sábado, novembro 30, 2019

 

S. André, apóstolo


Como são formosos os pés dos que anunciam o Evangelho! (cf. Rom 10,9-18)

A beleza da vida é ser pés que evangelizam e dão esperança.
Jesus é os pés de Deus que calcorreiam os nossos atalhos,
não como polícia ou fiscal, mas como companheiro e amigo,
como enamorado que tenta conquistar a sua amada,
paciente e livre, como palavra interpelante e luz que guia!
Os que chama a serem seus discípulos, cura-lhes os pés
e envia-os em missão, como peregrinação sagrada 
que indica o santuário e promove comunhão!
André, irmão de Pedro, é um dos ilustres pés, 
belos e incansáveis, que sabem donde vêm e para onde vão, 
porque permanecem em Cristo!

Há os pés que não andam, a não ser levados de carro, 
ou andam apenas de uma cadeira para a outra,
totalmente encurvados sobre si mesmos e os seus objetivos.
Há os pés que se virtualizam e correm sentados,
indo pelos dedos às descobertas num mundo digital.
Há os pés que correm no ginásio como remédio dos desmandos,
como torneira semiaberta das gorduras acumuladas.
Há os pés que transportam amor, fatigados de servir,
que são uma boa nova cada vez que se aproximam!

Senhor Jesus, pés calejados de me seguir e acompanhar,
ensina-me a fazer os meus pés formosos,
por Te seguirem em missão, numa incansável evangelização!
S. André, apóstolo inquieto e determinado,
que deixou tudo para seguir Jesus e O anunciar,
reza para que sejamos uma Igreja missionária,
una, santa, católica e apostólica!

sexta-feira, novembro 29, 2019

 

6ª feira da 34ª semana do Tempo Comum


Sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um Filho do homem. (cf. Dan 7,2-14)

No curso da história, o medo brota do mar do mal.
É um reino de monstros que assustam por tempo determinado,
mas que se vão sucedendo até que chega o Rei eterno,
que julga segundo a verdade e a justiça,
e faz do poder humano uma filiação divina,
mansa e fraterna, terna e misericordiosa, redentora!
O Messias não quer atemorizar, mas atrair pelo amor,
não deseja destruir, mas dar a vida para salvar!

O individualismo traz a marca da liberdade e da anarquia!
Dá gosto cada um fazer o que lhe apetece,
mas depois o bem comum não funciona, 
só há direitos não há deveres!
Daí as crises sistémicas, os populismos, 
os sonhos de uma segurança baseada na força 
e na mão de ferro nacionalista, exclusivista e tirânica!
E o pêndulo vai balançando entre a liberdade e a tirania!

Senhor, contemplo-Te na cruz e pareces-Me frágil e vencido,
mas, ao mesmo tempo, sinto-Te vivo, 
Vida que passa pela história com a marca da eternidade,
enquanto poderes monstruosos vão passando,
sucedendo-se na ribalta da decadência e do definhamento!
Faz-me obreiro do teu Reino, do novo céu e da nova terra 
que pacientemente queres reconstruir para a eternidade!

quinta-feira, novembro 28, 2019

 

5ª Feira da 34ª semana do Tempo Comum – Beata M. Helena Stollenwerk


O teu Deus, a quem serves com tanta firmeza, pôde livrar-te dos leões? (cf. Dan 6,12-28)

O Deus da vida é a nossa salvação.
As dificuldades e os sofrimentos são momentos de prova.
O profeta tem que entrar na cova dos leões,
mas nada teme, pode confiar no Deus da vida!
Jesus, ao encarnar, teve que passar pela prova da cruz
e morre em oferta de amor misericordioso,
mas nada teme, pois o Deus da vida O ressuscita!
O cristão salva-se pela sua fé e fidelidade!

Vivemos numa fuga permanente à dor e à morte!
Para nos vermos livres desse momento,
somos capazes de fazer tudo, até trocar de convicções!
E perante os “leões” que nos querem devorar,
gritamos de revolta e choramos o medo,
fazemos alianças contra-natura, 
acreditamos em mezinhas e magias,
tentamos o uso da corrupção e do compadrio!
E quando nada resulta, preferimos dar-nos a morte!

Senhor, o medo ainda me assalta, mas confio em Ti.
Ainda que ande por vales tenebrosos, nada temo,
porque Tu és o meu Pastor, Guia e Salvador!
O mundo caminha para o abismo da autodestruição,
mas ainda tenho esperança, ainda confio na conversão!
Bem-aventurada Maria Helena Stollenwerk, 
co-fundadora das Missionárias Servas do Espírito Santo,
intercede por uma Igreja em saída e profética!

quarta-feira, novembro 27, 2019

 

4ª feira da 34ª semana do Tempo Comum


‘Téquel’, quer dizer, ‘Pesado’: foste pesado na balança e achado sem peso; (cf. Dan 5,1-6.13-14.16-17.23-28)

Deus é o dedo que escreve a última palavra da história.
No presente, parece reinar a orgia, a força, a destruição,
mas aqueles que forem fieis e perseverantes à aliança serão salvos, 
porque na balança do amor e da justiça serão pesados.
A balança da verdade na caridade não pesa aparências nem riquezas,
mas pesa misericórdia, solidariedade, gratuitidade, 
justiça nas pequenas coisas como iniciativa em contracorrente!
Foi assim que o Pai pesou o Filho na cruz!

Com que andam cheios os nossos sonhos, os nossos planos?
Há tempo para tudo na vida, também para a festa e o ruído,
mas há tempo para o silêncio e a escuta?
Há tempo para a visita gratuita e a oferta amiga?
Há tempo para o discernimento e a avaliação?
Há tempo para o diálogo, a paz e a reconciliação?
O que pesa na nossa ação, que frutos damos que permaneçam 
como átomos irradiadores do bem e da justiça?

