quinta-feira, fevereiro 28, 2013

 

5ª feira da 2ª semana da Quaresma


Bendito o homem que confia no Senhor e põe no Senhor a sua esperança. (cf. Jr 17,5-10)

Deus conhece a raiz dos nossos sonhos,
desejos, planos de ação, feridas de dor,
fantasmas que nos atemorizam,
seguranças que nos enganam e desestabilizam.
Pode entrar no jardim secreto, mas prefere bater à porta
e oferece a Sua ajuda profissional
na arte de podar e enxertar corações,
limpar infestantes e fertilizar proximidades,
dar nova vida com regas abundantes e permanentes...
Deus faz-se jardineiro para nos ensinar a sabedoria
de cuidar do nosso jardim e dos outros,
para que possamos dar frutos em qualidade e quantidade,
em todo o tempo e em todas as circunstâncias.
Basta que confiemos nele e sigamos os seus conselhos.

Jeremias, profeta durante uma grave crise no seu povo,
alerta para o perigo de deixar de confiar em Deus
e entregar as nossas vidas nas mãos dos charlatães de turno:
“Maldito o homem que confia no homem
e põe na carne a sua esperança,
afastando o seu coração do Senhor.”
Hoje o esquecimento do Deus da vida
e a surdez do coração à Sua Palavra,
deixa-nos ao sabor do vento dos mercados,
das surpresas dum tsunami da globalização,
da instabilidade insaciável do consumo das novidades,
do capricho do sentimento em amor de ciclo lunar.

Senhor da Vida e da Verdade,
dá-nos a sabedoria do agricultor
que não se fixa no hoje invernal e sóbrio,
mas na Primavera florida e no Verão frutífero que preparamos.
Abre o nosso coração à Tua Palavra
e enraíza a nossa vida na estabilidade da Tua Aliança.

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

 

4ª feira da 2ª semana da Quaresma


Porventura assim se paga o bem com o mal? (cf. Jr 18,18-20)

A vida é um dom perfumado de amor.
É um presente sem embrulho nem dedicatória
que encontrámos já ao serviço,
vestido de alicerces e avental de rotina.
É, por isso, que muitos não se dão conta, nem agradecem!

O mistério do mal e do sofrimento é incompreensível
perante tanto amor e dom recebido,
no entanto, ele é uma realidade tangível
que paga o bem com o mal
e põe à prova as nossas convicções
e a liberdade para persistir no bem e no amor.
Jesus vence o mal com o amor incondicional,
o sofrimento e a rejeição com o perdão crucificado,
a morte com a vida ressurgida e vencida.

Senhor Jesus, essência infinita de amor e bem,
ensina-nos a fidelidade na aliança rejeitada
e a paz no sofrimento provocado pelos amigos.
Inspira-nos a arte de devolver o bem a quem nos faz mal,
de perdoar a quem nos ofende,
de rezar pelos que se orgulham de ser nossos inimigos.
Dá-nos um coração eucarístico
que não se cansa de vos dar graças por tantos dom.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

 

3ª feira da 2ª semana da Quaresma


Deixai de praticar o mal e aprendei a fazer o bem. (cf. Is 1,10.16-20)

Deus criou-nos para sermos a Sua imagem e semelhança
na forma como cuidamos a terra e o próximo.
A Sua Palavra é paciente pedagogo
que não se cansa de nos ensinar a fazer o bem.
Ser dócil e obediente às Suas orientações
é o caminho seguro para vivermos divinamente.

Há em nós uma teimosia centrípeta e aventureira,
com uma vontade compulsiva de experimentar tudo,
insensível às consequências nefastas para nós e para os outros.
Foge-se a tudo o que cheira a orientações e correções,
e refugia-se em coutos privados, criados à nossa medida,
em que nós é que ditamos as regras e os valores,
onde nos sentimos treinadores, árbitros e espetadores.
O resultado é um mundo ilhado e insensível,
onde o direito comum e a proteção do mais fraco
ficam reduzidos a teorias reivindicativas
e bons propósitos para os outros ou para o Estado.

Senhor, Pai de bondade e Mestre do bem,
faz-nos acordar cada dia com coração de discípulo
e discernimento de sábio que sabe distinguir o bem do mal.
Dá-nos a graça duma Quaresma fecunda, orante e fraterna,
centrada no HOJE da nossa conversão
e acolhedora da luz da Tua palavra misericordiosa
que nos liberta do mal e nos ensina a praticar o bem. 

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

 

2º feira da 2ª semana da Quaresma


Nós pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes, afastando-nos dos vossos mandamentos e preceitos.(cf. Dn 9,4b-10)

Deus é Pai de misericórdia,
sempre pronto a perdoar e a dar a mão
a quem se sente perdido e rebelde,
mas porque respeita a liberdade dos seus filhos,
não quer ninguém santo à força,
nem cura a quem se considera são e orgulhosamente perfeito.
A conversão supõe um olhar humilde e verdadeiro
que discerne os sintomas que sente,
os frutos de vida ou de morte que produz,
a forma como cuida do jardim companheiro,
e a alegria que vê no espelho daqueles com quem vive.

