domingo, abril 30, 2017

 

3º Domingo da Páscoa


Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória. (cf. 1 Ped 1,17-21)

Deus é a fonte da vida que ama e cuida cada elemento criado.
Nele se manifesta a paternidade e maternidade universal,
a fraternidade filial e a solidariedade serviçal e oblativa,
a aliança eterna fortalecida pela luz do seu Espírito.
Somos frutos do amor, sustentados pela graça,
salvos pelo Cordeiro imolado, 
confirmados pelo Pai que dá a vida,
consagrados pelo Espírito de misericórdia e de esperança.
Como é belo sentir Jesus-Irmão vir ao nosso encontro,
caminhar connosco, questionar-nos com a sua Palavra,
aquecer-nos o coração, esperar que O mandemos entrar
e partilhar connosco a sua vida e o seu Pão! 

Nesta sociedade opinativa, até de Deus queremos ser doutores!
Cada um se acha no direito de julgar Deus,
de achar que Ele não é justo, porque devia agir de outra forma,
de votar contra a crença na sua ação temporal e eterna,
de modificar os seus mandamentos e adapta-los à moda do momento!
Em vez de escutarmos Quem vem de Deus e O conhece,
pomo-nos a adivinhar, a recriar um Deus pequeno à nossa imagem!
É, por isso, que hoje se prefere falar em energia, 
espiritualidade, meditação, crença, princípio do bem...
e se foge dum Deus com rosto e revelado, empenhado na vida e justo,
que promove o bem comum e eterno, a comunhão e a salvação!

Senhor, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
fonte da graça e regaço de toda a consolação,
envia-nos o teu Espírito e aquece-nos o coração!
Obrigado, Jesus, porque quando Te abandonamos,
Tu não nos abandonas e vens ao nosso encontro,
como companheiro de viagem, interessado nos nossos desalentos.
Cura-nos dos projetos de glória que nos cegam a fé,
e faz de nós ouvintes atentos à tua Palavra
e participantes ativos na celebração da tua Eucaristia. 

sábado, abril 29, 2017

 

S. Catarina de Sena – Padroeira da Europa


Se caminharmos na luz, como Ele vive na luz, estamos em comunhão uns com os outros. (cf. 1 Jo 1,5-2,2)

O amor de Deus ilumina toda a existência.
Comunhão, paz, justiça, luz e verdade
caminham lado a lado com a misericórdia
e a missão de salvar o que está perdido!
Santa Catarina de Sena mostra que a contemplação
leva ao seguimento de Jesus 
e este ao empenhamento social, eclesial e político.
Uma vida espiritual intensa leva a uma missão atenta,
ousada, profética, eclesial e política.

Assistimos a um tipo de espiritualidade intimista,
esporádica, interesseira, superficial, 
válida apenas para as emergências pessoais!
Não há propriamente uma busca de Deus,
mistério insondável que nos envolve e surpreende,
mas um organizar a vida sem Deus
e um recurso a Ele apenas quando nos sentimos impotentes,
doentes, desprotegidos, deprimidos, necessitados de algo.
De tão virados andamos para o nosso umbigo,
que desligamos a comunhão com as alegrias e as tristezas,
as esperanças e depressões daqueles que navegam connosco!
É uma vida conjugada na primeira pessoa do singular,
alérgica a compromissos fortes e a contemplações gratuitas!

Senhor, Bom Pastor, onde podemos tranquilizar o medo,
aumenta a nossa fé e a nossa fidelidade no seguimento de Jesus.
Cristo, Irmão redentor, que tornas espiritual o mundano,
ajuda-nos a saber conjugar o espiritual com o material,
o tempo com a eternidade, a oração com a caridade,
a celebração litúrgica com o testemunho de vida coerente.
S. Catarina de Sena, intercede por nós, sujeitos da nossa história,
para que saibamos ser contemplativos do Inefável
e comprometidos com a paz, a beleza, a harmonia,
a integração do marginalizado, a justiça e a paz!
Ajuda-nos a construir um mundo mais justo e fraterno.

sexta-feira, abril 28, 2017

 

6ª feira da 2ª semana da Páscoa – S Pedro Chanel, S. Luís Maria Grignion de Montfort


Se vem de Deus, não podereis destuí-la e correis o risco de lutar contra Deus. (cf. At 5,34-42)

A obra de Deus tem o selo da eternidade,
embora se revista de aparência da fragilidade!
Muitos poderosos, como estrelas cadentes,
já vociferaram contra Deus e lhe viraram as costas,
perseguiram e mataram os seus enviados,
torturaram e crucificaram o seu próprio filho,
perseguiram e tentaram banir a sua Igreja,
mas esses poderosos já caíram e desapareceram
e a Igreja continua viva, Jesus continua fiel e atuante!
O critério de discernimento é o que permanece,
e não o que brilha um momento e logo desaparece!

A perseguição dos cristãos é um mal,
mas também um crivo e um estímulo para crescer na fé!
A vida fácil e cómoda duma modernidade consumista,
adapta a crença ao serviço da ambição idolátrica
do possuir compulsivo, da fama efémera, do prazer edonista!
Nas sociedades, ditas modernas, estamos a assistir
a uma religiosidade cultural, com uma prática idolátrica,
em que só o dinheiro tem valor e por ele se sacrifica!
É por isso, que em muitos países, que antes perseguiam os seus cristãos,
agora, aderindo à economia de mercado e aos sonhos consumistas,
a Igreja fica mais fraca, as vocações diminuem, o fervor abranda!
É que a economia de mercado comporta-se como uma nova religião!

Senhor, eu creio em Ti, mas aumenta a minha fé!
Espírito de sabedoria, ensina-nos a viver neste mundo,
como membros ativos e benfeitores,
sem perdermos o horizonte da eternidade
e a bolsa de valores do que permanece e eleva o outro.
Cristo, Homem novo, modelo e recriador,
liberta-nos da idolatria que eclipsa a gratuidade,
e transforma a vida numa compra e venda de serviços e de coisas.
Liberta-nos da indiferença e do egoísmo,
e dá-nos sentimentos e vontade de compaixão,
de misericórdia, de solidariedade, de justiça e de paz!

quinta-feira, abril 27, 2017

 

5ª feira da 2ª semana da Páscoa



Nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo. (cf At 5,27-33)

Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, são Fonte de vida.
Promovem a aliança, convocam ao arrependimento,
distribuem misericórdia e esperança, 
montam sua Tenda de glória entre os homens,
vestindo-se de peregrinos e colocando o véu da verdade!
Envolvem a humanidade neste rio de vida,
enviando mensageiros da esperança e da graça,
seguindo o Caminho que é Cristo e a Luz que é o Espírito.
O testemunho visível é dos apóstolos,
mas o dinamismo interior é de Deus!

A missão não são estratégias de marketing,
nem cruzadas de imposição ou alucinação,
mas é deixar-nos envolver no dinamismo de Deus,
por meio da oração e da contemplação, 
da escuta da Palavra e de celebração da fé,
do serviço da caridade e da justiça,
do anúncio e do diálogo que busca sinais de Deus.
Nós somos colaboradores de Deus,
não donos da missão, nem senhores da conversão do outro.
É o mesmo Espírito que atua em nós e nos outros,
em nós faz brotar o testemunho de fé e o anúncio
e no outro faz despertar a fé e o arrependimento!