Senhor, Dedo que escreve misericórdia, verdade e justiça,
ensina-me a pré-pesar a minha santidade
e a despir os fardos pesados que me impedem de caminhar.
Perdoa a minha obesidade de vaidade e de egoísmo,
de ambição e de indiferença, de injustiça e de coração de pedra!
E porque é dando que se recebe e é perdoando que se é perdoado,
faz de mim um vaso-fonte da tua graça e missão!

terça-feira, novembro 26, 2019

 

3ª feira da 34ª semana do Tempo Comum


O reino será em parte forte e em parte frágil. (cf. Dan 2,31-45)

Deus é forte no amor e apresenta-se frágil na encarnação.
Em Jesus a divindade e a humanidade convivem em harmonia,
por isso, o Servo pode ser Senhor e a cruz ser salvação!
Jesus é Rei, mas o seu reinado não é deste mundo,
por isso, sobe ao calvário, carregando os pecados da humanidade.
A Igreja são estes pés de ferro onde brilha a santidade 
e de barro que contemporiza a revelação do pecado e da desunião!
Quem pensa estar seguro, cuidado pois também é de barro!

A arrogância da modernidade não sabe conviver com a fragilidade.
Fica em pânico perante o fracasso, a doença e a morte,
pois pensa que ter dinheiro e poder lhe dá a imortalidade!
A mesma utopia da linha reta e ascendente da santidade
leva o crente a ficar de rastos perante o barro do pecado recorrente!
Só a humildade confiante na misericórdia de Deus 
e a vigilância discernida perante a tentação camuflada de bem,
nos faz caminhar de mão estendida, sempre a recomeçar!

Senhor, é na tua Luz que vemos a luz, eterna e ténue,
que faz de mim um peregrino das estrelas, durante a noite.
Caminho com pés de barro misturado com o ferro da santidade,
mais dom do que conquista, mais graça do que mérito!
Espírito Santo, dá-me o dom da sabedoria e do discernimento,
para que não vá à bola com quem é mais habilidoso do que eu
e saiba ser prudente e humilde como David perante o Golias!
Bendito sejas pelo pão da misericórdia com que me alentas cada dia!

segunda-feira, novembro 25, 2019

 

2ª feira da 34ª semana do Tempo Comum – S. Catarina Alexandrina


Depois verás o nosso aspeto e o dos jovens que comem do alimento real. (cf. Dan 1,1-6.8-20)

Deus vê a grandeza das pequenas coisas
e a vanidade dos grandes feitos que entram no “guinness”!
Cristo apresenta-se como o Pão da Vida,
e na mesa da comunhão quer assimilar-nos n’Ele.
Este é o nosso alimento real, o remédio da nossa vida.
Nós somos o que nos alimentamos e o que produzimos!

Alimentam-nos de comida para o estômago,
mas também nos alimentamos de afetos,
de reconhecimentos, de sentido, de esperança, 
de passatempos, de saberes, de emoções…
O “fast food” é o símbolo de vidas em velocidade, 
sedentários com alimento de peregrino,
a consumir passatempos e bebidas adocicadas.
O aspeto revela obesidade angustiada e incontrolada,
combatida, não pelo trabalho produtivo,
mas por ginásios pagos e suor consumidor de gorduras!

Senhor, busco em Ti o alimento quotidiano
da Palavra e da Eucaristia, saboreado com tempo.
Ao longo do dia, sou tentado a comer outros alimentos,
e beber bebidas que me adoecem e engordam o egoísmo,
ajuda-me a saber discernir, a dizer “não” sem cair.
S. Catarina de Alexandria, virgem e mártir, 
intercede para que saibamos dar a vida com inteligência,
correr com rumo, dar a quem precisa e adorar a Quem merece!

domingo, novembro 24, 2019

 

34º Domingo do Tempo Comum – Cristo, Rei do Universo


Em tudo Cristo tem o primeiro lugar. (Cf. Col 1,12-20)

Aquele que se humilhou até à morte de cruz,
Deus O exaltou acima de todo o nome no Céu e na terra.
Aquele que se fez servo de todos, 
Deus O fez juiz dos vivos e dos mortos.
Aquele no qual reside toda a a plenitude do Espírito,
Deus O fez uma nascente de vida, um pentecostes permanente!
Jesus é o princípio, o caminho e a meta;
o poder de amor, silencioso e fiel, manso e misericordioso,
em oferta de salvação que se atualiza em cada Eucaristia.
Que reino tão grande e tão impercetível e gracioso!

Um reino que se preze, dá nas vistas e impõe-se,
faz-se notar pelas exigências e pelos impostos.
O primeiro lugar na sociedade mede-se pela fama, pelo saber,
pela riqueza, pela força, pelo poder e, às vezes, pelo temor.
Ser o primeiro sem se notar, poder ser uma estratégia de poder,
escondida no sem rosto de uma multinacional 
ou no “serviço gratuito” que usa os nossos dados para vender;
ou pode ser sinal de amor, que respeita e serve o amado,
deixando-o livre, ensinando-o a caminhar, levantando-o da queda.

Senhor, que vieste para nos salvar e dar a vida por nós,
perdendo-Te numa oferta de Ti até à última gota de sangue,
ensina-nos a viver deste e neste reinado de liberdade e amor.
Quanto ainda tenho de caminhar para ser o primeiro no serviço,
na entrega de mim, na compaixão e na misericórdia,
na fidelidade e na justiça, no louvor e na missão!
Venha a nós o Teu Reino, Senhor,
e ajuda-nos a ser os primeiros em seguir-Te e anunciar-Te!

sábado, novembro 23, 2019

 

Sábado da 33ª semana do Tempo Comum – S. Clemente I


Convenceu-se de que ia morrer. (cf. 1 Mac 6,1-13)

Deus é a fonte da vida e o incómodo do mal.
Os Seus projetos encontram-se com a ambição desmedida,
que pensa que é senhor, que pode matar e não vai morrer.
No entanto, há sempre um momento de luz e de verdade,
em que a fragilidade nos faz adoecer de mãos vazias,
e o rei se reconhece mortal 
e os joelhos se dobram perante o Imortal,
talvez triste porque correu e se afadigou sem rumo!

Vivemos em excesso de ambição e com intensidade o presente.
Sem rumo certo e sem treino no auto-domínio, 
vamos tentando corrigir as consequências da inércia do prazer:
dormimos pouco e depois tomamos uns cafés para acordar;
comemos demais, ficando deformados pela obesidade,
e, apavorados, buscamos ginásios e dietas corretivas;
bebemos demasiado, acordando com ressaca,
e, envergonhados, maquilhamos as olheiras e a cor de morto,
passando o dia a pão e água das pedras!
E perante o fracasso e a doença, não estamos preparados,
por isso, ficamos deprimidos e pedimos a morte assistida!

