzes à fonte da vida,
dá-nos um coração sábio e dócil à tua Voz.
Cristo, Palavra que, pelo Espírito Santo,
semeias no meu coração inconstante,
arruma as minhas pedras e cava bem fundo
para que eu possa dar fruto bom e abundante,
uma bênção de semeador de boa semente!


quinta-feira, julho 23, 2020

 

5ª feira, S. Brígida, padroeira da Europa


Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto. (cf. Jo 15.1-8)

Deus é a fonte que fecunda a nossa vida.
Estar em Deus e permanecer Nele,
é deixar-se cuidar e podar,
para que demos muitos frutos de Cristo.
S. Brígida mostra que se pode estar em Deus
como esposa, como mãe, como política e como religiosa.

Permanecer em Deus não é imobilismo,
nem fuga do mundo, pois Deus acompanha-nos
e quer fazer de nós sacramentos do Emanuel.
Permanecer em Deus é seguir Jesus
na busca da vontade do Pai, 
na fidelidade à nossa vocação e missão,
na partilha do amor que cuida e eleva o próximo.

Senhor, é na tua Luz que vemos a luz
e nos compreendemos cidadãos do mundo e do Céu.
Espírito Santo, amor do Pai e do Filho,
guia-nos pelo caminho de Cristo
nas encruzilhadas da vida e nos desafios do tempo.
S. Brígida, mulher contemplativa na ação,
intercede para que sejamos membros ativos
da sociedade e da Igreja, viver em comunhão e em missão.


quarta-feira, julho 22, 2020

 

4ª feira, S. Maria Madalena


Disse-lhe Jesus: «Maria!». (cf. Jo 20,1.11-18)

Deus vem ao nosso encontro. Ele está atrás de nós!
Parece um anjo quando O buscamos morto,
ou um jardineiro entre as lágrimas da aurora,
mas é Ele que nos procura, disfarçado de quotidiano, 
e sabe o nosso nome e nos envia em missão!
Maria Madalena é uma parábola do mundo renovado!

A sensação de abandono e de solidão
encurta-nos a noite e entristece-nos o dia.
Parece que até Deus está confinado no Céu,
longe deste mundo que vive para si mesmo,
abandonado ao seu destino e tentando calar o medo!
Mas a bondade e a beleza não morreram
e estamos a aprender a abraçar e a beijar doutra maneira.

Senhor, lá longe o sol nascente desperta-me do sono.
É tempo de recomeçar, buscando sem parar,
numa aventura sem par, descobrindo-Te vivo
nos anjos e jardineiros que vou encontrando!
De vez em quando, escuto a Voz daquele que me vê!
S. Maria Madalena, apóstola da Páscoa do Senhor,
intercede por uma Igreja que segue e anuncia Jesus por amor!


terça-feira, julho 21, 2020

 

3ª feira da 16ª semana do Tempo Comum – S. Lourenço de Brindes


Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (cf. Mt 12,46-50)

Deus é amor e envolve-nos nesse mesmo amor,
adotando-nos como membros da sua família.
Viver em Deus é acolher a sua vontade,
pô-la em prática e participar na mesma missão redentora.
Viver em Deus é seguir Jesus como Palavra do Pai,
obedecer ao Espírito com a docilidade dum bom filho!

Ser cristão é mais do que assegurar o Céu,
é entrar numa grande e nobre família,
que tem a Deus como Pai, Jesus como Irmão,
Maria como Mãe e o Espírito Santo Luz de união.
A cédula de pertença não é um estatuto,
mas uma forma dinâmica de viver divina,
que toca todas as nossas relações e ideais de vida.

Senhor, bom Pai, boa Mãe, bom Irmão, bom Guia,
obrigado porque nos acolheste como hospede da Trindade!
Reconheço humildemente que ainda tenho muito que aprender 
para ser membro da Igreja, como família de Cristo.
S. Lourenço de Brindes, mestre da identidade cristã,
reza para que sejamos discípulos missionários,
que escutam e anunciam, praticam e celebram Cristo!


segunda-feira, julho 20, 2020

 

2ª feira da 16ª semana do Tempo Comum


Fizeram penitência quando Jonas pregou; e aqui está quem é maior do que Jonas. (cf. Mt 12,38-42)

A vida é um milagre, um mistério de vida!
Temos em nós um ADN semelhante ao de Deus,
marcado pela justiça, a misericórdia e a fidelidade.
Quando a vida deixa de ser uma dinâmica
e passa a ser uma soma de eventos, 
perde-se o sentido e buscam-se milagres e rituais de expiação!

