sábado, agosto 31, 2019

 

Sábado da 21ª semana do Tempo Comum


Nós vos exortamos, irmãos, a progredir cada vez mais. (1 Tess 4,9-11)

A vida é um dom semeado que é preciso fazer frutificar.
A caridade deve progredir para ser cada vez segundo Cristo.
A qualidade da relação deve progredir para ser mais pacífica,
mais fraterna, mais compassiva, mais saudável.
As dificuldades da vida devem ser enfrentadas com mais esperança,
mais empenho no trabalho que nos compete e podemos fazer,
para que não descarreguemos a nossa cruz nos outros.

O sedentarismo convida a parar na vida 
e, em muitos casos, a um envelhecimento precoce e inativo.
Outros confundem crescimento com mobilidade 
e estão sempre a tentar mudar de aparência, de lugar, de emprego…
Crescer na maturidade afetiva, por exemplo,
não é mudar de cônjuge cada vez que há problemas,
mas fazer dos problemas uma oportunidade para crescer
na capacidade de diálogo, de perdão, de reinventar a relação.

Senhor, contemplo-Te Fonte de amor e vejo-me cântaro sedento,
rega-me com a tua graça e ilumina-me com o teu Espírito.
Cristo, revelação dum amor oblativo que é capaz de dar a vida 
por aqueles que não Te amam, Te negam e Te perseguem,
ensina-nos a amar como o pão que se faz alimento
e como a água que sacia a sede e purifica o mal.
Obrigado porque somos puro dom 
e ajuda-nos a fazer da nossa vida um dom, 
para louvor da Fonte do dom e para o bem dos outros.

sexta-feira, agosto 30, 2019

 

6ª feira da 21ª semana do Tempo Comum


Deus não nos chamou a viver na impureza, mas na santidade. (cf. 1 Tess 4,1-8)

Cristo é o Esposo que aguarda 
que estejamos preparados para as núpcias do Cordeiro.
A longa espera é escola de amor, crescimento libertador,
florescimento de santidade, empenhamento na missão.
Acomodar-se, relaxar, não se alimentar da Palavra e do Corpo
é ter consigo a lâmpada a apagar-se, por falta de azeite.
Viver de uma forma insensata é ter o diploma
mas não o exercer, não praticar o que aprendeu!

Há agora uma nova profissão: ser um estudante superior, 
com muitos títulos, mas sem experiência!
Quando se trata de procurar um emprego,
as classificações teóricas são nulas 
e o currículo profissional inexistente,
porque nunca passou da teoria à prática!
No campo da fé acontece algo parecido,
numa espécie de gnosticismo orgulhoso,
que não compromete, nem faz santos nem missionários.

Senhor, Tu queres ser Luz na minha vida,
mas às vezes prefiro dormitar e seguir outras luzes,
do passatempo, do facilitismo, da satisfação dos impulsos.
Ajuda-me a crescer na santidade e na liberdade,
para que vá acumulando azeite no Céu,
a minha caridade, o meu empenhamento na Igreja,
a minha conversão ao perdão, o meu testemunho missionário.
Que eu aproveite estas férias para recargar as baterias da fé!

quinta-feira, agosto 29, 2019

 

5ª feira da 21ª semana do Tempo Comum – Martírio de João Batista


Agora sentimo-nos reviver, porque estais firmes no Senhor. (cf. 1 Tess 3,7-13)

A alegria do Senhor é a nossa firmeza na fé,
o nosso crescimento na caridade,
a nossa esperança e fortaleza na profecia!
Por isso, há maior alegria no Céu por um só pecador arrependido,
do que por noventa e nove justos!
Estar firme no Senhor, é não relaxar a vigilância,
é ser fiel na provação e na abundância,
ser capaz de dar a vida pela nossa fé, 
como João Batista na prisão!

A alegria do semeador é ver que valeu a pena a sua sementeira.
A alegria do bom professor é ver o aproveitamento dos seus alunos.
A alegria dos pais é ver os seus filhos sábios e responsáveis.
A alegria do catequista é ver os seus catequizandos bons cristãos.
A alegria do missionário é ver as suas comunidades firmes na fé
e fecundas em testemunho e vocações missionárias. 
A alegria de Cristo é ver que valeu a pena ter dado a vida por nós!

Senhor, desculpa as vezes em que Te deixo triste,
pelo meu pecado, pelo meu egoísmo,
pela facilidade em que Te abandono e Te coloco em último lugar!
Dá-nos o dom da fortaleza quando os ventos são contrários,
seja pela pressão externa, seja pelo comodismo interno do egoísmo.
S. João Batista, profeta de Cristo e arauto da verdade,
ajuda-nos a não ter medo do poder nem de perder a vida,
quando é necessário denunciar a injustiça e o mal.

quarta-feira, agosto 28, 2019

 

4ª feira da 21ª semana do Tempo Comum – S. Agostinho


Exortámos, animámos e conjurámos cada um de vós a proceder de maneira digna de Deus. (cf. 1 Tess 2,9-13)

Deus é Pai e nos chama a participar na sua glória.
Não quer aparências ou ritos desconexos,
mas uma vida íntegra, testemunho coerente,
seguimento fiel e humilde, sempre a recomeçar!
Proceder de maneira digna de Deus,
é participar na sua missão, saber exortar e animar 
todos os que andam em teatros de enganar! 

Somos missão e terreno de missão.
Fazemos aos outros o que queremos que nos façam:
exortamos e deixamo-nos exortar,
animamos e deixamo-nos animar,
conjuramos e deixamo-nos conjurar,
pois a conversão é uma vida sempre a recomeçar!
É na relação verdadeira e humilde com Deus 
e com os outros, que a rotina revela vícios, 
as necessidades revelam dependências,
os sonhos revelam idolatrias!

Senhor, bom Pai que nos olhas com amor
e em Jesus, teu Filho, nos buscas como bom Pastor,
ajuda-nos a ver-nos como somos, sem medo nem desânimo.
É pelo teu amor misericordioso que levantamos a esperança,
e aceitamos ser enviados em missão,
acolhendo com quem nos cruzamos e foram enviados a nós!
S. Agostinho, ovelha perdida, encontrada e curada,
ajuda-nos hoje a virar a página da nossa vida 
e a tornar-nos missionários em discipulado permanente!

terça-feira, agosto 27, 2019

 

3ª feira da 21ª semana do Tempo Comum – S. Mónica


No nosso Deus encontrámos coragem para vos anunciar o seu Evangelho no meio de grandes lutas. (1 Tess 2,1-8)

A bondade do Senhor envolve a criação.
Perante a resistência e a rebeldia das suas criaturas,
Deus envia o seu Filho, que nos ama tanto,
que oferece a sua vida, como a mãe que acalenta os seus filhos.
A sua vida é amor, justiça, misericórdia e fidelidade!
Ser discípulo de Jesus é entrar nesta luta de amor,
que em Jesus Cristo encontra força e esperança 
para anunciar o Evangelho no meio de insultos e indiferenças.
As armas de S. Mónica são a persistência da oração e das lágrimas!