Senhor, Deus da vida e Pastor das ovelhas perdidas,
ajuda-nos a viver esta vida à luz da esperança após a morte!
Liberta-nos da inconsciência e da ambição desmedida,
que nos faz adoecer de tristeza, porque sempre insaciada.
Espírito Santo, dá-nos o dom da Sabedoria e do Discernimento,
para que as energias que queimamos não sejam inúteis,
e saibamos fazer da solidariedade e da justiça o ginásio saudável!

sexta-feira, novembro 22, 2019

 

6ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – S. Cecília


Subamos a purificar o templo e celebrar a sua dedicação. (cf. 1 Mac 4,36-37.52-59)

O Deus do Céu montou a sua morada na terra.
A sua casa simbólica é o templo,
que deve ser puro na oferta, digno na celebração,
silencioso para a oração e a escuta da Palavra.
O templo é a casa de todos os que vivem da fé,
purificado da idolatria, da iniquidade e do comércio.
Mas cada um é templo onde Deus habita,
por isso, deve ter o mesmo cuidado com a sua vida!

Nos países da velha cristandade há templos vazios,
construções que se tornam um peso para a manutenção,
que se arrendam ou vendem para outros fins!
Em muitos casos, é uma dor de alma ver lugares consagrados
a serem usados para fins nem sempre condizentes.
Mas o espaço é apenas um reflexo do tempo,
da dinâmica de vida que imprimimos à história!
Por isso, não choremos por construções,
choremos por nós, vidas afastadas de Deus e dos outros,
vidas consumidas em valor de mercado!

Bendito sejas, Senhor, Deus Emanuel, Misericórdia encarnada,
Alento que ilumina e guia, dando vida ao que era barro.
Bendito sejas, proximidade sagrada que se rebaixa para elevar,
que ama primeiro porque só sabe amar,
que nos traz dignidade perdida em aventuras cegas e egoístas.
S. Cecília, virgem e mártir, canção de fé que louva a Deus,
ajuda-nos a ser castos e fortes na fé e no testemunho cristão!

quinta-feira, novembro 21, 2019

 

5ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – Apresentação de Nossa Senhora


Todo aquele que sentir zelo pela Lei e quiser manter a aliança siga-me. (cf. 1 Mac 2,15-29)

Deus é a iniciativa da aliança com o seu povo.
Ser fiel à aliança é permanecer no seu amor,
cumprir os seus mandamentos, adora-Lo em espírito e verdade.
Zelosa pela fidelidade a Deus, Maria, ainda criança,
consagra-se ao Senhor, renova a sua aliança com Ele.
Quem quiser ser fiel ao Senhor e seguir o seu Filho,
siga Maria, renove cada manhã o seu compromisso em ser fiel,
confiante na graça e na misericórdia do Senhor!

A força do testemunho, a liderança profética do bem,
tem que encontrar a sua força dentro, na fé que o anima 
e não na maioria, na pressão externa que o arrasta.
Isto supõe alguma solidão, muita ousadia,
muita humildade, muita tolerância, alegria de ser fiel.
A tentação é ser fundamentalista e juiz do outro,
tentar destrui-lo e vence-lo com as mesmas armas.
Imitar Maria na sua fidelidade humilde
e seguir Jesus, que dá a vida por aqueles que O matam, 
é ousadia de santo, zelo profético que surpreende!

Senhor, bendito sejas pela tua aliança de amor,
que desce à nossa condição, com sandálias de misericórdia
e abraço de Amado, disposto sempre a recomeçar!
Bendita sejas, ó Maria, testemunho de fidelidade,
esperança do consagrado e guia do batizado!
Ajuda-nos a amar a Deus, seguindo os passos do teu Filho
e abrindo as velas do nosso leme ao vento do Espírito Santo.
Senhora da Apresentação, ajuda-nos a ser um sim fiel e humilde,
atraente e evangelizador, coerente e profético!

quarta-feira, novembro 20, 2019

 

4ª feira da 33ª semana do Tempo Comum


Juntava uma coragem varonil à ternura de mulher. (cf. 2 Mac 7,1.20-31)

Deus é o Criador e Senhor de todas as coisas.
Nele a força e a ternura frutificam em misericórdia
e fazem de cada ser um colaborador, 
um missionário da sua glória e da sua esperança.
Dar a vida por esta confiança é arriscar,
é ser servo sendo grande, é ser manso na violência!

O fraco, o que tem medo, grita e ameaça.
O forte é capaz de auto-domínio, de serenidade,
de presença terna, de diálogo buscador da verdade.
O homem e a mulher, ambos são poder,
embora usem armas diferentes na família e na sociedade.
A coragem é feita de esperança, confiança, resiliência.
A ternura é feita de mansidão, amor paciente e confiante.
Os extremos fazem da coragem brutalidade 
e da ternura fraqueza e deixar andar sem rumo!

Senhor, bendito sejas pelos dons que nos confiaste,
por delegares em nós a tua missão criadora e redentora.
Perdoa as vezes em que ficamos paralisados pelo medo,
e não somos fecundos, nem nos comprometemos contigo.
Dá-nos a sabedoria da coragem e da ternura, do ardor e do amor,
com que se caldeia a vida e se amassa a esperança!

terça-feira, novembro 19, 2019

 

3ª feira da 33ª semana do Tempo Comum


Não é conveniente fingir. (cf. 2 Sab 6,18-31)

A Verdade fez-se Luz e quer ficar em nossa casa.
Ela serve-nos a misericórdia e estimula a caridade,
pois quando Jesus vive em nós, a liberdade é para servir,
a justiça para restituir, a idolatria do ter para desmoronar!
Não é conveniente fingir, não é útil representar,
mesmo que a verdade doa e tenha o preço da vida,
vale a pena ser coerente e dar bom testemunho!

