terça-feira, outubro 31, 2017

 

3ª feira da 30ª semana do Tempo Comum


Esperar o que não vemos é esperá-lo com perseverança. (cf. Rom 8,18-25)

A fé em Jesus fecunda de esperança a história.
Nela o mistério pascal de paixão, morte e ressurreição,
vai crescendo na caridade, gemendo as dores de parto,
duma maternidade em que todos contribuímos,
para o bem e para o mal, para que nasçam filhos de Deus.
A esperança da glória futura constrói-se num presente fermentado,
amassado com perseverança, preparado para o fogo do encontro.
As sementes do Verbo e do Espírito fecundam de esperança a história!

Assistimos, como espetadores resignados,
ao adoecimento febril da criação,
à fermentação tumoral da violência e da injustiça,
à sementeira da mentira embrulhada de luz que vende...
O resultado é um mundo de dor sem esperança, 
a não ser nos cuidados paliativos ou na morte assistida!
O verbo torna-se refrão de lamentações fatídicas
que afeta o próprio cristão e gera depressão coletiva!
No entanto, há por aí uns oásis de ecologia e fraternidade,
que não são notícia, mas que apontam caminhos de esperança!

Senhor, que nos deste a missão de cuidar da criação,
dá-nos a sabedoria da Aliança e do Espírito,
para que o paraíso progrida e vença o deserto árido.
Cristo, Homem novo que gemes por uma nova humanidade,
semeia em nós a tua Palavra e fermenta-nos com o teu Pão,
para que a nossa vida fique fecundada de vida que dá vida
e proclame o Evangelho da esperança a toda a criatura.

segunda-feira, outubro 30, 2017

 

2ª feira da 30ª semana do Tempo Comum


Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. (cf. Rom 8,12-17)

Jesus revela-nos um Deus atento ao que nos enferma,
compassivo com quem sofre, livre para amar sempre.
O Dia do Senhor é o dia do Amor, a Deus e aos irmãos,
numa urgência que com tons de eternidade!
Por isso, envia-nos o Seu Espírito para que vivamos como Jesus,
filhos no Filho, livres para amar, sempre prontos a perdoar.
É esse mesmo Espírito que nos liberta do temor
e nos ajoelha confiantes perante Deus, nosso Papá querido! 

Pelo Batismo e a Confirmação somos ungidos pelo Espírito.
São sacramentos de um Dom que precisamos acolher,
escutar a sua voz, seguir a sua luz, deixar-se moldar pelo seu amor.
Ao lado da Voz do Espírito, ouvimos outras vozes, 
que nos fazem agir por temor, por capricho, por comodismo.
Ao lado da Luz divina e verdadeira do Espírito,
temos outras luzes, artificiais e virtuais,
que nos cegam, em vez de iluminar, e criam ilusão e miragens.
É mais fácil subir a montanha pelo teleférico do fundamentalismo
do que subi-la pelos trilhos escarpados do peregrino!

Senhor, o teu Espírito não gosta de rotinas rígidas
nem carrilhos pré-fixos e limitadores,
por isso é tão difícil entregar-nos a Ele 
e abrir as nossas velas à orientação da sua brisa!
Dá vertigem viver como filhos de Deus, 
ao sabor do Espírito profético, em permanente discernimento! 
Vem Espírito Santo e ensina-nos a orar como Jesus,
a falar como Jesus, a sentir e agir como Jesus!

domingo, outubro 29, 2017

 

30º Domingo do Tempo Comum


Vós sabeis como procedemos no meio de vós, para vosso bem. (cf. 1 Tess 1,5c-10)

Deus é omnipotente no cuidado do mais fraco,
porque o seu coração é um olhar compassivo,
um ouvido misericordioso, umas mãos que servem e animam.
Deus está no meio de nós para o nosso bem!
Jesus, coração gémeo do Pai e do Espírito Santo,
resume toda a Lei da Aliança no verbo Amar,
primeiro a Deus e, depois e do mesmo modo, ao próximo.
Os seus discípulos falam de Jesus, fazendo o bem,
amando o mais frágil, cuidando da justiça, fortalecendo a fé!

Aos discípulos de Jesus compete quebrar a corrente do mal,
fundada na vingança, no aproveitamento das fraquezas,
na insensibilidade ao sofrimento do outro,
na convivência indiferente à solidão,
no olhar sem horizontes de esperança.
Há muito abusado que quando pode abusa compulsivamente,
muito agredido que se torna violento e agressor,
muito explorado que rouba e mente...
Nós temos a missão de introduzir uma nova ordem do bem,
perdoando a quem nos ofende, praticando a justiça,
avivando a solidariedade, construindo o diálogo,
adotando o mais frágil, protegendo a natureza.
Assim nos tornamos filhos à imagem do Pai do Céu!

Bom Deus, Pai, Filho e Espírito Santo,
ensina-nos a comunhão de corações,
na oração, no louvor, no labor e na convivência.
Cristo, Mestre na arte de amar sempre e a todos,
conduz-nos com o teu Evangelho
e alimenta-nos com a tua Eucaristia,
para que estejamos na vida para fazer o bem.
Espírito Santo, ajuda-nos a discernir o verdadeiro amor,
quando devemos dizer sim e quando devemos dizer não,
quando devemos dar o peixe e quando devemos ensinar a pescar.

sábado, outubro 28, 2017

 

S. Simão e S. Judas Tadeu, Apóstolos


Para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus. (cf. Ef 2,19-22)

Jesus é uma Palavra que dialoga com o Pai,
chama discípulos e colaboradores para a missão,
ensina o Evangelho da vida e o caminha da salvação,
deixa-se tocar pela proximidade e cura pela misericórdia.
Em Cristo, Pedra Angular, somos integrados na sua Igreja,
Corpo místico a atuar na história,
Templo do Espírito que renova os corações.
Os apóstolos são os alicerces desta Igreja, humana e divina,
chamada a ser discípula e missionária!

O instinto procura o tangível que compensa prazer e sonho.
Somos um templo onde nos entronizamos,
nos incensamos com o fumo da droga do egoísmo,
dialogamos com a nossa solidão e os fantasmas do medo
e criamos paredes exteriores bem pintadas e torres altas,
com o interior desarrumado e atulhado de ruído escondido!
Como não nos sentimos morada de Deus,
descuidamo-nos de nós e mal cuidamos os outros.
O resultado é uma sociedade que se toca e empurra,
mas prefere a comunicação virtual e ausente,
e desrespeita a dignidade do próprio corpo e o do próximo!

Senhor, que desceste à imaturidade do nosso corpo,
para o fazer crescer e redescobrir a sua dignidade sagrada,
obrigado por tanto amor e em nós quereres fazer morada!
Cristo, nosso Irmão e Deus-connosco,
liberta-nos da idolatria do Eu, 
para que possa entrar o teu Espírito
e purificar o nosso interior de toda a maldade e recheio inútil.
Espírito Santo, Hóspede da minha alma,
eu não sou digno de ser tua morada,
mas já que queres habitar-me, purifica-me e santifica-me!
S. Simão e S. Judas ajudai-nos a ser verdadeiros apóstolos de Jesus.

sexta-feira, outubro 27, 2017

 

6ª feira da 29ª semana do Tempo Comum – B. Gonçalo de Lagos


Na verdade, não faço o bem, que quero, mas pratico o mal, que não quero. (cf. Rom 7,18-25a)

Deus criou-nos com um dinamismo de liberdade,
em que o ideal do bem luta permanentemente com a força do mal.
Sem a graça de Deus, o pecado vence sempre,
a desesperança instala-se na alma,
a dependência torna-nos escravos do que não idealizamos!
A liberdade interior só se conquista com muita vigilância,
muita humildade animada pela misericórdia infinita,
muita temperança e ascese de alimentos viciados,
muito discernimento e colhimento da graça que fortifica!