Há a tentação de fugir de situações difíceis,
mesmo no campo da evangelização!
Esta tentação concretiza-se na recusa de paróquias do interior,
cheia de idosos, pouco praticantes e ambiente adverso;
concretiza-se na perda de profecia, no laxismo,
na vontade de agradar a todos, mesmo à custa da fidelidade à fé;
concretiza-se no refúgio numa pastoral sacramental e burocrática
e o passar o resto do tempo num mundo virtual ou de passatempo!
O problema maior é a falta de amor pelo povo e por Cristo!

Senhor, custa-nos ser enviados como cordeiros no meio de lobos,
preferíamos ser lobos no meio de cordeiros.
Aumenta a nossa fé, o nosso amor e a nossa esperança em Ti,
para que em Ti e por causa de Ti, aprendamos a dar a vida,
a fim de que todos tenham vida e vida em Ti, Cristo Jesus:
S. Mónica, mãe missionária dos filhos perdidos,
ajuda-nos a amar a nossa família,
buscando a sua conversão, pela fidelidade da oração,
as lágrimas do amor e a paciência da esperança. 

segunda-feira, agosto 26, 2019

 

2ª feira da 21ª semana do Tempo Comum


Recordamos a atividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 1 Tess 1,1-5.8b-10)

Deus é o Senhor do Céu e da terra, do Templo e do altar,
da Igreja e de cada membro, da paz e da missão.
Só na medida em que estivermos unidos e obedientes ao Espírito,
a nossa fé se torna ativa, a nossa caridade esforçada, 
a nossa esperança em Jesus Cristo se torna firme.
Não trabalhamos para nós mesmos, 
numa ambição cega, mas para Deus e o Corpo de Cristo!

A sociologia religiosa procura fazer análises do cristianismo,
e usa como base a prática litúrgica da Eucaristia.
Na realidade, com este indicador, ficamos a saber apenas isso!
Os relatórios dos bispos para a santa Sé 
também usam critérios semelhantes de mensurabilidade.
No entanto, a maturidade e fecundidade da fé é mais abrangente:
inclui a atividade e fecundidade missionária,
o testemunho duma caridade organizada e inclusiva,
a profecia duma esperança ativa e transformadora!

Senhor, tudo Te pertence: as nossa vidas, a nossa fé, 
a nossa caridade, a nossa Igreja, a nossa missão.
Assiste-nos com o teu Espírito e ajuda-nos a ser fieis,
seguindo os passos do teu Filho, Jesus,
e testemunhando que o reino de Deus já está em ação.
Liberta-nos da cegueira da ambição e do domínio social,
e ajuda-nos a viver segundo os critérios do Evangelho.

domingo, agosto 25, 2019

 

21º Domingo do Tempo Comum


Eu virei reunir todas as nações e todas as línguas, para que venham contemplar a minha glória. (cf. Is 66,18-21)

A glória de Deus enche todo o universo,
mas nem todos têm olhos preparados para a contemplar.
Jesus, a glória do Pai feita quotidiano e oferta fiel,
chama discípulos para estarem com Ele e os enviar 
a todo o mundo a anunciar o Evangelho.
Acolher esta boa nova da misericórdia e fazê-la conversão,  
é passar pela porta estreita da verdade e da santidade!
Não basta ritos piedosos, é preciso prática da caridade!

O relativismo faz da “porta estreita” do Evangelho
uma porta elástica, que se adapta às conveniências de cada um.
Às vezes pretende-se esconder a iniquidade 
contra si mesmo, contra os outros e contra a natureza
sob a tenda incensada do ritualismo e da prática piedosa.
Outras vezes fragmenta-se a vida em tempos descontinuados
de sagrado e de profanidade, de gratuitidade e de negócios,
de bondade e de agressividade, de compaixão e de injustiça!
E afinal, quem somos para Deus, para nós e para os outros?

Senhor, sois Pai e Irmão em permanente missão,
ajuda-me a em entrar nesta porta estreita do amor,
que do próximo faz um irmão e lhe dá a mão na conversão.
Ajuda-nos a aproveitar as provações e dificuldades
para acordar do nosso relaxamento 
e instrumentalização de Deus, do outro, da natureza e da verdade!
Faz de nós uma Igreja missionária, sempre em saída,
para anunciarmos a beleza e a exigência da glória de Deus,
manifestada em Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado!  

sábado, agosto 24, 2019

 

S. Bartolomeu, Apóstolo


A muralha da cidade tinha na base doze reforços salientes: os dos doze Apóstolos do Cordeiro. (cf. Ap 21,9b-14)

Jesus abriu o Céu e tornou-se escada de encontro,
bóia de salvação, construtor de uma nova cidade!
Os doze apóstolos foram chamados a ser alicerces da Igreja,
reforços salientes do novo Povo de Deus!
Bartolomeu ou Natanael foi chamado pelo Senhor,
por meio de Filipe, a experimentar a morada em Cristo
e a partir em Missão a chamar os que o Senhor conhece e ama!

O lugar onde nos sentamos e a hora em que chegamos à Missa,
denota a colaboração que queremos dar na Igreja 
e a importância que damos à nossa fé na vida!
Se chegamos apenas sobre a hora ou atrasados, 
significa que queremos apenas cumprir o dever,
assistir à missa, por isso, nos sentamos no último banco!
Se queremos participar na celebração, ajudamos a prepara-la,
aceitamos serviços, chegamos cedo, 
ocupamos um lugar participativo!
O que significa hoje ser um “reforço saliente” na Igreja?