Senhor, bondade eterna que nos envolveis sob o véu da fé,
mostra-nos o teu rosto e as pegadas da tua missão.
Cristo, nosso caminho seguro que conduz ao Pai,
alimenta-nos cada dia com a tua Palavra e o teu Pão.
Espírito Santo, dom, no qual respiramos e vivemos,
sustenta a nossa inquietação de sermos santos,
dá-nos um estilo de vida profético e missionário
e fortalece o nosso testemunho humilde e fiel!
Envia, Senhor, o vosso Espírito e renova a Terra!

quarta-feira, abril 26, 2017

 

4ª feira da 2ª semana da Páscoa


Ide apresentar-vos no templo, a anunciar ao povo todas estas palavras de vida. (cf. At 5,17-26)

Deus liberta-nos das prisões, interiores ou exteriores,
que nos impedem de anunciar a Palavra da Vida!
As trevas em que vivemos, muitas vezes fazem-nos buscar a noite,
para que as nossas más obras não sejam manifestas!
Mas Deus não pactua com a mentira e a injustiça!
Cristo é a luz da verdade, o fogo que vence o medo,
a urgência que desperta a aurora e envia em Missão!
Os apóstolos experimentaram o êxodo pascal na sua vida,
confiaram em Cristo, nossa Páscoa, a sua libertação e missão!

A Igreja vive a tensão entre o “ide em missão” de Jesus
e as noites de paralisia em que o comodismo do pecado
ou o medo dos perseguidores nos aprisionam. 
A ambição desmedida de riquezas, de poder e de prazer,
faz de nós máquinas patológicas centradas em objetivos!
O pecado e a desesperança fazem de nós fugitivos da verdade,
espetadores e comentadores virtuais e apáticos da vida!
A perseguição, a censura, a crítica e a marginalização
podem levar-nos à revolta, ao comodismo e ao mimetismo!
Tudo isto são respostas de fuga e de noite,
que geram uma Igreja sem problemas, porque sem profecia,
confinada à privacidade tépida dos seus templos e consciência! 

Senhor, Luz libertadora que nos amas e nos procuras,
cura-nos de tudo o que nos aprisiona, paralisa, e acomoda!
Nas noites do nosso pecado, envia-nos o teu Anjo libertador,
para que não fiquemos a ruminar estratégias de desculpas,
mas ousemos deixar-nos conduzir para a conversão,
para a sabedoria do arrependimento do nosso mau proceder!
Envia-nos o teu Espírito que nos recorda o “Ide!” de Cristo, 
e dá-nos a fortaleza e humildade do testemunho evangelizador,
da compaixão solidária e samaritana, da fé celebrada em comunidade.
Nossa Senhora, Mãe do Bom Conselho, conduz-nos durante a noite!

terça-feira, abril 25, 2017

 

S. Marcos, Evangelista


O Deus de toda a graça, vos restabelecerá, vos aperfeiçoará, vos fortificará e vos tornará inabaláveis. (cf. 1 Ped 5,5b-14)

É a graça de Deus que nos faz renascer para uma vida nova, 
crescer na fé, fortificar nas tribulações, aperfeiçoar na santidade,
sermos fiéis e humildes, aprendendo a dar razões da nossa esperança,
numa história pessoal e eclesial, cheia de graça e misericórdia!
João Marcos aprendeu com a mãe a acolher a Igreja em sua casa (At 12,12),
com o primo Barnabé a deixar tudo para seguir Jesus.
Quis acompanhar Barnabé e Paulo na primeira viagem missionária,
mas algo o fez desanimar e deixar esta ação missionária.
Mais tarde quis voltar e Paulo não o aceitou,
mas depois aparece ao lado de Paulo (Col 4,10) e de Pedro em Roma!
É uma vida de graça e de misericórdia, entre altos e baixos,
que termina por tomar conta da sua vida e pôr por escrito o Evangelho!

A nossa vida também é uma história de graça e misericórdia.
Quantos avanços e recuos, quantos entusiasmos e desânimos,
quantos bons propósitos e infidelidades, 
quanta generosidade e egoísmo consolidado na mesma vida!
Uns fixam-se nos diplomas alcançados e esquecem o insonso da vida,
outros fixam-se nos desaires e lados escuros e esquecem o resto,
outros olham a vida com humildade e gratidão,
reconhecendo a fragilidade, dando graças pelas novas oportunidades,
confiando a Deus e à sua misericórdia este barco à vela sem rumo!
Só quem vê a vida a partir da graça pode escrever e anunciar o Evangelho!

Senhor, fonte inesgotável da graça, que a todos queres salvar,
banha-nos com a tua salvação e dá-nos a tua mão misericordiosa!
Cristo, Mestre e Companheiro, nesta peregrinação sagrada,
ajuda-nos a levantar as vezes em que caímos,
a acreditar nas horas de desânimo, 
a deixar-nos a agraciar nos momentos de fraqueza!
Espírito Santo, dom que faz crescer enquanto fazemos caminho,
ajudar-nos, como a Marcos, a gravar no coração e no anúncio,
o Evangelho da graça com que vais fazendo a nossa história de salvação!

segunda-feira, abril 24, 2017

 

2ª feira da 2ª semana da Páscoa


Concedei aos vossos servos que possam anunciar com toda a confiança a vossa palavra. (cf. At 4,23-31)

A oração em Igreja, segundo o Espírito Santo,
reconhece a verdade de um mundo unido contra Cristo,
que persegue os que têm fé e praticam o amor!
Perante os que querem calar os mensageiros da esperança,
os discípulos d’Aquele que aceitou ser Cordeiro imolado,
pedem apenas força e audácia para continuar a evangelizar!
A Igreja de Jesus quer aprender a remar em mar encrespado,
sem medo nem fugas, cheio de coragem e tranquilidade,
porque Jesus vai na sua barca, repousando vitorioso!
A firmeza da fé em Cristo vitorioso da morte 
é a âncora que nos segura nas tempestades da vida!

A nossa oração é muitas vezes centrada em nós,
contra os outros, pedindo exceções de facilidade,
milagres de prosperidade sem dor nem luta...
Perante os problemas que nos afligem,
raramente pedimos mais força e sabedoria 
para não desanimar, para saber perdoar, 
para continuar com a mesma profecia incómoda e terna!
Como pedimos soluções mágicas como uma criança
e não força e caridade criativa para para sermos fieis,
facilmente caímos no desespero, no amuo, na revolta, 
na desistência, no vitimismo, na acomodação!

Senhor, só Vós sois grande e eterno no amor,
paciente e manso, vitorioso e pacífico na aliança!
Dá-nos o teu Espírito e a firmeza de alma,
para que não andemos a fugir das tempestades,
mas aprendamos a navegar em mar alto
com a maturidade da fé e a profecia do testemunho!
Ensina-nos a espiritualidade que sabe viver no conflito,
sem perder a audácia, nem a paz, 
nem a capacidade de diálogo e de perdão!
Faz de nós uma Igreja profética e evangelizadora!

domingo, abril 23, 2017

 

II Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia


Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer. (cf. 1 Ped 1,3-9)

Jesus é o rosto do coração misericordioso de Deus.
A sua Páscoa e o envio do seu Espírito
são um Dom imerecido para a nossa salvação,
mas também um chamamento a continuarmos a sua Missão.
A Igreja, discípula de Cristo e animada pelo Espírito,
é chamada a viver da fé, a ser fiel nas provações,
a escutar o Evangelho e a celebrar a Eucaristia,
a viver no amor fraterno e na evangelização permanente!
É assim que a Igreja se pode tornar sacramento de salvação,
canal da graça e da misericórdia divina, janela de esperança,
serva da caridade e instrumento de paz e de justiça!

