sexta-feira, maio 31, 2013

 

Sábado da 8ª semana do Tempo Comum – Festa da Visitação de Nossa Senhora

O Senhor renova-te com o seu amor. (Sof 3,14-18)

É por amor que Deus cria e sustenta o mundo.
É por amor que Deus nos visita e nos acompanha.
É por amor que Deus propõe a Maria o Seu projeto.
É por confiança na surpresa deste amor
que Maria responde sim, como cheque em branco a Deus.
É por amor que o Filho de Deus se esconde e se revela,
germinando no seio de Maria e nascendo homem para nós.
É por amor que permanentemente nos recria e renova
na forja da fidelidade e no calvário da doação incondicional.

É pela fé que Maria vai crescendo em Deus,
conforme Deus vai crescendo nela.
É pela confiança neste amor que Maria se põe a caminho,
correndo, como Arca da Aliança, ligeira e próxima.
É pela fé que Isabel acolhe a visita da prima,
como Mãe do Seu Senhor, fidelidade companheira.
É pelo amor que Maria canta jubilosa
o magnificat da sua gratidão ao Deus dos humildes.
É por amor que Maria continua a visitar-nos
com a sua intercessão materna
e o seu manto protetor e acolhedor.

Senhor, nosso Deus, visitador e conselheiro,
escondido na natureza, nos sacramentos e na história,
dá-nos um olhar de fé que sabe identificar a alegria
e pressentir a Tua presença nas Arcas da Aliança de hoje.
Faz de nós portadores felizes e disponíveis
que deixam Cristo crescer em nós,
para que nos tornemos portadores transparentes
de Cristo salvação para aqueles de quem nos tornamos próximos.
Ensina-nos a acolher Maria nas visitas que nos faz,
para que o Seu amor nos concentre e oriente
para a Fonte do Amor recriador e renovador

que só Seu Filho nos pode conceder e fecundar.

quinta-feira, maio 30, 2013

 

5ª feira da 8ª semana do Tempo Comum

Cada uma contribui para o bem da outra. (Sir 42,15-26)

Deus manifesta na criação a sua glória.
Nela encontramos sinais de harmonia e de beleza,
mensagem amorosa da criatividade dum Deus,
em que a Palavra é geradora de vida, em sinfonia de festa.
Na natureza todos somos convidados a dar e a receber,
numa relação de complementaridade mútua e beneficente.
A terra precisa do homem para dela cuidar,
o homem precisa da terra para dela viver.
Quando todos contribuem para o bem de todos,
a vida torna-se vasos comunicantes de felicidade,
um jardim sustentável, onde habita a paz.

Quando a vida se fecha no condomínio egoísta,
os outros passam a ser filtrados pela câmara de vigilância
que deforma o irmão em forasteiro perigoso
e transforma a porta em portão de defesa
e o coração em máquina de ataque repelente e destruidor.
É por isso que na cidade convivem separados e desconfiados
moradores da rua, pobres de favelas e ricos de palácios.
É por isso que o bem comum entrou em banca-rota.
É por isso que a solidão se parece a prisão domiciliária.
É por isso que a família anda crise de identidade.
É por isso que a guerra continua a destruir vizinhos
e os ataques suicidas nos surpreendem na festa da vida.
É por isso que o ambiente está doente e instável,
confundido pela avidez do lucro voraz.

Senhor, Palavra criadora de Vida,
faz que as nossas palavras sejam portadoras de verdade
e estímulos que animam a crescer a esperança.
Senhor, Amor que só sabe fazer o bem,
ensina-nos a ser uma presença amiga e alegre
junto daqueles com quem vivemos e convivemos,
junto daqueles que se aproximam de nós
e de quem nos fazemos próximos e acolhedores,
junto dos que estão longe e a solidariedade encurta a distância.
Liberta-nos do medo e da vingança empedernida,
para podermos estar disponíveis para conjugar o bem

em todo o tempo e lugar e para toda a eternidade.

quarta-feira, maio 29, 2013

 

DEUS AMOR, TRINDADE NA UNIDADE


Celebrar um Deus Trindade
De Amor vivo e oblativo
Que gera comunidade
Entre o Pai, o Filho e o Espírito,
Envolvendo o próprio ser vivo
De modo a revelar
A toda a humanidade
Que em tudo quanto Ele faz
Há um eco amoroso
De serenidade e paz,
Se soubermos contemplar
A beleza e a harmonia
Presentes na Criação,
Do Seu amor, extensão.

Persistindo em Seu amor
Pelo justo e o pecador,
O Pai envia o Seu Filho,
Para a todos libertar,
Como nos quis revelar,
Na Vida, Palavra e Acção
E no sangue derramado,
Por nosso amor, na Paixão.

Querendo deixar patente,
Em nós, esse fogo ardente
Que dimana da Trindade,
Feito Vida /Doação,
Gratuita e sem medida,
Deus abraça a humanidade
No Espírito que recria,
Anima e dinamiza,
Todo aquele que acredita
No poder transformador,
Das areias do deserto
Num campo lindo e em flor.