Senhor, Cordeiro-Pastor, chave e porta do Céu,
cabeça da Igreja e arquiteto duma nova cidade,
faz de mim um reforço saliente e humilde da tua Igreja.
Ajuda-nos a ser verdadeiros e sem fingimento,
coerentes com a nossa fé e empenhados na tua missão.
S. Bartolomeu, que deste a vida por Cristo e a sua missão,
ajuda-nos a ser uma Igreja comprometida e missionária!

sexta-feira, agosto 23, 2019

 

6ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. Rosa de Lima


O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus. Cf. Rute 1,1-2a.3-6-14b-16.22)

Deus é amor e só amando O conhecemos e servimos.
Ter fé em Jesus é confiar neste caminho de amor sem limites,
capaz de se esvaziar de si totalmente para que apareça o Pai
e oferecer toda a sua vida para que todos se salvem!
Seguir Jesus é assumir a sua Missão como nossa missão,
viver a sua Vida e fé como nossa vida e paixão!
Com Rute podemos dizer a Jesus:
“O teu povo será o nosso povo, o teu Deus o nosso Deus”!

O cristianismo é a adesão a uma Pessoa,
por meio do testemunho de fé de outras pessoas.
Quando o testemunho dos pais é convincente,
os filhos poderão dizer: a vossa Igreja será a nossa Igreja,
o vosso Deus será o nosso Deus!
Quando o testemunho dos catequistas, religiosos e sacerdotes
é coerente e apaixonado, os que fixam neles o seu olhar
poderão dizer: a vossa Igreja será a nossa Igreja
e o vosso Cristo o nosso salvador!

Senhor Jesus, unido a Ti estou e Te sigo,
embora ainda com medo de me entregar totalmente,
de me esvaziar para Tu seres em mim totalmente!
Comungo-Te e escuto-Te diariamente e quero ser tua missão,
mas ainda há em mim resistências ao teu Evangelho,
desistências de quem nos faz sofrer,
cansaços de amar perdidamente sem compensações!
S. Rosa de Lima, oferta de vida por Cristo e o seu povo,
ajuda-nos a levar a sério a nossa fé e a nossa missão!

quinta-feira, agosto 22, 2019

 

Virgem Santa Maria, Rainha


 Assim o fará o Senhor do Universo. (cf. Is 9,1-6)

A criação é fruto da Palavra de Deus.
Fechar os ouvidos à Palavra conduz à deterioração da criação.
Acolher a Palavra, faz da Virgem Mãe, que das trevas se faça Luz,
do Filho eterno encarne o Filho no tempo,
que a Serva seja corada Rainha, e a morte ressuscite Vida!
Deus entra onde estamos e como estamos,
para que, pelo seu Filho vamos a onde Ele está 
e com Ele reinemos. Maria é a Serva feita Rainha!

A surdez e a teimosia, que só escuta o capricho,
está a desfigurar o mundo num ritmo assombroso:
O fumo da Amazónia a arder já chega aos céus de S. Paulo (2.790 Km),
o aquecimento global está a degelar os polos,
os plásticos deitados nos oceanos estão a formar ilhas de lixo,
a desertificação está a criar ondas migratórias incontroláveis…
Pela surdez à Palavra de Deus nunca seremos reis,
mas carrascos que usam a madeira do barco onde navegam
para se aquecerem e cozinharem o seu alimento!

Senhor, rei do Universo, bendito sejas pela tua Palavra,
sempre generosa e paciente, misericordiosa e fiel! 
Recria-me na Palavra feita carne no seio de Maria,
Virgem e Mãe, e que nela sejamos filhos de Maria e servos fieis.
S. Maria, Serva da Palavra e Rainha corada pelo seu Filho,
ensina-nos o caminho da escuta da vontade de Deus
e da encarnação fecunda do Evangelho, feito missão!

quarta-feira, agosto 21, 2019

 

4ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. Pio X


Escutai-me, chefes de Siquém e Deus também vos escutará. (cf. Jz 9,6-15)

Deus tem um olhar de bondade e misericórdia sobre nós.
Ele chama-nos a ser porta-vozes da sua Palavra e da sua missão.
A nossa vocação não é para nos balouçarmos sobre os outros,
exibindo méritos e honras, mas para termos o mesmo olhar bom de Deus.
Quando a autoridade é profética, escuta-la é orientar-nos para Deus
e o testemunho da nossa fidelidade abre os outros à conversão.

A política é uma oferta de serviço público.
No entanto, o poder sobe à cabeça, incha de vaidade,
corrompe a verdade e a justiça, faz-nos olhar de cima para baixo!
Felizmente há políticos e chefes militares que souberam ser santos,
sem se deixarem corromper: Tomás Moro, Isabel de Portugal,
Nuno de Santa Maria, Estêvão da Hungria, Luís XIV…
O poder religioso, quando exercido à imagem de Cristo, 
abre o povo à escuta de Deus 
e facilita o trabalho do Espírito Santo no coração do povo.

Senhor, nosso Rei e Senhor, 
faz-nos fieis e humildes servos na tua vinha.
Liberta-nos da tentação de querer ser mais que os outros,
de ser admirado e venerado, de ser servido e bajulado.
S. Pio X, papa humilde e zeloso pela conversão da Igreja,
ajuda-nos a instaurar tudo em Cristo,
de modo especial os nossos sentimentos mais profundos!

terça-feira, agosto 20, 2019

 

3ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. Bernardo


Vai com essa tua força salvar Israel das mãos de Madiã. Não sou Eu que te envio? (cf. Jz 6,11-24a)

O Senhor sofre com o seu povo.
Chama os humildes e inconformados
para os enviar em seu nome e com a sua graça
a libertar o oprimido e o perdido, 
aquele que arranja lenha para se queimar!
Jesus é a nossa paz e a força da nossa salvação,
com Ele, deixar tudo apara O seguir na sua missão, 
é ganhar a todos no tempo e na eternidade! 

A pastoral vocacional, às vezes, pesca nos acomodados,
nos que têm medo do matrimónio,
nos piedosos e submissos, 
mas que não se comprometem com nada na Igreja e na sociedade!
Mas a Bíblia diz-nos que o Senhor chama os inconformados,
os que lutam pela vida com paixão e compaixão,
dos que sabem que são pequenos, 
mas confiam Naquele que os envia!
Só que pescar nestas águas é aprender a pescar em mar alto!

