quinta-feira, abril 30, 2015

 

5ª feira da 4ª semana da Páscoa


Sabendo isto, sereis felizes se o puserdes em prática. (cf. Jo 13,16-20)

Jesus é serviço de vida como o Pai é fonte de amor.
Jesus conhece e ama Quem O enviou em missão
e, por isso, nos lava os pés com a água da misericórdia
e nos purifica o coração com a tolha da graça e da fidelidade.
Porque é feliz nesta obediência que imita o Pai,
recomenda-nos o seguimento da sua palavra e do seu exemplo.
A felicidade do cristão não é saber coisas sobre Jesus,
mas acolher o seu Evangelho como Pão da vida
e fermento que se doa pela redenção da humanidade.

A iniciação cristã e a formação contínua, se for só teórica,
incha o orgulho duma vanglória desértica,
mas não toca os sentimentos, nem os valores, nem a esperança.
Cria cristãos, consagrados e ministros ordenados de curriculum,
mas não imitadores felizes e encarnados de Jesus, nosso Mestre.
A fé floresce nas mãos e nos pés, frutifica nos sentimentos,
alimenta-se com a ousadia da caridade, multiplica-se no testemunho,
prova-se na ética e enraíza-se na busca humilde do discernimento.
Tudo o resto é uma gnoseologia idolátrica e estéril.

Pai de bondade e fonte de serviço digno e dignificante,
obrigado pelo envio do teu Filho, interprete fiel da aliança
e do amor misericordioso que se faz dom salvífico.
Jesus, nosso Irmão e transparência da santidade de Deus,
quem somos nós para sermos servidos pelo nosso Senhor
e enviados como colaboradores de tão surpreendente missão?
Dá-nos o teu Espírito para que seja Ele o motor do nosso agir
e, plasmados e recriados por dentro, possamos seguir-Te felizes,
amassando o pão das relações com o amor que se faz doação.

Faz das nossas vidas uma memória viva do teu Evangelho.

quarta-feira, abril 29, 2015

 

S. Catarina de Sena


Eu Te bendigo, ó Pai, porque revelaste estas verdades aos pequeninos. (Cf. Mt 11,25-30)

Jesus vive a sabedoria da harmonia feliz,
por isso, fala do Pai com as obras do amor
e olha o tempo a partir da eternidade.
Maravilha-se com a sabedoria dos simples e dos pobres
que encontram a paz e vivem da fé, no meio da turbulência.
Admira-se dos sábios diplomados a tropeçar na fé
e a viver angustiados as relações e os valores,
por isso, convida-os a aprender com Ele a alegria do amor.

Vivemos tempos de graça, dois papas numa convivência fraterna!
Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
No tempos de S. Catarina de Sena o cenário era diferente:
a peste dizimava populações e semeava o medo,
a Igreja vivia o cisma de Avinhão e os príncipes guerreavam-se.
S. Catarina, jovem analfabeta de letras mas sábia de Cristo,
contempla o inefável no mistério pascal
e aprende a arte de promover a paz e a união.
A sua vida curta, 30 anos, foi uma infatigável lucidez
que luta por uma Igreja unida e uma sociedade justa e pacífica.

Senhor Jesus, sabedoria do Pai e luzeiro do Espírito,
dá-nos o dom da contemplação na correria da vida.
Cristo, mestre na arte dum viver alternativo e feliz,
ensina-nos a gastar as nossas energias por um mundo melhor,
segundo o teu projeto e os valores do Evangelho.
S. Catarina de Sena, intercede por estes teus irmãos
e ensina-nos a discernir, entre tantas modas, o bem do mal,

e a intervir na nossa sociedade com a sabedoria de Cristo.

terça-feira, abril 28, 2015

 

3ª feira da 4ª semana da Páscoa


As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-me. (cf. Jo 10,22-30)

A relação entre Jesus e o Pai é de uma intimidade globalizante,
que se enraíza num amor confiante e fecundo.
A obediência é alegria da comunhão e da missão assumida.
As palavras comunicam sentimentos que habitam o coração
e revelam Deus em ação com a transparência da verdade.
Quem acredita em Jesus e na “via amoris” da salvação,
não O busca a partir de fora, como um inspetor da verdade
ou um colecionador de conhecimentos mistéricos,
mas segue-O confiante, escuta a sua voz e realiza as suas obras.
A porta de fé é mais o coração do que a razão!

A relação entre o dono e um animal de estimação
é feita de confiança, fidelidade, alegria de encontro,
porque cada um sabe que o outro lhe quer bem.
A relação entre o bebé e os pais ou a ama que dele cuidam,
é reconhecimento da sua voz, compreensão de ansiedades,
interpretação de choros e sorrisos, colo que pacifica.
Um estranho a estas intimidades, provadas e alimentadas,
pode falar, prometer, abrir os braços e sorrir,
que não arranca da criança um sorriso confiante.
Só quando o estranho deixa de ser um intruso desconhecido
é que a criança volta a estar em paz e passa a ser ela mesma.
Não será isto que Jesus quer de nós na religião?

Senhor Jesus, nascido da intimidade do Amor
e gerador de intimidades fecundas com cheiro a aliança,
abre os olhos do nosso coração à tua presença invisível.
Que o teu Espírito crie nós laços de comunhão e de fidelidade,
alimentados pela oração e a escuta da Palavra,
fortalecidos pelos sacramentos e, de modo especial, pela Eucaristia
e confirmados pela caridade que se torna testemunho e missão.