A dúvida e o questionamento fazem parte do caminho.
O positivismo incutiu-nos o ónus da prova,
na relação de amor, na fé e na justiça.
E como perdemos o sentido da contemplação,
estamos no oceano à procura do mar!
Na realidade o que procuramos não são provas de Deus,
mas formas de O controlar e colocar ao nosso serviço!

Senhor, a vida é uma maravilha: tanta diversidade,
tanta beleza, tanta harmonia, tanto mistério!
Perdoa as vezes em que reclamamos e não damos graças,
que buscamos milagres e amuamos de comodismo.
Cristo, sê a Palavra de Deus, como pão de cada dia,
para que a vida seja um milagre, um sacrifício de louvor!


domingo, julho 19, 2020

 

16º Domingo do Tempo Comum


Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem então o joio? (cf. Mt 13,24-43?

Deus é a boa semente que fecunda a nossa terra.
Quando adormecemos a vigilância, o egoísmo cega-nos,
a relação adoece, a alegria fica sisuda e o diálogo amua.
Vale-nos o coração paciente e misericordioso do nosso Deus,
que nos cura do pecado, vezes sem conta, 
e faz desta vida uma aprendizagem de amadurecimento em Cristo.

Todos somos semeados e semeadores, fermentados e fermento
pelas atitudes que tomamos, ideias que divulgamos,
opções que fazemos, omissões que toleramos.
Quando alguém toma a iniciativa de murmurar
e nós apoiamos, já deixámos o joio germinar em nós
e reforçamos o joio e o bolor na vida do outro.
Na educação tentamos semear valores,
mas o mau exemplo e outros semeadores do mal,
contaminam de joio a vida dos mais jovens.

Senhor, bendito sejas pela tua paciência pedagógica
e pela tua misericórdia redentora.
Ajuda-me a aprender contigo a não julgar nem condenar,
mas a saber só reforçar e acompanhar o mais fraco,
o mais influenciável, o consumista acrítico.
Que o Espírito Santo reze em nós e nos faça justos e humanos,
a semear e a fermentar esta sociedade com os valores de Cristo!


sábado, julho 18, 2020

 

Sábado da 15ª semana do Tempo Comum – S. Bartolomeu dos Mártires


Não apagará a torcida que ainda fumega, enquanto não levar a justiça à vitória; (cf. Mt 12,14-21)

O amor de Deus pela humanidade, 
faz de Deus um vigilante atento a todos 
os que se aproveitam do fraco e o exploram, 
e atentam contra a justiça e a paz.
A sua opção pelos injustiçados não é violência nem destruição,
mas fidelidade mansa, misericórdia criativa, dialogo motivacional.
Este é o Deus que era, que é e que há de vir, revelado em Jesus!

A crise afetou a todos, mas há alguns que enriqueceram com a crise!
A questão da injustiça não é ser rico ou pobre,
mas em ser solidário ou indiferente,
aproveitar-se da fraqueza para explorar ou para cuidar,
exercer o poder para dominar ou para servir o bem comum.
Estamos a viver tempos onde a profecia nos deve guiar!

Senhor, Pai atento, Mãe zelosa, Pastor guarda dos últimos,
ensina-nos a amar com a sabedoria do corpo,
que dá aos órgãos mais fracos maior proteção.
S. Bartolomeu dos Mártires, zeloso pastor da Igreja,
roga para que sejamos presença abençoada do próximo,
que forma e promove a conversão a Jesus Cristo.


sexta-feira, julho 17, 2020

 

6ª feira da 15 semana do Tempo Comum – Beatos Inácio Azevedo e companheiros

Se soubésseis o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’, não condenaríeis os que não têm culpa. (cf. Mt 12,1-8)

 

A compaixão é o coração de Deus.

É a compaixão que escuta a oração suplicante,

perdoa o pecador arrependido, levanta o abatido,

propõe a aliança, reveste de misericórdia a justiça.

Jesus é  Senhor do Sábado e de todas as leis sagradas,

não condena os que não têm culpa,

pois coloca sempre no centro o salvação da pessoa humana!

 

As chamadas guerras santas, as cruzadas, as inquisições…

são violências movidas pelo medo e pela rigidez da lei,

que querendo defender a Deus, O combatem, como Saulo.