Senhor, obrigado porque me chamaste e enviaste
a deixar tudo para ganhar alguns para o teu reino!
Sei que há demasiado por fazer para salvar este mundo
e sinto-me pequeno perante tal missão,
mas eis-me aqui para fazer a minha parte,
para ser canal da tua riqueza e da tua graça.
S. Bernardo, jovem destemido e consagrado a Cristo,
ajuda-nos como tu, a ser ouvintes da Palavra 
e testemunhas e anunciadores da tua paz e salvação!

segunda-feira, agosto 19, 2019

 

2ª feira da 20ª semana do Tempo Comum – S. João Eudes


Depressa se desviaram do caminho que seus pais tinham seguido, na obediência aos mandamentos do Senhor. (cf. Jz 2,1-19)

O Senhor é bom e compassivo,
os seus mandamentos são um guia no seu caminho.
Abandonar a fé dos seus pais e adotar outros como deuses,
é entrar em labirintos tortuosos, em desnorte sem esperança!
Cristo diz-nos que mesmo quem cumpre os mandamentos,
se não for totalmente livre perante as riquezas e não as partilha,
ainda não é perfeito, não é capaz de O seguir!
Há muita idolatria embrulhada de bom praticante!

A fé em Deus apresenta-se frágil,
porque quem vê a lâmpada acessa, não vê a turbina,
donde vem a energia que alumia e aquece!
O fascínio das novidades e das vitrines,
desviam o olhar dos valores essenciais e da fé!
Entretidos com o virtual e o prazer, passamos o tempo 
sem saber donde vimos nem para onde vamos!
Tudo se fragmenta em instantes de experiências evasivas!

Senhor, quantas palavras enviadas para nos iluminar
e nós sentados nas trevas e iluminados por luzes artificiais!
Envia-nos o teu Espírito e dá-nos a arte de O identificar,
entre tantas luzes de tentação a encandear o horizonte!
Aos que nos consideramos piedosos e praticantes,
ajuda-nos a não nos contentarmos com ritos,
mas a encontrar em Ti a verdadeira segurança da vida!
S. João Eudes, roga por nós pecadores!

domingo, agosto 18, 2019

 

20ª Domingo do Tempo Comum – Dia da Pastoral da Mobilidade Humana


Fixando os olhos em Jesus, guia da nossa fé e autor da sua perfeição. (cf. Heb 12,1-4)

O deserto do pecado resiste ao fogo do amor.
É mais fácil combater a profecia que nos incomoda,
do que combater a rebeldia que nos tumoriza.
Por isso, Jesus, que vem como Príncipe da Paz,
acaba por revelar as guerras em que nos perdemos.
Fixar os olhos em Jesus é ganhar coragem para ser diferente,
para aderir à verdade, à justiça e ao perdão, 
mesmo que por causa Dele tenhamos de sofrer!

A pressão social é muito grande.
Afirmar-se como cristão, num mundo secularizado,
é uma ousadia que poucos conseguem!
Testemunhar a justiça e a retidão num mundo corrupto,
é uma afoiteza que leva a maioria a dizer: “não sejas parvo!”
Praticar a sua fé na liturgia e na ética da vida é um desafio,
que exige discernimento entre o puro ritualismo conservador 
e a celebração que alimenta a missão e a oferta pacífica da vida!
A vergonha, o medo e o carneirismo social abafam a profecia!

Senhor, nosso guia da fé e autor da nossa perfeição,
perdoa as vezes em que me fixo mais no que os outros aprovam,
do que o que Tu esperas de mim e queres que eu faça!
Neste mundo líquido, que se acomoda a tudo,
ajuda-nos a ser um testemunho profético que incomoda,
que interpela à conversão, que faz a diferença por causa de Ti!
Somos velocidade ansiosa em mobilidade constante,
que no nosso deambular sejamos semeadores do Evangelho!

sábado, agosto 17, 2019

 

Sábado da 19ª semana do Tempo Comum – S. Beatriz da Silva


Escolhei hoje a quem quereis servir. (cf. Jos 24,14-29)

Deus é o Senhor da nossa vida, 
mas nós nem sempre O reconhecemos,
no meio de tantos deuses e propostas idolátricas.
Cada dia é preciso escolher a quem queremos servir,
em quem confiamos, a quem consagramos o nosso louvor.
O Batismo é a mãe de muitas escolhas no caminho,
que precisa cada dia de voltar à pia que escutou o nosso sim 
e é testemunha de que um dia optamos por servir a Cristo!
Batizar as crianças é crescer com elas na fé em Cristo!

O credo pessoal, que olha para os pontos desconexos
e os liga numa história com sentido libertador e solidário,
deve ajudar-nos a optar cada dia pelo que vale a pena!
Num mundo que entroniza o instante e influencia o impulso,
dá pouco tempo para a reflexão e para o discernimento
e cura a dor das más opções com analgésicos e alucinogénios.
Saber parar e fazer silêncio, meditar o passado e aprender com a vida,
é uma ciência que é preciso reaprender na voracidade do tempo!

Senhor, a tua fidelidade me fascina e a minha infantilidade me desanima,
pois tanto Te digo “eu Te amo”, como Te esqueço e Te nego!
Ajuda-me, cada manhã, a saber a olhar a história 
e a construir o meu credo pessoal, feito de verdades experimentadas,
de quedas perdoadas, de ansiedades escutadas,
de escolhas dolorosas e em contracorrente, mas abençoadas!
S. Beatriz da Silva, nobre que encontrou no convento o seu palácio,
ajuda-nos a servir hoje o Senhor com a confianças da criança
e a fidelidade e a convicção do adulto na fé!

sexta-feira, agosto 16, 2019

 

2ª feira da 19ª semana do Tempo Comum – S. Estêvão da Hungria


Assim fala o Senhor, Deus de Israel. (Jos 24,1-13)

Deus é amor trinitário e criou-nos para amar.
A imagem e semelhança de Deus é a comunhão,
seja matrimonial, seja de consagrados, seja eclesial.
O individualismo e a incapacidade de reconciliar,
são sinais visíveis do nosso afastamento de Deus!
A história da salvação é chamamento a sair de nós,
a partir para onde Deus nos enviar, a ser sua imagem e semelhança.
O credo de fé é uma leitura da história conduzida pelo amor de Deus!

A sexualidade é um dom forte que precisa de guia!
Sem guia e auto-domínio é um impulso cego,
um instrumento de poder, uma busca de auto-prazer,
um desrespeito pelo outro, um caminho para a infidelidade!
A sexualidade com valores e liberdade é um vínculo de amor,
um instrumento de afetividade fecunda,
um antídoto ao egoísmo, uma segurança companheira,
uma força que amadurece a fé e alimenta a fidelidade!
Somos todos aprendizes da comunhão até que esta seja eterna!