Mestre da Verdade plena,
Dos tristes Consolador,
É o Espírito que amplia
O dinamismo da Esperança,
Da Fé e da Confiança
Dando novo encanto à vida,
Como a mãe que se extasia,
Ao contemplar a criança,
Projecto irrepetível
Do Deus da eterna Aliança.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 25.5.2013

 

4ª feira da 8ª semana do Tempo Comum

Saibam todos os habitantes da terra que Vós sois o Senhor. (cf. Sir 36,1-2a.5-6.13-19)

Deus é Pai-Mãe que ama a todos e cuida de todos.
Muitos vivem como órfãos da eternidade,
adotados por paternidades madrastas,
que os domesticam pelo medo do destino fatídico
e os iludem com pastilhas de prazer, poder e ter a prazo.
A Fonte do Amor alimenta-nos com ar puro,
oxigenado, incolor e inodoro, mas vital.
Não grita por ser notado e gratificado,
mas é fundamental conhece-Lo e procura-Lo
para que a Vida possa fluir em nós.
Desconhece-LO é optar por viver fechado,
poluído e intoxicado, sem conhecer a causa
de sentir-se fraco, adormecido, sem forças e esperança.

O desenvolvimento tecnológico e científico
não é sinónimo de qualidade de vida nem felicidade.
A energia atómica tanto pode gerar energia sustentável
como explosão mortífera em larga escala;
depende do coração de quem a utiliza.
Por isso, se é fundamental formar para o “saber fazer”
mais imperioso é educar para o “saber viver”
com amor construtivo, ética solidária e fé libertadora.
Hoje agigantam-se pessoas no físico e na mente,
que crescem raquíticos e imaturos
na capacidade de amar e no Deus verdadeiro.
Daí que dar a conhecer a todos o Deus da Vida,
seja indispensável para a construção de um mundo novo.

Senhor, Amor que sofres por ser amado, em silêncio fecundo.
Pai-Mãe que sonhas, por todos, ser adotado.
Faz com a nossa vida se torne testemunho de esperança
e anúncio jubiloso de quem confia na Tua salvação.
Que o Teu Espírito nos ensine a dar glória da Deus,
sendo no mundo joelhos que louvam e mãos que cuidam,
fortalecendo o frágil, curando o doente, unindo o separado,
e festejando a fraternidade com o diferente.
Especializa-nos na arte de ensinar a viver

na liberdade do amor que serve a Deus e o irmão. 

terça-feira, maio 28, 2013

 

3ª feira da 8ª semana do Tempo Comum

Não te apresentes diante do Senhor de mãos vazias. (cf. Sir 35,1-15)

Deus alegra-se com o louvor dos filhos
quando este nasce do amor e se vive na fraternidade.
Deus nada necessita, porque tudo lhe pertence,
mas compraz-se em ver criaturas que se parecem com Ele
na capacidade de doação e entrega pelo bem do outro,
na criatividade e cuidado com que embeleza o mundo,
no perfume de alegria que vai semeando à sua volta,
na humildade confiante com que reconhece o erro e se converte.
É a nossa vida, como corpo, que se faz oferenda de louvor
quando a santidade brota da graça de Deus,
humilde e alegremente acolhida.

A oração ou a celebração eucarística não são um dever
que interrompe a correria profana da vida.
A visita a um santuário ou a oferta de uma vela
não podem ser promessas esporádicas apaziguadoras
duma vida sem irmãos e órfão de Pai na fé.
No santuário descobrimo-nos habitados por Deus.
Na vela, sentimo-nos iluminados pelo Espírito
e consumidos por amor, ao serviço de Deus e dos irmãos.
Na oração diária recordamo-nos companheiros do Altíssimo,
em diálogo confiante com o Amigo de todas as horas.
Na Eucaristia despertamos para a conversão em comunidade
e alimentamo-nos na mesa da Palavra e do Pão
que faz da vida uma oferenda permanente a Deus feito dom.

Senhor, obrigado pela vida, dom do Teu amor.
Obrigado pela oferta do Teu Filho, verdadeiro amigo,
que dá a sua vida para que tenhamos vida
e vida em abundância e para sempre.
Obrigado pelo presente do Teu Espírito
que derramas em nossos corações
como bálsamo de esperança e vitamina de fraternidade.
Já que somos filhos do Dom e tudo em nós é graça
faz de nós, desde o nascer da vida até o anoitecer do repouso,

um louvor agradável a Deus e uma bênção para os irmãos.

segunda-feira, maio 27, 2013

 

2ª feira da 8ª semana do tempo Comum

Não te detenhas no erro dos ímpios, louva o Senhor. (cf. Sir 17,20-28)

Deus não se detém no nosso erro.
O Senhor sonha ardentemente com a conversão,
o regresso dos seus filhos ao amor da Trindade.
Quanto mais nos afastamos de Deus
e nos consumimos no caminho do mal,
mais Deus nos procura e escondido nos espera,
em abraços de misericórdia e felicidade libertadora.
A fé e o louvor permanente ajuda-nos a ver a Esperança,
e a libertar-nos do desânimo e descrença
que é possível haver salvação para este barro frágil.