Cultiva-se a aparência, a maquilhagem,
o photoshop, o virtual, o falso perfil, a mentira…
A informação sobre um produto virou marketing,
ciência de vender e criar necessidades, impressionar!
Esta cultura do dar nas vistas, criou uma nova profissão:
os influenciadores, os bloggers e repórteres 
que vivem das suas fotos e dos seus comentários!
No meio de tudo isto, vende-se a ética por pouco dinheiro!

Senhor, obrigado porque me convidaste a receber-Te,
na minha casa desarrumada, na minha vida real,
entra e traz a salvação à minha vida, o amor como fonte!
Liberta-nos da incoerência entre o que aparentamos e o que somos,
a duplicidade entre o que somos em público e em privado,
a mentira que escondemos e a maquilhagem com que nos apresentamos.
Ajuda o Papa Francisco nesta visita pastoral à Tailândia e ao Japão!

segunda-feira, novembro 18, 2019

 

2ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – Dedicação das Basílicas de S. Pedro e de S. Paulo


Ordenou que em todo o seu reino formassem todos um só povo e cada qual renunciasse aos próprios costumes. (cf. 1 Mac 1,10-15.41-43.54-57.62-64)

Deus quer-nos a todos reunidos à sua volta,
numa comunhão diversa e personalizada.
A Igreja tem a marca da Trindade
e o alicerce de Pedro e de Paulo!
Por isso, a Igreja fala todas as línguas,
acolhe todas as culturas, celebra com todos os ritmos.
A cegueira da uniformidade não vê a riqueza da diversidade!

A globalização trouxe de novo a utopia da uniformidade:
uma só língua, uma só cultura, a mesma comida, 
o mesmo vestir, a mesma forma de governo, a mesma escola,
a mesma ideologia, a mesma religião, a mesma moda…
Na verdade, constata-se que a juventude, seja onde for,
começa a vestir igual, a comer e a beber igual,
a usar a mesma eletrónica, a navegar global, a falar inglês…
A própria expressão religiosa experimenta o sincretismo,
num subjetivismo, mimetismo e busca de novidade!
É o projeto interessado e sem rosto da Torre de Babel! 

Senhor, faz que eu veja a tua Mão, neste mundo em rebanho,
e possa caminhar em Ti e para Ti, na vocação a que me chamas.
S. Pedro e S. Paulo, alicerces de um projeto novo, a Igreja,
ajudai-nos a continuar a construir uma família universal,
na comunhão da mesma fé e na riqueza de cada cultura.
Espírito Santo, ensina-nos a missão à luz da Trindade!
Jesus, nosso Salvador, faz que eu veja e aumenta a minha fé!

domingo, novembro 17, 2019

 

33º Domingo do Tempo Comum – Dia dos Seminários e Dia Mundial do Pobre


Ocupados em futilidades. (cf. 2 Tess 3,7-12)

Deus ocupa-se em criar coisas belas e novas,
em assegurar a sustentabilidade da vida,
em curar o que está doente e recuperar o que está perdido,
em perdoar quem se arrepende e guiar quem quer segui-Lo.
A vida de Deus não é uma futilidade, mas trabalho de amor!
Jesus foi enviado à história para a salvar e dar a vida por ela,
não para dar um passeio, nem fazer uma experiência.
Ele revela a Missão de Deus e envia-nos como seus colaboradores!

A vida está a transformar-se em ociosidade fútil.
Trabalha-se para viver e consumir passatempos e férias.
Faz-se exercício físico no ginásio por causa do aspeto físico,
mas não se é capaz de dar dois passos, a não ser de carro!
Passam-se horas sem conto a ver televisão, telemóvel, internet,
ocupados em futilidades, coscuvilhice, jogos…
Fazem-se projetos de experiências radicais,
em busca de vanglórias que não aproveitam a ninguém.
E ao nosso lado, há vidas que sofrem a pobreza, a solidão, 
o peso do trabalho, a injustiça, o desespero, a perdição! 

Senhor, Trindade laboriosa em missão criadora e redentora,
faz o nosso coração semelhante ao Vosso,
ocupado em criar beleza, paz, justiça, solidariedade, salvação.
Liberta-nos de uma vida estéril, ocupada em futilidades,
que vive apenas para passar o tempo!
Cristo, Círio Pascal que dás a vida para nos iluminar, 
num fogo de Amor que arde sem se esgotar nem desanimar,
ajuda-nos a ser luz do mundo ao lado dos mais fracos e desprotegidos.
Dá-nos, Senhor, pastores que se ocupam com a tua Missão
e não com futilidades, num funcionalismo sem zelo pelo rebanho!

sábado, novembro 16, 2019

 

Sábado da 32ª semana do Tempo Comum – Semana dos Seminários


Quando um silêncio profundo envolvia todas as coisas, a vossa palavra omnipotente, Senhor, veio do alto dos Céus. (cf. Sab 18,14-16; 19,6-9)

Deus escuta sempre, mas o dom maior que nos quer dar
é a fé e a esperança, que se manifestam na oração perseverante 
e na caridade atenta e justa, amiga e pacífica.
É preciso sentir o silêncio e aprender a caminhar durante a noite,
para que a oração não seja telegrama de exigência,
mas diálogo confiante entre filho e Pai!
A Páscoa de Jesus recorda a Páscoa da libertação do Egito 
e aponta para a nossa Páscoa redentora e providente!

A velocidade e a máquina de venda automática 
são símbolos de uma forma de reagir e de agir,
na relação com as coisas, com os outros e com Deus.
Caso a máquina não responda, a reação é agressividade,
impaciência, revolta, desistência!
Na relação com Deus temos a mesma atitude,
a mesma orientação caprichosa de exigir o que queremos,
sem paciência silenciosa para escutar e dialogar com Deus.