O reconhecimento duma vida enferma e cancerosa
acontece quando nos deixamos examinar
pelo RX duma Palavra que cria e ama,
que orienta e estimula, que abraça e renova.
Se nos olhamos segundo a medida estatística da massa,
talvez até não sejamos dos piores,
mas se nos vemos à luz do Amor puro,
quanta impureza há em nós instalada!
O reconhecimento do pecado,
não nasce do medo do castigo ou da culpa doentia,
mas da distância em que nos descobrimos perdidos,
longe do amor e da felicidade
com que fomos sonhados e criados.

Senhor, Pai de bondade e pedagogo da verdade,
liberta-nos do medo de nos deixarmos conduzir por Ti.
Cura-nos do orgulho e abre-nos ao Teu perdão,
para que possamos renascer filhos da santidade
e irmãos da vida e da compaixão para com todos.

domingo, fevereiro 24, 2013

 

2ª Domingo da Quaresma


Deus levou Abraão para fora de casa e disse-lhe: «Olha para o céu ...». (cf. Gn 15,5-12.17-18)

Se no 1º domingo éramos convidados a ir ao deserto,
neste 2º domingo somos convidados a subir ao monte,
a sair de casa, do nosso ritmo quotidiano, e a olhar o céu.
As preocupações do dia-a-dia fecham-nos horizontes,
angustiam-nos com a agenda pesada do presente,
enfraquecem-nos a esperança no futuro.
Subir ao monte com Jesus, pela oração e a meditação,
contemplar o céu e a natureza
dá-nos a possibilidade de transfigurar a história
e ver nela as marcas do Deus da Aliança
que conduziu Abraão e lhe deu longa descendência
a partir duma esterilidade, cuja velhice desesperava.
Foi o escutar a Palavra de Deus e o olhar o céu
que levaram Abraão a acreditar com esperança.

Há muitas coisas que nos angustiam hoje:
a crise que nos empobrece e exclui desempregados,
a emigração por necessidade que nos exila do país,
o pecado da corrupção e das promessas não cumpridas
que nos faz desacreditar na política,
o pecado na Igreja que nos envergonha de dor
e enfraquece o ardor da nova evangelização,
a ganância do lucro rápido que destrói o planeta,
como quem corta o ramo onde está apoiado,
o secularismo que nos enche de estrelas artificiais
para que não saiamos de casa, das construções humanas,
e não olhemos céu e descubramos Deus presente pela fé...

Senhor Jesus, Senhor do tempo e meta da história,
faz-nos sair da casa do nosso egoísmo
e das nossa rotinas de projetos míopes.
Ajuda-nos a fazer do Domingo o dia do Senhor,
em que olhamos o céu e levantamos a cabeça,
nos descobrimos filhos amados por Deus
e não meras máquinas de trabalho
com futuro incerto e validade limitada.
Dá-nos a graça do olhar da fé
para podermos ver hoje a Tua glória
transfigurada de luz nas cruzes que nos crucificam.

sábado, fevereiro 23, 2013

 

Sábado da 1ª semana da Quaresma


Serás um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, como Ele prometeu. (cf. Dt 26,16-19)

Quaresma é tempo de nos reencontrarmos
com o Deus da Aliança e do Amor comprometido.
Deus, porque nos ama, ensinou-nos a viver
no caminho da convivência vivificante
com a natureza ,os seres humanos e Deus.
Cumprir os mandamentos não pode ser uma seca,
mas o confiar e seguir Quem nos apresenta a solução
duma vida de verdade e de entrega,
duma vida justa e solidária,
duma que semeia paz e felicidade para sempre.

Fragmentar a vida em deveres mínimos
para com Deus e com os outros,
deixando o essencial da vida ao sabor do vento
do capricho, da moda e da circunstância,
é navegar à deriva e contrafeito,
consagrar-se a “part-time” a uma multitude de senhores.

Senhor, Deus da Aliança sem tempo de validade,
faz-nos voltar de corpo inteiro e enamorado
ao Amor primeiro e fundante
que transforma o dever em paixão,
a divisão do coração em consagração de vida,
o medo de condenação em alegria de perdão,
a desesperança em brilho confiante de felicidade.


sexta-feira, fevereiro 22, 2013

 

6ª feira da 1ª semana da Quaresma, Festa da Cadeira de S. Pedro


Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, velando por ele. (cf. 1Pd 5,1-4)

Celebramos o dom do Papa
como sinal e serviço de unidade da Igreja.
É um tesouro grande, diversificado e difícil,
que deve brilhar como luz humilde e fiel ao Evangelho,
na procissão de propostas de outros evangelhos
que a história e o mercado nos vão vendendo.