Senhor, contemplo o teu Amor e ainda me vejo tão longe!
O abrir-me às lágrimas do outro e o fechar-me sobre mim,
têm o mesmo peso de liberdade 
que só o teu Vento divino pode levar-me a sair de mim.
Contemplo Cristo, meu Senhor e Mestre,
e quanto tenho ainda de aprender na arte de perdoar,
na habilidade de ser fonte no deserto,
na fidelidade ao outro, apesar do incómodo do seu egoísmo…
S. Estêvão, rei-servo animado pela fé em Jesus Cristo,
roga por nós, perdidos em distrações e banalidades,
indiferentes a um mundo febril, individualista e narcisista!

quinta-feira, agosto 15, 2019

 

Assunção da Virgem Santa Maria


Em Cristo serão todos restituídos à vida.  (cf. 1 Cor 15,20-27)

Cristo é a luz que faz brilhar a humildade de Maria,
mulher de Nazaré, filha da promessa,
abertura à esperança, diálogo de acolhimento!
À luz do Espírito Santo, a Virgem, vazia de si,
enche-se da Sua graça e fica fecundada do Altíssimo.
Como a Arca viva da aliança, guarda o Sim à Palavra,
segue o Filho que amamentou, 
sofre com a sua cruz e a sua morte,
espera com os discípulos a vitória da Vida!
E quando chega a sua morte, esta já está vencida!

A Assunção de Maria é a nossa esperança!
Ainda que caminhemos por vales tenebrosos,
nada devemos temer, quando guiados por Jesus
e Nele confiamos a vida, a esperança e a sorte!
Hoje como sempre, também brilham no céu,
sinais perigosos de dragões de morte,
forças de poder, muitas vezes sem rosto visível,
que ameaçam o futuro e semeiam a morte,
mas nós sabemos, como Maria, de quem é a última palavra:
“Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.”

Senhor, olho para Maria e sinto vontade de dizer “Sim”,
ajuda-me a ser forte e a não ter medo de confiar em Ti!
Maria, contemplo-Te totalmente assumida por Deus 
e sinto vontade de Te imitar na Tua fidelidade humilde,
ensina-me a correr como boa nova de Jesus Cristo!
Maria, Mãe do Céu em missão de Cristo na terra,
protege os teus filhos e ajuda-nos a ser outro Jesus,
fazendo o que Ele nos disser e enviar!

quarta-feira, agosto 14, 2019

 

4ª feira da 19ª semana do Tempo Comum – S. Maximilano Maria Kolbe


Josué, filho de Nun, estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés tinha imposto as mãos sobre ele. (cf. Deut 34,1-12)

O Espírito do Senhor cria comunhão,
desperta carismas, reconcilia gerações.
Outros ventos fustigam também a comunidade,
que criam feridas relacionais, divisões, guerras!
Quando a comunidade enferma, há que ir ao Médico,
beber na Fonte da misericórdia, fazer da palavra diálogo,
sentar-se à mesma mesa da reconciliação,
deixar-se iluminar e conduzir pelo Espírito Santo!

O poder é uma missão temporária em favor do bem comum.
É um serviço, não um estado de vida a perpetuar.
E quando alguém é chamado a entregar toda a sua vida à Igreja, 
seja como consagrado, seja como ministro ordenado,
não é como poder eterno, mas como servo fiel ao Mestre,
que deu a vida e veio para servir e não ser servido!
Quem quiser servir o Senhor à maneira dos homens,
acaba por usar a missão ao serviço do eu-privilégio,
cair na tentação do carreirismo eclesiástico,
tentar destruir tudo o que à sua volta lhe faça sombra!

Senhor, obrigado pela luz do Espírito Santo,
que nos faz ver a esperança no horizonte 
e nos liberta para a missão como serviço e fidelidade.
Cristo, novo Moisés, que fizeste dos teus discípulos uma Igreja,
sempre em conversão fraterna, cheia de misericórdia e compaixão,
fazendo memória celebrativa da sua Páscoa,
sempre em saída em busca da ovelha perdida!
S. Maximiliano Kolbe, consagrado mariano
e liberdade para oferecer a sua vida por Cristo,
ensina-nos a ser, hoje, fieis discípulos de Jesus!

terça-feira, agosto 13, 2019

 

3ª feira da 19ª semana do Tempo Comum


O Senhor, vosso Deus, irá convosco e não vos desamparará nem abandonará. (cf. Deut. 31,1-8)

O Senhor é o bom Pastor que vai à nossa frente,
ao nosso lado, atrás de nós, com a fidelidade de um servo!
A presença que nos pede, é a presença que tem connosco:
humilde e escondida, hospitaleira e misericordiosa,
pastoral e médica, companheira e animadora!
Ser forte e valoroso é acreditar em Deus e no amor 
no fermento do Reino, na força da Palavra,
no poder da Eucaristia e da misericórdia!

Os grandes santos são humildes e confiantes,
começaram do nada, convictos da sua missão.
Não agem por medo, mas por chamamento e envio!
Não têm pressa, nem exigem lugares fáceis,
mas fazem de cada lugar um espaço de oração,
um púlpito de anúncio, uma profecia viva.
João Maria Vianney, não lamenta Ars, pequena e indiferente,
mas faz de Ars um centro de evangelização, 
que atrai de longe pecadores, sequiosos de Deus!

Senhor, eu confio em Ti, mas aumenta a minha fé.
Na natureza, nos sacramentos, nos encontros e desencontros,
surpreendo as tuas pegadas, muitas vezes só quando olho para trás!
Que a tua força nos acompanhe e o teu Espírito nos anime,
com humildade e simplicidade, com perseverança e amor.
E neste mundo em mobilidade, faz de mim um peregrino,
um irmão hospitaleiro, um pastor da ovelha tresmalhada.

segunda-feira, agosto 12, 2019

 

2ª feira da 19ª semana do Tempo Comum – S. Joana Francisca de Chantal


Ele faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, a quem dá pão e vestuário. (cf. Deut 10,12-22)

Deus é criador e Pai de todas as criaturas.
Como bom Pai zela pelos filhos mais fracos,
está atento à injustiça e ao desamor!
O Filho de Deus dá a vida pelas suas ovelhas
e convida-nos a segui-Lo na mesma oferta de amor,
rompendo fronteiras e abrindo caminhos à fraternidade.
Para o cristão não há estrangeiros, há concidadãos e irmãos!