Senhor, obrigado por seres a nossa Páscoa,
a nossa salvação, a nossa casa eterna que nos esperas.
Ensina-nos a fazer silêncio profundo, escuta orante,
fé que ilumina a noite e combate o medo do abandono!
Sei que não nos abandonas pois és Pai e Fonte da vida,
és Missão que desce para nos salvar,
és Comunhão que a todos nos envolves no mesmo amor!
Ajuda-nos a fazer dos seminários escolas de oração.
Aumenta, Senhor, a nossa fé e a nossa esperança!

sexta-feira, novembro 15, 2019

 

6ª feira da 32ª semana do Tempo Comum - S. Alberto Magno, Semana dos Seminários


Se, fascinados pela beleza das coisas, as tomaram por deuses, reconheçam quanto é mais excelente o seu Senhor. (cf. Sab 13,1-9)

A assinatura de Deus permanece em todas as suas obras.
A beleza, a força, o prazer, a bondade, a capacidade de renovação…
são marcas do Ser de Deus inscritas na natureza.
Fixar-se nas obras e não chegar ao Criador,
é insensato, vistas curtas, cegueira do invisível!
Deus revela-se e esconde-se para que a fé não seja uma evidência,
mas uma busca constante, um sábio contemplar!

Vivemos numa realidade quase virtual, filtrada pelo consumo.
Navegamos no global em circuito fechado,
vemos e ouvimos o que alguém lhe interessa que nos ocupe,
somos telecomandados com a sensação de sermos livres!
Estamos a caminhar para uma vida animal e instintiva,
rodeados de tecnologia e de sensação de progresso.
Passa ao lado o sentido da vida, a contemplação e a meditação,
o empenho pelo bem comum, a fecundidade do encontro.

Senhor, em tudo Te encontro, escondido e revelado!
Como é bela a vida, o perfume da harmonia,
a maravilha de um mundo pintado de vida,
a sinfonia de um sorriso ou de um grito de dor,
a paz e a confiança de um amor providente…!
Ajuda-nos a despertar para a contemplação 
e a conversão, para que não sejamos surpreendidos,
com mãos sujas e vazias, a acenar ao pobre!
S. Alberto Magno, ajuda-nos a encontrar Deus, 
como criador e redentor, princípio e fim!

quinta-feira, novembro 14, 2019

 

5ª feira da 32ª semana do Tempo Comum


A Sabedoria comunica-se de geração em geração pelas almas santas e forma os amigos de Deus e os profetas. (cf. Sab 7,22-8,1)

A Sabedoria é amor criador, aliança companheira,
missão redentora, pentecostes evangelizador.
Os profetas e amigos de Deus são habitados pela Sabedoria,
porta-vozes do sentir de Deus, pastores de sentido!
Os sábios de Deus vivem já o reino de Deus,
porque a sua vida é um “kairos” e não um “Kronos”,
uma vivência evangélica e não folhetins extraordinários.

A escola democratizou-se e ainda bem,
mas é preciso perceber o que se ensina e que pessoas quer formar.
A formação intelectual anda separada da educação moral,
pois a família anda ocupada com o emprego
e a escola acha que a sua competência é passar saberes acumulados.
O comércio encarrega-se de preencher o vazio deste fosso,
vendendo passatempos e novidades de consumo,
criando necessidades e dependências!
O resultado é a especialização num saber 
e o sem rumo no coração, na vontade e na liberdade!
Que lugar ocupa a Igreja nesta sabedoria de viver?

Senhor, Sabedoria que nos salva, ensina-nos a viver,
a compreender o mistério da vida, a ver o invisível!
A ambição do possuir, do gozar e do consumir 
fecha-nos os horizontes e faz de nós instantes,
em busca de adrenalina e não de paz santa e justa!
Envia-nos o teu Espírito e faz de nós teus amigos,
profetas habitados pelo reino de Deus, presente em Jesus!
E habitados pela Palavra, faz-nos Palavra evangelizadora!

quarta-feira, novembro 13, 2019

 

4ª feira da 32ª semana do Tempo Comum – Semana dos Seminários


Ele examinará as vossas obras e sondará as vossas intenções (cf. Sab 6,1-11)

Deus chama cada um a viver na santidade de vida.
Os que exercem o serviço do poder têm maior responsabilidade 
no cuidado do próximo e na fidelidade à aliança.
As estratégias de poder e intenções reais são escrutinadas por Deus,
e a profecia alerta-nos para a justiça e a verdade na caridade.
Jesus cura a lepra, a doença que aparece, 
para chegar à verdadeira doença da falta de fé e da ingratidão!

A democracia tem nas eleições um instrumento de juízo.
O bom serviço público é premiado pelo voto popular.
No entanto, a demagogia, a mentira, o populismo e o medo
podem desvirtuar o discernimento e a liberdade no ato de votar.
Outras vezes, o voto sobre programas foi acertado,
mas a corrupção e as pressões dos grandes interesses,
desviam o poder do seu rumo e aproveitam-se do poder para si!
A fé compromete-nos em assegurar a reta intenção e o bem social! 

Bendito sejas, Senhor nosso, porque nos curas das lepras visíveis,
mas queres curar-nos dos tumores internos que não são visíveis,
mas nos corroem a caridade, a justiça, a gratidão e a esperança!
Espírito Santo, dá-nos o dom da sabedoria e da santidade,
quer vivamos como autoridade quer vivamos como subordinados,
quer sejamos ricos quer sejamos pobres!
Dá aos que, nos seminários, se preparam para serem pastores,
um coração humilde e amigo, à imagem do Bom Pastor, teu Filho!

terça-feira, novembro 12, 2019

 

3ª feira da 32ª semana do Tempo Comum


Os que n’Ele confiam compreenderão a verdade e os que Lhe são fiéis permanecerão com Ele no amor. (cf. Sab 2,23-3,9)

O Amor criou a vida e planeou-a para ser eterna.
O ódio vestiu-se de isco e criou divisão e morte.
A missão e o dever cumprido ganharam orgulho,
o orgulho cobrou méritos e achou-se mais do que os outros,
mas a Verdade desceu à terra e fez-se humildade,
abraçou a morte e fez-se ressurreição,
pois o Amor é misericordioso e para sempre. 
Não temas, Deus não odeia nem mata, Ele é Salvador!

A autoestima confunde-se com elogios e recompensas imediatas.
Muitos desanimam de compromissos eclesiais e da missão,
porque a profecia cria resistência e às vezes rejeição,
e a recompensa tem o endereço do além!
E a morte traz o selo do silêncio, de despedida para sempre,
num luto que dói porque o amor continua vivo para sempre!
Rezar pelos defuntos é alimentar a relação de amor,
é aprender que o Autor da vida é esperança cumprida!