A mensagem que nos dão é que devemos deixar livres todos os impulsos!
Tens vontade de comer coisas nefastas à saúde?
Então come que depois logo vemos como tratar a doença e a obesidade!
Tens vontade de beber bebidas alcoólicas ou de fumar drogas? 
Então bebe e fuma, depois logo vemos como curar essas dependências!
Tens vontade de ter sexo com este/a e com aquele/a?
Então faz “sexo seguro” e se houver gravidez logo vemos como suspende-la!
Tens vontade de comprar uma novidade da moda?
Então compra-a a crédito e depois logo se vê como paga-la!
É uma liberdade sem critério que se desculpa com o:
“perdoa-se o mal que faz, pelo bem que sabe!”

Senhor, Eternidade que faz de cada segundo uma luta, uma opção,
ajuda-nos a ser livres para ser santos, como Jesus teu Filho.
Cristo, nossa força e salvação, alimenta-nos com a tua Palavra,
cura-nos com a tua misericórdia, orienta-nos com o teu Espírito.
Espírito Santo, Luz que discerne a verdade das miragens,
ajuda-nos a ser sábios nas escolhas, fortes na luta,
animados na esperança, abertos à graça divina.
S. Gonçalo de Lagos, consagrado ao Senhor,
ensina-nos a viver hoje como santos e missionários!

quinta-feira, outubro 26, 2017

 

5ª feira da 29ª semana do Tempo Comum


Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Jesus Cristo. (Cf. Rom 6,19-23)

Deus oferece-nos a salvação, comprando-nos a libertação.
O pecado torna-nos escravo do mal,
a trabalhar para a morte dos outros e de nós mesmos.
É como uma orgia que cria ressaca doentia no dia seguinte!
Jesus, Senhor da vida, veio propor opções radicais,
que arranca um “depois” jubiloso dum “antes” cíclico,
e convoca para uma vida que vale a pena viver sempre!
A santidade é este dom gratuito que faz de nós uma bênção!

O voluntariado é a revolta do dom perante a venda de serviços.
Até o amor e a solidariedade estão à venda nas vitrines do mercado!
O “dou-te isto em troca daquilo” está na base das relações interesseiras,
que sempre procuram um salário, nem que seja imaterial,
de reconhecimento, de bom nome, de poder moral!
O cristão está chamado a fazer a diferença,
ser dom gratuito de Deus até à vida eterna!

Senhor, a tua santidade faz-Te diferente, separado do mal,
embora tão próximo de nós, pecadores cegos e surdos!
Cristo, Dom gratuito e eterno do Pai,
que com o teu sangue nos compraste a liberdade,
purifica-nos das amarras e saudades do pecado,
para podermos viver uma vida nova e santa.
Espírito Santo, luz que conduz e aconselha,
dá-nos a sabedoria de uma vida que ama e serve,
com a radicalidade da profecia evangélica!

quarta-feira, outubro 25, 2017

 

4ª feira da 29ª semana do Tempo Comum


Libertos do pecado, vos tornastes servos da justiça. (cf. Rom 6,12-18)

Deus é o Senhor da nossa vida,
não para nos escravizar e explorar,
mas para nos dar vida e vida em qualidade,
livres para amar e disponíveis para ajudar a libertar.
Como seres interdependentes, precisamos de ajuda 
e de obedecer a alguém, que nos respeite e eleve!
Quando oferecemos as nossas forças ao pecado, 
a ilusão do momento torna-nos contentes,
mas a realidade que permanece é uma sensação de engano.

Hoje, a sensação de liberdade não passa de um isco!
Entramos num supermercado e tudo parece nosso,
livre para tocar, colocar no carrinho de compras e sonhar,
mas à saída está uma porta de pagamento a quem devemos obedecer!
No sonho do adolescente e querer parecer grande,
começa a imitar os adultos no fumo, na bebida e na droga,
e quando quer parar, dá-se conta que já está dependente e doente!
Metralhada pelo marketing, a criança cresce consumista,
caprichosa, sem critério do que é realmente necessário
e torna-se escrava da cobiça, das últimas novidades e modas!
São obediências que nos tornam escravos do dinheiro 
e do prazer momentâneo e a pedido, cada vez mais sós,
mais hipnotizados, mais descuidados dos outros e de natureza,
mais cheios de coisas e vazios de sentido e liberdade!

Senhor, Pai cuidadoso e omnipotência do bem,
vem e reina na nossa vida, para que seja fecunda e amiga.
Cristo, caminho de liberdade e de felicidade eterna,
conduz os nossos passos, desejos e vontade,
para que saibamos estar vigilantes perante as tentações
e atentos à tua Palavra que ilumina e guia.
Espírito Santo, luz de discernimento e voz suave de aviso,
ensina-nos a ser livres para amar
e cautos perante as miragens da sorte sem esforço.

terça-feira, outubro 24, 2017

 

3ª feira da 29ª semana do Tempo Comum – S. António Maria Claret


Onde abundou o pecado superabundou a graça. (cf. Rom 5,12.15b.17-19.20b-21)

Deus procura-nos com um amor de Pai.
Perante a desobediência, não envia o castigo e o divórcio,
mas envia o seu Filho, como reparador de liberdades descalibradas.
Jesus não destrói a desobediência, mas superabunda em obediência,
não mata a morte, mas vence a morte com a ressurreição,
não impede o pecado ou mata o pecador, 
mas dá vida nova pelo perdão misericordioso,
e envia o seu Espírito para renovar o coração por dentro.

O ideal do todo, muitas vezes, paralisa-nos
e desanima-nos na diferença que faz um só.
Perante a maldade, o individualismo e egoísmo do mundo,
lamentamo-nos e criticamo-lo, 
mas sentimo-nos demasiado pequenos para o mudar!
Esquecemos que um só pode fazer a diferença
para o bom ambiente e para a desconfiança,
para a alegria de viver ou para a guerra instalada.
E se eu hoje quiser começar a fazer a diferença,
superabundando em graça onde grassa o pecado?

Senhor, Pai e fonte da esperança,
obrigado pela tua Palavra de amor e de perdão
que continuamente nos convida à vigilância e à conversão.
Jesus, nosso Irmão e nosso Aliado que se faz Servo,
enche-nos com  a superabundância da tua graça
para cobrir e vencer a nós a teimosia do pecado e o medo da diferença.
S. António Maria Claret, impelido pelo amor de Cristo,
ensina-nos, hoje, a ser missionários pelo anúncio e o testemunho.

segunda-feira, outubro 23, 2017

 

2ª feira da 29ª semana do Tempo Comum


Perante a promessa de Deus, Abraão não se deixou abalar pela desconfiança. (cf. Rom 4,20-25)

Deus propõe a aliança e promete a salvação,
e, na sua fidelidade, cumpre a promessa no tempo adequado.
Abraão, perante a espera, não se deixou abalar pela desconfiança,
mas acreditou até ao fim no Deus das promessas.
Jesus, perante a paixão e a morte, sentiu a dor e a solidão,
mas não se deixou abalar pela desconfiança,
e amou até ao fim, confiou mesmo perante a morte!
Hoje, somos chamados a acreditar que Deus concorre em tudo,
para o bem daqueles que O amam e Nele confiam.