Estamos na semana dos migrantes e refugiados.
No mar navegam rejeitados em busca duma terra de acolhimento, 
e não encontram quem lhes queira dar um porto seguro!
O diferente mete medo, mas afinal é um irmão com sonhos como eu, 
que espera apenas ser feliz e ter condições dum futuro de paz!
O que significa hoje amar o estrangeiro como Deus o ama?

Senhor, contemplo a tua santidade e vejo-me pecador,
de coração pequeno e caprichoso, com vistas curtas e exclusivas!
Que a comunhão do Corpo de Cristo nos faça semelhantes a Cristo,
sendo bons cidadãos da terra, porque somos cidadãos do Céu!
Ajuda-nos a compreender que somos comunidade universal,
e, apesar disso, fazemos aceção de pessoas,
dividimo-las em ricos e pobres, nacionais e estrangeiros, 
cultos e ignorantes, da minha Igreja e fora dela…
S. Joana Francisca de Chantal, mãe, esposa e consagrada,
ora por nós, para que aprendamos a amar a Deus e o próximo.

domingo, agosto 11, 2019

 

19º Domingo do Tempo Comum


Ela foi esperada pelo vosso povo, como salvação dos justos e perdição dos ímpios. (cf. Sab 18,6-9)

O Senhor esconde-se para provar a fé
e testar a espera como justiça e fidelidade.
A fé ilumina a noite da espera 
e a Palavra de Deus guia o rumo sem visão do Senhor!
Ser administrador fiel e prudente,
segundo o modelo do Pastor, Servo e Cordeiro,
faz da vida uma vigília pascal até à Páscoa definitiva.
A tranquilidade do Encontro prepara-se na caridade da vida!

Onde temos o coração quando estamos em família,
ou no emprego, ou na Igreja ou em férias?
Onde estiver o nosso coração aí estará o nosso tesouro!
Estar sempre “on line” faz do coração um “cata-sonhos”,
que raramente consegue descansar aonde está!
O medo de ser apanhado obriga a cautelas,
mas não faz de mim um bom cidadão ou um bom cristão!
Só o amor transforma e faz da espera um servo fiel!

Senhor, escondes-Te e faz-Te esperar “sine dia”,
para que descubramos a verdade da nossa fé, esperança e caridade,
ajuda-nos a estar atentos e vigilantes no discernimento
para que nos encontres a fazer a caridade que devemos fazer!
Faz de nós fieis administradores do teu Reino,
que servem e se doam sem falsidade nem aparência 
e fazem da sua vida uma entrega gratuita pela salvação de todos.
S. Clara de Assis, coração eucarístico em adoração,
ensina-nos a viver como peregrinos da eternidade!

sábado, agosto 10, 2019

 

S. Lourenço, diácono e mártir


Deus é poderoso para vos cumular de todas as graças. (cf. 2 Cor 9,6-10)

Deus é semeador de graças, Palavra criadora,
Pão repartido, Misericórdia generosa e redentora.
Cristo é o trigo que morre para dar muito fruto,
porque a vida não é tempo somado,
mas partilha e oferta, numa fidelidade acrisolada!
S. Lourenço, diácono e mártir de Roma, segue o seu Pastor,
sendo exímio administrador da Igreja e amigos dos pobres!

O Senhor chama os que se deixam ajudar:
porque são pobres, acolhem a vida como um dom;
porque são pecadores, aceitam a misericórdia com humildade;
porque são agradecidos, oferecem a vida que receberam como dom;
porque são livres, não se deixam corromper pela avareza;
porque são discípulos do Senhor, passam a vida a fazer o bem. 
Viver da fé e seguir Jesus é uma profecia luminosa,
num tempo em que se perdeu o horizonte de eternidade!

Senhor, vida fecunda que se reparte e oferece,
ajuda-me a ser canal da tua graça e da tua bondade.
Cristo, grão crucificado na cruz e semeado na terra,
ensina-me a servir-Te, com generosidade e entrega,
para que a vida se resuma em fazer o bem.
S. Lourenço, administrador fiel de Cristo nos pobres,
ajuda-nos a usar o dinheiro sem cairmos na tentação
da avareza ou da corrupção, rodopiando sobre nós mesmos!

sexta-feira, agosto 09, 2019

 

S. Teresa Benedita da Cruz – Padroeira da Europa


Desposar-te-ei com fidelidade e tu conhecerás o Senhor. Cf. Os 2,16b.17b.21-22)

O Senhor é o Criador que nos quer tanto, tanto,
que nos ama com um amor esponsal e fiel.
Cristo, o Coração gémeo do Pai,
dá a vida pela sua esposa, a Igreja.
É uma aliança, cheia de amor e de misericórdia,
que espera de nós busca, vigilância e renovação.
Edith Stein, uma buscadora da verdade,
desposou Cristo crucificado como Esposo amado!

A religião, mais do que ritos e doutrinas,
é um encontro pessoal com o Deus escondido,
que se abaixa enamorado pelas suas criaturas.
Foi no deserto de medo e do desamor, entre duas guerras,
que Edith Stein descobriu na cruz o Crucificado!
Sem negar a sua condição de judia, foi uma boa cristã,
consagrando-se ao anúncio da verdade e de Cristo!
O Carmelo foi a sua Betânia e Auschwitz o seu calvário!

Senhor, Amor fundante que busco incessante,
embora dormitante e sem maturidade fiel,
ajuda-me a procurar uma boa reserva de azeite,
de riqueza para Deus, de conversão vigilante!
S. Edith Stein, questionadora de sentido e de meta,
ajuda-nos a encontrar Deus na pessoa de Jesus Cristo 
e a anuncia-Lo com amor e com ardor 
neste mundo a girar sobre si mesmo, 
estonteado de autorreferência e de narcisismo!

quinta-feira, agosto 08, 2019

 

5ª feira da 18ª semana do Tempo Comum – S. Domingos de Gusmão


Moisés ergueu a mão e bateu duas vezes com a vara no rochedo. (cf. Num 20,1-13)

Deus é a Rocha-Fonte no meio do deserto,
a cruz, Árvore da Vida, donde jorra a salvação!
Só a fé nos pode fazer bater com o cajado da oração,
“duas vezes”, com o receio de não ser ouvido!
Só a fé nos pode levar a seguir este Messias,
que caminha para a paixão e a morte,
e nos abre no seu peito morto a Fonte do Batismo e da Eucaristia.
Foi esta fé que levou Domingos a deixar tudo por Cristo 
e a fundar a Ordem dos Pregadores para evangelizar!