A inconstância afasta-nos do Deus dos impossíveis.
Concentra-nos na nossa fragilidade
e não na omnipotente e omnipresente misericórdia
dum Deus que é capaz de dar a vida para nos salvar.
A dependência de vícios altera-nos a identidade,
em vez de livres, vemo-nos escravos sem remédio,
sem esperança de libertação gozosa e eterna.

Deus, nosso Pai-Mãe querido e amante,
nós Te louvamos e bendizemos
pelo Teu amor eterno e fontal sem desistências.
Jesus, Amor revelado e provado na cruz da traição,
nós Te agradecemos por permaneceres ao nosso lado,
como Pão de vida eterna e Vinho de misericórdia infinita.
Espírito Santo, Luz que aquece a nossa esperança,
nós Te louvamos por nos ensinares a escutar a graça
e a acreditar na libertação do impossível
e deixar-nos conduzir pela brisa da santidade.



domingo, maio 26, 2013

 

Domingo da Santíssima Trindade

O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. (cf. Rm 5,1-5)

Deus é amor em comunhão plural
que é e se manifesta em Missão assumida numa só voz.
O Pai cria com o Filho, na harmonia do Espírito.
A Aliança fontal surpreende a história peregrina
com gestos libertadores, Palavras orientadoras,
ternura misericordiosa e paciente.
O Pai envia o Filho, ungido pelo Espírito,
em natureza recriada pelo Amor fiel até à morte.
É sempre o amor de três Pessoas
que fecunda a vida e anseia por eternidade,
em esperança de comunhão e redenção
de pessoas únicas e complementares.

A sociedade que se orgulha de desenvolvida
geme de solidão, divorciada do bem comum.
A sociedade da comunicação em tempo real,
grita por diálogo, em desistências de entendimento.
Falta o Amor de Deus derramado e acolhido na fé
para que a relação dialogue com a diferença,
a confiança construa pontes de bem comum
e escadas de esperança numa vida com sabor a eternidade.
O amor une e flui em confiança relacional.
Aproxima o que é diferente num respeito fraterno.
Desmonta o medo em estado de emergência
e anseia pelo encontro em desejo de felicidade.

Deus, nossa esperança e salvação,
faz-nos participantes do encanto de viver em comunhão.
Que o Teu Espírito nos ensine a fazer o Caminho do Teu Filho,
para que aprendamos a dar as mãos em respeito e perdão mútuo,
a sentar-nos à mesa do pão repartido e do diálogo acolhedor,
a bebermos do vinho da fraternidade profética e libertadora,
a celebramos a fé, unidos em harmonia polifónica,

a sonharmos esperança num mundo em mudança. 

sábado, maio 25, 2013

 

Sábado da 7ª semana do Tempo Comum

Concedeu-lhe dias contados e tempo medido e deu-lhe poder sobre tudo o que há na terra. (cf. Sir 17,1-13)

Deus criou o ser humano limitado e poderoso.
É poderoso porque pode pensar, inventar, criar,
dominar e ultrapassar barreiras,
voar sem asas, nadar sem barbatanas,
correr com rodas, mover-se sem esforço físico,
comunicar à distância, fazer da noite dia,
vencer forças poderosas, descobrir mistérios...
É frágil porque nasce totalmente dependente,
necessita de aprender a viver e de ajuda para sobreviver,
é sujeito a doenças e acidentes,
faz opções erradas para o bem de si e dos outros,
enfraquece, envelhece e morre.
O ser humano é um deus com pés de barro.

Jesus quis mostrar-nos o caminho possível
de ser Deus com pés de humildade e mãos de serviço,
e de ser barro com a dignidade dum amor eterno.
Durante 30 anos aprendeu pacientemente a ser homem.
Durante 3 anos, Jesus ensinou-nos a viver divinamente.
A vida oculta de Nazaré ensinou-O a compreender
os erros que apequenam o ser humano ao querer ser grande:
dominar pela violência e pelo engano,
em vez de conquistar pela justiça e pelo amor,
e deixar-se hipnotizar pela sensação de poder e força,
esquecendo-se que não passa dum peregrino
a aprender a viver uma fraternidade eterna
e uma filiação divina com o Amor Primeiro e Último.

Obrigado ó Pai, porque nos deste a oportunidade
de saborear e optar por corresponder ao Teu amor eterno.
Obrigado por Jesus, Teu Filho, que quis ser nosso Irmão,
para cozer o nosso barro no forno purificador da santidade.
Obrigado pelo Teu Espírito de sabedoria e discernimento
que nos guia para o bem, nos ilumina o caminho da felicidade,
e nos ensina a ser grandes na arte de cuidar e de amar.
Faz da nossa vida uma escola de liberdade
e cura a nossa cegueira do fascínio do poder barato,
da riqueza de palha dourada e tesouros que empobrecem,

e do prazer do momento que enferma a eternidade.

sexta-feira, maio 24, 2013

 

6ª feira da 7ª semana do Tempo Comum

O amigo fiel é remédio da vida. (cf. Sir 6,5-17)

Deus é uma palavra amável que ecoa suave e fiel,
como saudação amiga, ao longo da história,
com a Missão de fazer amigos de Deus
e ensinar a amizade verdadeira, abrigo seguro,
remédio de vida, companheiro de todas as horas.
Jesus é essa mesma Palavra amiga e visível
que crucificou a traição e a inimizade
na cruz da aliança que sela a amizade para sempre.
O Espírito Santo é o Amor entranhado
e o Conselheiro amigo interior,
que recria o Eu em alma gémea do Tu
e fecunda o Nós em alegria procurada e solidária.