Faz de nós ovelhas amadas e amantes duma fraternidade totalizante.

segunda-feira, abril 27, 2015

 

2ª feira da 4ª semana da Páscoa


Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo. (cf. Jo 10,1-10)

Jesus é o Cordeiro Pascal, voz que conduz à vida plena.
O cordeiro torna-se pastor, porteiro e porta do rebanho.
É pastor que conhece cada um pelo nome e o ama sem medida,
numa intimidade libertadora, respeitadora dos nossos ritmos.
É a porta que defende dos perigos, quando a noite esconde ladrões.
É a porta que abre esperanças e aponta pastagens,
quando a fome debilita as forças e o medo nos invade.
É a porta que se abre festiva, misericordiosa e hospitaleira,
quando andamos errantes e feridos e queremos voltar.
Louvado sejas Porta que nos conduzes à vida em plenitude!

Vivemos num mundo incerto e cheio de portas enganadoras.
As promessas criam ilusões e os beijos são traiçoeiros.
O marketing promete felicidade no consumo a prestações,
mas cria devedores, servos de juros sem fim.
As universidades criam cursos que nem sempre são portas
para o emprego, porque desadequados da realidade.
O prazer fácil abre portas ao êxtase que embebeda o presente,
mas adoece o futuro, fazendo da vida uma ressaca permanente.
O egoísmo fecha-nos sobre nós mesmos, num autismo depressivo,
numa vida amuralhada, sem portas nem janelas de amor.
A idolatria hipnotizada, sem fé nem sede de infinito,
fecha os horizontes, acabrunhados pela desesperança e a morte.

Senhor, aliado da vida verdadeira com a delicadeza de cordeiro,
obrigado porque estás sempre connosco e ao ritmo de cada um.
Cristo, nosso salvador, que não quiseste ser carneiro poderoso,
mas nos conduzes com a voz do aviso, suave e amigo,
aumenta a nossa fé e desperta o nosso ouvido de discípulo.
Jesus, Porta do Céu e Caminho de vida plena,

faz de nós porteiros acolhedores que te apontam como Porta.

domingo, abril 26, 2015

 

EU SOU O BOM PASTOR


Escutar e meditar
Esta afirmação de Jesus,
Caminho, Verdade e Vida,
Que, por amor, nos conduz
Ao prado de erva abundante
E, com água, refrescante,
Sempre pronto a proteger
E a dar a própria vida,
Para poder defender
E até mesmo libertar
Toda a ovelha perdida,
É sentir-se confiante,
Neste Deus que nos criou,
Em Seu Filho, nos salvou,
E nos guia a cada instante,
Com infinita paciência,
Ternura e persistência,
Como se fosse uma mãe,
Reerguendo-nos dos tombos,
E curando nossos rombos,
Sempre que, por ilusão,
Confundimos ideais,
Com bolinhas de sabão.

Tu, que és Bom Pastor,
Conheces nosso interior
E nos chamas pelo nome,
Ajuda-me a reconhecer
Tua voz quando me chama
E a seguir-Te, por amor,
Numa total doação,
Pois, Tu também me envias
A bem servir e cuidar
Da irmã ou do irmão
Que de mim mais precisar,
Cursando na Tua Palavra,
Que me guia e orienta,
À luz da Tua infinita graça,
A sempre saber revelar,
Com fidelidade e amor,
Que só Tu, ó Bom Pastor,
Podes curar e salvar.

QUE EU SAIBA INVOCAR TEU NOME,
AO DAR PÃO A QUEM TEM FOME,
E SEMPRE QUE, NA FÉ, TE CANTE,
O PRÓPRIO LOBO SE ESPANTE,
A OVELHA PERDIDA SE ENCANTE,
SALTANDO PARA OS TEUS OMBROS
E DEIXAR DE ANDAR AOS TOMBOS.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 26.4.2015     

 

4º Domingo da Páscoa – Dia Mundial de Oração pelas Vocações


O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. (cf. Jo 10,11-18)

Deus é a fonte da vida. O seu ser é uma eterna doação de si.
E tudo o que vem de Deus tem a marca da generosidade gratuita.
Por isso, o Pai ama o Filho e identifica-se com o seu “Eu sou”:
“Bom Pastor”, “conhecedor e cuidador das suas ovelhas”,
“doador de vida para que todos tenham vida”,
“buscador das ovelhas dispersas por outros redis”.
Jesus não entra na lógica do mercado de serviços e de dons,
todo o seu ser é graça, amor de entrega, doação total.
Ele é a garantia da nossa filiação divina,
a força e o caminho de uma vida descentrada e cuidadora.

Vivemos numa sociedade onde tudo se compra e se vende.
As ofertas e as gratuitidades cheiram a isco de armadilha.
Um jogador de futebol não tem clube, mas sim um bom patrão.
Consagrar a vida como bom pastor de crianças abandonadas,
como pedagogo de valores e de liberdade,
como cuidador da justiça e promotor da paz,
como testemunha do primado de Deus e anúncio de esperança...
é dar a vida para que todos tenham vida.
Entregar a vida por uns momentos drogados de felicidade
ou optar por ser homicida-suicida de adversários
é tornar-se fonte de morte, gerador de medo, movido pelo ódio.