Vivemos tempos de “Meriba”, de deserto e de murmuração,
onde até os pastores duvidam de Deus 
e têm receio de ser postos à prova perante os opositores.
É difícil acreditar que dum rochedo brote uma fonte
e duma cruz promane a nossa salvação!
Os casos de maus exemplos de uns poucos sacerdotes e religiosos,
acabam por ofuscar a santidade e dedicação da maioria!
Nestas condições, a pastoral vocacional faz-se timidamente
e evangelização reduz-se ao refúgio do templo e dos praticantes!

Senhor, Rochedo que espera que o toquemos com convicção,
sacia a nossa sede de esperança e de fé
neste deserto de confiança e de amor em que peregrinamos.
Cristo, tesouro escondido no Crucificado sem beleza e cheio de dor,
ensina-nos a ser Teus discípulos fieis, sem fugas da cruz.
Espírito Santo, neste ano missionário, desperta-nos para a missão
com ardor e confiança, com humildade e perseverança!
S. Domingos, apóstolo tocado por Cristo,
ajuda-nos a ser os evangelizadores que o mundo precisa e Deus quer!

quarta-feira, agosto 07, 2019

 

4ª feira da 18ª semana do Tempo Comum


Não podemos avançar contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. (cf. Num 13,1-2.25-14,1.26-29.34-35)

Em Deus não há fronteiras e quem confia Nele,
vence os que parecem mais fortes ou são tidos como cães.
O medo paralisa-nos e distorce o olhar,
a fé vence obstáculos e preconceitos
e abre-nos à misericórdia e à salvação!
Foi porque Jesus confiou até ao fim no amor do Pai,
que entregou a sua vida na cruz, jorrando fidelidade!
Quem não confia, murmura e morre no deserto,
deambulando, vendo de longe a terra prometida.

Esta sociedade líquida cria insegurança perante o futuro.
Deste mundo, que parece uma feira em festa e em diversão,
brota, paradoxalmente, neuroses, ansiedades, pânico,
medo de estar sozinho e de escutar o silêncio,
vertigens quando se pensa em compromissos para sempre!
Por isso, vão-se adiando opções fundamentais
e, quando se tomam, tem-se medo de lhe chamar “definitivas”!
O matrimónio, a consagração, a missão, o emprego… 
tudo enferma de provisório, de possibilidade de voltar atrás!

Senhor, confio em Ti, mas aumenta a minha fé.
Ajuda-nos a partir em missão, mesmo se a estrada parece deserta
e a sede parece saciada e os opositores parecem dragões invencíveis.
Liberta-nos do medo do fracasso e do terror à traição
que nos paralisa e desculpa na condição de espetadores!
Não Te peço que transformes o mar encrespado em lago morto,
mas que nos dês força, coragem e humildade para partir,
para enfrentar com fé e amor o futuro incerto!

terça-feira, agosto 06, 2019

 

Transfiguração do Senhor


Da sublime glória de Deus veio esta voz: «Este é o meu Filho muito amado». (cf. 2 Pd 1,16-19)

A glória de Cristo não é glória dada pelo mundo,
mas reconhecimento da glória eterna dada pelo Pai.
No monte Tabor, Jesus abre o véu do mistério da sua verdade,
fazendo ouvir o que o seu coração ouve permanentemente:
para o ser humano é um Servo rejeitado e perseguido,
para o Pai, é “o Filho amado, complacência do seu Coração!”
O Senhor convida-nos a subir ao Monte da Oração,
para que as noites se transfigurem em glória esperançada
e as paixões e desventuras, pelas quais vamos passando,
se transfigurem em história de salvação!

Hoje há diversas formas de medir a glória humana,
o grau de popularidade e de aceitação social:
as vezes que se aparece na comunicação social,
o número de seguidores e de “gostos” nas redes sociais,
as sondagens, o poder político e económico…
Para que esta popularidade não diminua,
evitam-se críticas e reclamações,
mente-se e criam-se castelos de areia,
gastam-se fortunas para aparecer e criar eventos!

Senhor, louvado sejas pela surpresa do meu Batismo,
onde escuto o eco do que pronunciaste no monte Tabor:
“Tu és o meu filho muito amado, salvo pelo meu Filho,
o teu nome está eternamente gravado no meu coração”!
Perdoa as vezes em que procuro a glória efémera e imediata,
e não a glória que permanece, transfigurada pela fé!
Na correria do sonho, ajuda-me a subir ao monte da oração,
onde as dores florescem esperança e amor é verdadeiro!

segunda-feira, agosto 05, 2019

 

2ª feira da 18ª semana do Tempo Comum – Dedicação da Basílica de S. Maria Maior


Toma este povo nos braços, como a ama leva a criança ao colo. (cf. Num 11,4b-15)

Deus cria criaturas, mas sente-as como filhas amadas.
Quando pede a Moisés que conduza o seu povo no deserto,
pede-lhe que o trata como seus filhos, com a dedicação dum pai.
É assim que o Filho de Deus nos trata,
fazendo-se Pão e Peixe repartido para saciar as gentes
e pedindo aos seus discípulos que façam o mesmo que Ele:
“Dai-lhe vós mesmos de comer!”
Cada um de nós é chamado a aperfilhar o outro,
a fraternizar as relações a partir da compaixão!

A autoridade não é um trono de poder,
mas uma responsabilidade de cuidar,
uma vigilância ativa que responde aos anseios,
uma pedagogia libertadora das saudades 
da barriga cheia de alimentos opressores.
Cuidar de um povo não é fácil
e a tentação de cair em populismos é forte.
Outras vezes, aproveita-se da ingenuidade e do temor,
para oprimir, explorar e roubar o povo que se devia cuidar!

Senhor, chamaste-me a ser presbítero, maduro no cuidar,
e às vezes porto-me como adolescente, centrado em mim!
Perante a fome, fruto da injustiça e da indiferença,
ajuda-me a usar o pouco que tenho para fazer a minha parte!
Cada vez que nos sacias com o Pão Eucarístico,
ajuda-nos a ser pão repartido que sacia a fome e sede 
de libertação e de esperança, de justiça e de amor.
S. Maria, a humilde Mãe Maior,
ensina-nos a servir a vida e a fazer crescer Cristo no mundo!

domingo, agosto 04, 2019

 

18º Domingo do Tempo Comum


Que aproveita ao homem todo o seu trabalho e a ânsia com que se afadigou debaixo do sol? (cf. Co 1,2; 2,21-23)

Deus quer-nos sábios e felizes,
ricos de amor e cheios de eternidade,
com os pés na verdade e o coração em Deus!
A vaidade faz-nos voar na ilusão sem paraquedas,
a paz e a confiança ajuda-nos a descansar na partilha 
e na entrega pelo bem comum e pela justiça.
Jesus é o Homem Novo que se quer manifestar em nós,
a Cabeça da Igreja que caminha nos nossos pés
e nos glorifica escondidos no Coração do Pai.