Hoje, surgem na Igreja grupos rígidos, agarrados a ritos antigos,

a vestes eclesiásticas, a morais inflexíveis, a condenações heréticas.

No meio destes juízos condenatórios, nem o papa escapa!

 

Senhor, justo Juiz que nos contemplas com olhar misericordioso,

que bom o meu destino estar nas tuas mãos de Pai e de Irmão!

Ensina-me a contemplar sem condenar, a ter um olhar bom,

a preferir a misericórdia ao sacrifício.

Bem-aventurados Inácio Azevedo e companheiros mártires,

intercedei para que sejamos missionários audazes e misericordiosos.



quinta-feira, julho 16, 2020

 

5ª feira da 15ª semana do Tempo Comum – Nossa Senhora do Carmo


Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de Mim. (cf. Mt 11,28-30)

O jugo de Deus é uma proposta de aliança,
uma pareceria de amor que salva e descansa.
É o jugo da mansidão e da humildade,
da misericórdia e da graça, do baixar-se para elevar!
Jesus é o Mestre que devemos seguir,
e assumir o seu jugo é libertar-nos de outros jugos
que nos escravizam e amarram à cegueira do viver!

O descanso é deixar um jugo e tomar outro mais leve.
O ócio é uma arte que precisa de ser aprendida,
pois corre-se o risco de o preencher com viagens,
encharcar de programas televisivos 
e curiosidades inúteis nas redes sociais.
O verdadeiro descanso é um jugo de interioridade,
de escuta contemplativa do interior e do exterior,
de reconciliação comigo, com os outros e com Deus.
Férias não significa fuga nem alienação!

Senhor, que nos propões carregar a nossa cruz
e nos alivias com o teu jugo de amor,
ensina-nos a descansar a alma e a pacificar a ansiedade.
Liberta-nos de todos os jugos de ouro pesado e atado,
que não nos deixam caminhar e nos cansam o viver.
Nossa Senhor do Carmo, Mestra da oração e da contemplação,
ajuda-nos a viver no Monte vivo que é Jesus!


quarta-feira, julho 15, 2020

 

4ª feira da 15ª semana do Tempo Comum – S. Boaventura


Escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. (cf. Mt 11,25-27)

A vida é um tapete belo, tecido com amor,
por um Tecelão que não vemos e cujo projeto desconhecemos.
Este tapete belo e em projeto é a história,
do qual só conhecemos o reverso e não o verso.
Compreender a vida é próprio dos simples,
do olhar desinteressado das crianças,
da contemplação que não possui nem instrumentaliza!

O conhecimento para ser científico deve especializar-se,
mas ao especializar-se perde a visão de conjunto.
A vida tem muitas dimensões e pontos de observação,
é como a Lua que só vemos a parte iluminada!
A ciência procura compreender o fenómeno, o que aparece,
a fé busca o sentido, o como e o para onde caminhar.
Que maravilha este mistério que perscruta o infinito!

Senhor, bendito sejas mistério de amor que nos envolves
e abraças, apesar de ser noite, cortada por raios de luz.
Espírito Santo, software divino que nos ajudas a encontrar-nos
e a saborear o invisível que dá sentido ao reverso do verso,
que só um dia compreenderemos e agradeceremos eternamente!
S. Boaventura, que soubeste aliar a sabedoria com a simplicidade,
intercede para que, no meio de tanto ruído, aprendamos a contemplar!


terça-feira, julho 14, 2020

 

3ª feira da 15ª semana do Tempo Comum – S. Camilo de Lélis


Por não se terem arrependido. (cf. Mt 11,20-24)

O verdadeiro milagre de Deus é a misericórdia.
Mas a misericórdia pede conversão, 
adesão ao Médico que se faz Irmão de campanha,
obediência ao Pastor que busca a ovelha perdida.
Jesus não faz milagres para se mostrar,
mas para despertar a fé e curar o mundo!

Antes a desculpa era que não tínhamos tempo,
agora temos tempo e como é que o ocupamos?
Antes a Bíblia era um livro de alguns,
agora está acessível na internet e redes sociais.
Os apoios espirituais democratizaram-se,
e quais foram as consequências na nossa vida:
simples acumular de conhecimentos ou conversão?