As redes sociais pescam amigos virtuais
no oceano solitário das carências afetivas reais.
Contabilizam-se em números, como quem joga a feijões.
Alimentam-se de diálogos, toques, gostos e comentários,
escondidos dos olhares que revelam a alma
e, muitas vezes, sob o disfarce de uma mentira maquilhada.
São os amigos das redes sociais, ao lado dos amigos do trabalho,
amigos da política, amigos da noite, amigos do desporto,
amigos da escola, amigos da família, amigos da farra,
amigos de conveniência, amigos do coração,
amigos de todas as horas...
O livro do Ben-Sirá diz que a amizade precisa de ser provada
e a confiança ganha-se nos momentos da adversidade.

Deus Pai, que nos embalas e pacificas na fidelidade criadora
que faz de cada segundo um preâmbulo duma amizade eterna.
Deus Filho, que Te fizeste companheiro de amizades reais,
em Palavra suave de convite e remédio eficaz
que refaz a esperança, dando a vida sem desistências.
Deus Espírito Santo, que embora escondido, não és virtual,
e nos habitas em clarão de verdade e de justiça,
e nos ensinas a amizade incondicional e benfazeja
que alenta os amigos a viver.
Faz de nós amigos verdadeiros e confiáveis,
abrigo na tempestade, remédio para os vícios,
conselheiro do bem, ouvido acolhedor de fantasmas,
farol de esperança que ajuda a ver o Amigo invisível

que nunca nos abandona e nos conduz a porto seguro.  

quinta-feira, maio 23, 2013

 

5ª feira da 7ª semana do tempo Comum

Não sigas o teu instinto nem a tua força, para satisfazer as paixões do teu coração. (cf. Sir 5,1-10)

A Bíblia diz que o ser humano é feito de barro,
mas só ganha vida humana após o sopro divino,
ou seja, somos irmãos das plantas e dos animais,
mas é quando agimos segundo este Espírito Divino
que nos elevamos à imagem e semelhança de Deus.
Querer viver apenas seguindo o instinto e as paixões
é vegetar a vontade e bestializar a força,
desistir de crescer em auto-domínio e humanizar valores.
O ser humano, quanto mais for consciente desta dignidade divina,
mais poderá ser livre para viver a partir de valores
e libertar-se da dependência dos instintos e paixões.
É chegar à sabedoria do “tudo me é possível,
mas nem tudo me convém”.

O mundo de hoje investe demasiado
no “direito a tudo o que me é possível”
e pouco “na aprendizagem do que me convém”.
Ensina-se a usar o preservativo e a pílula,
mas educa-se pouco para a sexualidade humana
e o controle e boa orientação dos impulsos.
Divulgam-se medicamentos e dietas para obesidade,
mas ensina-se pouco a comer e a viver saudavelmente,
a ascese dos apetites e o domínio das dependências.
Aprimoram-se as técnicas de marketing
que criam necessidades e alteram prioridades,
mas desinveste-se na formação de valores humanos
e de consciências críticas e livres
para saber escolher no labirinto do consumismo.

Senhor Jesus, que recriaste a dignidade humana
e mostraste como podemos ser livres perante os instintos,
envia-nos o Teu Espírito de Amor
que nos faz amar sem instrumentalizar,
cuidar sem dominar e apropriar,
relacionar sem mentira nem injustiça,

usar sem idolatria nem submissão.

quarta-feira, maio 22, 2013

 

4ª feira da 7ª semana do Tempo Comum


A sabedoria educa os seus filhos. (cf. Sir 4,12-22)

Um animal sabe desde que nasce
como deve sobreviver, andar, voar ou nadar.
O ser humano precisa de aprender tudo,
demora 18 a 25 anos a ser independente
e necessita duma vida para aprender a ser sábio.
Ao longo deste caminho para a liberdade fecunda
precisa de ser educado pela sabedoria
da verdade que o faz poder escolher o bem,
do amor que o faz sair de si mesmo,
da confiança que o faz rasgar novos horizontes,
da vigilância que o previne dos enganos e das tentações.

A verdadeira sabedoria é aquela que sincroniza
com o pensamento e o projeto do seu Criador,
que nos fez livres para ser e fazer, segundo a nossa vontade,
mas entregou-nos o manual de felicidade,
por meio dos profetas e do Seu Filho.
São os pais e a família que melhor podem ensinar este manual,
educando os filhos na fé, na justiça, na verdade e no amor,
pois a verdadeira sabedoria bebe-se com a convivência.

