sexta-feira, setembro 30, 2016

 

6ª feira da 26ª semana do Tempo Comum – S. Jerónimo


Quem vos escuta, escuta-Me a Mim; e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim. (cf. Lc 10,13-16)

Jesus, com a sua fidelidade, é a Palavra do Pai
e quem O escuta, escuta a Santíssima Trindade,
que O rejeita, rejeita o próprio Deus e a sua aliança!
O Senhor partilha a sua missão connosco
e envia-nos em missão, a sermos sacramentos da Sua presença,
por isso, se formos fiéis à voz interior do seu Espírito,
falamos o que o Senhor nos inspira e testemunhamos a sua verdade!
Quando a nossa vida se torna identificação ansiada,
a Palavra brilha encarnada e o anúncio soa e cheira a Cristo!
Então quem nos escuta é a Jesus que escuta,
quem nos rejeita é a Ele que rejeita e a Ele se fecha!

O ideal do individualismo aventureiro que atualmente reina,
vê em qualquer tentativa de ajuda e correção fraterna
uma intromissão, uma coação da liberdade, uma interferência.
Por isso, é difícil ser mensageiro de Jesus,
porque a verdade dói, a conversão incomoda,
a libertinagem aventureira gosta da anomia!
Apesar da resistência e até da rejeição,
as crianças precisam de pais missionários,
os jovens precisam de companheiros e educadores evangelizadores,
os adultos precisam de estar atentos ao próximo,
no que ele lhe diz e no que ele precisa de ser avisado,
para que ninguém se perca, ninguém caminhe sem rumo!

Senhor, louvado sejas por tanta palavra amiga,
por tanto aviso terno e exigente, por tanta misericórdia reiterada!
Envia-nos o teu Espírito e desperta-nos para a conversão,
para que a Palavra escutada e meditada crie raízes,
a comunhão recebida nos assimile em Ti
e a missão obedecida crie coerência e profecia!
Ajuda-nos a estar atentos à verdade da criança que não pede licença,
à evidência do acontecimento que fala a soluçar,
à surpresa de um amigo que nos corrige sem julgar,
à voz da consciência que não descansa na mentira e na injustiça!

S. Jerónimo, amigo e anunciador a da Palavra de Deus, roga por nós!

quinta-feira, setembro 29, 2016

 

S. Miguel. S. Gabriel e S. Rafael, Arcanjos


Vereis os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem. (cf. Jo 1,47-51)

Jesus é a porta do Céu e o centro da história.
Nele confluem Deus e o homem, a eternidade e o tempo,
a multidão dos anjos e dos seres humanos!
Nele fomos criados e Nele somos enviados em missão,
os habitantes do Céu e os habitantes da terra.
Por isso os anjos de Deus sobem e descem sobre Ele;
por isso os discípulos devem escuta-Lo, segui-Lo e anuncia-Lo!
S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael são nossos amigos do Céu
e companheiros na terra, que nos ajudam a combater o mal,
nos curam as fragilidades e nos aconselham a acreditar e a amar!

Há a tentação de simplificar o mistério da vida,
caindo no maniqueísmo: a vida regida por dois princípios.
Esta visão acredita em dois criadores: o do bem e o do mal.
A vida seria uma luta entre o Deus do bem e o Deus do mal.
Este dualismo torna incompatível a matéria e espírito,
e a salvação seria a libertação de tudo o que é matéria!
Nesta visão não é possível a encarnação do Filho de Deus,
nem a ressurreição da carne, nem sexualidade como bem matrimonial!
A celebração destes três arcanjos manifestam um Deus empenhado
em ensinar-nos a viver como seres humanos,
em mostrar a fraternidade e cumplicidade entre o espírito e a matéria,
em ajudar-nos a seguir o caminho e a porta que é Cristo!