Nós, cristãos, levamos os que não conhecem a Cristo
a louvar ou a maldizer a Deus, Pai de Jesus.
O bom testemunho de um cristão é, normalmente, personalizado:
o Papa ou alguma personalidade assumidamente cristã
são elogiados e respeitados pela sua integridade moral,
pela sua capacidade de diálogo, pela sua justiça isenta,
pela defesa dos mais fracos e da paz...!
Mas o mau testemunho de um cristão desfigura toda a Igreja,
de um generaliza-se para todos: 
“os que vão à Igreja são todos assim”,
“os padres e os bispos são todos como este”...!
Para ser evangelizador, o bom testemunho deve ser eclesial!

Meu Senhor e meu Deus, louvado sejas pela tua misericórdia,
generosamente distribuída pelos náufragos da esperança!
Cristo, nosso Senhor e Mestre, 
abre-nos à fé que floresce seguimento e missão,
que cria comunhão, que doa perdão, que permanece diálogo!
Envia-nos o teu Espírito e recria-nos na comunhão trinitária,
para que celebremos cada Domingo a memória da tua Entrega,
escutemos cada dia a Palavra que é luz dos nossos passos,
sejamos fraternos na solidariedade e na justiça,
e levemos esta Água Viva a todos os desertos do mundo! 

sábado, abril 22, 2017

 

Sábado da Oitava da Páscoa


Nós é que não podemos calar o que vimos e ouvimos. (cf. At 4,13-21)

Jesus ressuscitado é uma boa nova que exige anúncio,
que não se pode calar mesmo perante as proibições humanas!
Jesus manifesta-se àqueles que se detêm para acreditar
e se abrem ao novo de um Deus que nos surpreende,
sabedoria dos simples e alegria dos desesperados!
Apesar das dúvidas que ainda persistem nos que creem,
Ele nos envia a proclamar o Evangelho a toda a criatura!
Se não evangelizamos é porque não obedecemos ao Senhor
ou porque ainda não fizemos a experiência do Ressuscitado!

A experiência de Deus é uma dimensão muito pessoal e única,
e, por isso, muito subjetiva, espiritual e incomensurável.
Corre o risco de ser uma projeção de sonhos,
de ser uma construção à nossa medida e interesses,
de ser expressão dos nossos medos e ansiedades!
Os critérios pessoais e eclesiais para avaliar esta experiência espiritual
são os frutos que brotam, a fidelidade que se sustenta,
o ardor que não se apaga, a humildade que se fraterniza!
O comodismo, a indiferença, a agressividade, o individualismo,
a injustiça, o ressentimento ruminado...
não são sinais de uma aventura de fé em Jesus vivo!

Senhor, mostra-nos o teu Rosto e aquece-nos o coração,
com a tua presença e Palavra umbilicalmente descentralizadora!
Cristo, que nos visitas com a tua paz e nos alegras com o teu perdão,
fecunda-nos as entranhas para que geremos irmãos 
e nos inquietemos com a sua salvação e felicidade eterna!
Espírito Santo, Luz que discerne e purifica a fé,
conduz-nos nesta aventura da experiência de Deus,
para que sejamos fieis e audazes na prática da religião.
Faz de nós uma Igreja segundo o sonho de Jesus,
sem desvios, nem adaptações, nem desejos de poder!

sexta-feira, abril 21, 2017

 

6ª feira da Oitava da Páscoa


Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar se pedra angular. (cf At 4,1-12)

Deus pronunciou a criação e chamou a humanidade 
a ser colaboradora no cuidar do que foi criado, 
no educar para a vida, no apontar para o essencial, 
no curar o que está doente, no recuperar da desesperança.
Ao povo de Israel deu orientações e fez uma aliança,
para que a construção da história fosse de acordo com o projeto,
mas os construtores puseram-se a admitir alterações,
a falhar na coordenação do trabalho em equipe,
a preocupar-se apenas com as aparências.
Foi assim, que pedras fundamentais como os profetas
foram perseguidos e mortos, 
e a Pedra Angular, que foi Jesus, foi rejeitada e crucificada!

Hoje como ontem, há muita gente boa desprezada,
só porque é diferente ou nasceu numa periferia,
ou vive num país subdesenvolvido ou em guerra!
Assim como a fruta não calibrada, normalmente é deitada fora,
assim pessoas não produtivas são marginalizadas:
analfabetos, desempregados, deficientes, crianças,
idosos, disfuncionais, refugiados...
Há também algumas “pedras fundamentais” que são jogadas fora:
o descanso, o amor familiar, o perdão, a solidariedade, a paz...
e na falta destas “pedras angulares” a família desmorona-se,
a sociedade e o bem comum fragiliza-se,
a paz secundariza-se, a justiça faz de conta...

Senhor, cujo olhar em tudo vê bondade recuperável,
ensina-nos a ver com olhar fraterno e cheio de esperança.
Cristo, Pedra Angular desprezada pela humanidade,
obrigado porque, apesar disso, não nos desprezas
e por nós continuas a dar a vida e a oferecer a salvação.
Espírito Santo de comunhão e de aliança,
ajuda-nos a aprender a reciclar e a recuperar
os tesouros escondidos nas lixeiras das aparências
e das periferias maltrapilhas e chagadas!
Faz de nós uma Igreja inclusiva e atenta ao fraco e pecador,
para elevar e cuidar da sua dignidade amarfanhada!

quinta-feira, abril 20, 2017

 

5ª feira da Oitava da Páscoa


Deus fez aparecer o seu Servo e O enviou para vos abençoar. (cf. At 3.11-26)

O Antigo e Novo Testamento estão unidos pela mesma misericórdia,
pela mesma promessa de salvação,
pelo mesmo Messias misterioso, Servo de Deus que dá a vida!
A paixão, morte e ressurreição de Jesus
ajudam a compreender as promessas messiânicas do Antigo Testamento,
e o Antigo Testamento fundamenta a fé em Jesus Cristo!
É o mesmo Deus Trindade que atua no Antigo Testamento
e se revela em Jesus, por meio do seu Espírito, na Igreja!
Deus é amor, é aliança, é bênção que salva e dá vida!

A religião anda muitas vezes ligadas à rigidez,
à condenação, à exclusão dos pecadores, à violência...
e até se fundamenta esta agir em algumas passagens isoladas da Bíblia!
No entanto, Deus não envia o seu Filho para matar ou condenar, 
mas para abençoar, converter, perdoar, fortalecer no bem, salvar!
Jesus apresenta-se com uma saudação de paz,
com as marcas da paixão, com a fidelidade da aliança eterna,
e a Igreja deve dar testemunho dessa mesma forma de se manifestar!
A Bíblia tem em Jesus a chave de leitura da Palavra de Deus!