Pai Santo, Criador de liberdades sonhadas com amor,
faz-nos sintonizar com a Sabedoria divina,
segredo de uma vida feliz, que vale a pena viver para sempre.
Senhor Jesus, Sabedoria do Pai, encarnada na história,
envia-nos o Teu Espírito, pedagogo de consciências,
para não nos iludirmos com a felicidade de palha
e concentrarmos todas as nossas forças
na vida em plenitude e na alegria com sabor a eternidade.
Neste mundo onde todos correm por objetivos descartáveis,
ensina-nos a SER relações fecundas de paz,
palavras de esperança e de fé na Vida para todos,
discernimento clarividente ao serviço do bem comum.

terça-feira, maio 21, 2013

 

3ª feira da 7ª semana do Tempo Comum


Se queres servir o Senhor, prepara a tua alma para a provação. (cf. Sir 2,1-13)

Deus é fiel. É o mesmo, ontem, hoje e para sempre.
Conhece-nos como autor e ama-nos como Pai e Mãe.
Sabe que somos instáveis e facilmente confundidos
por miragens de sonho que nos levitam da verdade,
mas a sua aliança não se cansa nem acaba,
porque é todo-poderoso na capacidade de amar e perdoar,
ouvir as súplicas e salvar,
ver o mal e corrigir com paciente pedagogia.

A vida humana balanceia entre o sentimento de segurança,
em que nos sentimos reis e senhores,
e o sentimento de fragilidade em que nos sentimos pequeninos,
órfãos da vida e impotentes para vencer e sonhar.
A fé deve preparar-nos para viver na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença, na abundância e na privação,
na fidelidade e no pecado, na juventude e na velhice.
Ser cristão, provado em todas as circunstâncias da vida,
é aprender a ser livre para amar, sustentados pela fé.
É aprender a ser piloto experimentado e avisado
que abre as velas aos ventos e orienta o barco com o leme,
recolhe as velas na tempestade e sabe usar a âncora,
e põe todos a remar ao mesmo ritmo para vencer a corrente.

Senhor, nosso Deus, Rocha firme donde brota o amor,
irriga as nossas infidelidades com a Tua misericórdia.
Senhor Jesus, Amor provado na glória e na cruz,
fortalece as nossas defesas na provação
com o Pão da celebração comunitária
e o vinho da fé apostólica.
Espírito de Verdade e de Luz
liberta-nos do medo alérgico, que não distingue o bem do mal,
e cura-nos da cegueira do poder e do ter
com o colírio do discernimento e da Palavra de Deus.

segunda-feira, maio 20, 2013

 

2ª feira da 7ª semana do Tempo Comum


O Senhor comunicou a sabedoria àqueles que O amam. (cf. Sir 1,1-10)

A vida é um mistério maravilhoso a contemplar.
No êxtase surpreso pelo detalhe da beleza
que nos espanta de gratuito em cada pormenor,
descobrimos uma sabedoria amante que colocou
em cada sorriso, cor, perfume, chilreio musical,
uma mensagem personalizada de apaixonado
por esta humanidade criada à Sua imagem e semelhança.
Só quem ama e está atento,
pode ver o Criador-artista na galeria de arte
que é este universo em que nos vamos descobrindo
aprendizes da arte de amar e criar beleza gratuita.

A ciência, tanto do macro como do micro,
tem avançado muito no conhecimento das leis da natureza,
na capacidade de adaptação e evolução das espécies,
na harmonia ou desequilíbrios dos ecossistemas...
A ciência procura respostas para as questões
da caracterização: “o que é isto?” e “como funciona?”,
mas escapam-lhe as respostas às questões fundantes:
“quem criou?” e “porque criou desta forma?”
Podemos descrever os músculos e sentimentos
que entram em ação num sorriso duma criança,
mas jamais o encanto que alimenta o amor
que se derrete perante a maravilha de um ser novo
de quem nos sentimos com-criadores e com-cuidadores.
Por isso, o Ben-Sira conclui convicto:
“A fonte da sabedoria é a palavra de Deus”.

Senhor, nosso Deus, como sois grande na arte de amar,
e como sois belo e criativo na arte de criar.
Obrigado porque, ao lado da enxada, nos deste o poema
que transforma o pão em comunhão de festa
e a flor em sacramento de afeto.
Louvamos-te pela capacidade da ciência humana,
reflexo dessa Sabedoria que brota dum coração eterno.
Bendizemos-te pelo olhar contemplativo
que nos faz ver o Criador escondido
na assinatura inconfundível
das peças únicas e pessoais da Criação.
Ensina-nos essa arte de amar e cuidar com carinho
cada irmão, cada animal, cada planta, cada ambiente.

domingo, maio 19, 2013

 

Domingo de Pentecostes


E a todos nos foi dado a beber um único Espírito. (cf. 1 Cor 12,3b-7.12-13)

Deus Pai alimenta a nossa filiação divina
com o Pão da Vida que é Jesus, seu Filho,
e com a Água da Vida que é o Seu Espírito.
A saúde espiritual dos filhos de Deus,
daqueles que se parecem com Jesus,
depende da fidelidade e constância
com que se alimentam desta dieta divina.
O Espírito é uma Pessoa que se faz água termal
e cura a divisão em milagre de comunhão,
fortalece a fragilidade em testemunho de mártir,
faz ver o cego com a luz da fé em Jesus,
trata o egoísmo com a alegria do amor ao bem comum,
liberta o deprimido com a esperança que não acaba.