Senhor, Criador de tudo e de todos, no Céu e no universo,
louvado sejas pelo teu amor que aliança toda a criação!
Cristo, princípio de fim, libertação e comunhão,
que encarnaste para nos elevar à condição de filhos de Deus
sem deixarmos de ser filhos do homem,
envia-nos o teu Espírito e faz de nós teus mensageiros!
S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, dóceis instrumentos de Deus,
ensina-nos a estar sempre na presença do Senhor
na oração e no trabalho, na igreja e na família,

na política e no desporto, em privado e em público!

quarta-feira, setembro 28, 2016

 

4ª feira da 26ª semana do Tempo Comum


Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus. (cf. Lc 9,57-62)

Jesus vai à frente e os discípulos vão atrás,
por isso, “olhar para trás” é deixar de olhar para Cristo,
é ter saudade de outros mestres, escutar outras vozes!
E querer seguir Jesus neste vai e vem indeciso,
não faz caminho, “não serve para o reino de Deus”!
Por isso, a Palavra de Deus fala em “fidelidade à aliança”,
em “amar com todo o coração, com todo o entendimento,
com toda a alma, com todas as forças”,
em “deixar tudo para O seguir”,
em “ama-Lo sobre todas as coisas”!
Senhor, se não fosse a tua misericórdia, não serviria para Te seguir!

Hoje gostamos da fazer várias coisas ao mesmo tempo:
conduzir e a falar ao telemóvel,
encontrar-nos com pessoas amigas e enviar mensagens a ausentes,
trabalhar e comunicar-nos por meio de SMS ou redes sociais,
ser casados e querer viver como solteiros,
ser solteiros e querer viver como casados,
seguir Jesus e viver como toda a gente...
Queremos viver tudo ao mesmo tempo,
não perder nenhuma experiência ou novidade,
como se a nossa vida fosse um “cataventos” ansioso e insaciável!
Este andar a olhar para trás faz-nos ter muitos acidentes,
não gostar de compromissos para sempre
e desvalorizar a incoerência de vida!

Senhor, Mestre que Te fazes caminho e exemplo,
indo à nossa frente como Filho do homem e Messias,
aumenta a nossa fé para que Te sigamos
e amemos sobre todas as coisas, abandonando todos os ídolos!
Concentra o nosso coração na escuta da tua Palavra
para que esta seja o critério de discernimentos das outras palavras.
Liberta-nos da tentação da saudade do pecado,
da curiosidade aventureira e escondida,
do medo de não sermos modernos e normais!
Fortalece o nosso seguimento e a nossa fidelidade,

para que a nossa vida possa servir para o reino de Deus!

terça-feira, setembro 27, 2016

 

3ª feira da 26ª semana do Tempo Comum – S. Vicente de Paulo


Mas aquela gente não O quis receber, porque ia a caminho de Jerusalém. (cf. Lc 9,51-56)

Jesus caminha livre e obediente à vontade do Pai.
Não vai ao sabor da corrente ou das oportunidades,
mas decide entregar-se, envia mensageiros à sua frente,
enfrenta com mansidão públicos adversos!
Jesus faz da subida a Jerusalém uma missão-escola!
Os samaritanos não O querem receber,
pois veem nEle um judeu declaradamente observante
e não querem colaborar com um concorrente incómodo!
Os discípulos preparam a hospedagem de Jesus
com a arrogância da superioridade da verdadeira religião
e pedem fogo do céu para os que recusam Jesus!
Jesus vai por outro caminho gerador de vida e respeitador!

Hoje muitos de nós não queremos receber Jesus na nossa vida,
porque continua a convidar-nos a subir com Ele a Jerusalém!
Jerusalém simboliza a entrega de vida a Deus pela vida de todos;
a opção da mansidão que vence a vingança e o rancor;
o compromisso com a missão de evangelizar,
de preparar as pessoas para receberem Jesus na fé e no seguimento;
a decisão de respeitar a resistência do indiferente, do ateu e do agnóstico,
e aborda-lo de outra forma, com a mesma determinação e amor!
Muitos de nós não queremos receber Jesus,
porque Ele nos desacomoda do nosso egoísmo
e contraria a cultura do acumular, propondo-nos a partilha,
a entrega de nós mesmos, a promoção da defesa da vida!