Estamos num momento histórico
de renuncia anunciada e com data marcada.
Assusta-nos a mudança e a aparente orfandade.
Tememos que a Cadeira de Pedro seja ocupada
por alguém que não queira ser Pastor por dedicação,
à imagem do Bom Pastor que é Cristo.
No entanto, a fé e a história dizem-nos
que mesmo nos momentos mais conturbados do papado,
o Espírito Santo conseguiu falar mais alto
e a barca da Igreja não naufragou no erro.
É o mistério da santidade de Deus,
misturada com o ruído produzido por todos nós,
que consegue cantar mais alto
a bela melodia da esperança e do amor divino.

Senhor Jesus, Bom Pastor que dás a vida por todos nós
e conduzes a Igreja por meio de pessoas,
que apesar de serem sempre aprendizes da santidade,
as colocas como pastores da humanidade.
Obrigado por tantos papas que nos deste
e conduziram a Igreja com sabedoria e discernimento.
Dá-nos Senhor o sucessor de Pedro
que a vossa Igreja e o mundo precisa hoje
para reencontrar a beleza do Evangelho
e a riqueza de se deixar alcançar por Ti, nosso Salvador. 

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

 

5ª feira da 1ª semana da Quaresma


Vinde socorrer-me no meu abandono, porque não tenho ninguém senão Vós, Senhor. (cf. Est 4,17C,14ss)

A oração de súplica é um grito humilde
que brota dum coração angustiado e confiante,
que se entrega totalmente nas mãos de Deus.
Suplica para conhecer a Sua vontade,
o melhor caminho para mim e para os outros.
Suplica para que nos dê força e luz,
para não ficarmos paralisados pelo medo
nem optarmos pela fuga aos desafios.
Suplica para que nos acompanhe com a sua graça
e coloque na nossa boca as palavras certas
e no nosso coração os sentimentos adequados.
Suplica para que na hora da vitória
não se esqueça do Auxílio amigo
e a súplica transborde em ação de graças e louvor.

Na oração de súplica usamos, muitas vezes,
estratagemas de pressão e de capricho,
tentativas de suborno e de cunha,
propostas de negócio e de compra de favores.
Passamos a oração a dar conselhos a Deus
e exigir que faça o que queremos,
como queremos e quando o queremos.
Ele é que é o médico e sabe o que nos convém.
Expressemos, por isso com verdade, o que nos perturba,
confiemos na sua terapia, apesar de dolorosa,
tomemos os remédios que nos receita,
abstenhamo-nos do que nos prejudica
e aguardemos confiantes as melhoras.

Senhor nosso Deus, Pai amigo e atento às nossa angústias,
inspira-nos uma oração confiante e persistente.
Liberta-nos da teimosia convicta
do que “tem que ser como eu quero!”.
Ensina-nos a expressar os nossos sentimentos
e a deixar nas tuas mãos a condução das nossa vidas
para chegarmos a bom porto,
sem naufrágios nem atropelos aos outros.

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

 

4ª feira da 1ª semana da Quaresma, Beatos Francisco e Jacinta Marto


«Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi». (cf. Jn 3,1-10)

Deus está atento aos caminhos que trilhamos.
Sabe que a cidade junta e as une as pessoas
para criar serviços comuns, num condomínio alargado,
mas não as capacita para a convivência fraterna,
nem para a vizinhança solidária,
nem para a sensibilidade e proteção dos mais fracos.
Por isso, envia profetas de despertar valores, como Jonas,
a anunciar a necessidade de mudança de vida e de olhar
e a boa nova dum Deus que não nos abandona na desgraça.

A primeira dificuldade foi convencer Jonas
a entrar em contracorrente na cidade.
Como ele, temos medo de ser voz dissonante,
de acordar quem vive num sonho de fadas ensimesmado,
de apontar a injustiça fratricida que nos mutila,
de revelar o deserto duma vida sem esperança,
de temer a reação ridicularizadora dos cidadãos.
Custa aprender que a força do evangelho
não é do evangelizador, mas de Quem nos envia por Amor.
A nova evangelização necessita de fé,
de acolhimento do Evangelho,
e de ousadia e fidelidade Àquele que envia.