A desconfiança está na base de muitos conflitos,
divisões, avarezas, guerras e marginalizações.
A ansiedade acumula para si, com medo de partilhar,
bloqueia a paz com medo de fracassar,
fecha-se ao diálogo com medo de perder a sua razão.
A desconfiança teme o futuro, teme os compromissos para sempre,
prefere viver na corda bamba da insegurança e do “nim”!
A falta de fé no eterno torna ainda mais ansioso o presente!

Senhor, eu creio em Ti, mas aumenta a minha fé!
Ajuda-nos a ser como Abraão, pessoas que confiam em Ti,
e a seguir os passos de Jesus, teu Filho, 
que se entrega totalmente à missão de salvar o amor!
Liberta-nos da ansiedade do futuro e ensina-nos a rezar: 
o “pão nosso de cada dia nos dia hoje”!

domingo, outubro 22, 2017

 

29º Domingo do Tempo Comum, S. João Paulo II – Dia Mundial das Missões


O nosso Evangelho não vos foi pregado somente com palavras, mas também com obras poderosas, com a acção do Espírito Santo. (cf. 1 Tess 1,1-5b)

Deus criou-nos à sua imagem e semelhança,
no poder e no serviço, no amor e na justiça.
Ele é o Senhor de todos os reis, de todos os povos,
mesmos que O não conheçam, Ele os ama e chama.
Tudo o que há de bom vem de Deus, da ação do seu Espírito.
Deus deu-nos o seu Filho, como Guia da Verdade,
para que nós Lhe déssemos o nosso coração
e soubéssemos distinguir o tributo devido a César e a Deus..
A evangelização é melhor tributo dado a Deus e aos irmãos.

O marketing é um instrumento de vendas,
a propaganda é um meio de divulgação ideológica,
a evangelização é um testemunho que dá razões da sua esperança.
Na missão, a palavra vem sempre depois da vida,
com a humildade da transparência e alegria do amor!
Perante a descida dos números e do fervor militante,
muitos na Igreja querem substituir a missão
pelo marketing e pela propaganda, 
como se de vendas ou ideologia se tratasse!

Senhor, olho para o meu próximo 
e vejo nele a tua imagem e semelhança, 
e sinto que devo fazer tudo para dar a Deus o que é de Deus! 
Dá-me a tua graça para que possa viver com a coerência jubilosa 
e natural de ser membro vivo do Corpo de Cristo. 
Ajuda-nos a ser cidadãos deste mundo 
como peregrinos e anunciadores do Céu. 
Revitaliza a tua Igreja e faz-nos a todos humildes 
e perseverantes discípulos-missionários de Jesus Cristo, 
Evangelho da nossa esperança!
S. João Paulo II, ensina-nos abrir as portas a Cristo!

sábado, outubro 21, 2017

 

Sábado da 28ª semana do tempo Comum


A herança vem pela fé, para que seja dom gratuito de Deus. (cf. Rm 4,13.16-18)

Somos herdeiros do Céu pela fé em Jesus Cristo
e não porque nascemos numa família cristã
ou num país que tem uma cultura e história cristã.
A fé é pessoal e cada um a deve assumir no presente.
É nos momentos difíceis e em contracorrente
que a fé deve ser resposta e devemos deixar o Espírito falar.
Quando estamos de mãos vazias e o coração sem seguranças
é que descobrimos que o dom e a salvação são gratuitas!

Os países de tradição cristã poderiam receber a fé como herança,
mas muitos estão a rejeitar esta herança,
oferecendo as suas vidas no altar do trabalho
e no pátio do prazer e do consumismo.
Por tradição, ainda colocam os seus filhos na catequese,
mas as suas vidas gastam-se noutras heranças 
e ensinam os seus filhos outros valores do instante.
Assim, não aprendem a poupança, mas o crédito;
não aprendem a partilha, mas a cobiça e a gula;
não aprendem a fidelidade, mas o egoísmo e o capricho.

Senhor, Pai que nos adotas, Irmão que nos procuras,
Espírito que nos acaricias e inspiras,
aumenta a nossa fé, mesmo quando a esperança anoitece.
Liberta-nos das heranças dum mundo egoísta e materialista,
sem futuro nem rumo, fechado em si e na ansiedade do hoje.
Espírito Santo, sabedoria da evangelização,
ensina-nos a encontrar e a mostrar a beleza do Evangelho,
para que todos adotemos a herança de salvação
que Jesus, nosso Salvador, nos deixou e permanece viva!

sexta-feira, outubro 20, 2017

 

6ª feira da 28ª semana do tempo Comum


Ninguém se pode gloriar diante de Deus. (cf. Rom 4,1-8)

Deus desce para nos salvar 
e nós salvamo-nos se lhe confiamos a nossa mão
e aceitarmos ser salvos do nosso pecado, pela obediência da fé!
Se nos agarrarmos à nossa culpabilidade 
e tentarmos redimir-nos com os nossos sacrifícios e esforços,
cansamo-nos para nada, pois o desespero nos vence.
O cristão vive da fé e da confiança em Jesus,
a Ele entregamos o nosso pecado e confiamos a nossa salvação,
com espírito humilde e abertura ao dom da vida renovada!

A vanglória encheu-se de direitos e introduziu-se no curriculum.
As redes sociais ajudam a extravasar a vaidade de ser e ter.
A busca de prémio para o que é mais normal na vida,
revela que a graça está à venda e o dom é uma moeda de troca.
Perante Deus, também entramos na mesma lógica do gloriar-se:
do cumprimentos dos nossos deveres religiosos,
de não cometermos pecados gordos e chamativos,
de sermos caridosos e pessoas solidárias, 
de oferecermos umas velas e cumprirmos umas promessas!
E quando o pecado é grave e falado na praça pública,
entramos em depressão em vez de, com humildade, pedirmos perdão!

Senhor, olhar misericordioso que sondas o nosso coração,
purifica-nos de todo o falso orgulho e medo de sermos inúteis.
Cristo, Senhor que se faz Servo para elevar os servos a filhos de Deus,
aumenta a nossa fé nesse Caminho que és na história,
e ajuda-nos a confiar na tua Palavra que ama e salva.
Espírito Santo, luz que revela a verdade do dom que somos,
ensina-nos a humildade agradável ao Senhor
e que se torna uma bênção para os irmãos de caminhada.

quinta-feira, outubro 19, 2017

 

5ª feira da 28ª semana do Tempo Comum - S. Paulo da Cruz


Sim, Ele é também Deus dos gentios, porque há um só Deus. (cf. Rom 3,21-30a)

Deus é o Senhor de toda a criação! Há um só Deus!
Deus permite ser chamado energia, sol, lua, touro, 
Mãe Terra, Alá, Jeová, Buda, sagrado...
mas quer todos cheguem ao conhecimento do seu Filho,
cujo amor não é contra ninguém e dá a vida para salvar a todos.
Há um caminho a fazer por todos, do que imaginamos de Deus
ao que Deus revela de si mesmo pelo seu Filho e o seu Espírito.
É Deus que nos conquista o coração pelo dom de Si
e não nós que conquistamos o Céu pelos nossos méritos!

A globalização aproximou-nos na diversidade de religiões.
A tentação é a de vivermos juntos em bairros separados,
sem encontro nem diálogo no que nos diferencia,
ou combatermos a diferença, querendo a homogeneização,
impondo a religião da maioria, a que está no poder.
Para discernir os caminhos de Deus, 
temos que pedir a luz do Céu,
olhar os frutos que damos e a paz que nos habita.
Se geramos medo, agressividade, perseguição, morte...
então não agimos como Jesus, 
não somos movidos pelo seu Espírito de bênção.