Senhor, que misterioso e difícil é este subir a Jerusalém,
pois vai em contracorrente ao medo do sofrimento,
à intolerância, à vingança, às “guerras santas”, ao egoísmo!
Envia-nos o teu Espírito e fortalece os nossos joelhos,
para que Te possamos seguir com fidelidade e em verdade!
Ajuda-nos a ir à tua frente a preparar a tua hospedagem,
para que as pessoas vendo o nosso testemunho,
se possam abrir à fé e acolher-Te nas suas vidas!
S. Vicente de Paulo, empenhado servo dos pobres,

ensina-nos a acolher Jesus nos pobres e nos sem esperança!

segunda-feira, setembro 26, 2016

 

2ª feira da 26ª semana do Tempo Comum – S. Cosme e S. Damião


Houve uma discussão entre os discípulos sobre qual deles seria o maior. (cf. Lc 9,46-50)

Jesus não discute com o Pai, nem com o Espírito!
Cristo ama-Os, dialoga, escuta, obedece, serve, alegra-se!
Conhece que é Filho, por isso não exige ser Pai!
Sabe que é grande, por isso se pode fazer pequeno!
Confia que é Senhor, por isso pode fazer-se servo de todos!
Vive intimamente a verdade e a liberdade na paz da sua identidade,
sem medos, nem exigências, nem gritos, nem violências!
Quando vê os discípulos inseguros a discutir os primeiros lugares,
apresenta-lhes uma criança como modelo de discípulo:
humilde, consciente da sua fragilidade, gratuito no sorriso,
grato no dom, confiante no que o acolhe e ama,
puro nos juízos e verdadeiro, rápido no perdão...!

Ser maior ou menor é uma medida relativa.
Num grupo de pessoas dependentes,
alguém que ainda se basta a si mesmo sente-se o maior!
Em terra de cegos, quem tem um olho é rei!
No reino do analfabetismo quem tem a primária é sábio!
Só quem tem uma visão de conjunto e consegue ver a parte no todo,
é que pode avaliar quem é o maior e o mais importante!
Além disso, é preciso definir o objeto desta importância:
queremos ser os maiores no poder, no acumular riquezas,
no experimentar prazeres, no ser feliz, no fazer felizes os outros,
no cuidar, no amar, no proteger o frágil, no salvar e curar...?
Só Quem conhece o tempo e a eternidade, o todo e a verdade,
nos pode julgar e dizer se somos grandes ou anões em bicos de pé!

Senhor, que conheces intimamente o conteúdo do nosso ser,
louvado sejas porque vês filhos nas criaturas
e Te abaixas para nos propores uma aliança de amor!
Louvado sejas por teu Filho muito amado,
que nos envias como salvador, frágil e encantadora criança!
Como é grande e misteriosa a eternidade nascer tempo,
a vida sofrer a morte e passar pela ressurreição,
a misericórdia despir o manto para nos lavar os pés,
a aliança fazer-se cordeiro e selar a fidelidade no próprio sangue!
Quem somos nós, pobres bichinhos animados pelo Espírito,
cegos de horizonte e necessitados de salvação?!
Em Ti confiamos o nosso nada para em Ti sermos tudo

e não termos medo de nos abaixar e servir com humildade!

domingo, setembro 25, 2016

 

O SENHOR LEVANTA OS ABATIDOS E AMA OS JUSTOS



Para falar deste Deus,
Senhor da terra e dos céus,
Rico em misericórdia,
Bondoso e compassivo,
Revelado em Jesus Cristo,
Fiel à eterna Aliança,
Lucas nunca se cansa
De, nas bem-aventuranças,
Mostrar o amor sem medida,
Como a energia vital
Do bem e jamais do mal,
A dinamizar nossa vida.


Porém, o exemplo de Lázaro,
Pobre e abandonado,
À porta de um homem rico,
Que, ali, se banqueteava
E os bens de todos gastava,
Indiferente ao seu caso,
Pois, nem para ele tinha olhado,
Por ser pobre e esfarrapado
E o rico de linho fino,
Desviando o coração
Do grande sonho divino,
Transcendente e infinito,
Com que havia sido criado,
Recusando-se partilhar,
Com justiça e rectidão,
Os bens com aquele irmão,
Chagado e desprezado,
Por não ver, nele, um irmão
Nem no seu rosto, o Senhor,
Por falta de fé e amor.