Senhor, sou dom e sou missão, servo inútil que fizeste precioso,
porque me chamaste pelo nome e me enviaste sem mérito,
numa aventura em que a tua graça faz maravilhas 
neste barro que Te contém e Te distribui por onde anda!
Pelo caminho há feridas e há quedas, desencontros e abraços,
silêncios e palavras, sentados e a caminhar na escola do amor,
perplexos perante a morte, mas confiantes Naquele que nos espera!
Bendito sejas pela Mão que nos levanta, pela Palavra que nos anima,
pela Luz que nos conduz, pelo Coração que geme perdão e missão!

segunda-feira, novembro 11, 2019

 

2ª feira da 32ª semana do Tempo Comum – S. Martinho de Tours


O Espírito sagrado, nosso educador, foge da hipocrisia. (cf. Sab 1,1-7)

O Senhor é luz que penetra a verdade do nosso coração.
O seu Espírito habita em nós como educador do bem,
agente da justiça, animador da fé, incómodo de consciência,
fonte de misericórdia e transparência de vida.
Viver uma vida a representar e a julgar os outros com cetro de ferro,
é uma mentira que nos engana e escandaliza os fracos,
e afasta os que buscam a Deus!

Precisamos de um espelho para nos vermos na aparência:
as selfies, os espelhos de vidro, os olhos e comentários dos outros.
Mas precisamos também de um espelho para nos vermos em verdade:
o exame de consciência, os bons amigos, o sacramento da Penitência…
O mais fácil é especializar-nos em representar, 
em criarmos um falso perfil, em representar papeis!
Mas a verdade vem sempre ao de cima,
há sempre alguém que nos surpreende nos bastidores,
há Deus que conhece o mais íntimo de nós mesmos,
e é acerca desta verdade de vida que devemos dar contas!

Senhor, louvado sejas pela Tua paciência misericordiosa,
que cada dia me anima a viver em santidade e em verdade!
Obrigado pelo teu Espírito, educador da aliança,
e perdoa as vezes em que O ignoro e O entristeço.
Ajuda-me a ser coerente, humilde e amigo,
disponível para perdoar, capaz de amar e respeitar,
espelho que convida à conversão e à esperança.
S. Martinho, soldado de Cristo e pastor da Igreja,
ajuda-nos a ser solidários e alegres na fé!

domingo, novembro 10, 2019

 

32ª Domingo do Tempo Comum – Semana dos Seminários


O Senhor dirija os vossos corações, para que amem a Deus e aguardem a Cristo com perseverança. (cf. 2 Tess 2,16-3,5)

Deus vive para sempre e criou-nos para a vida!
Ele deu-nos eterna consolação e feliz esperança,
porque não nos criou para o acaso nem para a morte,
mas para sermos seus filhos no Filho e vivermos no amor.
A ressurreição de Cristo é a nossa esperança,
e o Batismo é o novo nascimento para a ressurreição definitiva.
Que desafio podermos escolher o que queremos ser eternamente!

O medo da morte inventou o mito do elixir da juventude.
O aumento da esperança de vida adiou a morte,
mas não trouxe qualidade de vida nem esperança eterna.
Muitas vezes morre-se cansado de viver,
revoltado pelas limitações da idade, 
envergonhado de ser dependente, amargurado pela solidão!
Muitos desculpam-se não acreditar no que não conhecem,
esquecendo-se da experiência de “céu”, “purgatório”
e “inferno” que já vivem nesta vida, conforme as opções!

Senhor, bendito sejas, Fonte de vida e de amor que nos criou 
e nos destinou a viver, como filhos no Filho,
habitados e transformados pelo mesmo Espírito de amor.
Cristo, eterna consolação que nos salvaste
e nos ressuscitaste pelo Batismo para uma vida nova,
ajuda-nos a viver uma vida que valha a pena viver eternamente!
Espírito Santo, ajuda-nos a ser sementes de ressurreição,
missão de esperança, testemunho de fé, fermento de vida,
luz que dá sentido ao amor e à misericórdia!
Dá-nos bons pastores que nos conduzam à verdadeira vida eterna!

sábado, novembro 09, 2019

 

Dedicação da Basílica de Latrão


O templo de Deus é santo e vós sois esse templo. (cf. 1 Cor 3,9c-11.16-17)

O Senhor dos Céus quis ser o Emanuel, Deus-connosco.
O templo é o sinal da sua presença e a casa do encontro.
Nele nos recolhemos para nos encontrarmos com Deus
e nos juntamos para, a uma só voz, lhe darmos graças.
Quando este templo é a cátedra de Pedro,
celebrar a sua dedicação é juntar-se a toda a Igreja
para, junto com o Papa, celebrar Cristo Salvador.

A catolicidade da Igreja pede o empenho missionário local
e o ministério da presidência da comunhão do Bispo de Roma.
Somos um templo místico maravilhoso, obra do Espírito,
que atravessa o tempo e o espaço, fala diversas línguas,
reveste-se de diversas culturas e sensibilidades,
mas reza o mesmo credo, celebra à volta da mesma mesa eucarística,
escuta a mesma Palavra e realiza a mesma missão!
A Igreja é um sinal de esperança num mundo globalizado!

Senhor, Deus-connosco e hóspede escondido em nós,
louvado sejas pela dignidade de sermos sacrário do teu Amor.
Perdoa as vezes em que estás connosco e não estamos contigo,
fazemos do corpo um mercado de aparências
e um útero de projetos maus e injustos!
Ajuda-nos a ser membros vivos da tua Igreja,
participantes habituais da tua Mesa,
fonte de vida que brota da fé celebrada.
Pedimos-te pelo Papa Francisco, fortalece-o na fé,
esclarece-o na esperança e anima-o na caridade.

sexta-feira, novembro 08, 2019

 

6ª feira da 31ª semana do Tempo Comum


Pregar o Evangelho onde ainda não se tinha invocado o nome de Cristo. (cf. Rom 15,14-21)

Somos adminstradores dos bens de Deus.
O bom adminstrador não é aquele que acumula para si,
mas aquele que acumula para o seu Senhor novos amigos,
e evangeliza os que ainda não conhecem a Cristo.
Fazer amigos de Jesus é a missão de todo o cristão!
Só estes deixam tudo para receberem cem vezes mais,
ricos de fé, caridade e esperança na eternidade santa!