Hoje fala-se muito em “espiritual” e “mística”
que se vendem como produtos de bem-estar e relaxe
no mercado das medicinas alternativas.
Alguns bebem e experimentam um pouco de tudo
numa sofreguidão insaciável e estonteante de novidades.
Há muitos espíritos, mas só Um é Divino
e gera vida divina em nós e à nossa volta.
É pelos frutos que reconhecemos se bebemos
do Espírito Santo ou de outros espíritos malignos.
Se a paz se esgota com o tratamento
e a miopia cega a fraternidade e a justiça,
essa água não vem de Deus
pois o que é divino é bom para sempre e para todos.

Pai Santo derrama em nós o Espírito de Verdade
que floresce unidade, comunhão e amor divino.
Cristo vivo e ressuscitado derrama sobre nós
o Teu Espírito de paz profunda e duradoura
que fecunda de alegria e de esperança as relações;
Espírito de Santidade batiza as nossas células
para que sejam santos os nossos pensamentos, palavras e ações.
Reveste-nos da humildade do sábio aprendiz da eternidade
e alimenta-nos de Cristo, Pão da Vida que desce do Céu,
em serviço crucificado por amor e encarnado na vida.
Faz de nós comunicação apaixonada e coerente
da Tua Boa Nova em linguagem do outro
e ensina-nos a conjugar o verbo amar
no pessoal e no coletivo, no instante e na eternidade,
no sagrado e no profano, no sofrimento e na felicidade. 

 

ESPÍRITO SANTO, GERADOR DE NOVA VIDA


Vem, Espírito Santo,
Encher nossos corações,
Do fogo do Amor de Deus,
Que opera transformações,
Recriando as nossas vidas,
Para sermos já, na terra,
A luz que brilha nos Céus,
Testemunhando Jesus,
Filho dilecto de Deus!

Vem, Espírito Santo,
Abrir-nos à santidade
Que muda a realidade,
De inveja e rivalidade,
Em Amor e Compaixão,
Justiça, Paz e Perdão!

Vem, Espírito de Vida,
Recriar a humanidade,
Com Tua sabedoria
E infinita bondade,
Que transforma a noite em dia
E a tristeza em alegria,
Para sermos força viva
Do Amor de Deus que cativa
Quem busca paz e harmonia.

Vem, ser, na Comunidade,
Fonte de Amor e Verdade,
Que gera Fraternidade,
Hospitaleira e amiga,
Bebendo no Evangelho
A sabedoria de vida
E o perfume que irradia
E a transforma em Teu espelho,
No agir do dia-a-dia.

Vem, Espírito Santo,
Com Teu Amor paciente,
Dom de Deus a todo o crente
Em Jesus ressuscitado,
Sedento de paz e verdade,
De vida em Unidade,
Liberdade e comunhão,
No Espírito que está em todos,
Age em todos, mas é só Um!

Maria Lina da Silva, fmm - Lisboa,18.5.2013    

sábado, maio 18, 2013

 

Sábado da 7ª semana da Páscoa


Anunciava o reino de Deus e ensinava o que se refere ao Senhor Jesus Cristo. (cf. At 28,16-20.30-31)

Paulo chega à capital do império romano
para anunciar o Reino de Deus.
Vive numa residência alugada
para anunciar o Caminho da morada permanente.
Está preso e vigiado, embora se sinta um homem livre
para anunciar o Libertador de todas as cadeias do pecado.
Apela a César para ser julgado,
mas ensina que só Jesus tem poder para julgar vivos e mortos.
Está impedido de se movimentar,
mas a sua casa torna-se acolhimento, escola de fé,
templo de oração, maternidade de filhos de Deus.

O livro dos Atos termina sem terminar!
Nada se diz do julgamento e martírio de Paulo.
A última afirmação é de esperança e de vida:
anunciava Cristo com firmeza e sem nenhum impedimento”.
Cabe-nos a nós dar continuidade a estes “Atos dos Apóstolos”.
A história da Igreja é um livro em aberto
de atos evangelizadores e testemunhos de fé,
onde cada um deve escrever o seu capítulo,
guiados pelo mesmo Espírito que animou Jesus
e anima hoje a Igreja, Corpo de Cristo.
As velas do Evangelho do Espírito
não dependem dos ventos propícios exteriores,
mas de evangelizadores firmes na fé
que fazem de cada circunstância numa oportunidade.