Ai de mim, que Te adoro,
Crendo que estás presente,
No sacrário duma igreja,
Se cometo o desaforo
De ver-Te um Deus ausente,
No coração dum irmão,
De qualquer povo ou nação,
Não importa de onde seja,
Escolhido por Teu Filho,
Para Sua habitação
E, se pobre ou sem abrigo,
Corpo de Cristo ferido!


Maria Lina da Silva, fmm-Lisboa, 25.09.2016

 

26º Domingo do Tempo Comum


Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu. (cf. Lc 16,19-31)

Deus consegue ver-nos a partir de cima,
porque nos vê como Pai, ama-nos a todos como filhos!
Para compreender a nossa cegueira e a nossa surdes
aos avisos e ensinamentos de Moisés e os profetas,
envia o seu Filho a olhar-nos a partir de baixo,
da humildade de um filho de carpinteiro, dum galileu de Nazaré!
Jesus mostra-nos que é possível ao ser humano
ver com fé e com coração, rezar no plural e sentir-se irmão,
construir pontes e abrir portões,
vencer abismos e semear solidariedades!
Deus criou uma grande casa fraterna para todos
e nós construimos oásis amuralhados e desertos desprezados!

A forma como vemos determina a maneira como vivemos!
Quando vemos tudo a partir do interesse do nosso umbigo,
rezamos sempre no singular ou quando muito pelos nossos amigos,
olhamos os outros apenas como servos ao nosso serviço,
construimos abismos, muros e portões para não ver
nem ouvir os gemidos dos pobres, nem os clamores da injustiça!
É significativo a quantidade de muros que se estão a construir
nas fronteiras da riqueza, do bem-estar, da paz e do desenvolvimento!
O egoísmo e o medo do outro está-nos a descristianizar,
a ensurdecer, a cegar, a endurecer o coração,
a perder a capacidade de ver a partir de baixo e de Deus!

Senhor, Pai santo, que nos vês a partir de dentro
e conheces bem a geografia do nosso coração,
envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a nascer de novo,
à imagem do teu Filho, comprometidos com a sua missão!
Cristo, Filho de Deus, que te fizeste nosso servo e irmão,
ensina-nos a ser portão que partilha o amor,
mansão de hospitalidade, hospital de campanha,
praça de festa, jardim de encontro e de paz!
Dá-nos ouvidos de discípulo e olhar humilde,

para que Te louvemos em comunhão e Te amemos no irmão!

sábado, setembro 24, 2016

 

Sábado da 25ª semana do Tempo Comum


Aquelas palavras eram misteriosas para eles e não as entendiam. (cf. Lc 9,43b-45)

Jesus revela-nos um Deus que nunca imaginaríamos:
que se abaixa para nos falar, que sofre sem se irar,
que cura com a misericórdia em vez de castigar,
que oferece a sua vida por aqueles que lha tiram!
Por isso, ouvir falar de paixão e de cruz ao Messias de Deus,
fazendo da omnipotência impotência resistente à vingança,
não dá para compreender que Deus seja assim!
A cruz é o poder do amor e da vida eterna, nua e crua,
que nenhuma injustiça ou traição podem corromper!
Nela se revela a paz, sem a ansiedade insegura do imediato,
que espera três dias para ressuscitar!
Para entender Jesus Cristo é preciso nascer de novo!

Há duas linguagens que todos entendem: a do amor e a do temor!
A do amor usa as armas do respeito paciente,
da hospitalidade, do diálogo, do perdão, da pedagogia,
da solidariedade que eleva, do cuidado da vida...
A linguagem do temor está normalmente ligada ao poder
e usa as armas da força, da imposição, da fiscalização,
do castigo exemplar, da destruição, da vingança, da humilhação...
Como Deus é o Omnipotente e todo poderoso,
esperamos que use a linguagem e os métodos do temor,
e custa-nos compreender que nos fale eternamente do amor!