Senhor Jesus, Missionário do Pai na cidade do homens,
obrigado pela Tua fidelidade à Missão de Deus
e pela Tua ousadia paciente perante as nossas recusas.
Liberta-nos do medo de sermos profetas,
que fazem a diferença com futuro e esperança.
Ensina-nos a ser evangelizadores da Tua palavra,
enraizados na experiência humilde de convertidos
e movidos pelo desejo fraterno de ninguém perder,
como os pastorinhos de Fátima, após terem escutado
a voz doce desta Senhora, mais branca do que a neve,
que desceu do Céu, alertando para a conversão.

terça-feira, fevereiro 19, 2013

 

3ª feira da 1ª semana da Quaresma


Assim a palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu efeito... (cf. Is 55,10-11)

A Palavra de Deus é viva e eficaz,
umas vezes vem de mansinho como o orvalho,
outras como chuva abundante que empapa a terra,
outras como torrente que limpa os caminhos
e faz transbordar os rios de abundância,
outras como neve bela e leve que branqueia a terra...
A Palavra de Deus é como a água
que produz sempre o seu efeito,
vida nova, renascimento, fecundidade de vida.

Mas pode acontecer que andemos na água
como pedras rolantes, impenetráveis e secas,
surdos e fechados à luz que conduz os nossos passos
e vem desta Palavra, Mestra de vida e de comunhão.
Podemos ser batizados, mas não deixar penetrar Cristo;
ser crismados, mas taparmos os ouvidos do coração
à voz do Espírito que conduz e ilumina;
participar na Eucaristia de coração ausente,
numa anorexia espiritual renitente;
casar na Igreja, mas sem as vestes da fé e do amor;
confessar-se, mas sem a humildade da fragilidade
e a alegria confiante dum abraço que perdoa;
ser ordenado sacerdote, mas sem querer ser servo
nem doar-se à imagem do Bom pastor;
pedir a unção dos enfermos, com o medo do encontro,
sem o horizonte da esperança que salva e cura.

Senhor Jesus, Palavra que salva e jorra vida abundante
para quem tem sede de dar frutos novos e gostosos
que promovem a vida à sua volta
e apontam para a Fonte com alegria esfuziante.
Nesta Quaresma abre-nos à força transformadora da Tua Palavra
para que nos deixemos podar de palavras que ferem e matam,
e possamos florescer beleza e perfume de paz
e dar frutos de perdão, acolhimento, vida para todos.

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

 

2ª feira da 1ª semana da Quaresma


Fala a toda a comunidade...: ‘Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo. (cf. Lv 19,1-2.11-18)

A santidade de Deus revela-se Amor,
misericórdia, paciência, respeito, aliança
com uma humanidade rebelde e desencontrada.
Deus pede-nos a todos esta mesma santidade,
que aprende com Deus amor semelhante,
em todas as dimensões da nossa vida:
poder, relação com o outro, justiça, mercado,
relação com as coisas nossas e dos outros,
culto e todas as relações com Deus.

Alguns pensam que a santidade é apenas para alguns,
mais ou menos beatos e ausentes da vida.
A santidade é a maneira própria de ser e estar
de TODO o cristão, que olhando para Jesus,
vê nEle O Caminho, a força e o ideal
para fazer da terra a ante-câmara do Céu.
A santidade não depende do lugar,
depende sim das atitudes e da intensidade do amor
com que oxigenamos cada circunstância.
O desafio a ser santo, como Deus, é o mesmo
para o monge de clausura,
para a família pobre e a família rica,
para o empresário e o assalariado,
para o político e o eleitor,
para a criança, jovem, adulto e idoso...

Senhor, nosso Deus, santidade próxima e amante,
que cuidas de cada um como se fosse único,
no respeito sofrido pela liberdade de opções,
ajuda-nos a saber contemplar-Te na história,
a escutar-Te na Palavra que ilumina e anima,
a acolher-Te no Filho que nos envias e nos salva,
a seguir-Te na inspiração que vem do teu Espírito.
Faz desta Quaresma um caminho de santidade amante.

domingo, fevereiro 17, 2013

 

1º Domingo da Quaresma


«Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido» (cf. Rm 10,8-13)

A ilusão e o engano é mais frequente do que pensamos.
Iludimo-nos com a força da idade
e pensamos que nunca seremos fracos nem idosos.
Enchemos os olhos com poder, fama e riqueza
e sentimo-nos os reis e senhores do mundo.
Vencemos o outro com estratagemas e corrupções
e rejubilamos, no escondido, de engenhosa esperteza única.
Sentimo-nos deuses e duvidamos que haja alguém acima de nós.
Até que um dia a verdade encontra a justiça,
a prepotência é corroída pela fragilidade e a doença,
e a solidão surpreende a estrela cadente!
Vemos, ouvimos e experimentamos,
mas continuamos a deixar-nos tentar
pela ilusão de sermos “filhos de deus” sem Pai no Céu.

A Quaresma é tempo para parar e avaliar,
deixar-se conduzir ao deserto e palpar a vida,
abandonar miragens e encher-se de verdade,
corrigir metas e procedimentos,
e procurar o Senhor e a Sua Palavra,
confiando mais no eterno que não se vê
do que no momentâneo que nos narcotiza o coração.

