sexta-feira, abril 14, 2017

 

6ª Feira Santa da Paixão do Senhor


Tomou sobre si as culpas das multidões e intercedeu pelos pecadores. (Cf Is 52,13-53,12)

O Amor voluntariamente se fez servo e enfermeiro de feridos,
carregou-os aos seus ombros, tomou sobre si as suas doenças,
sofre em vez de nós, intercede por nós como advogado,
salva-nos, dando a sua vida numa torrente misericordiosa que não seca!
O seu aspeto é o de um condenado, no entanto é o Justo;
o seu silêncio é uma Palavra que soa a fidelidade pacífica;
a sua fragilidade é afinal uma rocha firme que não se contamina!
Neste ambiente atroz e impróprio para viver,
o rebento do amor continua com vigor e floresce aliança eterna!
Que força é essa que se eleva na cruz e faz dela um trono de graça?!

Faz parte da dinâmica do pecado o “passa culpas” para os outros:
“eu não fui”, “a culpa é dele/a”, “não sou responsável por isto”...!
Desta forma, não só é difícil haver uma conversão pessoal,
como é justificada a indiferença à sorte do outro!
É assim que o bem comum é depredado,
a ecologia é depreciada e deixada sem futuro sustentável,
a correção fraterna se acobarda e encolhe os ombros,
o egoísmo impera e o ressentimento ganha direitos de cidadania!
A paixão e a cruz do Senhor interpela-nos sobre o pecado da omissão!
Que poderei fazer eu para que este mundo se salve e seja melhor?
Qual é o pouco que posso tomar a iniciativa e ser solidário?

Senhor, que sofres com a injustiça
e Te alegras com todos, que como teu Filho,
doam a sua vida para salvar e para curar, 
ajuda-nos neste dia santo a fazer jejum de murmurações,
a abster-nos de juízos e rancores antigos!
Que a mão que aponta as culpas dos outros
e “sacode a água do nosso capote”,
se torne mão que carrega, concerta, acarinha, ajuda, abençoa...!
Senhor, ao contemplar a fidelidade no teu sofrimento,
tenho vergonha da indiferença à dor do outro,
das ironias refinadas que magoam até à raiz da dignidade,
do comodismo que assobia para o lado e faz de conta!
Ensina-nos a ser fortes e solidários na provação e no sofrimento!


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