Pai, Fonte de amor e cuidador silencioso da criação,
nós te louvamos pela graça e misericórdia com que nos envolves.
Jesus, nosso Irmão e Bom Pastor atento e sacrificado,
nós te bendizemos porque cada manhã, em cada Eucaristia
nos tranquilizas dizendo: “continuo a dar a vida por ti,
tenho sede de te ver feliz, cooperador da vida fraterna”!
Espírito que mana do coração do Eterno Amor Redentor,
consagra todo o nosso ser em iniciativa de caridade,
em ternura cuidadora, em solidariedade com os mais fracos,
em justiça que amadurece a esperança,
em religião que semeia a vida e fortalece a paz.

Dá-nos consagrados e pastores enamorados da Vida! 

sábado, abril 25, 2015

 

S. Marcos, Evangelista


Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles. (cf. Mc 16,15-20)

O Filho e o Espírito participam do mesmo ardor missionário do Pai.
É um fogo inextinguível que quer contagiar todos os corações.
Como o Pai envia o Filho, Jesus envia os seus discípulos em missão.
É uma corrente de amor que delega, confia, coopera, forma, envia.
Marcos acompanha Pedro e Paulo com o ouvido e o coração,
testemunhando a boa nova de Jesus com a vida e o anúncio.
E para que a memória não se apague nem se engane,
escreveu o evangelho simples e conciso que salva da morte.

A missão na Igreja é uma cooperação fraterna e solidária.
Quando cada um faz o que deve e pode fazer,
é todo o Corpo de Cristo que vive uma saudável comunhão
e continua a obra de salvação que palpita no coração de Deus.
O Senhor coopera com aqueles que cooperam na sua missão.
É tão importante a criança que pede à família que reze com ela,
como o jovem que sonha e se voluntaria por um mundo melhor,
como os pais que se tornam pedagogos da verdade e da liberdade,
como o político que serve a justiça e o bem comum,
como o consagado/a que doa a sua vida ao Senhor e exerce a caridade,
como o sacerdote que serve a tempo pleno a Igreja e a sua missão,
como o idoso ou doente que faz da sua vida uma lamparina orante.

Coração Trinitário, que tanto nos amais,
faz o nosso coração semelhante ao do Pai, do Filho e do Espírito.
Dá-nos o dom duma fé contagiante e evangelizadora
que comunique sempre a tua Boa Nova e promova a conversão.
Coopera connosco e abençoa as nossas vidas,
purificando a nossa fidelidade, corrigindo as nossa letras tortas,
fazendo das nossas vozes tímidas palavras de salvação.
Faz de toda a Igreja um corpo vivo onde todos cooperam contigo
e Tu cooperas com cada um para o bem e salvação de todos.
S. Marcos ensina-nos a avivar a memória do Evangelho,

por meio das redes sociais e dos meios de comunicação social. 

sexta-feira, abril 24, 2015

 

6ª feira da 3ª semana da Páscoa


Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele. (cf. Jo 6,52-59)

Jesus vive no amor do Pai, unidos no mesmo Espírito.
É desta comunhão de corações que brota a missão de Deus.
O alimento de Jesus é fazer a vontade de seu Pai
e, por isso, o envio, a encarnação, a casa de Nazaré,
não O afastam do Céu, mas fazem da história um viver em Deus.
Jesus presenteia-nos com esta comunhão divina,
dando-nos a comer a sua Palavra e o seu Corpo,
para que transformados em Cristo, permaneçamos nEle.
Sem a Eucaristia somos um tumor na Igreja, Corpo de Cristo.

Nós somos o que e como comemos e bebemos.
Se interessa apenas encher o estômago,
não é muito diferente do animal esfomeado.
Se busca apenas o que gosta, vive do capricho e todos o devem servir.
Se o mais importante é a companhia, é alguém que se alimenta do amado.
Se é incapaz de resistir a certas bebidas ou alimentos, perdeu a liberdade.
Se escolhe sempre a melhor parte, só se ama a si e não sabe partilhar.
Se faz da mesa uma arte e do tempo uma sobremesa,
gosta de saborear a vida e alimentar a amizade.
Se gosta de convidar para comer e beber, especializa-se em hospitalidade.
Se vai à missa para se alimentar de Cristo, deseja ser discípulo do seu viver.

Senhor Jesus, Pão acessível que nos alimenta de Deus,
obrigado por tanto amor e generosidade gratuita.
Que o teu Espírito nos cure da anorexia eucarística
e nos amadureça o coração do desejo e do ideal,
para que possamos viver em Ti e alimentar a nossa santidade.
Faz das nossas eucaristias escolas de fraternidade e de louvor,
para que aprendamos a comungar o irmão e a aliança,
cada vez que comungamos a tua Carne no Pão e na missão.

Dá-nos sacerdotes-discípulos que presidam à mesa da comunhão. 

quinta-feira, abril 23, 2015

 

5ª feira da 3ª semana da Páscoa


E o pão que Eu hei de dar é a minha carne que Eu darei pela vida do mundo. (cf. Jo 6,44-51)

É o fogo do amor que move Jesus na loucura da oferta de si.
Jesus vive totalmente descentrado de si na pobreza do possuir,
pois todo o seu ser é alimentado pelo amor do Pai no Espírito.
Este amor sofre com a frieza da vida que caminha para a morte
e, por isso, faz tudo, até dar a própria vida,
para abrir a porta estreita da ressurreição que conduz à eternidade.
Na Eucaristia concentra-se toda a riqueza duma vida-alimento,
que desce do Céu para ser pão vivificante, crucifica o pecado
e alimenta o coração descentrado de si, a pulsar amor eterno.