Senhor, eis-nos aqui, sedentos de verdade,
ensina-nos o mistério da fraternidade que eleva.
Guia os nossos passos na religião que Tu queres,
à imagem do teu Filho, revelação plena do teu Amor.
Que o teu Espírito nos conduza e nos abra à fé,
para que evangelizados, possamos evangelizar,
dialogar, contagiar a esperança, interrogar o sentido!

quarta-feira, outubro 18, 2017

 

S. Lucas, Evangelista


Para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada. (cf. 2 Tim 4,10-17b)

A missão de Deus avança, porque Deus não se cansa.
O coração de Deus pulsa de amor redentor e quer salvar a todos,
e, por isso, envolve toda a criação no cuidado do outro.
Uns no silêncio do amor, próximo e atento,
outros na proclamação audaz da mensagem de esperança,
outros, como Lucas, escrevendo a mensagem do Evangelho,
em livros, na internet, na arte, na música, no canto...
Somos todos missão, enquanto sujeitos e destinatários!

A tentação é ficar-nos pela análise e pelo comentário,
criticando o mundo ou a Igreja, perante as dificuldades da missão.
Parece que esta é uma tarefa dos outros e sacudimos a água do capote!
Ora a missão é tarefa de todos os discípulos de Cristo,
é “por meu intermédio” e em comunhão com os outros,
que o Evangelho pode chegar a todos, como Boa Nova.
Cada um de nós é um evangelho legível pelo testemunho,
que todos podem ler, resta saber se é a mensagem de Jesus Cristo!

Senhor, faz de nós trabalhadores da tua Messe,
atentos à tua Palavra, fieis aos teus passos.
Cristo, Evangelho próximo numa vida em missão,
ensina-nos o nosso lugar na Igreja, sacramento de salvação.
Espírito Santo, que escreves Páscoa nas nossas paixões,
liberta-nos do nosso egoísmo e seguranças idolátricas,
para que estejamos totalmente disponíveis para caminharmos juntos,
e sermos portadores da esperança, da compaixão e da paz!
S. Lucas, apóstolo do Evangelho da misericórdia,
ensina-nos a ser obreiros da reconciliação e da justiça.

terça-feira, outubro 17, 2017

 

3ª feira da 28ª semana do Tempo Comum – S. Inácio de Antioquia, Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza



As perfeições invisíveis de Deus tornam-se, pelas suas obras, visíveis à inteligência. (cf. Rom 1,16-25)

Na criação, Deus deixa a marca da sua beleza e do seu amor.
Quando o olhar se detém a contemplar a sinfonia dos sons,
a paleta de cores, a diversidade de perfumes,
a criatividade das formas, a beleza dum jardim silvestre,
a alegria de uma cria que brinca com os seus progenitores,
o brilho do olhar de uma criança que se sente acariciada,
a resiliência do amor que sofre, com dedicação, noites a cuidar,
a sabedoria paciente das rugas encurvadas num idoso...
Tudo nos fala de um Criador invisível, que não quer dar nas vistas,
mas que continua presente, amando, incutindo ânimo,
ensinando o respeito pelo outro, curando o triste, salvando.
Jesus é a imagem visível de Deus invisível, que se torna Evangelho!

O utilitarismo consumista tira-nos o olhar contemplativo.
A velocidade impede a contemplação, pois consumimos rapidez!
O ruído perturba o silêncio e impede-nos de escutar,
a não ser o que já conhecemos e gostamos!
A luz artificial é uma cortina da luz natural,
e, por isso, na cidade já não se vê a lua e as estrelas!
Numa vida a correr, instrumentalista e virada para si mesmo,
é difícil ver a Deus invisível no visível, 
e dar-se conta da assinatura das obras do Criador!

Senhor, em cada coisa em que me detenho,
tudo me fala dum amor anterior e que não é por acaso,
duma beleza criativa que em tudo coloca unicidade,
dum sentimento que toca fundo quando se doa!
Cristo, imagem perfeita do Pai e do Coração Grande que nos envolve,
louvado sejas por nos dares a Tua vida
e por continuares a carregar os nossos pecados!
Dá-nos esse Espírito que desperta a fé
e nos faz ver-Te presente em todas as coisas
e faz de nós evangelizadores da alegria e da esperança.
S. Inácio de Antioquia, trigo que se deixa triturar para alimentar a fé,
intercede para que saibamos viver com o mesmo espírito de entrega!

segunda-feira, outubro 16, 2017

 

2ª feira da 28ª semana do Tempo Comum – S. Margarida Maria Alacoque


A todos os que habitam em Roma, amados por Deus e chamados a serem santos. (cf. Rom 1,1-7)

O mistério do coração de Deus é uma boa notícia para todos:
Deus ama-nos a todos e criou-nos para sermos santos!
É esta a boa nova anunciada por Jesus de Nazaré,
é este o Evangelho que de Paulo se faz servo,
é esta a boa nova que não podemos calar hoje!
A dificuldade é apresentar tal tesouro num vaso de barro,
sem o esplendor da sabedoria e reinado de Salomão,
mas com a simplicidade do Nazareno, pobre e próximo,
com a ousadia de Paulo, apóstolo com currículo maculado! 

As pessoas são valorizadas segundo a perfeição,
a beleza, a fama, o poder, o saber e a riqueza.
Os que não entram em algum destes critérios,
são excluídos, marginalizados, esquecidos, mal-queridos:
os pobres, os deficientes, os analfabetos, os feios,
os doentes, os refugiados, os idosos, os diferentes!
Com este olhar exclusivo, perdemos o sentido da fraternidade,
enchemo-nos de xenofobia, agimos segundo o preconceito.
Temos que voltar-nos para Deus para ver o mundo a partir de Deus,
sem pré-julgar nem fixar o olhar nas aparências.

Senhor, fizeste-Te servo, escondido no Nazareno,
para que Te descubramos presente em todo o ser humano,
dá-nos um olhar novo, fraterno, dialogante e dignificador.
Cristo que nos chamaste a continuar a tua missão,
ajuda-nos a ser como Tu, amigo, 
sem ansiedade de parecer ser grande à maneira das expetativas,
mas em ser pacientemente fiel aos teus passos, simples e puros.
Espírito Santo, Voz que ilumina a Boa Nova gravada na história,
ensina-nos a proclamar o Evangelho de todos sermos amados
e chamados a ser santos, à imagem do Senhor Jesus Cristo.
S. Edviges e S. Margarida Maria Alacoque rogai por nós!

domingo, outubro 15, 2017

 

28º Domingo do Tempo Comum – S. Teresa de Ávila


Fizestes bem em tomar parte na minha aflição. (cf. Fil 4,12-14.19-20)

A omnipotência de Deus não precisa de nada, tem tudo,
mas o Amor de Deus quer ensinar-nos a compaixão,
a colaboração, a solidariedade, a partilha.
A Trindade é a expressão deste Amor expansivo,
aberto, fora de si, que sonha festa eterna!
Nós, as criaturas, somos expressão deste amor,
criados no tempo mas chamados a viver na eternidade,
em núpcias festivas de aliança com o seu Filho.
Muitos andamos entretidos com as nossas compras e campos,
fechados no amor próprio, indiferentes à dor de Deus e do outro!