Senhor Jesus nós confiamos em Ti,
mas aumenta a nossa fé!
Ajuda-nos a olhar a nossa história
e a dar-nos conta de como somos dom
e presente, não publicitado, do Teu carinho por nós.
Liberta-nos da tentação que nos turva a paz
e nos ausenta da fé e confiança em Ti.
Ilumina-nos com a Luz da Tua Palavra e Verdade
e da-nos coragem para começarmos hoje
a gatear no caminho da conversão.  

sábado, fevereiro 16, 2013

 

Sábado depois das Cinzas


Serás chamado ‘reparador de brechas’, ‘restaurador de casas em ruínas’. (cf. Is 58,9-14)

Deus é um restaurador de casas em ruínas,
um artista em reparar corações,
pois conhece o original e recria segundo esse modelo.
Deus quer fazer de nós reparadores do mundo,
restauradores de dignidade ofuscada
e de felicidade perdida e desenganada.
A vida terrena é um estágio, mais ou menos longo,
em que se aprende a arte de restaurar,
deixando-se restaurar por Aquele que é o Mestre
em restauração de ruínas e cacos de angustia.

Este estágio exige algumas atitudes fundamentais:
humildade para reconhecer as brechas que nos arruínam,
confiança para nos entregarmos nas mãos deste Mestre,
vigilância e delicadeza para não estragarmos tudo de novo,
generosidade para fazermos aos outros o que Deus fez por nós.

Senhor Jesus, reparador da imagem divina na humanidade,
restaura em nós a beleza da filiação divina,
sem plásticas nem falsificações contrafeitas.
Recria-nos cada manhã com o banho da Tua Graça
e fortalece-nos cada dia com o pão da Tua Palavra
para nos alistarmos na associação dos voluntários
de reparadores de brigas e silêncios raivosos,
restauradores de famílias desunidas,
construtores hábeis de um mundo novo.

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

 

6ª feira depois das Cinzas


Será este o jejum que Me agrada no dia em que o homem se mortifica? (cf. Is 58,19a)

Deus é amor, em comunhão de relações,
e tudo o que nos pede é para nos ensinar
a fazer da cada relação uma declaração de amizade
que surpreendente o outro, como anjo amigo,
na hora certa e na medida certa.
Se nos manda rezar e celebrar comunitariamente a fé
é porque sem esta ligação à Fonte do Amor
e sem esta Luz centrífuga que nos conduz à Vida,
perdemo-nos no amor de nós próprios
e amortecemo-nos em oásis de exclusão.
Se Deus nos pede para jejuarmos
não é para é para fazermos exercícios
de resistência à dor e às necessidades fisiológicas,
mas é para aprendermos a desnudar-nos da mentira
e sermos capazes de dar a vida pelo outro
que sofre injustiça, pobreza ou enfermidade.

Há muita gente demasiado preocupada com ritos,
práticas religiosas e promessas de ocasião,
desgarradas da vida e do cuidado da alma e do outro.
Preocupam-se até onde podem comer e beber,
mas não até onde podem amar e cuidar.
Temos que jejuar e abster-nos do pecado,
do consumismo compulsivo e acrítico,
da agressividade sadomosoquista,
da injustiça escravizadora,
da indiferença surda aos gemidos suplicantes,
da aridez duma vida, sem o ar puro da fé e da esperança.

Senhor Jesus, banquete da graça,
ensina-nos a despir dos andrajos de espinhos
que ferem o abraço e sangram a alegria.
Poda-nos os excessos para darmos bons frutos
que alimentam o irmão e glorificam o Agricultor.


 

5ª feira de Cinzas, festa de S. Cirilo e S. Metódio, co-padroeiros da Europa

Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Mas uma vez que a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios. (cf. At 13,46-49)

Deus quer salvar toda a humanidade.
Começou pelos judeus,
depois os povos do Médio-Oriente e Norte de África,
em seguida a Europa Ocidental e a Europa do Leste.
Destes evangelizados, 
disseminou-se o evangelho por todo o mundo.
Hoje celebramos dois grandes evangelizadores dos povos eslavos.
Levaram Cristo e criaram um novo alfabeto escrito
capaz de comunicar mensagem e sedimentar valores,
fazer história e cimentar cultura.

A Palavra de Deus não ocupa espaços geográficos,
nem cristandades históricas,
mas dialoga com corações livres
e espera sins atualizados de fé viva.
Por isso, cada manhã deve renascer o seguimento,
cada dia deve alimentar a confiança,
cada instante deve ser um ato de amor correspondido
a Jesus que nos visita com o abraço da fidelidade.

A Europa instalou-se no paraíso perdido,
orgulhosa de si e envergonhada da crise,
rejeita Deus e envelhece de modernidade,
temerosa da vida de fora, de quem depende e rejeita.