Diminuiu o tamanho das famílias e aumentou o das casas.
As casas enchem-se de coisas, mas esvaziam-se de vida:
servem apenas para dormir e passar os fins de semana!
Mesmo nos fins de semana há necessidade de sair!
Faltam espaços e tempos para alimentar o descentramento,
a entrega de si, o diálogo, a solidariedade, o serviço, a oração...
Numa cultura sem Igreja doméstica como se alimenta a Igreja local?
Numa sociedade de mercado de presentes e não de si,
como assimilar o Pão do amor que alimenta a gratuidade?
Podemos fazer a primeira comunhão e colecionar missas,
mas se não nos alimentarmos do Pão de Cristo, tudo é vão!

Senhor Jesus, encarnação do amor redentor da humanidade,
dá-nos um coração novo e um espírito novo,
semelhante ao teu, sem tromboses de egoísmo ou de ressentimento.
Envia-nos o teu Espírito e faz da vida uma oferta de pão,
que alimenta e dá esperança, que reconcilia e traz a paz.
Cura-nos das azias da indiferença e do capricho mimado,
que impedem a assimilação da tua Palavra e do teu Corpo,
mesmo estando de corpo presente na missa dominical.
Dá-nos pastores e consagrados/as fortalecidos pelo teu Pão de vida,

para que possam ser testemunho da beleza duma vida em oblação.  

quarta-feira, abril 22, 2015

 

4ª feira da 3ª semana da Páscoa


No entanto, como vos disse, ‘embora tivésseis visto, não acreditais’. (cf. Jo 6,35-40)

Jesus é o Pão da vida enviado pelo Pai
a revelar a misericórdia divina no banquete da salvação.
Todos estão convidados a participar nele, pela fé,
alimentando-se de Cristo para caminharem até à vida eterna.
A vontade do Pai é a vontade do Filho e do Espírito,
numa missão divina que abraça a história
e abre a porta à eternidade e ao banquete da fraternidade total.
Sem fé em Jesus a comunhão é um rito sem assimilação!

A vida é um aprender a ver e a creditar.
Quando navegamos em águas de suspeita e do temor,
mesmo vendo ao nosso lado a tábua de salvação,
continuamos a gritar a má sorte que nos cega.
É belo quando o cego aprende a ver com os sentidos,
o surdo a ouvir com o olhar e os sentimentos,
os sem braços a escrever e a comer com os pés...
É grandioso quando encontramos Deus no nosso caminho
e acolhemos como único alimento de vida
e começamos a sentir-nos parte do seu Corpo em missão!

Santíssima Trindade,
missão misericordiosa que vem ao nosso encontro,
cura-nos das nossas cegueiras que nos ocupam o coração.
Envia-nos o teu Espírito e dá-nos o dom da fé,
para que reconheçamos Jesus no irmão,
sigamos Cristo na Palavra que nos ilumina e orienta,
assimilemos o teu Filho nos sacramentos que nos salvam.
Estreita as nossas vontades pelo laço da fé e da obediência,
para que também nos deixemos enviar em missão
e continuemos a obra da redenção de toda a humanidade.

Dá-nos muitas vocações que nos ensinem a ver e a acreditar.

terça-feira, abril 21, 2015

 

3ª feira da 3ª semana da Páscoa


Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e acreditemos em Ti? (cf. Jo 6,30-35)

Jesus é o Pão de Deus que o Pai nos dá
para fortalecer a fidelidade à aliança,
iluminar as trevas de sentido e libertar das cegueiras de encadeamento,
para saciar a fome de infinito e a sede de comunhão,
para curar as feridas do passado e os desencontros do presente.
O Pão de Deus é o que gera vida à volta de quem o come,
rega a esperança de quem encontra, perfuma a paz com a misericórdia.
Acreditar em Jesus não é fixar-se nos milagres que faz,
mas no milagre que Ele é e alimentar-se da sua palavra, seguindo-O.

O povo tinha acabado de usufruir do milagre da multiplicação dos pães
e já está a pedir mais milagres e querer um maná permanente.
Não está interessado em escutar ou seguir Jesus,
mas em ter um novo Moisés que lhe dê o pão de cada dia,
ao nascer da aurora, enquanto dormem no berço do comodismo.
Querem um deus milagreiro, que se ponha ao seu serviço,
sem exigências da nossa parte de suor, criatividade,
persistência, solidariedade, sacrifício, amor gratuito, perdão.
Quem entra por este caminho, só pensa em si e nos seus interesses,
jamais se vai sentar à mesa do seguimento nem da fé que dá vida.