Senhor, brisa suave que perfuma a história,
inspira a Bíblia e salva a humanidade,
ensina-nos a compreender a seiva 
que se esconde na Palavra de Deus!
Cristo, vivo e atuante na história, por meio dos que confiam em Ti,
faz de nós tuas testemunhas fieis, humildes e audazes!
Envia-nos o teu Espírito e faz de nós um dedo que aponta para Deus,
o Autor da vida, a Providência silenciosa, o Trono da graça!
Que mistério grandioso sermos chamados a ser sacramento vivo
de um Deus, com rosto humano e “segundo as Escrituras”, 
que jorra vida pela imolação e pela fidelidade!

quarta-feira, abril 19, 2017

 

4ª feira da Oitava da Páscoa


Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. (cf. At 3,1-10)

Jesus manifesta-se vivo pela fé dos seus discípulos.
A fé de Pedro e de João é o grande tesouro que têm para dar,
o grande remédio que têm para curar,
a grande esperança que partilham para fazer o coxo andar!
Jesus é o Caminho e, por meio da sua Igreja em caminho,
quer colocar os coxos a andar, os prostrados a levantar-se,
os paralisados a carregar o seu catre, 
os sem rumo e sem fé a entrar no templo e a louvar a Deus!
A Páscoa do Senhor celebra-se e perpetua-se na fé dos seus discípulos!

O santo nome de Jesus nem sempre é usado como tesouro de fé,
mas muitas vezes é usado com fé em outros tesouros!
Muita gente fica à porta do Templo a tomar sol, 
a mendicar atenções e afetos, a ver passar a vida,
coxos de sentido, mancos de fé, temerosos de compromisso!
O Templo é de pedra e fica à espera,
mas a Igreja é de carne e deve sair a escutar, anunciar, chamar
os desanimados discípulos de Emaús e os coxos da Porta Formosa!
Há tanta gente coxa de horizonte embora boa de pernas,
e tanto coxo de pernas que sabe voar longe
e antecipar o eterno com a confiança do apaixonado! 

Senhor, Filho de Deus que nos possuis e em nós atuais,
ensina-nos a louvar a Deus, com gestos de fé e de libertação.
Cristo, Palavra que nos aqueces o coração 
e nos dás vontade de ser mais, de ajudar a levantar os caídos,
faz de nós uma Igreja missionária e sacramento de salvação.
Alimenta-nos com a tua Eucaristia e assimila-nos emTi,
para que, com alegria e determinação, saibamos ser
testemunhas da tua ressurreição e da tua aliança eterna.
Fica connosco, Senhor, e dá-nos a tua Luz e a tua força!

terça-feira, abril 18, 2017

 

3ª feira da Oitava da Páscoa



Saiba com absoluta certeza que Deus fez Senhor e Messias esse Jesus que vós crucificastes. (Cf. At 2,36-41)

A experiência do Ressuscitado, iluminada pelo Pentecostes,
torna absoluta a certeza de Pedro no Deus da vida,
no Messias de Nazaré, no pecado de querermos matar o Filho de Deus!
É absoluta a certeza de Pedro que, apesar da gravidade do pecado,
há em Cristo a possibilidade do perdão e da alegria da conversão,
pedindo o Batismo em nome de Jesus Cristo
passando a viver em Igreja como discípulos!
A Palavra-Crucificada continua viva na Palavra-Anunciada
por aqueles que creem Nele e vivem segundo o seu Espírito!
Jesus fala, atua, ama, cura, perdoa e salva por meio da Igreja!

O pragmatismo acomodou-nos e fecha-nos horizontes à aventura da fé.
Ninguém quer ser dependente de ninguém nem de Deus, 
por isso, exclui-se a autoridade e mata-se a crença no além.
Cada um quer ser senhor de si mesmo, sem leis externas,
numa anomia aparente, mas num mimetismo de rebanho,
em que todos acabam por pensar igual, vestir igual,
comer igual, beber igual, consumir igual!
Neste preguiça, que impede a maturidade da diferença,
não há espaço para a aventura da fé, para a busca do Invisível,
para a fé na eternidade, para a avaliação dos frutos que damos!
E gera-se a desconfiança de tudo o que não podemos dominar,
o que não é socialmente aceite pela maioria,
do que soa a antigo, não porque é caduco, 
mas porque é sustentado e permanece vivo na história!

Senhor, liberta-nos das ideias feitas, das conclusões apressadas
e dos limites míopes às surpresas divinas!
Cristo, que andas a passear no jardim do nosso quotidiano,
ajuda-nos a reconhecer-Te quando nos chamas pelo nome
e nos visitas com a tua fidelidade e o teu amor incondicional.
Ajuda-nos a ser uma Igreja fiel e missionária,
para que demos voz e corpo à tua Missão redentora
e saibamos responder, dando razões e testemunho da nossa esperança.
Dá-nos o dom da experiência da ressurreição,
cada vez que celebramos os sacramentos, escutamos a tua Palavra,
servimos a caridade e anunciamos a boa nova da salvação! 

segunda-feira, abril 17, 2017

 

2ª-Feira da Oitava da Páscoa


Seja-me permitido falar-vos com toda a liberdade. (Cf. At 2,14.22-33)

Deus continua a sua obra de reconstrução da vida,
apesar da obra humana de morte e de descaraterização da vida:
da injustiça que condena o inocente, da imposição da mentira,
da violência como forma de dominar, da  corrupção, da poluição...
Qual Pai-Mãe, Deus vai arrumando o que os filhos desarrumam,
concertando o que estragam, dando liberdade a quem é preso!
Deus ressuscitou o seu Filho e exaltou-O como Senhor!
Jesus manifestou-se aos seus discípulos e mandou-os para a Galileia;
aí devem começar o mesmo caminho de vida que Ele fez
e dar testemunho dEle, com liberdade, até aos confins da terra!

A liberdade supõe que, lado a lado, possam caminhar
a verdade e o boato, a missão e a contra-missão!
Em certos meios há só uma “verdade” que é imposta,
todas outras verdades são abafadas e perseguidas.
Noutros meios, fala-se da livre expressão,
mas as verdades são construídas, vendidas em pacotes,
reproduzidas até à exaustão e bem embrulhadas pelo marketing,
tentando circunscrever verdades, ditas confessionais,
aos círculos privados dos grupos que as professam,
mas que de facto não têm direito de cidadania!
Hoje como ontem, a verdade é o que permanece
e não o que tem vitórias momentâneas e forçadas!

Senhor, Deus da Vida e Senhor da história,
envia-nos o teu Espírito de fortaleza e da sabedoria,
para que saibamos dar testemunho de Cristo,
no meio de tantas mentiras engalanadas de modernidade!
Liberta-nos do medo de darmos testemunho da nossa fé,
e dá-nos a coerência e a humildade para a saber apresentar!
Aviva em nós o espírito de missão evangelizadora,
com a simplicidade das pombas e a fidelidade do agricultor!

domingo, abril 16, 2017

 

Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor


Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se. (cf. At 10,34a.37-43)

Nós matamos, aprisionamos pessoas em sepulcros fechados,
torturamos o inocente, voltamos as costas a Deus e ao irmão...
Deus protagoniza o agir da vida, respondendo com o bem ao mal,
propondo aliança de amor, curando com a sua misericórdia,
enviando o seu Filho, dando a vida por nós, ressuscitando o Justo!
Os homens quiseram estancar a fonte da vida, fechando o sepulcro,
mas a Vida fez rolar a pedra da morte e desenfaixar as ligaduras,
arrumar o sudário e fazer do sepulcro o reino do Céu,
onde os anjos se passeiam e falam, e a esperança se faz luz!
Jesus não foi roubado, mas foi-nos dado como Fonte da Vida!
Doravante o batizado torna-se um bandeirante 
que busca e manifesta os sinais da presença de Cristo!