Uma Igreja em saída não é uma Igreja sedentarizada,
à espera que cheguem os mesmos de sempre,
os consumidores de ritos e de sacramentos!
Uma Igreja missionária preocupa-se com os de fora,
os pecadores, os indiferentes, os inquietos sem rumo,
os pobres marginalizados, os diferentes excluídos.
E a missão “ad gentes” pode ser em casa, na escola,
na empresa, na internet, no desporto, nas férias…
onde houver alguém que não conheça e ame a Jesus Cristo!

Senhor, eu sou missão, necessitado de Te invocar
como Salvador e Mestre que conduz a minha vida!
Liberta-nos do medo de sair do rebanho conhecido 
e dá-nos coragem e fé para partirmos para os de fora,
os que têm reticências e se mostram contrários
a tudo o que é religião, seguimento que interroga,
proposta de conversão, amar sem fronteiras!
Faz de nós bons administradores do tesouro da tua Missão!

quinta-feira, novembro 07, 2019

 

5ª feira da 31ª semana do Tempo Comum


Porque desprezas o teu irmão? (cf. Rom 14,7-12)

Deus é senhor dos vivos e dos mortos.
Nós pertencemos-lhe, somos parte do tesouro do seu coração.
É a Ele que devemos dar contas do bem e do mal que fizemos:
a nós mesmos, à natureza, aos outros e a Deus!
Não somos juízes do outro, mas companheiros nesta peregrinação.
Uns são bons colegas de jornada, outros são um pesadelo!

A vida é uma peregrinação e vamos juntando-nos por afinidades
ideológicas, religiosas, clubistas, tribais, linguísticas, culturais,
profissionais, níveis de vida, nacionalistas, interesseiras.
Às vezes há conflitos entre grupos, jogos de poder,
e para justificar a agressividade, desfigura-se o outro
e começa-se a classifica-lo: prevaricador, marginal,
estrangeiro, deficiente, refugiado, cigano, dependente…
Jesus junta-se aos pecadores para os salvar 
e nós afastamo-nos deles para os condenar e abater?

Senhor, em Ti vivemos e em Ti nos movemos,
de ti nascemos e a Ti daremos contas do nosso viver,
dá-nos o dom da sabedoria para sabermos viver e morrer.
Cristo, Bom Pastor, que nos procuras e salvas,
ajuda-nos a ser bons companheiros de jornada,
nesta peregrinação sagrada que é a vida e a missão.
Liberta-nos das atitudes discriminatórias e condenatórias,
que nos fazem desprezar e marginalizar o irmão,
fora do círculo dos nossos amigos e pessoas afins!

quarta-feira, novembro 06, 2019

 

4ª feira da 31ª semana do Tempo Comum – S. Nuno de Santa Maria


A caridade não faz mal ao próximo. (cf. Rom 13,8-10)

A caridade é a essência de Deus.
A aliança que Deus nos propõe é aprender a amar,
primeiro a Deus e ao seu projeto,
depois ao próximo e ao bem comum.
Os dois mandamentos são o mesmo amor,
o mesmo coração que se dá gratuitamente!
Jesus é o caminho para sermos Amor!

O amor de si é defensivo e interesseiro,
por isso, quando exclusivo, faz mal aos outros e a Deus!
O amor do próximo, quando fundado no mercado da troca,
cobra favores, não perdoa dívidas, exclui os pobres.
O amor a Deus, quando interesseiro e esporádico,
coloca-O no mesmo altar ao mesmo nível dos ídolos:
riquezas, poder, prazer, desejo de ser mais e famoso…

Senhor, louvado sejas, porque Te perdeste por nosso amor, 
e continuas companheiro de quem Te vira as costas!
Bendito sejas, bom Pai, Rei que não ameaça e se esconde,
numa graça providente que só quer o nosso bem.
Bendito sejas, Espírito Santo, amor do Pai e do Filho,
que nos quer guiar o coração e ensinar a amar mais
a Deus que a nós mesmos e ao próximo como a nós mesmos!
S. Nuno de S. Maria, comandante do bom combate,
ajuda-nos a vencer o mal em nós e a sermos compaixão!

terça-feira, novembro 05, 2019

 

3ª feira da 31ª semana do Tempo Comum


Formamos em Cristo um só corpo e somos membros uns dos outros. (cf. Rom 12,5-16a)

Deus é comunhão de amor trinitário.
Toda a criação e a história da salvação tem esta marca.
A missão de Cristo e do Espírito é criar comunhão,
animada pelos dons do Espírito que constrói fraternidade,
e senta à mesma mesa os humildes e misericordiosos,
numa celebração eucarística com a cor local
e a comunhão universal de fé, esperança e caridade.

Vivemos na casa comum do nosso planeta e sistema solar,
onde a doença e a saúde afetam a todos,
pois somos todos membros interdependentes uns dos outros!
A ação é local, mas o efeito é global.
A paz e o desenvolvimento evitam o movimento de refugiados.
As práticas ecológicas e de justiça de uns beneficiam a todos.
Viver para si mesmo e de costas viradas uns para os outros,
é desastroso para o bem-estar presente e das gerações futuras.
A Eucaristia é o sinal do que pode salvar a humanidade!

Senhor, Deus Trindade, um só Deus em três Pessoas,
ensina-nos o amor fraterno que se distingue para estima recíproca. 
Cristo, que aceitaste ser a Cabeça deste grande Corpo,
que é a Igreja, diversa nos seus dons e nas suas culturas,
alimenta-nos na mesa da comunhão e da Eucaristia.
Espírito Santo, que enriqueces a comunhão com a diversidade
e fazes este milagre de uma só fé no tempo e no espaço,
ajuda-nos a ser uma bênção para tudo e para todos.

segunda-feira, novembro 04, 2019

 

2ª feira da 31ª semana do Tempo Comum – S. Carlos Borromeu


Quem Lhe deu primeiro, para que tenha de receber retribuição? (cf. Rom 11,29-36)

Deus é o primeiro em tudo. Tudo lhe pertence!
Ele convida-nos a comer à sua mesa,
não porque tenhamos méritos ou lhe possamos retribuir,
mas porque nos ama e nos quer elevar à dignidade divina.
É este amor, sem trocas de mercado,
que Jesus quer que aprendamos e pratiquemos!