Senhor Jesus obrigado pelo presente do Teu Espírito,
único capaz de fazer de nós, frágeis instrumentos,
em portadores da força do Altíssimo.
Dá-nos a graça de, cada um de nós, poder escrever hoje
capítulos de vida onde Te reconheças como autor.
Liberta-nos do medo e do comodismo
e faz-nos olhar mais para aquilo que podes fazer em nós
do que para aquilo que nós podemos fazer sem Ti.
Transforma os nossos lares em igrejas domésticas,
as nossas comunidades em oásis de acolhimento e irradiação,
as nossas paróquias em centros de saúde espiritual
e colmeias de enxames novos e dinâmicos.

sexta-feira, maio 17, 2013

 

6ª feira da 7ª semana da Páscoa


Jesus que morreu e que Paulo afirma estar vivo. (cf. At 25,13b-21)

O governador romano, Festo, resume muito bem
o núcleo da questão que divide Paulo dos outros judeus:
a morte de Jesus é um acontecimento histórico,
a sua ressurreição é um testemunho de fé
que só quem teve um encontro com Jesus vivo pode fazer.
Paulo está disposto a dar a vida por este encontro,
tido uma vez e jamais perdido, apesar de ser de noite,
vivido no presente com a intensidade e a confiança da eternidade.

A fé esclarece-se no Catecismo da Igreja Católica
e na formação permanente da escola da Palavra e d o Magistério,
mas nasce dum encontro pessoal com Cristo vivo,
como misericórdia no lamaçal do nosso pecado
e como abraço de esperança nos naufrágios de perdição.
Este dom de graça fortalece-se na comunhão dos cristãos,
na fidelidade ao Evangelho e à tradição da Igreja,
no serviço da caridade e do perdão,
no alimento assíduo do Pão eucarístico e da oração
e na perseverança perante as perseguições e dificuldades.

Senhor Jesus, obrigado porque vens ao meu encontro
quando tateio a luz e não encontro o caminho.
Obrigado pelas pessoas que tens colocado no meu caminho
como embaixadores da esperança e candeia de aviso,
como companheiros de ombro amigo
e coração que aquece a solidão e alicerça a confiança.
Que o Teu Espírito seja a luz dos nossos passos
e dê coerência e verdade à fé que professamos.
Queremos ser apóstolos da Vida
e promover a vida com qualidade e sustentabilidade para todos,
com a ternura de quem ama incondicionalmente. 

quinta-feira, maio 16, 2013

 

5ª feira da 7ª semana da Páscoa


Na noite seguinte, o Senhor apareceu a Paulo e disse-lhe: «Coragem! (cf. At 22,30; 23,6-11)

A vida de Paulo, como a de todos nós,
teve momentos em que o dia parecia claro
e a história parecia depender apenas dele,
mas afinal caminhava como cego, à volta de si mesmo.
Houve outros momentos em que tudo parecia perdido,
o arauto ficou silenciado, preso e esquecido,
e afinal a noite iluminou-se com um brilho de esperança,
e o silêncio comunicou confiança
e a solidão e abandono revelaram-se comunhão e presença.
A vida torna-se Missão e testemunho de ressurreição,
sendo livre ou prisioneiro, em Jerusalém ou em Roma,
no templo ou no tribunal, no barco ou em casa.
É uma vida em estado permanente de Missão
em que o próprio saber esperar sem desesperar
é testemunho de uma paz e confiança que evangeliza.

Caminhar à luz da fé é aprender a ver durante a noite
e a escutar o Senhor no silêncio da vigília e da solidão.
A fé não vive de certezas nem peregrina por trilhos conhecidos.
A fé confia no GPS da Palavra que o guia e lhe diz:
segue em frente, corta à esquerda, vira à direita,
vás no caminho certo, embora ainda não vejas a meta!
Por isso, a fé supõe a aprendizagem da gramática do eterno,
da comunicação da esperança na escuridão dos imprevistos.

Senhor Jesus, Companheiro invisível que nos guias,
encoraja-nos quando desesperamos e não vemos frutos.
Espírito de Verdade e Santidade sustenta-nos no amor
e abraça-nos com a Tua paz na fidelidade.
Desinstala-nos dos tronos da mentira e da vanglória,
e ensina-nos a descer às montanhas da humildade
e a cultivar os vales da conversão e da confiança.
Faz de toda a nossa existência uma Missão evangelizadora.

quarta-feira, maio 15, 2013

 

4ª feira da 7ª semana da Páscoa


Há mais felicidade em dar do que em receber’ (cf. At 20,28-38)

Paulo resume a vida de Jesus: ser feliz na doação.
Jesus é o reflexo de Deus: fonte inesgotável de amor,
que cria, dando vida ao nada, num arco-íris de biodiversidade,
sustenta a vida, gerando energia reprodutiva e bela,
salva a vida, doando a vida em sinal de amor até ao fim,
permanece connosco em silêncio de graça e de bênção.
É um caminho de felicidade que tem como paradigma
a fonte que se realiza, jorrando água permanentemente,
e não o algar que absorve toda a água que recebe.

O consumismo de novidades e de moda
assenta na felicidade em receber coisas e presentes.
Aprende-se a viver de doações, ofertas e subsídios,
mas não se aprende a felicidade de ser doação, serviço e apoio.
O egoísmo é um algar insaciável que desertifica a vizinhança.
A generosidade solidária com os mais fracos
é uma fonte inesgotável de vida que alegra a fraternidade.