Senhor Jesus, Boa Nova de vida para todos,
no início desta Quaresma, consolida-nos na verdade
e engrandece-nos de humildade fraterna.
Ajuda-nos a acolher os gentios evangelizados
como quem abre as janelas à fé mofada
e renasce rebento novo de esperança.

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

 

Quaresma: 4ª feira da Cinzas


Diz agora o Senhor: «Convertei-vos a Mim de todo o coração» (cf. Joel 2,12-18)

Entramos no “agora” propício à conversão.
A Quaresma é tempo de parar para se dar conta.
Olhar o ideal dum Amor que vence a cruz da traição
e as desistências e rotinas medíocres que consideramos normais.
É tempo de jejuar distrações e andares errantes,
de lamentar fadigas inúteis e ódios alimentados,
de limpar maquilhagens e abandonar máscaras de ilusão.
É tempo de ser verdade e transparência de humanidade,
de redescobrir o Amor que aguenta a fragilidade
e voltar de novo a ser todo inteiro,
paixão agradecida, numa aventura esforçada,
de nada de nós deixar para trás e fragmentado.

Às vezes interrogamo-nos o que é jejuar,
como se este pertencesse à mesma lógica
dum programa de austeridade, imposto de fora,
para o emagrecimento das gorduras e da dívida.
O jejum é um sinal exterior
que só pode nascer duma liberdade e decisão interior,
que se abstém de coisas para poder dar mais
e ser todo inteiro para Deus e para os outros.
Por isso, o jejum anda sempre ligado à oração e à esmola.

Senhor, Jesus, Oceano de misericórdia
e Fonte de purificação no fogo de conversão,
ajuda-nos a esvaziar-nos das gorduras do nosso orgulho,
para que haja espaço para o amor e a contemplação,
para o perdão e a reconciliação,
para o serviço solidário e a comunhão,
para a alegria de poder recomeçar
como se hoje fosse o primeiro dia
de um namoro esquecido que soube esperar.

terça-feira, fevereiro 12, 2013

 

3ª feira da 5ª semana do Tempo Comum


Disse Deus: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. (cf. Gn 1,20-2,4a)

Se todas as criaturas da existência nasceram dum “faça-se”,
o ser humano, homem e mulher, nasceu dum “façamos”!
É o Deus Trindade que cria o homem e a mulher
como comunidade de amor, à Sua imagem e semelhança.
A criação nasceu jardim acolhedor,
mas a vida precisa dum cuidador comunitário
que sonhe a beleza e aprecie a harmonia,
que regule a diversidade e impeça a destruição do mais fraco,
que continue esse “façamos, à nossa imagem e semelhança”
que aprendeu daquele que é a fonte de todo o dom.

A grande tentação da humanidade é esquecer este “façamos”,
democrático e divino, num consenso do bem comum,
e transmutar-se num “faça-se” egoísta e ditatorial,
que domina e e descria a criação,
perdendo o sabor e o encanto duma humanidade
à imagem e semelhança dum Deus comunhão de amor.

Senhor, Deus uno e trino, encontro de infinitos de Amor,
ensina-nos a arte do “façamos”,
dialogado, discernido e bem intencionado,
quando cuidamos da natureza,
assumimos responsabilidades na sociedade,
nos comprometemos a fazer família fecunda,
respondemos ao chamamento à vida consagrada,
aceitamos ser servidores na Igreja.
Liberta-nos do “faça-se” da ditadura surda,
da opressão e exploração do outro,
do poder violento e monocórdico,
dos projetos que não têm origem nem inspiração
no “façamos” fundante e criador do Amor Divino.

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

 

2ª feira da 5ª semana do Tempo Comum


No princípio, Deus criou o céu e a terra.(cf. Gn 1,1-19)

O livro do Génesis apresenta-nos um hino de louvor
ao Deus criador, na abertura dos livros da Bíblia.
A criação nasce da Sua palavra e da Sua vontade: “Faça-se!”.
É feita de forma progressiva e maravilhada:
“Deus viu que era bom”, era o 1º, 2º ...dia.
A criação não é fruto do acaso ou combinação fortuita.
Ela é o desenvolvimento dum projeto bonito
que nasce dum amor incontido e contagiante,
que pinta de carinho e beleza cada pormenor,
cada cor, cada som, cada cheiro, cada sabor...
É assim que a sequência dos dias, parecendo rotina,
resulta sempre novidade surpreendente e misteriosa.
Como é bela a ciência da contemplação,
quando, detendo-se nas coisas, se pressente o Criador!