A amizade existe, mas trabalha muito em círculos fechados.
São ilhas de comunhão que se auto-excluem 
e deixam de fora os disfuncionais, os pobres, os deficientes,
os que não podem retribuir e os que são incómodos.
Parecemos todos diferentes, mas somos todos iguais,
igualmente interdependentes, necessitados uns dos outros.
Às vezes parece que sofremos duma doença auto-relacional,
vemos nos que nos deram a vida e nos queremos bem,
- Deus, os pais, benfeitores, professores… - inimigos a combater!

Senhor, bendito sejas, Fonte de todo o dom:
da minha existência, da minha liberdade, da minha salvação.
Cristo, bendito sejas porque nos convidas e andas à nossa procura 
para que participemos no banquete nupcial do Cordeiro!
Somos um nada que, com o teu tudo, podemos ser tua missão
e a aprender a convidar quem não nos pode retribuir,
a dar a nossa vida para salvar quem não conhece a palavra gratidão!
S. Carlos Borromeu, pastor dedicado, roga por nós
e ensina-nos a ser uma Igreja missionária!

domingo, novembro 03, 2019

 

31º Domingo do Tempo Comum


A todos perdoais, porque tudo é vosso, Senhor, que amais a vida. (cf. Sab 11,22-12,2)

Deus cria porque é Pai e perdoa porque é misericórdia.
Deus não sabe odiar nem excluir
e, por isso, Jesus, o seu Filho, que é o coração do Pai,
chama Zaqueu do seu pedestal, pede-lhe para descer
e entra em sua casa como salvação livre e compassiva.
Esse mesmo amor do Pai, do Filho e do Espírito
continua vivo e ardente como sarça que arde sem se consumir!

O amor não possui o que cria, mas cuida, sustenta,
educa a liberdade, cura as feridas, serve sem dominar!
Os pais não são donos dos seus filhos, são seus concriadores,
seus cuidadores, seus educadores, seus amigos íntimos.
A privatização do outro gera atitudes de domínio,
que podem chegar à destruição da natureza,
à morte do filho no útero, à violência doméstica,
à escravatura, à exploração do mais fraco,
à exclusão do diferente, à pena de morte…
Só o amor deixa o outro ser livre, cura as suas doenças 
e respeita o seu desenvolvimento! 

Bom Pai, obrigado porque nos queres como filhos,
fazes de nós dom desapercebido, és misericórdia infinita!
Jesus amigo, louvado sejas por seres nosso companheiro,
por percorreres os nossos caminhos e aceitares a nossa morada,
não porque é bela e arrumada, mas como salvação que entra!
Espírito Santo, Amor que nos faz arder de amor
e Luz que nos amadurece o olhar do essencial,
ajuda-nos a ser missão misericordiosa como a de Deus!

sábado, novembro 02, 2019

 

Comemoração de Todos os Fieis Defuntos


Ele mandou oferecer um sacrifício de expiação pelos mortos. (cf. 2 Mac 12,43-46)

Jesus é a ressurreição e a vida.
Ele é o caminho, a porta, a oferta e o sacrifício
que nos enche de esperança e atravessa a morte.
A desconfiança e a cegueira faz-nos rejeitar o dom,
retardar o abraço, adiar o encontro e a purificação.
É assim a nossa situação em vida e em morte.
Os defuntos precisam da nossa confiança e oração,
para que se abram ao convite e se revistam com a veste de festa! 

Encher o outro de coisas compradas ,
embora seja uma tentativa de mostrar o nosso amor,
acaba por esvaziar o dom da gratuitidade 
e marcar-lhe o valor de mercado, comprado no comércio.
O filho do consumo, assim, não se sente amado,
por isso, foge de olhar o outro nos olhos,
prefere medir o valor do outro pelo interesse
e comunicar-se com ele de longe e virtualmente.
Quem não se sente amado pelos homens,
mais desconfia do amor de Deus, providência invisível.

Senhor, obrigado pelo dom da vida e da morte,
pelo dom dos outros e da natureza,
pelo dom da fé, da esperança e da caridade!
Eu Te peço pelos meus irmãos, vivos e mortos,
para que possam descobrir a rocha firme que és Tu,
conhecer a tua Voz e confiar nos teus braços!
Ajuda-nos a aprender a viver em permanente purificação,
para que o Purgatório seja lugar de esperança e de salvação!

sexta-feira, novembro 01, 2019

 

Todos os Santos


Seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é. (cf. 1 Jo 3,1-3)

Deus criou-nos para sermos semelhantes a Ele,
santos e com o coração a jorrar compaixão e amor.
O Espírito Santo é luz para os que procuram o Senhor,
e guia-nos pela mão para seguirmos os passos de Jesus.
As bem-aventuranças são o itinerário da santidade,
que segue em contra-corrente à evidência do senso comum!
Ver a Deus é ver para além da idolatria e da ambição,
é ver o essencial, o que nos sustenta e nos traz a paz!

A Igreja beatifica e canoniza algumas pessoas 
que se distinguiram pela sua fé, esperança e amor,
e se podem tornar um exemplo educador de fé e de missão.
Destes, só alguns fazem parte da nossa devoção e conhecimento,
por isso a Igreja celebra “todos os santos”,
uma multidão imensa que ninguém pode contar,
muitos deles desconhecidos e que na história foram os últimos,
e que agora fazem parte dos primeiros!
Que belo mistério que alenta a nossa esperança!

Senhor, fonte de toda a santidade, sacia a nossa sede,
e ajuda-nos a ser santos, círios de amor e incenso de louvor!
Igreja triunfante, que fazeis da eternidade uma missão,
felicidade que atrai irmãos para o caminho da salvação,
que intercede e que guia os de caminho transviado.
Todos os santos e santas de Deus, que já conheceis o que procuro,
ajudai-nos a encontrar o Tesouro que descobristes 
e a ter um coração misericordioso e alegre,
fiel e sábio, que sabe ver para além do que se vê 
e amar sempre, como canal da Fonte Santa!

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