O horizonte cheira a fumo de pólvora,
mas nas catacumbas e nos esconderijos,
a vida continua a ser fecunda e o colo a amamentar,
a fé eleva o olhar e a esperança continua a sonhar,
e os milagres da solidariedade continuam a florescer!
O pobre vive com pouco e a providência faz o resto!
Que belo é o sepulcro aberto, quando olhado a partir do Ressuscitado!
Que mistério grandioso quando os discípulos da Vida
se juntam para celebrar a vida, falar de paz e do amor!
Que força, quando se alimentam de memórias que sustentam a vida!

Senhor, Fonte da Vida e vencedor do Mal,
conduz-nos pela mão do Filho-do-Amor,
do Ressuscitado com as marcas da imolação!
Espírito Santo, ensina-nos a perscrutar os sinais do Emanuel,
nos túmulos abertos e cheios de sinais de esperança!
Faz de nós obreiros da paz e da justiça,
missionários da vida e da liberdade,
numa fraternidade sem fronteiras
e num cuidar do mais frágil com um carinho adotivo!
Cristo vivo, sede a Páscoa de uma vida nova!


sábado, abril 15, 2017

 

Sábado Santo



O Sepulcro fechado!

É Sábado de Páscoa, festa da libertação!
Lá fora, a grande celebração, memória da vida,
festa da esperança, louvor ao Libertador!
Lá fora também, o túmulo fechado,
a pedra guardada e selada,
o Amado ausente e enfaixado,
o reino da morte que prende o Reino da Vida!
Cá dentro o choro e o luto,
a revolta e a confusão, o medo e a vergonha,
a fé misturada com lágrimas e com dúvidas!
Como cantar o cântico de Sião e de Aleluia
com o coração despedaçado e destroçado?

Há dias em que as nuvens estão dentro
e apetece buscar uma sombra escondida,
pois zangados com a vida, só nos apetece chorar!
Sentimos a solidão e dói-nos a companhia alegre!
Sentimos a noite escura e custa-nos olhar a luz!
É a morte de um ente querido, a notícia de uma doença grave,
o roubo de um tesouro ansiado, a traição de um amigo,
a surpresa de uma injustiça, a ferida de um insulto...
É tal a noite que já não sabemos se o sepulcro é exterior ou interior!
É o luto, qual Inverno gélido, que se despede do passado,
para que possa nascer a Primavera do novo!

Senhor, nesta noite da fé, nós cremos em Ti, mas aumenta a nossa fé!
Luz da Esperança, apesar de ser noite, nós cremos na Luz!
Amor escondido, apesar de não Te vermos, sabemos-Te presente!
Repetem-nos a notícia da Tua morte, 
mas afinal encarnaste morte para a salvar!
Que mistério se esconde no sepulcro fechado,
que missão redentora acontece no reino dos mortos!  
Em comunhão com as dores e esperanças de Maria,
permanecemos unidos em oração confiante,
guardando em coração aberto o que não compreendemos!

sexta-feira, abril 14, 2017

 

6ª Feira Santa da Paixão do Senhor


Tomou sobre si as culpas das multidões e intercedeu pelos pecadores. (Cf Is 52,13-53,12)

O Amor voluntariamente se fez servo e enfermeiro de feridos,
carregou-os aos seus ombros, tomou sobre si as suas doenças,
sofre em vez de nós, intercede por nós como advogado,
salva-nos, dando a sua vida numa torrente misericordiosa que não seca!
O seu aspeto é o de um condenado, no entanto é o Justo;
o seu silêncio é uma Palavra que soa a fidelidade pacífica;
a sua fragilidade é afinal uma rocha firme que não se contamina!
Neste ambiente atroz e impróprio para viver,
o rebento do amor continua com vigor e floresce aliança eterna!
Que força é essa que se eleva na cruz e faz dela um trono de graça?!

Faz parte da dinâmica do pecado o “passa culpas” para os outros:
“eu não fui”, “a culpa é dele/a”, “não sou responsável por isto”...!
Desta forma, não só é difícil haver uma conversão pessoal,
como é justificada a indiferença à sorte do outro!
É assim que o bem comum é depredado,
a ecologia é depreciada e deixada sem futuro sustentável,
a correção fraterna se acobarda e encolhe os ombros,
o egoísmo impera e o ressentimento ganha direitos de cidadania!
A paixão e a cruz do Senhor interpela-nos sobre o pecado da omissão!
Que poderei fazer eu para que este mundo se salve e seja melhor?
Qual é o pouco que posso tomar a iniciativa e ser solidário?

Senhor, que sofres com a injustiça
e Te alegras com todos, que como teu Filho,
doam a sua vida para salvar e para curar, 
ajuda-nos neste dia santo a fazer jejum de murmurações,
a abster-nos de juízos e rancores antigos!
Que a mão que aponta as culpas dos outros
e “sacode a água do nosso capote”,
se torne mão que carrega, concerta, acarinha, ajuda, abençoa...!
Senhor, ao contemplar a fidelidade no teu sofrimento,
tenho vergonha da indiferença à dor do outro,
das ironias refinadas que magoam até à raiz da dignidade,
do comodismo que assobia para o lado e faz de conta!
Ensina-nos a ser fortes e solidários na provação e no sofrimento!


quinta-feira, abril 13, 2017

 

5ª feira Santa – Ceia do Senhor


«Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». (cf 1 Cor 11,23-26)

Jesus é a nossa Páscoa e a nossa salvação!
Convoca-nos a fazer memória da vida em entrega,
da sua doação redentora, da sua Palavra Pão da vida!
Não veio para condenar, mas para purificar o nosso caminhar,
ser servo da santidade de vida, ser festa de amor e libertação!
Cada Eucaristia é a atualização sacramental do seu Sim ao Pai,
da sua paixão pela salvação da humanidade, da sua aliança eterna!
Participar neste sacramento em comunidade litúrgica
é respondermos ao convite de Jesus a alimentar-nos dele
e a fazermos memória dele, não apenas na celebração,
mas em cada pequeno nada da nossa vida!
Como é belo, simples e extremamente exigente
participar neste sacramento pascal que saboreia o Céu!

A dependência entrega o corpo à droga, numa prisão definhante!  
A prostituição entrega o corpo para venda de prazeres!
A libertinagem entrega o corpo a troco de nada!
Os pais entregam o corpo sonhando com a felicidade dos filhos!
A ambição e a vaidade entregam o corpo a troco de poder e fama!
O voluntário entrega o corpo, tocado pela solidariedade!
O consagrado entrega o corpo por vocação divina!
O sacerdote entrega o corpo para fazer memória de Cristo!
O Dia da Entrega interpela-nos acerca das nossas entregas!