A ciência procura compreender a criação,
a sua origem, a sua evolução, a sua natureza,
e foi para isso que Deus nos criou inteligentes.
A ciência procura respostas para “o que?” e o “como?”,
a Bíblia apresenta-nos respostas para o “quem?” e o “porque?”.
O problema é quando a religião quer ser científica
e a ciência pretende ter o estatuto de uma religião.
O belo é quando e ciência, perscrutando o passado,
nos ensina a cuidar da criação no presente,
e a religião, apresentado-nos o projeto e o Autor,
nos ajuda a agir como coo-criadores,
continuando uma obra que nasce da beleza do Amor.

Senhor, nosso Deus, como sois grande em toda a terra,
tudo nos fala de Ti e nos convida a sentir em casa.
Ajuda-nos a não fazer deste mundo um estaleiro,
nem da criação um caixote de lixo sem beleza,
mas dá-nos a arte de viver e colorir a vida
de harmonia, música e sustentabilidade,
para que cada noite, ao deitar-nos agradecidos,
possamos dizer como Tu embebecidos:
hoje foi mais uma aventura bela de amor fecundo!

domingo, fevereiro 10, 2013

 

5º Domingo do Tempo Comum


No ano em que morreu Ozias, rei de Judá, vi o Senhor, sentado num trono alto e sublime; (cf. Is 6,1-8)

Isaías vê o Senhor quando deixa de ver o rei.
Dá-se que conta que o Templo é o palácio da santidade
que nos visita e nos envolve com a sua omnipotência
e nos faz ver como somos pecadores e indignos
de tal Senhor e Rei, de tal intimidade e proximidade.
O profeta faz a experiência dum Rei-Pastor que cura
e o purifica do seu pecado com a brasa acesa da graça.
E a omnipotência do Altíssimo apequena-se
num pedido suplicante de colaboração:
«Quem enviarei? Quem irá por nós?»

Para que Deus se possa ver nas encruzilhadas da vida
é preciso que outros reis e senhores sejam destronados.
As surpresas da vida e as crises da conjuntura
podem surpreender-nos com a experiência, sem hora marcada,
de um Deus que vem ao nosso encontro
nos templos áridos da nossa oração,
nas corridas violentas das estradas de Damasco,
nas águas vazias da nossa busca de esperança.
É esta experiência encontradiça de Deus
e duma graça imerecida que aborta o orgulho,
e nos faz responder com convicção e humildade:
«Eis-me aqui: podeis enviar-me».

Senhor Jesus, que nos pescas mandando-nos pescar
e quando as redes engordam o vazio,
nos convidas a seguir-Te e a tudo deixar,
para que, com a mesma energia e novo Guia,
novas redes salvadoras aprendamos a lançar.
Abre os nossos olhos à Tua presença
e cura-nos dos senhores que nos escravizam
e nos impedem de acolher a Tua santidade
que, como sol das alturas, nos visita e acalenta.
Que eu possa dizer com todo o meu ser:
Eis-me aqui Senhor, podeis enviar-me!

 

HOJE, COMO ONTEM, DEUS CHAMA


Feliz quem Escuta e Segue
O chamamento do Senhor,
Com fé, coragem e amor,
Disposto a arriscar
Por só n’Ele confiar,
Para todos anunciar
Que Jesus é Salvação
Porque até morreu por nós
E garantiu Seu perdão.

Os convites do Senhor,
Para enviar em Missão,
Numa entrega /doação,
De fidelidade e amor,
Não são honra nem louvor,
Nem prémio da nossa acção.

Deus, que ama tanta o mundo,
Ao vê-lo assim mergulhado
Num sofrimento profundo
De injustiça e opressão
Quer que a todos levemos
A Boa Nova da Libertação,
Para que o mundo conheça
Que o Seu grande amor por nós
É sonho e realização.

O medo é impeditivo
Do sonho mais apetecido.
Jesus bem sabia disto.
Por isso, sempre dizia
Aos Seus próprios discípulos:
-NÃO TEMAIS.
IDE ATÉ AO ALTO MAR.
DUC IN ALTUM!!!
AÍ IREIS ENCONTRAR
BOM PEIXE PARA PESCAR.
TENDE CONFIANÇA EM MIM.
EU NUNCA VOS VOU FALTAR.

Quero, Senhor, confiar em Ti,
Não em mim.
CRER na Tua fidelidade
E não na minha capacidade.
Que à Tua palavra eu avance,
Serena e confiante,
Sem medo aos próprios espinhos
Que encontre pelos caminhos,
Mas pensando numa rosa
Que é ver a Humanidade,
Em Ti feliz e ditosa!

Maria Lina da Silva fmm,
Lisboa, 9.2.2013

sábado, fevereiro 09, 2013

 

Sábado da 4ª semana do Tempo Comum


Ofereçamos a Deus continuamente, por Jesus Cristo, um sacrifício de louvor. (cf. Heb 13,15-17.20-21)

Cristo fez da sua vida um sacrifício permanente de louvor
e nós somos chamados a segui-Lo continuamente,
nesta forma sacerdotal e fraterna de viver.
Jesus fala do amor misericordioso do Pai
numa comunicação estereofónica,
sem ruídos nem interferências:
na forma de olhar e escutar as pessoas,
na maneira de falar e acolher quem O procurava,
no gesto firme e silencioso com que tocava e curava,
no recolhimento familiar e confiante com que orava,
na entrega sofrida e comprometida com que permaneceu na cruz.