Cada vez mais o “faça você mesmo” nos torna mais solitários.
Para tirar uma foto já não é preciso pedir a ninguém,
pois as máquinas já permitem a “selfie”.
Para comer rápido, é melhor o “self-service”,
numa mesa virada para a parede, mudo e aborto.
Para comunicar já não é preciso sair de casa,
fala-se pela internet e pelo telefone, vê-se pessoas pela TV.
Para ir à missa já se pode ficar em casa
e assistir pela televisão, enrolado no sofá.
E quando se sai de casa é de carro, com o olhar fito no destino, 
sem possibilidade de encontros fortuitos no caminho!
É por isso que muita gente já não toma parte na aflição de ninguém!

Senhor, Omnipotência que se faz serviço e subsidiaridade,
obrigado porque nos chamas a participar na tua missão,
a consolar-Te na tua aflição de ver-nos à volta de nós mesmos.
Cristo, Filho do amor compassivo e redentor,
louvado sejas pelo banquete da tua aliança,
aberto a todos, numa mesa grande, onde te fazes Cordeiro!
Que o teu Espírito nos dê a verdadeira liberdade
e nos liberte de tudo o que nos impede o encontro,
a partilha, a solidariedade, a colaboração no bem comum, a missão.
S. Teresa de Jesus, Mulher decida e reformadora profética,
ensina-nos o que significa hoje: “Só Deus basta!”

sábado, outubro 14, 2017

 

Sábado da 27ª semana do Tempo Comum


Do templo do Senhor sairá uma nascente. (cf. Joel 4,12-21)

A malícia do egoísmo desértico rega a violência e a solidão.
A doçura ardente e incómoda da Palavra de Deus,
guardada na Arca da Aliança, é uma nascente de vida nova,
que rega a caridade entre os homens e o louvor para Deus.
Agora anda tudo misturado, escondido nas aparências,
mas no Dia do Senhor, tudo ficará claro e separado o trigo do joio.
Bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus 
e a põem em prática, como fontes da Fonte que sai do Templo!

A maldade ganha força na maioria do mal!
A cidade socializa comportamentos egoístas,
dando cidadania à solidão no meio da multidão!
“Todos fazem assim, porque é que não hei de fazer o mesmo?”
Isto apesar de todos criticarem os outros na sua corrupção,
no seu egoísmo, na sua infidelidade, na sua indiferença!
Para evitar problemas de consciência, evita-se o discernimento,
foge-se do silêncio, não se confronta a vida com a de Cristo!
Vemos o planeta Terra e o seu clima a ficar febril,
mas continuamos a alimentar o mesmo estilo de vida!

Senhor, Fonte de Vida que tenho que cavar silenciosamente no Templo,
ajuda-me a ser persistente e a aprender a gramática dessa Voz!
Cristo, Palavra da Aliança feita carne e com pés de presença,
dá-nos a coragem de olhar para Ti e ousar ser diferente,
seguidores do Cordeiro no meio do lobos que nos querem clonar.
Espírito Santo, Juízo atual que ilumina a verdade,
ajuda-me a fazer o meu exame de consciência diário,
para que o Dia do Juízo não seja horrível e temível,
mas uma festa de encontro, confiante e humilde!

sexta-feira, outubro 13, 2017

 

6ª feira da 27ª semana do Tempo Comum


Dai o alarme no meu santo monte. (cf. Joel 1,13-15; 2,1-2)

A vida sem sentido torna-se uma miragem.
Corre-se atrás do que não existe e esquece-se do essencial,
numa dança, em volta de nós mesmos, que nos estonteia.
Aos sacerdotes e profetas é pedido que deem um alarme de aviso,
que convoquem para a conversão e a esperança.
Deus envia o seu Filho a proclamar o Reino de Deus,
mas os resistentes chama-lhe Belzebú, mentira malífica!
À Igreja é pedido que seja missionária e anuncia a Boa Nova,
mas também que convoca cada batizado para a conversão!

Há muitos cristãos que foram batizados, fizeram a catequese,
receberam os sacramentos, mas agora descartam Deus da sua vida:
não rezam, não escutam a Palavra de Deus, 
não participam na Eucaristia, não vivem segundo o Evangelho!
Alguns até se tornaram militantes anti-Igreja, anti-fé, anti-vida!
A nós, os que acreditamos, compete-nos fazer algo por eles e por nós,
não organizando cruzadas contra, nem maldizendo-os, 
ou fechando-nos e desistindo deles, numa resignação apática,
mas rezando, sacrificando-nos por eles com amor,
apresentando-lhes o Evangelho com alegria e ternura.
Hoje o Senhor precisa de nós para os salvar!

Senhor, louvado sejas pelo teu amor misericordioso,
que não nos abandona na desgraça, nem se cansa na infidelidade.
Dá-nos o dom do discernimento para percebermos a tua presença,
a luz que nos conduz à vida, o amor que dá esperança.
Ajuda-nos a saber como ajudar outros a despertar para a fé,
a acolher a conversão com humildade,
a voltar para Ti, com o coração adulto e comprometido.
Santa Maria, Senhora do Rosário, que vieste para nos despertar,
roga por nós pecadores e ensina-nos a consolar o teu Filho!

quinta-feira, outubro 12, 2017

 

5ª feira da 27ª semana do Tempo Comum


Para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação. (cf. Mal 3,13-20a)

Deus é um Pai que nos deixa liberdade para ser.
Agora é tempo de fé, em que o Amigo está por detrás da porta,
batemos, pedimos, suplicamos, esperando a hora de Deus.
Muitos cansam-se de esperar, 
outros ensoberbecem-se ao sentir que não são logo castigados
e servem outros deuses no altar da auto-referência.
Outros praticam a justiça e pulsam caridade,
louvando a Deus com o coração e obedecendo-lhe no seu íntimo,
sabendo esperar o Dia do Senhor, que destingirá a verdade da palha,
o culto espiritual da mentira, a fidelidade da aparência arrogante.

Cada dia aparecem novos escândalos políticos, económicos, sexuais...
Há muita corrupção escondida, muita mentira adornada de sucesso,
muito poder podre, muita religiosidade sem Deus, 
muita caridade sem amor, muita pregação sem testemunho coerente!
Por pouco se vende a alma, por nada se compromete a eternidade!
Num mundo pragmático e onde se procura logo a recompensa,
rezar parece inútil, perda de tempo, onde o mercado não funciona.
Por isso, hoje como no tempo de Malaquias,
muitos abandonam a Deus e empurram a vida com a barriga,
iluminam o caminho com luzes artificiais, 
buscam a satisfação do momento, sobem esmagando!

Senhor, Sol da Justiça que radiografias a nossa vida,
ensina-nos a ser e a querer ser justos na verdade dos teus olhos.
Cristo, caminho, verdade e vida duma santidade transparente,
conduz os nossos passos pelos valores do teu Evangelho
e ensina-nos a ser filhos fieis e felizes do Pai Nosso!
Espírito Santo, luz que incomoda a consciência,
ajuda-nos a discernir em cada situação
as sementes da justiça e da paz, o pão da caridade.

quarta-feira, outubro 11, 2017

 

4ª feira da 27ª semana do Tempo Comum – S. João XXIII


Tu tens pena do rícino e Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive? (cf. Jonas 4,1-11)

Deus é clemente e compassivo, Pastor de filhos perdidos,
e quer envolver-nos nesta forma de viver misericordiosa.
Chama Jonas a promover a penitência de Nínive,
envia o seu Filho como bom Pastor e médico dos pecadores,
envia-nos a nós a ser mensageiros e obreiros da reconciliação.
Jesus ensina-nos a rezar a Deus nosso Pai 
e a pedirmos o perdão das nossas faltas,
“assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”!
Onde está a o tesouro do nosso coração,
nos “rícinos” passageiros ou na universalidade da pessoa humana?