Senhor Jesus, Vida em missão e entrega em doação,
contagia-nos com o teu amor e liberta-nos dos nossos egoísmos.
Cristo, Cordeiro Pascal e Sacerdote compassivo,
louvado sejas pela salvação que atualizas em cada Eucaristia.
Ajuda-nos a participar na Eucaristia com fé,
para que a memória não seja um teatro
nem a celebração um “a ver se te avias!”
Abençoa os sacerdotes que chamaste a atuar em teu Nome,
para que a fragilidade humana seja fortalecida 
pelo próprio sacramento a que presidem à celebração!

quarta-feira, abril 12, 2017

 

4ª feira da Semana Santa


O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. (cf. Is 50,4-9a)

Jesus é o servo fiel e perfeito de coração e ouvidos acolhedores.
Cada manhã é um acordar para a fidelidade à Aliança,
com ouvidos de Filho e coração de pastor!
A boa nova do seu amor não recua perante o insulto,
nem a sua misericórdia desiste perante a traição!
Jesus entrega-se totalmente e para sempre,
como Cordeiro pascal que se oferece e liberta!
A Quaresma desperta-nos para a escuta da Palavra,
sem resistências, nem recuos ou adaptações!
  
O adiar decisões difíceis e exigentes,
trabalhos complicados e complexos
é para muitos de nós uma forma de viver!
É o escutar um pedido de ajuda e responder:
“Vou já!”, mas não se mexe do lugar!
O escutar o apelo à libertação duma dependência
e dizer: “para a semana vou deixar de fumar, de beber...!”
O ouvir a voz do inclinar-se para o perdão e dizer:
“tenho que lhe perdoar, mas agora ainda é cedo!”
O reconhecer que se anda muito longe de Deus e dizer:
“tenho que rezar mais, mas hoje não tenho tempo!”
Deus dá-nos ouvidos e abre-nos a consciência,
mas permanece a inércia e recua a vontade!

Senhor Jesus, Filho do Homem que viveu como Filho de Deus,
aumenta a nossa fé e fortalece a nossa confiança,
para que ofereçamos ao Pai toda a nossa vontade!
Espírito Santo, que cada manhã nos despertas para a verdade,
ensina-nos a ter tempo para escutar a tua Palavra
e vontade de discípulo para a seguir com fidelidade.
Liberta-nos de todos as reticencias que nos impedem a escuta,
de todas as desculpas que adiam a conversão,
de todas as ansiedades que nos colocam em fuga,
de todas as mentiras que fazem da nossa vida um “NIM”!
Ajuda-nos, hoje, a dar passos concretos para uma Semana Santa!

terça-feira, abril 11, 2017

 

3ª feira da Semana Santa


E eu dizia: «Cansei-me inutilmente, em vão e por nada gastei as minhas forças». (Cf. Is 49,1-6)

Deus chama-nos à vida e à missão desde o seio materno,
porque a eternidade chama o tempo a florir justiça e salvação!
O servo de Deus sente-se impotente perante o sonho de Deus,
o profeta angustia-se perante a surdez aos seus oráculos,
Jesus confronta-se com a rejeição das autoridades
e a traição e negação dos seus discípulos mais íntimos...
Morrer numa cruz não será um aparente fracasso?
Humanamente tudo parece inútil e frágil:
a oração, a intercessão, o anúncio, a reconciliação...
mas esta é a “fraqueza fiel” que salva o mundo!

Após anos de catequese, jovens afastam-se da Igreja;
após sacrifícios e entrega, filhos abandonam os pais;
após anos de boa educação, o filho/a cai na droga;
após séculos de evangelização, a sociedade está mais indiferente;
com tanta gente a dizer-se cristão e as injustiças a aumentarem...
Tanta oração, tantos bons documentos do magistério,
tanta entrega ao lado dos mais pobres e da paz,
e parece que tudo é inútil, que o Mal sai vencedor!
Mas o mundo seria impróprio para viver
se a esperança fosse aprisionada, se a caridade secasse,
se a solidariedade não fosse gratuita, 
se o horizonte deixasse de sonhar, se o perdão gelasse...
O que seria deste mundo se Jesus tivesse desistido de nos salvar?

Senhor, que mistério é este projeto da nossa salvação!
Que grandeza é esta força renovadora despida de poder!
Que força é esta que parece inútil e vencida,
e afinal é a fidelidade que salva o mundo
e que persiste na história, como sinal de esperança?!
Quem é Nero, que manda perseguir vidas inocentes,
ao lado de Pedro e de Paulo que dão a vida pela sua fé?
Obrigado pelas vidas silenciosas que oram e cuidam da vida,
que curam feridas e protegem inocentes,
que investem em formar santos e perdoar pecadores,
que oferecem a sua vida para anunciar boas novas,
apoiar invisíveis, promover descartáveis, recuperar dignidade!
Ajuda-nos a não desanimar nem desistir de fazer o bem
e de acreditar na poderosa fragilidade de Te seguir!

segunda-feira, abril 10, 2017

 

2ª feira da Semana Santa


Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra. (cf. Is 42,1-7)

Deus envia o seu Filho como salvador do mundo.
Esta é a sua única missão, por ela está disposto a dar a sua vida.
Perante o pecado renitente, Jesus teima em amar!
Perante a incoerência entre a palavra e a vida,
Jesus oferece o remédio da misericórdia!
Perante o rito vazio e frio duma liturgia sem ardor, 
faz-se ponte e caminho de santidade, 
com o seu sacerdócio ardente de verdade e de entrega!
Perante a livre diversidade que é preciso evangelizar cada dia,
chama-nos a colaborar na sua missão de a todos salvar!
A Semana Santa começa por nos concentrarmos nesta Missão!

O acumular de notícias más, cria desânimo,
deprime a esperança, fortalece a sensação de impotência!
Cria-se então um sentimento de desistência,
de refúgio no papel de espetador e de comentador,
de resignação fatídica, de paralisação indiferente!
Assim, facilmente se desiste da construção da paz,
de lutar pelo amor, de apostar na recuperação e na educação...
E surge a tentação de soluções radicais como a pena de morte,
o corte de relações, a luta armada, a ditadura, o tribunal...
Precisamos de aprender com Deus que não desiste de nós,
com Cristo que cada dia nos dá a oportunidade de recomeçar,
com o Espírito Santo que suavemente nos vai formando para o bem!

Senhor, Perfume do Céu que vem alegrar a nossa vida triste,
continua a ter paciência connosco, pois somos como cata-ventos,
que nos viramos para onde o vento da maioria nos leva!
Cristo, Servo de Deus e Servo da salvação da humanidade,
envia-nos o teu Espírito e faz de nós teus colaboradores
na missão de salvar o mundo, pelo testemunho de vida convertida.
Dá-nos, Senhor, um coração novo e paciente para com os irmãos,
para que nunca desistamos de ninguém
nem o matemos no nosso coração!

domingo, abril 09, 2017

 

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor


Uma palavra de alento aos que andam abatidos. (cf. Is 50,4-7)

A misericórdia de Deus é uma palavra de alento,
a ecoar na história, para todos os que andam abatidos,
perdidos no mal, sem esperança de salvação.
Jesus é o discípulo perfeito, obediente de corpo inteiro,
que entra como Messias, servo e pacífico, em Jerusalém,
para ser uma palavra amiga a quem O atraiçoa,
uma palavra compreensiva e orante para quem O nega,
uma palavra silenciosa e misericordiosa para quem O condena,
uma palavra forte para quem tenta que Ele fuja da cruz.
Deixa-se matar para ser uma palavra de alento
para quem O teme, O inveja e deseja calar!
Que mistério este que alenta os abatidos, deixando-se abater!