Senhor, semeador generoso que fazes da vida um milagre,
abre-nos à tua proposta e purifica-nos de todo o mal.
Liberta-nos da tentação da religião como entretimento
e da liturgia como ritual sem continuidade na vida!
S. Camilo de Lélis, que ligaste fé e medicina,
ensina-nos a andar de mãos dadas, 
o cuidado de saúde com acompanhamento espiritual!


segunda-feira, julho 13, 2020

 

2ª feira da 15ª semana do Tempo Comum


Quem encontrar a sua vida há de perdê-la; (Mt 10,34-11,1)

A vida compreende-se pelo “donde vem” e pelo “aonde vai”.
O resto são etapas situadas e circunstanciais
que sabe onde se encontra, mas não sabe para onde vai!
Perder-se por causa de Cristo é encontrar-se com a Vida,
é andar num Caminho com a garantia da fidelidade,
navegar em mar alto com bússola e mapas de marear.
 
A cultura de hoje fala-nos do poder da mente, do pensar positivo,
S. Paulo diz-nos: “tudo posso em Cristo que me dá força” (Fil 4,13).
Certos grupos religiosos dizem-nos: adere a Cristo e terás sucesso,
Jesus diz-nos: “Toma a tua cruz para Me seguir e serás digno de Mim.”
Certos grupos anunciam: se vestires e rezares de tal forma, salvas-te,
Jesus diz-nos: “sereis meus discípulos se vos amardes uns aos outros”.
Seguir Jesus é para uns salvação, para outros tropeço no caminho!

Senhor, no mistério desta vida, procuro a tua Luz.
Quando te encontro fico surpreendido, pois és sempre novo!
Liberta-me da tentação de procurar seguranças que controlo,
pois o sonho é seres a minha fada amiga, a minha lamparina mágica!
Ajuda-me a seguir-Te, sem deixar de carregar a minha cruz,
e gastar a minha vida para ser círio que se gasta e ilumina,
sem medo de se perder, feliz por se dar e gerar vida!


domingo, julho 12, 2020

 

15º Domingo do Tempo Comum


Saiu o semeador a semear. (cf. Mt 13,1-23)

Deus é tudo o promove a vida: a chuva que fecunda a terra,
a semente que é lançada à terra, o sol que a faz crescer,
o agricultor que cuida da sementeira, a monda e a colhe.
Nós somos a terra onde a vida é semeada.
De nós também depende ela crescer e dar bom fruto!

Vivemos em tempos de aceitação de tudo, bom e mau.
O novo coronavírus é uma metáfora da ação do mal:
é invisível mas real, entra como algo inofensivo mas contamina,
fica assintomático uns dias para se ir disseminando,
explora as nossas fragilidades e tira-nos a força de respirar.
Uma coisa é ser tolerante à pessoa, outra às suas ideias e ações nocivas!

Senhor, fonte de vida, eis-nos aqui sedentos e enfermos,
numa criação febril, gemendo por libertação.
Perdoa as vezes em que sou impenetrável como o caminho duro,
ou superficial como um amontoado de pedras,
ou sem critério de discernimento como um terreno mal-amanhado.
Dá-me coragem para me purificar do pecado e da idolatria,
para que a Palavra que semeias em mim, encontre boa terra
e dê muitos e bons frutos, como é próprio dos filhos de Deus!


sábado, julho 11, 2020

 

S. Bento, Abade, padroeiro da Europa


Terá como herança a vida eterna. (cf. Mt 19,27-29)

A sabedoria do amor é o tesouro de Deus.
Beber desta fonte é ter sede de ser e não de ter,
renunciar a beber doutras fontes hilariantes, mas doentias,
sentar-se com a Palavra e deixar-se semear,
fazer silêncio e escutar, cultivar a terra e a relação,
louvar o Criador e construir oásis de paz!
Este foi o caminho de Bento de Núrsia, 
uma forma peculiar de seguir Jesus!

Ter “a herança” é receber o que me é devido
por condição familiar ou testamentária.
Se vivo como filho de Deus, como Jesus,
terei como herança a vida eterna e como tesouro o amor.
Se vivo como filho do tempo, terei com herança o efémero,
pois o que tenho não me pertence, recebi-o por comodato!
Saber viver não é possuir, mas é ser livre para a amar!