As guerras nas famílias, entre vizinhos e nos povos,
começam quase sempre por causa de um “rícino” passageiro:
um terreno, uma casa, um carro, um animal, um poço, uma herança...
Chega-se a matar por causa de um roubo ou de uma discussão!
Muitas vezes não se mata o outro fisicamente,
mas mata-se no coração, no bom nome, no ódio feroz e sustentado.
Chega-se a achar que perdoar é sinal de fraqueza,
que reconciliar-se é pactuar com a injustiça!
O “lobby” dos animais chega a ser mais forte 
do que os da defesa da vida em todas as suas fases!

Senhor, Pai nosso, Pai grande, Pai misericordioso,
que coração imenso para nos amar a todos sem exceção!
Obrigado pelas vezes sem fim que me perdoaste quando Te suplico!
Louvado sejas por teu Filho, Médico-companheiro,
que nos ensina a rezar como filhos amados e amantes!
Louvado sejas pela paz do teu Espírito, que ilumina o essencial,
e nos liberta dos apegos aos “rícinos” de estimação,
que geram avareza, agressividade, cegueira fraterna.
S. João XXIII, homem bom segundo o coração de Deus,
roga para que saibamos promover a renovação eclesial, 
de forma profética, evangélica e missionária.

terça-feira, outubro 10, 2017

 

3ª feira da 27ª semana do Tempo Comum – S. Daniel Comboni


Jonas entrou na cidade e caminhou durante um dia, apregoando. (cf. Jonas 3,1-10)

A humanidade é preciosa e grande aos olhos de Deus.
Por isso, envia-lhe continuamente profetas de aviso, 
faz encarnar nela o seu Filho como hóspede e peregrino,
sopra sobre nós o ardor suave do seu Espírito,
para que o mal não se instale e a conversão permita a misericórdia.
Bastou Jonas apregoar as consequências do mal, 
durante um dia à cidade, que leva três dias a atravessar,
para que a notícia se espalhasse e todos tenham acreditado.
A Palavra de Deus, ao ser semeada, multiplica-se,
ganha vida própria, cria novos evangelizadores!

Muitas vezes ficamos paralisados perante imensidão da missão:
que adiante uma voz frágil como a minha,
esforçar-se por anunciar a Boa Nova da salvação
a tanta gente que anda distraída, à beira do abismo?
Que adianta ajudar um pobre se com isso não resolvo a pobreza?
Esquecemo-nos que somos parte de um corpo e não o corpo,
que a missão é de Deus e não somos nós que salvamos!
A nós compete apenas levantar-nos e ir onde Deus nos envia,
anunciar, avisar, semear, dar voz à Palavra de Deus
e deixar que Deus atue e a conversão aconteça!

Senhor, Vós sois o Senhor da seara, o Senhor da vida!
Dá-nos o teu Espírito de paz e de confiança humilde,
que liberta a nossa obediência rebelde e cómoda,
e nos faz levantar para fazer o que devemos fazer.
Liberta-nos da ansiedade e preocupações desmedidas,
em querer resultados de hoje para amanhã,
como se os salvadores fossemos nós e a obra fosse nossa!
Ajuda-nos a imitar o teu Filho Jesus,
que, em Nazaré, sabe esperar trinta anos em silêncio,
para consumar toda a sua missão em três anos de atividade messiânica,
morrendo como aparente fracassado numa cruz injusta!
Morre tranquilo, porque sabe que o que tinha a fazer já o fez, 
agora é só deixar que o seu Espírito torne viva a sua Palavra,
anime e conduza novos enviados, multiplique os frutos de conversão.
S. Daniel Comboni, apaixonado pela salvação de África, 
ajuda-nos a ser fieis e humildes servos na nossa vocação e missão!

segunda-feira, outubro 09, 2017

 

2ª feira da 27ª semana do Tempo Comum


Jonas levantou-se, a fim de fugir para Társis, para longe da presença do Senhor. (cf. Jonas 1,1-2,1.11)

Deus chama Jonas para uma missão profética junto de Nínive.
Jonas, em vez de obedecer, foge da missão do Senhor!
Deus não desiste de Nínive, nem de Jonas,
ambos precisam de ser salvos das suas vidas em fuga.
Jesus é o Jonas redimido, obediente e livre para a missão,
paciente e bom samaritano para nos curar e salvar.
Não anda à procura do próximo, mas faz-se próximo,
dando a vida por nós, levando-nos à estalagem da graça, a  Igreja.

O medo e o comodismo fazem-nos levar uma vida em fuga.
O adiar (a oração, a conversão, uma visita, um trabalho...)
é uma forma de fuga do essencial, da nossa vocação e missão.
A mentira é uma forma de fuga da realidade e da verdade.
A dívida, quando não é investimento, 
é uma forma de fuga e de maquilhagem da nossa real pobreza.
O viver juntos em vez de casar é uma insegurança e medo do outro.
O divórcio é uma forma de fuga ao diálogo, à fidelidade e ao perdão.
O mero funcionalismo é uma forma de fuga à nossa missão!
A opção pelo mundo virtual é uma forma de fuga ao encontro real.
O andar sempre ocupado e cheio de ruído é uma forma de fuga
à reflexão e avaliação do rumo que damos à nossa vida.
Não admira que tenhamos tanto medo de estar a sós e em silêncio!

Senhor, sinto as tempestades das minhas fugas
e o medo da fidelidade aos meus compromissos.
Sei que a misericórdia é a fonte do teu agir
e a tua santidade te faz próximo e servo!
Como és grande quando Te fazes pequeno!
Com é grande o coração compassivo revelado em Jesus!
Desculpa os muitos envios que em mim ficaram adiados,
as muitas omissões que deixaram náufragos por salvar,
muitos gestos de solidariedade que tornam inútil o dom do amor.
Que o teu Espírito sopre paz, confiança e fidelidade,
quando opto por viver em fuga em vez de viver em missão!

domingo, outubro 08, 2017

 

27º Domingo do Tempo Comum


Esperava que viesse a dar uvas, mas ela só produziu agraços. (cf. Is 5,1-7)

Isaías convida-nos a olhar a história 
a partir do coração de Deus: o amor de um Amigo
que faz tudo para que produzamos bons frutos de justiça e retidão.
É uma história de amor pouco correspondido,
mas fiel, criativo, perseverante, paciente e misericordioso.
Jesus é o Filho querido do Amigo surpreendente,
que Ele coloca em nossas mãos, esperando que O respeitemos,!
Mas o Amor não é amado nem escutado nem seguido,
e, por isso, esta vinha acariciada tornou-se vinha silvestre e amarga!

Todos nos queixamos dos outros: que são maus, mentirosos,
incoerentes, corruptos, violentos, injustos, infiéis...
E nós que frutos damos, em que fazemos a diferença?
Acusamos os que vão à missa porque não são melhores do que nós,
para justificar o nosso comodismo e falta de fé.
Criticamos os que tentam fazer alguma coisa pela sociedade,
para desviar as atenções da nossa falta de compromisso,
da nossa apatia social, do nosso medo de sujar as mãos.
Lamentamos a sociedade que temos, superficial e consumista,
mas não nos juntamos aos que curam feridas,
enxugam lágrimas, saciam fomes, promovem paz e reconciliação.