Os noticiários concentram-se nas situações que abatem o ânimo:
guerras, troca de palavras insultuosas, violências diversas,
roubos, bestialidades juvenis, vinganças de honra, acidentes...
Estas palavras, aliadas a um ritmo de vida exaustivo,
levam ao aumento dum ambiente depressivo e negativo.
Este mundo está mesmo a precisar de uma “palavra de alento”,
de discípulos de Jesus que inquietam pela paz e bondade,
que escutam lamentos, que elevam a dignidade...
Esta semana interpela-nos a dar a vida pela salvação deste mundo! 

Senhor Jesus, louvado sejas por vires como Rei pacífico,
servo dos desalentados, misericórdia que purifica!
Dá-nos ouvidos de discípulo e olhar imitador,
para que esta semana não seja mais uma representação teatral,
mas um caminho de conversão a uma vida de consolação.
Que os ramos, que tomamos, não sejam para bater ou abater,
mas para agradecer, animar, reconciliar, louvar.
Dá-nos, Senhor, o dom de uma Semana Santa! 

sábado, abril 08, 2017

 

Sábado da 5ª semana da Quaresma


Hei-de purificá-los, para que sejam o meu povo e Eu seja o seu Deus. (cf. Ez 37,21-28)

Deus é amor e preocupa-se em ver-nos tristes e sem esperança!
A dispersão, a separação, a solidão, a indiferença, ainjustiça...
são alguns dos sinais que mostram o nosso afastamento de Deus,
a nossa perdição cega que nos adoece a alegria,
fecha o horizonte de esperança e desertifica o amor.
Deus envia o seu Filho, como Pastor que nos conduz
e como Cordeiro que por nós dá a vida,
purificando-nos com o seu sangue
e abrindo-nos à santidade pela luz do seu Espírito.
Quaresma é um tempo santo de penitência, que quer purificar-nos
dos nossos pecados ocultos e com os quais já nos habituámos!

Há sinais preocupantes dum ritmo de vida nefasto,
mas que ninguém quer mudar:
todos se queixam que a vida hoje é um stress contínuo,
que não há tempo para a família, nem para o descanso!
Há um desconforto perante certas dependências modernas,
como o consumismo compulsivo que constrói um vida a crédito,
a solidão que se refugia numa socialização virtual,
a imaturidade afetiva temerosa de compromissos efetivos,
o sedentarismo e a obesidade compensada por dietas eventuais,
a injustiça endémica a que já nos conformámos...
Todos nos queixamos do mundo atual, mas todos o querem,
como se estivemos aprisionados numa gaiola de ouro!

Senhor, vem à festa connosco e prepara-nos para a alegria
de sermos livres para amar, 
de vivermos o tempo com sabor a eternidade!
Cristo, Palavra que ilumina e dá esperança,
liberta-nos da raiz do nosso pecado oculto
e dá-nos um verdadeiro arrependimento e conversão.
Espírito Santo, dá-nos o dom da fortaleza,
para que tenhamos coragem de abandonarmos os ídolos habituais
e de aderirmos ao amor libertador que nos vem de Cristo!

sexta-feira, abril 07, 2017

 

6ª feira da 5ª semana da Quaresma


Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso. (cf. Jer 20,10-13)

Deus é o amigo que espera que eu dê passos de bondade.
A sua alegria é ver-nos felizes na fraternidade,
animados na esperança, consolados na solidariedade.
Cristo passou a vida fazendo e ensinando o bem,
no entanto, nem todos O acolheram e acreditaram nele.
Esses queriam usufruir dos seus milagres, 
mas não O aceitavam como Messias,
por isso pegavam em pedras 
e esperavam que desse um passo ou palavra em falso,
para O lapidar e calarem a sua voz incómoda!
Quaresma é tempo para vermos que tipo de sentimentos
nos habitam e movem em relação a Deus, aos outros e às coisas!

Anda o anão incomodado por os outros serem maiores,
por isso, espreita o momento em que podem dar um passo em falso,
para subir sobre eles, os espezinharem 
e não ter quem lhe faça sombra! 
Chamam a este feito “heróico”: subir na vida,
jogo da concorrência, regra da competência, livre comércio...
A inveja e a avareza criam construções do mundo injustas,
agressivas, cruéis, vingativas, desumanas.
Mesmo os amigos e colegas de trabalho,
por causa da progressão na carreira e da subida na empresa,
podem usar a informação das fragilidades do colega,
para fazer terrorismo difamatório e distorção de imagem!
Que progresso é este que abate os amigos e concorrentes?

Senhor, Pai bondoso, a Quem podemos entregar a nossa causa,
dá-nos força e coragem para não temermos as pedras do amigo,
e continuarmos firmes na prática do bem e no louvor do Amor.
Cristo, o Justo, que nos amas até ao fim e sempre,
ensina-nos o verdadeiro progresso da fraternidade,
a verdadeira democracia de oportunidades,
a verdadeira misericórdia que eleva a perdoa!
Espírito de santidade, renova as nossas relações humanas,
para que a ambição desmedida e apressada,
não faça da nossa sociedade uma guerra aberta e surda!

quinta-feira, abril 06, 2017

 

5ª feira da 5ª semana da Quaresma


Deus disse ainda a Abraão: «Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência futura». (cf. Gen 17,3-9)

O coração de Deus é um fogo que alimenta a aliança.
Deus buscou na fé de Abraão um parceiro fiel,
que fosse pai daqueles que jamais esquecem Deus,
os seus mandamentos e as suas promessas de misericórdia.
Jesus é Filho de Deus e, ao encarnar, torna-se filho de Abraão,
memória viva da Aliança, atualizada em cada rejeição!
Hoje somos desafiados por Cristo a viver na fé,
na fidelidade à aliança de Deus, selada por Cristo na cruz.
Quaresma é tempo para nos darmos conta da nossas infidelidades,
à luz da fidelidade de Cristo e da misericórdia infinita e divina.

O mercado e a necessidade de consumo formam para infidelidade.
É preciso criar uma dinâmica de rotatividade, de desapego,
para usar e deitar fora e comprar a última novidade!
A paga dos serviços prestados não é a aliança, mas o descarte,
pois o sonho vira-se para os novos modelos, serviços e decoração.
Esta infidelidade alimenta o sonho e apaga a memória,
deita fora o usado e compra o novo, não tem memória afetiva!
Faz-se assim com as coisas, com os animais, com as pessoas,
com a Igreja, com as promessas feitas a Deus e ao outro...
É por isso que se tornou tão “normal” o divórcio, 
o “donjuanismo”, o medo de compromissos para sempre!