Senhor Jesus, que fizeste da cruz a Árvore da Vida
e do peito morto, trespassado pela lança da agressividade,
uma fonte de graça e de misericórdia que rega a história,
ajuda-nos a aprender a felicidade do amor fecundo.
Dá-nos o Teu Espírito de santidade fontal,
para nesta semana da vida aprendamos a gerar e a cuidar
da vida para todos e em todas as suas fases de desenvolvimento.
Liberta-nos da dependência insaciável do receber e consumir.
Faz-nos descobrir a alegria da doação de nós mesmos,
da evangelização a full time e sem desistências,
do justiça distributiva e do cuidado pelo mais fraco,
do louvor permanente em magnificat eucarístico.   

terça-feira, maio 14, 2013

 

3ª feira da 7 semana da Páscoa – S. Matias, apóstolo


Senhor, que conheceis o coração de todos os homens, indicai-nos qual destes dois escolhestes. (cf. At 1,15-17.20-26)

A aceitação e ordenação dum candidato ao sacerdócio
é feita pela Igreja, após um processo de discernimento,
mas a escolha e o chamamento é iniciativa de Deus.
Só Deus conhece os corações e a beleza da vida escondida
que é capaz de fazer do seguimento um apostolado
e da evangelização uma consagração ao serviço da vida.
Mesmo sendo Jesus a escolher e a chamar,
o apóstolo continua livre para trair, como Judas,
a necessitar de vigiar e orar para não cair na tentação.
A opção de Deus e o sim de um dia
necessita de ser atualizado em cada dia
com o amor e a confiança no Mestre a quem escuta,
com a paixão pelo Reino de Deus a quem serve,
com a entrega total da vida pela salvação dos irmãos,
à semelhança do Bom Pastor que O envia.

Hoje a Igreja está a perder sacerdotes,
seja pelo envelhecimento e morte natural,
seja por desistência ou traição.
São apostolados cujo lugar ninguém ocupa!
Esta situação está a sobrecarregar os sacerdotes
e a despertar os leigos para a sua vocação na Igreja.
São vocações diversas e complementares
que necessitam de ser rezadas e pensadas
para que o Corpo de Cristo funcione com harmonia
e fecundidade missionária.
O clericalismo disforma a Igreja,
pois é um Corpo onde só se vê a cabeça,
o laicismo enfraquece a Igreja
pois é um Corpo onde cada membro sonha ser cabeça.

Senhor Jesus obrigado pelo dom da fé e do seguimento.
Obrigado, porque conhecendo o nosso coração,
nos chamaste a uma vocação específica na Igreja.
É bom sentir-nos células vivas do Teu Corpo,
sem a preocupação humana de sabermos
se somos células do cérebro ou dos pés.
Ensina-nos a ser uma Igreja carismática e ministerial,
preocupada com as vocações ao sacerdócio
e de especial consagração contemplativa e missionária.
Por intercessão de S. Matias,
ajuda-nos a construir uma Igreja que respira espiritualidade
e cujo coração bate segundo o ritmo do Coração do Bom Pastor.

segunda-feira, maio 13, 2013

 

2ª feira da 7ª semana da Páscoa – N. S. de Fátima



Vi (…) a nova Jerusalém. (cf. Ap 21,1-5a)

Fátima é ponto de encontro de culturas,
povos, histórias, súplicas e ações de graças.
É a fé que une, em oração, línguas e rostos diversos.
É o fascínio da Mãe que desceu do Céu,
que faz peregrinar quilómetros de procura de mais
e superação de egoísmo, de temor e de falta de tempo.
A multidão incontável aglomera-se lado-a-lado,
em silêncio de comunhão fraterna e respeitosa,
deixando a paz entrar e o coração falar.
É a Nova Jerusalém em pentecostes,
acariciada pela brisa da possibilidade de um mundo novo!

O calor da multidão faz aflorar sentimentos,
emoções duma saudade perdida,
manifestações de fé dum amor esquecido.
Muitos recarregam baterias de esperança,
outros descarregam promessas antigas,
outros procuram colo protetor do Além,
outros dão asas de liberdade
aos sentimentos de fé mais profundos.
Nesta nova Jerusalém é tão importante
olhar Jesus nos olhos de Sua Mãe,
como olhar Maria nos olhos dos peregrinos.

Maria, mensageira do Céu e missionária de Jesus,
ensina-nos a trilhar caminhos de fé e conversão.
Espírito Santo enraíza-nos numa maternidade mariana
que faça florescer em nós formas de viver e relacionar
confiantes, acolhedoras da diferença e promotoras de paz.
Dá-nos coragem para levar Fátima connosco
e liberta-nos da aridez dum quotidiano profano
e da febre de objetivos míopes e consumistas.
Conduz os nossos passos peregrinos,
abertos ao Mistério do Céu que nos envolve
e à fraternidade que geme por nascer,
num mundo de encontrões e solidões,
à espera de um sorriso, um perdão, uma palavra amiga,
um estímulo de fé e esperança.

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