Senhor, bom Amigo, sofrido mas não cansado de amar,
louvado sejas porque somos puro dom da tua ternura e misericórdia.
Louvado sejas pelo teu Filho, Redentor enviado para ficar connosco,
como servo que poda e limpa, como Cepa que nos enxerta,
para que demos bons frutos de santidade, de justiça e de amor.
Louvado sejas pelo labor profético do teu Espírito,
que suscitou e suscita homens e mulheres de olhar renovado,
que nos despertam para a verdade, nos abrem à esperança,
nos convidam a ser amigos e colaboradores de um mundo renovado!

sábado, outubro 07, 2017

 

Sábado da 26ª semana do Tempo Comum – Nª Sª do Rosário



Esquecestes Aquele que vos sustentou, o Deus eterno. (cf. Bar 4,5-12.27-29)

Deus é a fonte que nos sustenta como um dom único e precioso.
Surpreendemo-nos com a vida que não pedimos,
vivemos a vida como um mistério de dádiva e liberdade,
até ao dia em que o Criador nos faz nascer para outra vida!
Somos peregrinos do temporário que buscam o eterno,
mais próximos e agradecidos pela Fonte do Amor.
Tudo é tão simples e acessível quando o dom se faz escuta,
a escuta se faz reconhecimento, o reconhecimento se faz seguimento
e o seguimento se faz anúncio e testemunho lunar!
Tudo isto é tão claro e normal na Senhora do Rosário!

De que falamos quando à noite nos encontramos com Jesus?
Falamos da alegria de termos anunciado o Reino de Deus,
de termos amado os irmãos e ajudado a combater o mal?
Ou falamos da inutilidade das horas perdidas à volta de nós mesmos, 
da verdade que trocámos pela mentira interesseira,
da forma como estragamos a saúde, nossa e dos outros,
do que podíamos ter feito e não fizemos por alegrar a solidão?
Ou adormecemos como se vivêssemos já adormecidos,
esquecendo Quem nos criou e sustenta,
desrespeitando Quem veio para nos salvar, dando a vida,
enchendo de ruído a vida para não escutarmos a Voz da consciência?

Senhor, como é bom descansar em paz e acordar agradecido,
envolvido pelo teu amor, respirando a vida como um dom.
Louvado sejas, Palavra que nos esperas e nos ensinas o rumo a andar,
e Te ofereces como alimento que fortalece o coração que ama.
Louvado sejas, Espírito que despertas a consciência, 
orientas a esperança e envias em missão, fazendo da vida um dom!
Louvado sejas por Maria, a Senhora do Rosário, bela e simples,
que nos ajuda a fazer da vida uma ladainha de louvor
e uma vitória contra o mal do esquecimento do dom que somos!

sexta-feira, outubro 06, 2017

 

6ª feira da 26ª semana do Tempo Comum – S. Bruno


Não ouvimos a voz do Senhor, mas cada um de nós seguiu as inclinações do seu coração. (cf. Bar 1,15-22)

O coração misericordioso do Senhor
faz-se palavra de aliança, luz que discerne maus caminhos,
aviso que desperta conversão e sentimentos novos.
Os mandamentos, os profetas, o envio de Jesus e do seu Espírito,
a Igreja e a sua missão evangelizadora,
são aproximações de Deus para nos despertar
e, por meio da sua graça, nos ajudar a ser filhos no Filho.
Mas nós andamos muito distraídos connosco mesmos,
olhamos mas não vemos, ouvimos mas escutamos, 
temos tudo para nos salvar, mas não obedecemos à Verdade!

A Eucaristia tem duas mesas, a da Palavra e a do Corpo de Cristo,
numa alimentamos a conversão pela escuta,
noutra alimentamos o coração pela assimilação em Cristo.
Não somos meros assistentes da missa,
somos participantes em duas grandes mesas que alimentam.
Se a nossa vida não dá frutos de conversão e de testemunho cristão,
então é porque não passamos de consumidores de ritos,
terra endurecida que não deixa a semente de Cristo entrar!
Outras vezes fragmentamos a vida entre religioso e profano,
tendo comportamentos totalmente contrários na vida e na liturgia,
na piedade e na ética, no escondido e em plena ribalta!

Senhor, deste-me a graça da tua Palavra,
dai-me a graça de uma verdadeira conversão!
Deste-nos a graça da Eucaristia diária,
alimenta em nós os mesmos sentimentos e missão
que há em Cristo Jesus e o Espírito Santo nos inspira.
Dá-nos a graça de uma coerência de vida que seja missionária!
S. Bruno, homem de oração e do recolhimento em Ti,
ensina-nos a valorizar a oração, a escuta da Palavra e o louvor.

quinta-feira, outubro 05, 2017

 

5ªfeira da 26ª semana do tempo Comum


A alegria do Senhor é a vossa fortaleza. (cf. Ne 8,1-4a.5-6.7b-12)

Deus alegra-se por fazer aliança com o seu povo.
Sempre que o povo escuta a sua Palavra e lhe é fiel,
há festa no Céu e a ternura do Pai manifesta-se proximidade.
Jesus diz-nos que voltar à Casa do Pai, pela conversão,
é a vitória da misericórdia e da humildade penitente.
“Há maior alegria no Céu por um pecador que se arrepende,
do que por 99 justos que não necessitam de conversão”! (Lc 15,7)
A fortaleza dos seus filhos, que vencem o desânimo 
e a tentação da surdez à aliança, é a alegria do Senhor.

Que significa hoje ser forte e feliz?
Fala-se em ser competitivo, ganhar mais, vender mais,
possuir mais, andar na moda, ter muitos amigos virtuais,
vestir marcas, fazer experiências exóticas, 
vencer campeonatos, ter admiradores,
ter corpo musculado e esbelto, aguentar álcool e noitadas...
São tudo fortalezas a termo, como as do futebolista,
que não dura mais de dez a quinze anos!
Que força alegra o próximo e a Deus?
A força do amor, do diálogo, da paz e do perdão,
a persistência no cuidar, no acolher e no visitar,
a fidelidade na fé e a humildade na penitência,
a coragem da verdade e a esperança no sofrimento...

Senhor, nossa força e salvação no silêncio da graça,
sem Ti nada sou, nada espero, fecho-me no sem-sentido.
Cristo, Palavra de Boa Nova e alimento que fortalece,
ajuda-nos a sermos fieis à oração e à Eucaristia.
Espírito Santo, Luz interior que nos conduz à Fonte da alegria,
faz de nós missionários da esperança 
e testemunho humilde de fortaleza que vence a mentira e o mal.
Dá-nos uma fé adulta, que não fraqueja no sofrimento
nem se idolatra no sucesso e no poder.
Que pela minha sincera conversão possa dar muita alegria ao Senhor!

quarta-feira, outubro 04, 2017

 

4ª feira da 26ª semana do Tempo Comum – S. Francisco de Assis


Porque tens o rosto abatido? Não estás doente; mas certamente tens o coração angustiado. (cf. Ne 2,1-8)

Deus, que vê o coração, conhece o que nos angustia 
ou nos faz saltar de alegria, num sonho acordado.
Neemias sonha ver a sua cidade reconstruida e Deus está com ele, 
tocando o coração do rei estrangeiro a quem serve.
Cristo vê as motivações de quem O quer seguir,
e esclarece prioridades, põe condições, exige radicalidade.
Francisco de Assis sonhou ser líder de prazeres terrenos
e Jesus chamou-o a reconstruir a sua Igreja,
livre para a amar e para O seguir na alegria da pobreza evangélica.
E hoje a que nos chama o Senhor?