Senhor, manancial da graça feita Palavra
e sabedoria que se faz vida, guiai-nos e ensinai-nos.
Jesus, que sendo rico Te fizeste pobre para nos enriquecer a todos,
conduzi-nos por esse caminho do deixar tudo para Te seguir.
S. Bento, homem sábio e hino de louvor ao Senhor,
intercede para que saibamos ser uma Igreja que atrai para Cristo!


sexta-feira, julho 10, 2020

 

6ª feira da 14ª semana do Tempo Comum


Não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós. (cf. Mt 10,16-23)

O amor de Deus é uma fonte generosa de graça e misericórdia
que arroteia estas terras difíceis que somos nós.
Há muita pedra em nós, muita erva daninha acarinhada,
muito predador de destrói algo de bom que cresce…
mas o Senhor nos assiste com o seu Espírito 
e guia com a sua Palavra, pois a sua razão de ser é salvar!

A nossa missão é missão de Deus em nós e por meio de nós,
não estratégia de afirmação ou marketing de expansão.
Viver livremente a nossa fé ou ser perseguido, tudo é missão, 
oportunidade de testemunho, prova de fidelidade.
Quando se fala em nome de Deus, só mesmo Deus falando em nós
pela a ação do seu Espírito que nos inspira e pacifica!

Senhor, bendito sejas, Agricultor destas terras incultas,
onde persistes cultivar para que dê bons frutos.
Que o teu Espírito nos mova na prudência e simplicidade,
na fortaleza e docilidade, na fidelidade e entrega.
Ajuda-nos a ser árvores bem enraizadas 
para que resistamos às adversidades da missão, 
procurando em todos momentos deixar o Espírito falar,
dar testemunho da alegria do Evangelho.


quinta-feira, julho 09, 2020

 

5ª feira da 14ª semana do Tempo Comum - SS. Agostinho Zao Rong e Companheiros


Ide e proclamai que está próximo o reino dos Céus. (cf. Mt 10,7-15)

Deus é como uma mãe que nos ensina a amar.
As suas entranhas de compaixão comandam a missão.
E a história tornou-se uma corrente de envios,
de gestos de misericórdia, de renovação da aliança.
Acreditar em Jesus é fazer a experiência da proximidade de Deus
e entrar nesta urgência de anunciar o reino de Deus e amar o irmão!
 
Acreditamos em Deus, não apenas para salvar a nossa alma,
mas porque contagiados por esta surpresa de amor,
queremos anunciar esta boa notícia a todos,
para que todos tenham vida e entrem nesta corrente redentora.
A dimensão missionária é o sinal mais claro da fé em Jesus.
Tudo o resto, mesmo com muita piedade,
é insistir nos odres velhos e nos remendos,
que não alteram a opção fundamental da nossa vida!

Senhor, bom Pai e boa Mãe, em cujas entranhas fomos gerados,
obrigado por tanto amor, tanta paciência, tanta fidelidade.
Liberta-nos das falsas seguranças que nos afastam de Ti
e nos tiram a paz e o descanso do justo.
Faz de nós discípulos missionários, leves para partir,
a anunciar que Deus é Emanuel e a esperança uma realidade!


quarta-feira, julho 08, 2020

 

4ª feira da 14ª semana do Tempo Comum


Jesus chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes… (cf. Mt 10,1-7)

A comunhão do Filho com o Pai faz de Jesus uma fonte,
um enviado, a sua palavra, o seu poder, a sua aliança.
Jesus traz a mesma dinâmica para os seus discípulos:
chama-os a Si, estreita a comunhão, ensina-lhes a missão,
dá-lhes poder contra o mal e envia-os a anunciar o Reino,
que já experimentaram como boa nova.

Um embaixador tem que estar em constante comunicação
e comunhão com o sentir do governo que representa.
Só assim poderá falar e agir em nome do seu país.
Um cristão é um embaixador de Cristo,
só na medida em que está sintonia com Cristo,
pode agir e falar em nome de Cristo!
O “acho que” parte de si mesmo, não de Cristo!

Senhor, bendito sejas porque nos chamaste a Ti
para nos servir a tua Palavra e o teu Espírito.
Bendito sejas porque nos envias em missão,
sinal da tua confiança em cada um de nós.
Perdoa as vezes em que andamos a partir de nós,
das nossas ideias curtas e interesseiras,
dos nossos medos e ambições,
e de nos servimos de Ti em vez de Te servirmos nos irmãos.


terça-feira, julho 07, 2020

 

3ª feira da 14ª semana do Tempo Comum


Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. (cf. Mt 9,32-38)

Deus é um manancial de amor eterno.
O carinho que tem pela sua seara
transmite-o aos humanos e modela-os segundo o seu coração!
Rezar, incessante e confiadamente, pelas vocações 
é reconhecer que o Senhor é o dono da seara
e que Ele me quer também chamar a trabalhar na sua seara!