O batizado é chamado a ser outro Cristo,
sacerdote do louvor a Deus no profano do caminho.
O sacrifício de louvor supõe amor que engrandece.
Engrandece a Deus porque Lhe dá espaço
e O deixa fazer da nossa vida a Sua Missão.
Engrandece a Deus porque vive da fé e vê o invisível,
revelando e frutificando na vida aquilo em que acredita.
Engrandece a Deus porque eleva o irmão,
evitando o juízo e a murmuração,
louvando o diamante escondido na pedra por lapidar.

Senhor Jesus, Pastor da vida para todos,
conduz-nos às pastagens da humildade e do serviço,
sacia-nos com a água que purifica e fortalece a compaixão.
Ensina-nos a bendizer cada instante o Criador.
Ajuda-nos a retirar as máscaras de representação
e reveste-nos interiormente com os sentimentos,
atitudes, sonhos e opções que nascem
da voz suave e libertadora do Espírito Santo.

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

 

6ª feira da 4ª semana do Tempo Comum


Jesus Cristo é sempre o mesmo, hoje e ontem e por toda a eternidade.(cf. Heb 13,1-8)

Jesus é a Palavra de Deus
e Deus é Alguém que tem Palavra.
O Seu amor é para sempre
e a Sua Aliança nasceu fora do tempo,
aconteceu no tempo e permanece para além do tempo.
Deus é Javé, “Aquele que é” o Vivo vivificante,
e Jesus é Aquele que é o Senhor do tempo e da eternidade
e nos possibilita e capacita a permanecer no amor
na instabilidade das várias situações da nossa história.

O ser humano foi criado por Deus
com a capacidade de ir descobrindo os mistérios da vida.
O progresso e a ciência fazem parte do projeto de Deus.
Com o deslumbramento da ciência e do progresso,
chegou-se a pensar que a religião iria desaparecer,
pois o saber substituiria a fé e a crença religiosa.
No entanto, a história tem demonstrado
que o progresso sem Deus atrasa a fraternidade,
a ciência sem a ética bem comum destrói a vida
e torna-se um instrumento ao serviço duma ideologia,
e a vida sem espiritualidade desertifica-nos a esperança.

Senhor Jesus, Verdade que não passa,
Amor que permanece, salvação sem data de validade.
Abre-nos a porta da fé e ilumina a nossa história.
Contigo queremos aprender a ciência do amor,
o progresso do bem comum e solidário,
a arte da convivência fraterna e justa,
a beleza da comunicação evangelizadora,
a alegria de viver em paz e com esperança inclusiva. 

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

 

Festa da Cinco Chagas do Senhor


Caiu sobre ele o castigo que nos salva: pelas suas chagas fomos curados. (cf. Is 53,1-10)

A Amor deixa marcas naquele que ama.
O Ressuscitado, no Seu Corpo glorioso,
traz as marcas do Crucificado, morto pelo pecado.
Assumiu as nossas feridas de traição e desobediência
para as sarar com o desinfetante da misericórdia
e o antibiótico do amor incondicional e imutável.
São cinco fontes abertas pela injustiça cega de poder
que brotam abundantemente remédio para o pecado
e curam a sede de vida a quem quer de novo renascer.

A vida que levamos deixa marcas.
Se levamos uma vida sedentária,
mumificados, de comando à distância na mão,
o corpo fica pesado, redondo, macilento.
Se levamos uma vida de dependências e noitadas,
o corpo fica marcada pela tosse de fumador,
as olheiras amareladas da ressaca do álcool
e o envelhecimento precoce das drogas.
Se queremos dar nas vistas e ser modernos,
tatuamos a pele com mensagens provocantes.
Mas se a vida tem a largura da eternidade,
a frescura do perdão que limpa cada dia o ressentimento,
a beleza da natureza que se passeia e contempla,
como quem saboreia uma galeria de arte,
o olhar sorri de paz e a noite repousa tranquila,
pois quem é filho de um tal Senhor, nada tem a temer.

Senhor Jesus, Amor que sofres por nos veres sofrer,
Amigo chagado de tanto vos ofender,
cura as chagas de egoísmo e o medo de nos envolver
na construção dum mundo justo e solidário,
marcado por relações saudáveis e alegria de viver.
Tatua-nos com as marcas de Cristo hoje,
impressas pela Palavra viva que nos guia,
pela fé que confia com esperança
e pela caridade que deixa marcas de mudança. 

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