Nunca a vida esteve tão facilitada: eletrodomésticos programáveis,
carros, transportes públicos, comunicações rápidas,
oferta facilitada de comida e roupa preparada, telemóveis, internet...
Tudo convida a sentar-se, ter o comando na mão e descansar,
no entanto, tudo isto custa dinheiro e é preciso ter acesso a ele.
Então o desejado descanso e vida leve dá muito trabalho,
o sonho alimenta a ansiedade de consumir e ter a última novidade.
Talvez por isso, anda tudo cansado, de olheiras disfarçadas,
apressado em alcançar descanso, mas incapaz de descansar!
Somos uma sociedade que sofre de ansiedade, de tristeza dependente,
onde o stress se alimenta de desejo e caprichos!
Quanto S. Francisco tem a ensinar-nos sobre a verdadeira felicidade,
a real liberdade, a riqueza de uma vida simples, pacífica e fraterna!

Senhor, em Ti encontro descanso, gratuito e eterno,
vendo-me todo dom, como gota de amor num oceano infindo.
Louvado sejas, meu Senhor, pela natureza que nos acolhe e alimenta.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão que nos interpela e ajuda.
Louvado sejas, meu Senhor, pela tristeza do pecado que nos converte.
Louvado sejas, meu Senhor, pela Palavra que nos ilumina e conduz.
Louvado sejas, meu Senhor, pela Eucaristia que nos fortalece e envia.
Louvado sejas, meu Senhor, pela missão que a todos nos compromete.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo teu servo Francisco,
que ainda hoje nos fala fraternidade e paz na simplicidade!

terça-feira, outubro 03, 2017

 

3ª feira da 26ª semana do Tempo Comum


Queremos ir na vossa companhia, porque ouvimos dizer que Deus está convosco. (cf. Zac 8,20-23)

Jesus sobe a Jerusalém e os discípulos seguem-No.
Eles percebem que Deus está connosco 
e Nele se cumpre a profecia de Zacarias.
Mas pelo caminho vão descobrindo 
que ainda têm de caminhar muito com Jesus
para aprenderem os mesmos sentimentos de mansidão,
de clemência, de oferta de vida, de perdão.
A Igreja é esta nova Jerusalém, que sabe que Deus está connosco,
e é nosso dever dá-Lo a conhecer ao mundo!

Os monges evangelizaram a Europa pelo seu testemunho
de oração e trabalho, de hospitalidade e beleza litúrgica.
As pessoas procuravam-nos porque sentiam
que Deus estava na sua companhia e a paz em que vivem assim o dizia.
Hoje muita gente procura aprender a rezar e a meditar,
a buscar a paz, a encontrar sentido e esperança,
onde o procuram? Na Igreja, nos conventos, na paróquia
ou na “New Age”, nos “Terreiros”, 
nas propostas de espiritualidade oriental ou mágica...
A Igreja precisa de se deixar evangelizar para poder evangelizar,
naturalmente, por contagio, por irradiação!

Senhor Jesus, Deus-connosco, queremos seguir-Te,
aprender a ter os mesmos sentimentos, a orar com a mesma confiança.
Fica connosco e dá-nos a tua paz, ensina-nos a rezar e a amar,
para que o nosso testemunho desperte os sonâmbulos para a fé.
Envia o teu Espírito e que Ele repouse sobre as nossas comunidades,
para que todos os que nos procurem encontrem a esperança,
vislumbrem a hospitalidade, experimentem a compaixão.
Dá-nos, Senhor, um coração missionário,
porque sintonizado com o Teu, perfumado pela Páscoa.

segunda-feira, outubro 02, 2017

 

Santos Anjos da Guarda


Vou enviar um Anjo à tua frente, respeita a sua presença e escuta a sua voz; (cf. Ex 23,20-23a)

O amor de Deus é presença amiga, voz de liberdade.
Os nossos irmãos do Céu tornam-se nossos guardas na terra.
Atuam com a mesma persistência, voz que ilumina,
mão que conduz e eleva, consciência que pesa e se alegra.
Somos envolvidos por uma nuvem que aquece e refrigera,
que ilumina e dá sombra, que alimenta a esperança e gera amor.
O Anjo da Guarda é este amor personalizado de um Pai generoso,
de um Irmão atento, dum Espírito que faz da pessoa uma relação.

Às vezes dividamos do nosso Anjo da Guarda, 
que fala baixinho, aconselha pacientemente, conduz com ternura.
É uma presença que não domina, mas cria liberdade!
É tão próximo que às vezes até nos esquecemos dele,
não o escutamos, não o respeitamos, não lhe pedimos conselho.
A maioria das vezes confiamos nos falsos amigos,
que nos dizem experimenta isto, compra aquilo,
aproveita a situação para ficares por cima,
fuma, come, bebe, diverte-te, tem experiências radicais.
É preciso ser forte e livre para ser capaz de dizer não,
de fazer a diferença pela positiva, por opções saudáveis,
que de facto nos fazem grandes, não no abismo, mas na dignidade.

Senhor, Pai bom, que colocas o Céu todo ao serviço da nossa felicidade,
obrigado pelos Anjos da Guarda que nos deste como dom;
obrigado pela intercessão dos santos;
obrigado pelo fogo ardente do teu amor.
Louvado sejas por Jesus, teu Filho, que quis ser Deus-connosco,
fazendo-se Palavra que ilumina e Pão que alimenta
uma vida em comunhão com o Espírito Divino.
Ensina-nos a ser anjos da guarda uns dos outros,
de modo especial dos mais frágeis e ingénuos!

domingo, outubro 01, 2017

 

26º Domingo do Tempo Comum – S. Teresa do Menino Jesus


Toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. (cf. Fil 2,1-11)

Em Deus, o amor é consolação, conforto, comunhão espiritual,
ternura e misericórdia, alegria plena, entrega total,
serviço paciente e humilde da salvação de todos.
Jesus é a imagem perfeita e próxima deste Deus,
que sofre por nós, ao nosso lado, como servo livre.
Segui-Lo, deixar-se transformar pela sua Palavra e pelo seu Espírito,
é deixar brotar no nosso coração os mesmos sentimentos,
a mesma ternura, o mesmo zelo missionário,
o mesmo amor pelos irmãos e pela criação.

A nossa língua sabe dizer coisas bonitas sobre Deus e aos outros.
Sabemos dizer “sim” no Batismo e na Confirmação,
“ámen” na Eucaristia e na Unção dos doentes,
“prometo” na confissão, no Matrimónio e na Ordem,
mas no dia a dia dizemos “não” com a vida!
Estamos no mês missionário e tomamos consciência do nosso dever,
mas pensamos mais em fazer ações, apresentar discursos,
do que irradiar Cristo pela qualidade das nossas relações!

Senhor, contemplo-me no teu espelho,
e como ainda estou longe de ser como Tu,
de amar e servir como Tu, de ser coerência como Tu.
Liberta-nos dos ídolos-modelo que distorcem a tua imagem
e nos enganam no caminho da felicidade.
Que o teu Espírito seja o nosso guia e O deixemos atuar,
para que descubramos a alegria de ter os mesmos sentimentos,
que nos fazem participantes da tua Páscoa de amor.
S. Teresinha, padroeira das Missões, ensina-nos
a evangelizar pelo testemunho do amor e pela oração!

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