Senhor Jesus, purifica e aumenta a nossa fé
e sacia-nos com o pão da tua Palavra e do teu Corpo.
Liberta-nos da tentação egoísta de Te querermos pôr ao nosso serviço,
e dá-nos o teu Espírito que nos faz ser grandes e felizes no serviço
ao teu projeto de semear a vida nos desertos do mundo.
Ajuda-nos a fazer Páscoa-passagem do milagre à fé,
das necessidades próprias aos valores, das palavras à vida,

da dúvida à confiança que testemunha o amor sem medida.

segunda-feira, abril 20, 2015

 

2ª feira da 3ª semana da Páscoa


Subiram todos para os barcos e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. (cf. Jo 6,22-29)

A multidão dos que tinham satisfeito o seu ventre
foi procurar Jesus, em Cafarnaum.
Jesus denuncia as suas motivações:
não O procuram como mestre nem como Messias,
mas para assegurar o seu alimento, sem trabalho.
Pretendem um rei-fada, num paternalismo infantilista,
que prefere as panelas da escravidão ao êxodo libertador.
Jesus é o enviado do Pai para dar-nos o alimento da vida eterna
e não o alimento que perece e satisfaz apenas o momento.

Há muita gente em que a sua “religião” se reduz à mesa farta,
a uma casa atulhada das últimas novidades, a orgias noturnas,
e umas férias de sonho num lugar longínquo.
Se a saúde falta ou o coração se ressente da falta de horizontes,
recorrem a um santo de promessas ou a uma pessoa de virtude,
não para aprender a viver com sentido de eternidade,
mas para encontrar um elixir que permita continuar todo na mesma.
A idolatria, da concha fechada sobre si mesma, continua,
mesmo quando se visita um santuário ou se cumpre uma promessa.

Senhor, Pão vivo que nos fortalecesses e apontas para a vida eterna,
aumenta a nossa fé e liberta-nos da idolatria do egoísmo coroado.
Dá-nos o teu Espírito e, como Estêvão, ajuda-nos a seguir-Te
na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,
e em todos os dias da nossa vida.
Faz de nós testemunhas da vida eterna na história,

livre para amar, fiel para louvar, alegre para esperar.

domingo, abril 19, 2015

 

BRILHE SOBRE NÓS A TUA LUZ


Num mundo de escuridão,
De vazio e incerteza,
A gerar insegurança
Na mente e no coração,
Regressa, Senhor Jesus,
Fonte de Paz e de Luz,
E come connosco à mesa,
Para a partilha do pão,
E ao tocarmos Teu lado,
Vendo os sinais da paixão,
Te descobrirmos, de novo,
Vivo e ressuscitado.

Brilhe sobre nós, Jesus,
E, em nós, aquela Luz,
Que refulge do Teu rosto,
Para Te anunciarmos
E, na fé, Te revelarmos,
Desde a manhã ao sol-posto,
E, coerentes, Te testemunharmos,
Vivo e misericordioso,
Compassivo e amoroso,
Na fraterna relação
E na partilha do pão,
A todo o irmão ansioso,
Por justiça, amor, perdão,
E por um sorriso amigo,
Saído do coração,
Como luz que se acende,
No seu ser interior,
A atenuar a dor
Do irmão triste e ferido.
ABRE,SENHOR,
MEU ENTENDIMENTO,
PARA TE VER RESSUSCITADO
E ONDE HOUVER SOFRIMENTO,
SABER LEVAR PAZ E AMOR,
À MENTE E AO CORAÇÃO,
AFLITO E PERTURBADO,
POR ANSEAR ENCONTRAR-TE
VIVO E RESSUSCITADO,
MAS ANTES, COMO TOMÉ,
VER E TOCAR NO TEU LADO.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 19.4.2015

 

3º Domingo da Páscoa


Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». (cf. Lc 24,35-48)

O testemunho missionário dos discípulos de Emaús
cria condições para a manifestação de Jesus na comunidade.
Ele apresenta-se no meio deles como paz que inquieta.
Cria um misto de espanto e de medo, de alegria e de admiração,
de dúvida e de confiança, que os põe à busca do mistério.
A cada um Jesus se revela diferente e nos envolve na sua Páscoa,
por meio da escuta, da memória, de celebração e de missão,
pois o testemunho gera abertura à ressurreição de Cristo em nós.

A Eucaristia termina com um envio missionário:
“Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe!”.
Levamos Cristo e a sua paz e isso deve manifestar-se
na alegria da fé, no entusiasmo da partilha,
na fidelidade orante, no perdão misericordioso,
na palavra que ilumina as trevas com a correção fraterna,
na caridade que se faz visita e hospitalidade,
na evangelização que se faz testemunho no quotidiano.
Sem o testemunho missionário durante a semana,
o domingo seguinte fica sem o laço da continuidade.

Senhor Jesus, que cada dia nos surpreendes
com o vislumbre da tua presença,
abre os olhos do nosso coração à fé na tua ressurreição.
Envia-nos o teu Espírito e faz de cada Eucaristia
uma experiência nova e renovadora da Igreja.
E quando a Eucaristia terminar, ensina-nos a continua-la
na família e na comunidade em que a mesa nos reúne,
na empresa ou escola em que construímos um mundo diferente,

no lazer e no voluntariado em que a ação nos repousa.

sábado, abril 18, 2015

 

Sábado da 2ª semana da Páscoa


Seguiram para a outra margem, em direção a Cafarnaum. (cf. Jo 6,16-21)

Jesus retira-se sozinho e sobe ao monte do novo Sinai,
porque não quer ser apenas rei de ventres acomodados.
Os discípulos descem ao mar e querem voltar para suas casas,
desiludidos dum messias diferente, que não aproveita as oportunidades.
Navegam durante a noite da fé, sem Jesus na sua barca,
com o mesmo espírito dos discípulos que vão para Emaús.
Jesus não abandona os seus discípulos e vem ao seu encontro,
caminhando sobre o mar, como vencedor do mal,
trazendo a paz e possibilitando a Páscoa-passagem da fé.
Ele é o “Deus connosco”, ressuscitado e misericordioso,
que toma a iniciativa e faz da regressão, um caminho de purificação.