A missão é de todos os batizados, não apenas dos sacerdotes.
A Igreja tem a missão de ser o Corpo vivo de Cristo.
Cada membro, segundo a sua vocação,
deve viver a profecia, a santidade, a justiça e a paz de Cristo.
O batizado na política deve ser missionário de Cristo;
O batizado no desporto deve esforçar-se por vencer o mal;
O batizado na família deve contribuir por ser uma célula de vida.

Senhor da seara do Reino de Deus, 
faz de mim um operário da tua seara
e faz de cada batizado, membros vivos da tua Igreja.
Que cada um tenha a coragem e a generosidade 
de responder ao teu chamamento e de viver a sua missão.
Confirma-nos na fidelidade e no amor pela tua missão.


segunda-feira, julho 06, 2020

 

2ª feira da 14ª semana do Tempo Comum – S. Maria Goretti


A menina não morreu; está a dormir. (cf. Mt 9,18-26)

Jesus é o Deus da Vida a despertar da morte,
os que adormeceram no egoísmo e na infidelidade.
Para Deus ninguém morre para sempre,
porque a sua fidelidade é eterna e esponsal.
E quando a vida é uma hemorragia crónica
ou um adormecer na esperança, 
Ele vem, deixa-se tocar e cura-nos!

Quando a idolatria e a ambição nos possuem,
a vida esvai-se e o nosso amor por Deus adormece.
Quando a mentira e a injustiça nos conduzem,
a compaixão seca e a corrupção generaliza-se.
O essencial banaliza-se e o efémero prevalece!

Senhor, bendito sejas pelo teu amor eterno,
pela tua fidelidade apaixonada, pela tua misericórdia infinita!
O nosso Batismo pode adormecer, mas a tua aliança não morre!
Toca-nos e levanta-nos da mediocridade das nossas rotinas
que nos adoecem a alegria e o dom da nossa vocação.
S. Maria Goretti, jovem e pura no amor,
intercede para que despertemos como pedras vivas da Igreja.


domingo, julho 05, 2020

 

14º Domingo do Tempo Comum


Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração. (cf. Mt 11,25-30)

O Omnipotente apresenta-se manso e humilde,
paciente e misericordioso, pedinte e montado num jumentinho,
para salvar o mundo e nos libertar do mal.
A força dos simples é a brisa do Espírito que os anima
e a luz da Palavra que os guia e ensina.
Os orgulhosos e arrogantes têm o poder a prazo!

O medo de perder o poder semeia medo
que cala, paralisa, domestica e massifica.
O amor anima e motiva, é paciente e criativo,
escuta e questiona, perdoa e recomeça, liberta.
Perante um tempo de crise aumenta a impaciência
e florescem os populismos, fruto de messianismos.
A violência é a imposição de uma realidade irreal!

Senhor, que sendo Deus Te fizeste humano 
para nos libertar do pecado e elevar a Deus,
ensina-nos a ser felizes por sermos mansos e construtores da paz.
Guia-nos com o teu Espírito e move-nos a amor,
para que os fardos sejam leves e a oração namoro.
Liberta-nos da tentação da violência, do controle do outro,
da impaciência perante as fragilidades,
das soluções em linha reta que arrasam tudo à frente!


sábado, julho 04, 2020

 

Sábado da 13ª semana do Tempo Comum – S. Isabel de Portugal


Deita-se o vinho novo em odres novos e assim ambas as coisas se conservam. (cf. Mt 9,14-17)

Deus é o artista do belo, o sábio do recondicionado,
o restaurador do partido, o oleiro de obras renovadas.
Ele faz-se esposo da humanidade, irmão de cada criatura,
médico do que está doente, pastor que busca a ovelha perdida.
E pela força do seu Espírito faz novas todas as coisas,
faz o velho nascer de novo e jovem amadurecer na caridade!

Vivemos tempos sincréticos, que gosta de cocktails a gosto,
pratos gourmet, mistura de doce com salgado,
práticas religiosas novas misturadas com antigas…
Até se apreciam roupas novas com aspeto de velho e esburacado!
A identidade é o não ter identidade, ser indefinido e subjetivo.
Na expressão religiosa isso também acontece
e às vezes não passa de uma manta de retalhos desconexos!