Hoje vivemos e afadigamo-nos para consumir!
A vaidade é aparecer, poder comprar novidades de marca,
comer com requinte em lugares afamados,
parecer jovem, belo e manequim,
ter férias excêntricas e longínquas,
experimentar tudo e todos numa voracidade cega.
Para isso, é preciso trabalhar, trabalhar,
ganhar dinheiro nem que seja a roubar,
explorar a natureza até à exaustão!

Senhor, Homem novo onde busco o caminho,
ajuda-me a ser sábio e humilde, a ser rico para Deus!
Espírito Santo, Luz que nos faz peregrinos de valores,
ensina-nos a viver cada dia com sentido de eternidade,
sem avareza nem imoralidade, devagar e bem!
Que a nossa herança seja um passo em frente na humanidade,
e o dom da nossa vida seja um louvor ao Criador!
Liberta-nos da vaidade das aparências,
das guerras de quem é o maior e duns pertences,
da escravidão dos instintos mais primários!

sábado, agosto 03, 2019

 

Sábado da 17ª semana do Tempo Comum


De cinquenta em cinquenta anos promulgareis um ano santo. (cf. Lev 25,1.8-17)

O Ano santo do Senhor é graça e justiça,
voltar de novo à libertação e fraternidade universal.
Durante cinquenta anos há gente que fica sem terra,
sem liberdade, endividada, sem dignidade.
O que se afasta mais do projeto de Deus é a condenação do pecador,
por isso, Jesus vem proclamar um jubileu permanente,
onde a graça e a misericórdia se fazem proximidade gratuita,
e o Pastor dá a vida pelas suas ovelhas!

Hoje, como em todos os tempos, há Herodes
que matam os profetas em festas de aniversário,
que deviam celebrar a vida do rei e de todos!
Os latifundiários vivem lado a lado com multidões sem terra;
os traficantes vivem à custa da escravatura de pessoas;
os corruptos vivem do erário público e empobrecem o país;
os monopólios absorvem a diversidade e os mais fracos…
O tempo vai estruturando e perpetuando a injustiça,
por isso, o “jubileu” procura fazer do tempo libertação!

Senhor, reconheço que o pecado vai criando estruturas,
até legais, que perpetuam a injustiça e a desigualdade.
Dá-nos o teu Espírito e ajuda-nos a proclamar, com Cristo,
um tempo de graça, que perdoa e que liberta,
que dignifica e que salva, que cuida do mais fraco! 
Ensina a tua Igreja a ser promotora de jubileus
para o bem da natureza e da sociedade,
para o bem da missão e da salvação do pecador!

sexta-feira, agosto 02, 2019

 

6ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


Reunireis assembleias sagradas, para oferecer ao Senhor oferendas passadas pelo fogo. (cf. Lev 23,1.4-11.15-16.27.34b-37)

O Senhor sabe que somos fracos de memória, por isso, 
convoca-nos para juntos celebrarmos a história de salvação.
São festas do Senhor, que alimentam a fé e a comunhão do povo,
que oferece oferendas passadas pelo fogo,
abrindo-se à conversão e à condição de peregrino.
Cristo é o Dia Oitavo, a Páscoa do encontro,
que de tão próximo, se torna difícil reconhecer o Salvador!

Gostamos de estar aglomerados no mesmo lugar,
mas fugimos ao encontro e ao diálogo presencial.
Somos uma cidade em movimento e aos encontrões,
numa grande solidão entre multidões.
Agarrados ao telemóvel, como boia de salvação,
vamos coscuvilhando vidas alheias e de famosos, 
e mandando mensagens de entretém para virtuais.
Poucos aderem às celebrações que avivam o essencial,
preferem festivais de música, teatros medievais,
concentrações desportivas para vazar o stress!

Senhor, gostas de nos ver juntos, num louvor harmonioso,
para que se realize em nós o projeto que sonhaste:
um só povo, um só Senhor, na comunhão da mesma missão.
Perdoa as vezes em que vamos arrastados e contrafeitos 
para a celebração eucarística, memória da tua Páscoa,
e fazemos das celebrações um ritualismo para picar o ponto.
Espírito Santo, ajuda-nos a discernir Jesus a caminhar connosco,
na rotina da vida, a abrir-nos horizontes de esperança e de amor.


quinta-feira, agosto 01, 2019

 

5ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Afonso Maria de Ligório


De dia repousava a nuvem do Senhor sobre o Tabernáculo e de noite aparecia fogo sobre ele. (cf. Ex  40,16-21.34-38)

Deus mora junto do seu povo,
protege a aliança com a sua sombra durante o dia 
e ilumina-a durante a noite com o fogo da sua fidelidade.
Ele é Aquele que é, Pai que nos olha como tesouro,
pescador que nos busca a todos com a sua rede salvadora.
Aos primeiros discípulos que Jesus chama 
desafia-os a ser pescadores de homens,
a passar para a outra margem, a pescar em mar alto!

Habituámo-nos a tomar remédios com efeitos secundários.
Achamos que o que faz bem a uma coisa, faz mal a outra.
Queremos o sol para o bronze e a saúde,
mas expor-nos ao sol sem critério nem proteção é perigoso.
Precisamos de comer e de beber, 
mas comer e beber sem critério, cria obesidade e efeitos colaterais.
Só Deus é sombra durante o dia e luz durante a noite,
amor libertador, juiz misericordioso, presença invisível.

Senhor, busco-Te porque Te encontro,
embora o encontro não Te prenda nem domine.
És um Pai que a todos nos queres bem e salvas,
e na nossa própria fraqueza encontras abertura para a tua graça.
Bendito sejas, porque na solidão és presença e ombro amigo,
na aflição és consolo e salvação,
no pecado és misericórdia e mão que envia em missão.
S. Afonso Maria de Ligório, mestre da liberdade,
ensina-nos a ser livres para servir e amar.

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