A revelação de Cristo é um caminho difícil e moroso,
porque Ele não é o que imaginamos nem aquilo que queremos,
mas é o “Eu sou”, o mistério revestido de humanidade,
que pacientemente quer encarnar no coração de cada um de nós.
A catequese, os sacramentos, a ética do quotidiano
necessitam de uma páscoa de purificação e crescimento
que passa por crises de fé, discernimentos de opções,
arrependimento de pecados, conversão de coração.
É o caminho do “deus à nossa imagem e semelhança”
ao “Deus que é, que era e será” Senhor, criador e libertador.

Senhor, quantas vezes desistimos de Ti e nos afastamos amuados,
porque não fazes a nossa vontade quando Te tentamos manobrar!
Louvado sejas porque a tua intercessão é presença misericordiosa
e não desistes de nós mesmo quando nós desistimos de Ti.
Dá-nos o teu Espírito e ajuda-nos a amadurecer na fé,
para que cada dia seja uma Páscoa libertadora,
cada crise de fé e queda de pecado seja uma conversão
que faz brotar em nós o desejo orante de que entres na nossa barca

e conduzas a nossa vida como Rei e Senhor, a quem seguimos.

sexta-feira, abril 17, 2015

 

6ª feira da 2ª semana da Páscoa


Jesus respondeu: «Mandai-os sentar». (cf. Jo 6,1-15)

Jesus é a Páscoa nova da Eucaristia
que ensina a partilhar e alimenta a fraternidade.
A Palavra encarnada sob ao monte do discipulado
e manda os apóstolos criar condições para a escuta:
manda o povo sentar nos verdes campos do bom Pastor.
O novo Moisés não ensina teorias abstratas e misteriosas,
mas ensina com o exemplo e a experiência da graça:
levanta os olhos para ver as necessidades das pessoas,
ensina os discípulos, envolvendo-os na busca de soluções,
multiplica a generosidade dos pequenos para saciar a multidão,
dá graças ao Pai e distribui o pão da Aliança aos que estão sentados,
manda os discípulos recolher o que sobra
e a continuar, na missão, a partilha deste alimento,
abençoado, multiplicado e distribuído à maneira do Mestre.

A missa começa por nos mandar sentar na escola do Mestre.
Depois de uma semana sentados no banco do mercado,
na cadeira da autorreferência, no sofá do nosso comodismo,
na mesa das nossas necessidades e no restaurante da indiferença,
somos convidados a olhar o mundo que nos rodeia,
a interessar-nos pelas suas buscas e lágrimas sufocadas,
a aprender a força multiplicadora da partilha gratuita,
a alimentar a comunhão, fazendo de muitos um só coração,
ao reconhecer e acolher o Caminho de vida que é Jesus, nosso Mestre.

Senhor Jesus, Bom Pastor que nos conduzes a verdes pastagens,
silencia o nosso coração dos ruídos autistas que nos povoam,
quando vamos à Eucaristia e nos sentamos para Te escutarmos.
Liberta-nos da tentação de usar a tua Palavra para atacar os outros
ou para justificar o nosso egoísmo e indiferença ao irmão.
Cura-nos do ritualismo das missas de corpo presente,
mas coração ausente e ouvidos adormecidos.
Ensina-nos a sentar com desejo de Te aprender, de Te seguir

e de Te anunciar, fazendo o mesmo Te vimos fazer.

quinta-feira, abril 16, 2015

 

5ª feira da 2ª semana da Páscoa


Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; (cf. Jo 3,31-36)

Jesus fala com entusiasmo do Pai, porque vem do Deus.
Atua amando sem medida, porque vive segundo o Espírito.
Busca a ovelha perdida e dá a vida para salvar a todos,
porque dá corpo à aliança e renova-a no deserto da cruz.
Vive na terra, mas com o coração de Deus.
É Rei e Senhor, mas serve a vida aos irmãos.
Tudo lhe pertence, mas vive sem ter onde reclinar a cabeça!
Jesus é e anuncia aquilo que viu e ouviu em Deus!

Quem é da terra, à terra pertence e da terra fala.”
De que falam os cristãos, os consagrados, os clérigos?
Quais os interesses que ocupam o nosso coração?
Quando falamos de Deus, testemunhamos Cristo?
Ou pregamos teorias e praticamos mimetismos da massa?
Somos presença profética e alternativa libertadora
ou a nossa diferença é apenas externa: ritos e pertença religiosa?
As virtudes da fé, esperança e caridade
condimentam toda a nossa vida ou apenas algumas áreas e tempos?
Que anúncio é o nosso quando nos colocamos evangelizar?