Senhor, Esposo da humanidade que nos amas apaixonadamente,
ensina-me a ser amigo sempre e a ser fonte e não saco de lixo.
Renova-me íntima e totalmente 
para que o teu Evangelho não seja mais um remendo
que as conveniências vão acrescentando!
S. Isabel de Portugal, rainha da paz e da caridade,
intercede para que a nossa riqueza seja solidária
e os nossos passos sejam construtores de justiça e de paz.


sexta-feira, julho 03, 2020

 

S. Tomé, Apóstolo


Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». (cf. Jo 20,24-29)

Jesus é a revelação de um Deus chagado que nos traz a paz.
Ele é o Cordeiro imolado de pé, ressuscitado.
É a pedra angular da Igreja, que tem nos apóstolos o alicerce,
e em nós as pedras vivas, ajustadas pelo Espírito Santo.
Com Tomé professamos: Meu Senhor e Meu Deus!

Ao ver alguém comer, podemos depreender se está a gostar ou não,
mas não podemos experimentar o sabor nem saciar a fome.
É preciso provar esse prato para termos uma opinião.
Quando alguém nos pede para rezarmos por ele,
se ele confia em nós, não precisa de nos ver e ouvir rezar,
para acreditar que intercedemos por ele.
É a confiança do acreditar sem ver, sem provas nem juras.

Senhor, neste peregrinar a aprender a ver,
é em Igreja que Te escuto e Te toco numa paz que fortalece.
Quando Te agarro Te escapas, e me pões a buscar,
me envias a anunciar e é no professar que Te vais revelando!
S. Tomé, apóstolo, que apesar da descrença O buscas na comunidade,
roga por nós, para que façamos o caminho 
do individualismo à comunhão, e da profissão de fé à missão!


quinta-feira, julho 02, 2020

 

5ª feira da 13ª semana do Tempo Comum


Jesus disse ao paralítico: «Filho, tem confiança; os teus pecados estão perdoados». (cf. Mt 9,1-8)

Jesus é a misericórdia de Deus em forma humana.
Perante a fé, antecipa-se no perdão, cura todo o ser.
É uma verdadeira recriação na roda do Oleiro da Vida.
A Igreja continua esta missão de ser misericórdia e compaixão,
profecia e conversão, caridade e esperança, justiça e paz.

Para um toxicodependente, que não se perdoa,
nem aprende a ser livre e responsável, 
a metadona é apenas uma nova dependência de substituição.
O desempregado prolongado, paralisado na autoestima,
se não tiver uma mão que aposte nele 
e o faça com paciência e estima, dificilmente se levanta.
A depressão, paralisada de raiva e de revolta,
sem perdão, não sai do buraco em que se meteu!

Senhor, apresento-Te as minhas paralisias, fruto do medo,
das desconfianças, do pecado… curas e perdoa-me!
Como aqueles que levaram aquele paralítico a Jesus,
também eu Te apresento os paralisados pela doença,
pela dependência, pelo ódio, pela depressão, pela mentira,
pelo comodismo, pelo medo de arriscar… cura-os, Senhor!


quarta-feira, julho 01, 2020

 

4ª feira da 13ª semana do Tempo Comum


Que tens que ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo? (cf. Mt 8,28-34)

O Senhor visita-nos e incomoda os nossos demónios.
Revela as nossas iniquidades ocultas 
e não se deixa enganar pelos nossos cultos vistosos.
A sua luta não é contra o ser humano, mas contra o mal.
Dá a sua paz e vida nova aos que vivem entre os mortos
e faz dos possuídos e violentos pessoas livres para amar.

Muitos afastam-se do cristianismo porque se sentem incomodados
nas opções éticas e morais que fazem, 
nos atentados contra a vida e a justiça que perseguem.
Muitas vezes pedem que a Igreja se cale e se meta na sacristia.
Mas se a Igreja deixa de ser profética, morna e insonsa,
a sua razão de ser deixa de existir.
A sua missão é ser luz e palavra que clarifica e orienta!

Senhor, obrigado pela voz da consciência,
que remói e incomoda e põe em causa esquemas de iniquidade.
Obrigado pela tua Palavra, sempre viva e atual,
que convida à conversão do coração que só Tu conheces.
Liberta-nos das dependências que nos escravizam,
dos ressentimentos que nos adoecem,
das ambições que passam por cima da justiça e da ética.


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