Senhor, como é bom saber que para ti nunca somos lixo,
jamais Te esqueces nem desistes de nos amar!
Cristo, nosso Irmão e Pastor, que paixão Te enamorou
para Te ofereceres Cordeiro no altar da cruz
e na Eucaristia seres memória de uma aliança incondicional?!
Espírito Santo, dá-nos um coração grande e fiel,
que não esquece nem enfraquece a tua aliança
e cada dia luta por ser fidelidade ativa e profética
ao seguimento de Jesus, como dignos filhos de Abraão!

quarta-feira, abril 05, 2017

 

4ª feira da 5ª semana da Quaresma, S. Vicente Ferrer


Se não a quiserdes adorar, sereis imediatamente lançados na fornalha ardente. (cf. Dan 3, 14-20.91-92.95)

Deus criou-nos livres, por isso, a nada nos obriga!
O seu falar é o de um Pai que aconselha os filhos,
o de um Irmão que ama e quer ajudar,
o de um enamorado que nos quer conquistar o coração,
o de um Senhor que quer fazer connosco uma aliança,
o de uma Luz que nos quer iluminar o caminho da vida feliz!
Jesus é a expressão deste Deus libertador,
que não usa de violência, nem impõe a sua adoração,
mas faz-se servo, despe-se de poder, doa a sua vida por nós!
Deus está à nossa porta e bate de levezinho,  
como médico que pede licença para nos curar!
Quaresma é tempo para nos darmos conta 
do que fazemos por medo ou por amor e convicção!

As guerras de religião fazem guerra a Deus!
Ninguém pode obrigar o outro a acreditar ou a não ter fé!
O ateísmo militante também é uma guerra de religião! 
É tão grave as cruzadas e os fundamentalismos violentos, 
como as perseguições dos que têm uma crença diferente!
Tudo o que tira a liberdade de escolha 
e de resposta às convicções pessoais
é um atentado contra Deus e contra a liberdade de consciência!
Também ninguém pode impedir a expressão de uma crença,
com medo que outros adiram a ela e se convertam!
A consciência é um lugar sagrado 
onde só a verdade e o amor podem habitar, 
tudo o que vai para além disso é um atentado ao outro e a Deus!

Senhor, criador da liberdade e da resposta amorosa,
envia-nos o teu Espírito de Luz e de santidade,
para que vivamos como filhos de Deus e como irmãos.
Cristo, eternamente enamorado, paciente e bondoso,
obrigado porque nos queres libertar dos laços escravizantes,
daqueles que nos hipnotizam e comem a vida,
a troco de um volátil prazer ou dum sonho virtual.
Dá-nos o dom de uma vida sã, livre, feliz e sábia,
para que nos possamos tornar numa bênção para todos
e testemunhar o horizonte de fé e de esperança que nos habita!

terça-feira, abril 04, 2017

 

3ª feira da 5ª semana da Quaresma – S. Isidoro


O Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste». (cf. Num 21,4-9)

Na cruz de Cristo coincidem a maldade injusta do Mal
e a Misericórdia que assina com o seu sangue a aliança eterna.
Como a serpente de bronze no deserto, Jesus é aviso e cura do mal!
Contemplar a cruz, avisa-nos dos perigos e das tentações
que devemos evitar para não levarmos uma vida de morte,
de tortura, de injustiça, de mentira, de agressividade...
Contemplar a Cruz de Cristo recorda-nos a Fonte do amor
que ainda não se esgotou, onde nos podemos purificar,
fortalecer, renovar, levantar e aprender a viver em santidade.
Moisés simboliza a Palavra de Deus que aponta para a aliança,
Cristo é o remédio que cura e o pão que fortalece quem está doente!
Quaresma é tempo para nos revermos no Espelho da Verdade
e nos curarmos no soro antiofídico que é Cristo!

A linguagem deixou de expor a verdade nua e crua
e prefere branquear situações, esconder lados escuros,
usar linguagens figuradas, falar com eufemismos.
Em vez de dizer “cancro”, fala-se em “doença prolongada”,
em vez de “aborto”, fala-se em “interrupção voluntária da gravidez”,
em vez de “eutanásia” fala-se em “morte assistida com dignidade”,
em vez de “poligamia sucessiva” fala-se no “meu companheiro atual”...
A Bíblia prefere expor a verdade tal como ela é
e chamar pecado a tudo o que fere a relação com Deus e os outros,
morte a tudo o que mata a vida, 
mentira a tudo o que esconde a verdade,
injustiça a tudo o que faz distinção de pessoas e não protege o fraco,
adultério a tudo o que promove a divisão do coração e a infidelidade,
roubo a tudo o que atenta contra  a propriedade do outro...
A verdade nos libertará, mesmo que doa enfrenta-la!

Senhor, Palavra que ilumina e avisa dos perigos,
dá-nos ouvidos dóceis e de discípulo, 
para podermos fazer um bom diagnóstico do estado da nossa vida.
Cristo, Cruz que desmascara a serpente escondida e mortífera,
e apresenta o remédio de salvação e de cura,
ajuda-nos, nesta Quaresma, a enfrentar a verdade da nossa vida
e a submeter-nos à cura dos cancros que nos matam aos poucos.
Espírito de santidade, que habitas na nossa consciência,
ensina-nos a dar passos para uma verdadeira conversão!

segunda-feira, abril 03, 2017

 

2ª feira da 5ª semana da Quaresma


Perverteram a sua mente e desviaram os seus olhos de modo a não olharem para o Céu. (Cf. Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62)

Para Deus o secreto é plenamente conhecido.
É por isso, que só Deus pode julgar com justiça.
Mas como a omnisciência e a omnipotência de Deus 
anda agrafada à misericórdia e à aliança,
a nossa vida é uma história de salvação e não de condenação!
Quando se perverte a mente com maus desejos
e se desvia o olhar da verdade e dos mandamentos de Deus,
torna-se difícil Deus fazer ouvir a sua voz de aviso
e oferecer-nos o seu remédio de perdão gratuito!
Quaresma é tempo para nos darmos conta do que nos perverte
e pedirmos ao Céu ajuda para a libertação da rotina do mal!

Vivemos numa cultura baseada na tentação: 
“compre isto, beba aquilo, frua este sonho, 
faça sexo seguro, coma sem engordar,
compre hoje e pague a crédito,
tenha a experiência da sua vida, jogue na sorte...”
Para se poder comprar todas as tentações acenadas,
tem que se trabalhar noite e dia, roubar, corromper!
Para não se ter problemas de consciência,
desvia-se o olhar do Céu e passa-se a ser deus de si mesmo! 
É assim que uma história, que podia ser de salvação,
acaba por envelhecer na mentira e na iniquidade!

Senhor, sonda o nosso coração pervertido pela tentação
e cura-nos do desejo acrítico e ingénuo.
Cristo, que sabes acolher os pecadores com misericórdia,
conquista-nos o coração com o teu amor paciente,
move-nos para uma conversão sincera e sacramental
e diz-nos “Vai em paz e não voltes a pecar!”
Espírito de luz e de verdade, que elevas o caído e envergonhado,
dá-nos o dom da fortaleza e da ciência para sabermos ser livres
e resistir às tentações que nos pervertem a mente 
e nos afastam de Deus e do desejo bom de ser justo e santo!
Ajuda-nos a fazer da sensualidade uma expressão fecunda de amor
e não uma mera troca de prazeres e voragem de sentidos!

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