Senhor Jesus, imagem transparente do Pai e do Espírito,
dá-nos o dom duma contemplação que penetra o mistério,
duma escuta da Palavra que faz arder o coração,
duma participação nos sacramentos que se alimenta da graça,
duma vida que testemunha alegria e abraça os irmãos.
Envia-nos o teu Espírito e dá-nos a luz do essencial,
que eterniza a beleza das relações e restaura o perfume da justiça.
Dá-nos o dom dum seguimento de Jesus fiel e coerente,
vigilante perante as tentações da idolatria balofa e dourada

do ter e consumir, do prazer egoísta e da vanglória do poder.  

quarta-feira, abril 15, 2015

 

4ª feira da 2ª semana da Páscoa


Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito. (cf. Jo 3,16-21)

É a superabundância do amor de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo
que faz da redenção da humanidade a sua Missão.
Quando o Filho e o Espírito são enviados ao mundo
é a incomensurável misericórdia de Deus que se derrama na história,
se torna boa nova e luz da verdade, se entrega e dá a vida,
ressuscita e nos traz a paz e a alegria da vida eterna.
Acreditar em Jesus é crer num Deus apaixonado,
com coração de pai-mãe, sabedoria de médico,
arte de oleiro, restaurador de esperança, pastor de perdidos.

Só o amor nos mobiliza para acudir ao que corre perigo
e concentra todas as nossas forças na sua salvação.
O amor não julga nem condena, nem se alegra com o mal,
tudo faz para corrigir sem humilhar, curar sem magoar,
animar sem mentir, orientar sem forçar, abraçar sem prender.
O amor não veste a toga da lei sem rosto nem coração,
mas diz a verdade com caridade e só deseja a sua recuperação.

Santíssima Trindade que tanto nos amais
renovai o coração para que aprenda a amar como vós amais.
Cristo, enviado da Misericórdia infinita e curativa,
aumenta a nossa fé e torna firme o nosso seguimento.
Espírito de luz e de verdade, dá aos nossos passos
sentido de eternidade e horizonte de fraternidade.
Dá-nos a sabedoria duma vida feliz e comprometida,

para que não desperdicemos tanto amor derramado.

terça-feira, abril 14, 2015

 

3ª feira da 2ª semana da Páscoa


Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito. (cf. Jo 3,7b-15)

Jesus é o Filho do Homem que desceu do Céu.
É o novo Adão animado pelo Espírito divino,
todo escuta, obediência plena, alegria de comunhão,
fidelidade permanente à Missão trinitária.
O mesmo Espírito divino quer fazer novas todas as coisas
e, pelo Batismo, quer libertar-nos do fatalismo do destino,
introduzindo a surpresa da novidade profética na nossa vida.
Nascer do Espírito é aprender cada manhã
a ser livre e disponível para que Cristo seja tudo em nós.

Hoje há o culto da novidade pela novidade.
Tem-se medo da rotina, do já conhecido e saboreado,
por isso, buscam-se novas experiências, novos produtos,
como barcas à vela sem rumo nem piloto.
O resultado é um consumismo voraz e acrítico,
uma cultura de desperdício que tudo transforma em lixo,
uma infidelidade recorrente, sem raízes nem compromisso.
Viver segundo o Espírito não é ser cata-vento de moções externas,
mas escuta da verdade, obediência ao amor, liberdade profética.

Senhor Jesus, mestre em viver a liberdade do Espírito,
ensina-nos a ser filhos de Deus no profano da nossa sociedade.
Envia-nos o teu Espírito e que Ele seja o nosso condutor e guia.
Dá-nos o dom de nascer de novo cada manhã,
como peregrinos da verdade e ouvintes do Espírito,
em profecia livre e fiel, sem medos nem corrupções.

Faz-nos plenamente humanos, porque plenamente espirituais. 

segunda-feira, abril 13, 2015

 

2ª feira da 2ª semana da Páscoa


Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. (cf. Jo 3,1-8)

O Reino de Deus em Cristo é humanidade divina,
pó animado pelo Espírito, tempo grávido de eternidade,
louvor a Deus com mãos calejadas de amor aos irmãos.
Quem quiser entrar neste Reino tem que nascer de novo,
pela água do rito batismal que pede perdão,
mas também pelo Espírito do Sacramento de Cristo
que doa graça, recria corações, à luz da fé e em comunidade.

Há extremos que nos afastam do Reino de Deus:
a magia do rito sem alma e movido pelo medo
e o espiritualismo religioso sem pés no chão da vida em sociedade.
Os primeiros observam normas rituais, cumprem tradições,
bebem água benta, protegem-se com amuletos...
Os segundos dirigem-se a Deus de olhos fechados,
viajam em altos voos espirituais, mas ausentes do mundo,
pensam na sua salvação, mas indiferentes aos perdidos.
Nós somos discípulos do Filho de Deus Encarnado
e só quando nascemos pela água e pelo Espírito,
podemos viver em Cristo e ser plenamente batizados.

Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria,
dá-nos o Teu Espírito e diviniza esta humanidade.
Cura-nos dos maniqueísmos que carregam preconceitos
e classificam a bondade e a maldade em separado.
Dá-nos a coerência da fé que torna o corpo espiritual,
o profano sagrado, o tempo eternidade, o medo em amor.
Pai, dá-nos o dom do seguimento confiante do teu Filho,
para que possamos dar testemunho do Emanuel

vivo e atuante na Igreja e em cada um dos seus membros.

domingo, abril 12, 2015

 

A PAZ ESTEJA CONVOSCO


A provar quanto nos ama,
Não nos ilude nem engana,
Depois de Ressuscitado,
Jesus não nos abandona,
Nem nos coloca de lado.
Sobretudo, se nos vê
Tristes e desanimados,
Como viu seus discípulos
Que, pensando estar sós,
Por medo, estavam fechados.

Apesar das portas fechadas,
Jesus se apresenta entre eles,
Para, a todos, serenar,
Dar força e encorajar,
Mostrando-lhes suas chagas
E falar de vida nova,
Ao dar-lhes a sua paz
E infundir o Seu Espírito,
De Ressuscitado e vivo:
A PAZ ESTEJA CONVOSCO!
E, porque o Pai vos ama tanto,
“RECEBEI O ESPÍRITO SANTO”,
E parti a anunciar,
A toda a humanidade,
O que viste e ouvistes,
Porque quem acreditar,
Que Eu vivo ressuscitado
Mesmo sem me ter visto,
Será bem-aventurado,
Rezando, como Tomé,
Inebriado de fé:
MEU SENHOR E MEU DEUS!

PORQUE ÉS UM DEUS DE AMOR,
PERDÃO E MISERICÓRDIA,
CONCEDE-ME A TUA PAZ
E INFUNDE, EM MIM, TEU ESPÍRITO,
PARA TAMBÉM SER CAPAZ
DE TESTEMUNHAR CRISTO VIVO,
PRESENTE E RESSUSCITADO
NO QUE CREIO, DIGO E FAÇO,
MESMO SEM NUNCA TER VISTO
AS CHAGAS DE JESUS CRISTO,
MAS VENDO-AS, EM TODO O LADO,
EM TANTO CRUCIFICADO!

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 12.04.0215  

 

2º Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia


Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados. (cf. Jo 20,19-31)

A Divina Misericórdia partilha connosco o seu Espírito.
Convida-nos a acolhe-Lo: “recebei o Espírito Santo”,
pois só o coração de Deus pode fazer de nós canal de misericórdia.
É o Espírito Santo que nos faz compreender o amor de Deus
e nos torna pastores do irmão, buscando-o com o cajado do perdão.
Perdoar é próprio do ser de Deus e Jesus colocou nas nossas mãos
a missão de contagiar com esta Divina Misericórdia toda a criatura.

Perdoar é dar a alguém o dom da misericórdia, não porque o mereça,
mas porque eu não quero perder um irmão, um familiar ou amigo!
Perdoar é, por isso, um puro dom, que nasce dum coração pobre
e se revela generoso, pacífico, reconciliador, primaveril.
A vingança é uma troca de ódios e rancores, fazendo a vida uma guerra.
O ressentimento é conservar e alimentar o momento da ofensa
numa ferida que não se quer curar nem cicatrizar.
O amuo silencioso é uma tentativa ardilosa de castigo
pelo corte de relação, comunicação enlutada e mal-humorada.
É difícil rezar o Pai-Nosso se o coração não respira paz!

Senhor Jesus, Divina Misericórdia encarnada e ressuscitada,
dá-nos o teu Espírito de comunhão e ensina-nos a curar a relação.
Recria-nos um coração novo, capaz de acalmar tempestades,
de reconciliar ofendidos, promover a paz, desarmar castelos.
Obrigado pelo dom do teu sacramento da reconciliação
que nos devolve a paz e o perdão perdidos pelo pecado.

Venha a nós o teu Reino e ensina-nos a arte da Divina Misericórdia!

sábado, abril 11, 2015

 

Sábado da Oitava da Páscoa


Jesus ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana. (cf. Mc 16,9-15)

A ressurreição de Jesus é o início de uma nova criação.
É o primeiro dia da semana a germinar eternidade.
Deus montou definitivamente a sua morada no meio de nós,
sem templos esplendorosos visíveis nem exércitos de zelotes,
mas mostrando o seu rosto, primeiro a Maria Madalena,
depois a dois discípulos desiludidos a caminho de Emaús
e por fim aos Onze incrédulos, reunidos em comunidade.
Este Fermento novo confia nesta gente tremida
a missão de O anunciar vivo a toda a criatura!

Ver o Senhor” e experimentar o encontro com Ele
é um dom de poucos que têm a missão de fortalecer a fé.
A maioria vive uma fé mediada e animada pela Igreja,
testemunhada por evangelizadores credíveis em obras e palavras,
inteligível pela sabedoria do coração daqueles que O viram!
Na medida em que nos deixamos fermentar por Cristo,
tornamo-nos “crescente”, enviados a fermentar toda a humanidade.
Por isso, o anunciador deve deixar-se levedar por Cristo
e tornar-se portador de paz, de esperança e de amor.

Senhor Jesus, mostra-nos o teu rosto a caminhar connosco
e faz de nós anunciadores audazes e pacientes do teu Evangelho.
Ensina-nos a ser uma Igreja-fermento, uma comunidade-semente,
que aceita os dinamismos do Reino promotor de opções
e constrói os alicerces espirituais de uma nova criação.
Envia-nos o teu Espírito e torna-nos peregrinos da missão,
sempre em busca de Ti, sempre desejosos de Te anunciar,

porque é preferível obedecer-Te do que ter medo dos homens.

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