Senhor, mistério de amor eternamente vivo,
poderosamente fecundo e misericordiosamente gratuito,
envia-nos o teu Espírito e ilumina o nosso entendimento,
para que possamos acreditar e seguir Jesus, teu Filho!
Cristo, que fizeste da realidade cruel e fria da cruz
a revelação brilhante da tua fidelidade ao evangelho do amor,
aumenta a nossa fé e dá-nos o dom da fortaleza na dor!
Liberta-nos da tentação de nos tornarmos cruéis

e esquecermos a linguagem do amor, em situações de cruz!

sexta-feira, setembro 23, 2016

 

6ª feira da 25ª semana do Tempo Comum – S. Pio de Pietrelcina


O Filho do homem tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. (cf. Lc 9,18-22)

Jesus é o Filho de Deus, o Messias esperado,
mas também o Filho do homem, o Servo de Deus!
Nele se revela o poder mortífero do ser humano
e a força da vida e da fidelidade de Deus!
Por isso, a sua Páscoa é morte e ressurreição!
A aliança de Deus tem que passar pela prova da paixão,
da traição, do sofrimento, da tortura, da injustiça da cruz,
para revelar que nada nem a morte são capazes de matar o amor!
Ó que altura e profundidade, que fortaleza e resiliência
é o amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo!
Ó que mistério é este de um Deus assumido homem,
que apesar de O rejeitarem e matarem na sua ousadia de humanidade,
quis glorificar o ser humano e permanecer com Ele eternamente!

Gostamos de um mundo sob o poder do telecomando:
tudo é com termo, com possibilidade de corte ou de mudança,
quando nos cansamos ou custa a suportar, finalizamos o compromisso!
O voluntariado ou a missão é por um tempo determinado,
a relação amorosa é sem um compromisso definitivo,
os alimentos têm um prazo de caducidade,
o comando de mão vai fazendo zapping ao sabor da curiosidade...
Como a exaltação da liberdade teme a fidelidade,
o que o marketing e o mercado fazem é tentar criar fidelização,
criar dependência, deixar a isca de volta para a próxima...
Por isso, é tão difícil compreender este mistério de Jesus,
misericordioso e fiel, que permanece connosco apesar da cruz!

Santíssima Trindade, aliança eterna em comunhão de amor,
aumenta a nossa fé, a nossa liberdade de entrega, a nossa fidelidade!
Jesus, revelação da grandeza de um amor incondicional pela humanidade,
envia-nos o teu Espírito e liberta-nos do medo de Te seguir,
de dizer sim ao teu chamamento,
de nos comprometermos com a tua missão para sempre!
Ajuda-nos a resistir à tentação de fuga quando o compromisso dói,
a injustiça cansa, a bondade não é recíproca, o egoísmo nos caracoliza!

S. padre Pio roga por nós e ajuda-nos a ser fieis em todas as situações!

quinta-feira, setembro 22, 2016

 

5ª feira da 25ª semana do Tempo Comum


E Herodes procurava ver Jesus. (cf. Lc 9,7-9)

Deus vê com o coração, por isso, ama,
conhece o íntimo, sofre o esquecimento,
inspira a luz e a verdade, sopra a cura com misericórdia!
O atuar de Jesus manifesta o atuar escondido de Deus,
por isso, traz a novidade da surpresa na rotina da vida,
provoca interrogações e diálogo, desperta o passado mau!
Querer ver Jesus ainda não é querer encontrar-se com Ele,
mas apenas curiosidade, desejo de espetáculo!
Foi isso que aconteceu antes da paixão de Jesus:
Herodes ficou satisfeito de ver Jesus e queria que fizesse milagres,
mas Jesus nada fez nem respondeu ao seu desprezo e troça (Lc 23,8).
Jesus não vem entreter as pessoas, mas quer converte-Las!

Hoje vive-se uma obsessão doentia do ver e do mostrar.
As pessoas entretêm-se em alimentar a curiosidade
e os meios de comunicação social afanam-se por estar “ao vivo”!
Tudo se torna espetáculo: a vida privada, as emoções,
a sexualidade, a política, o culto, o futebol, a guerra...
Daí a importância da imagem, da foto no momento certo,
das redes sociais, da televisão, do jornalismo, do satélite...
É tal a paranóia que há quem pense: “apareço, logo existo!”
ou “se aparecer ao lado de uma pessoa famosa, torno-me famoso!”.
Como estamos longe do ser, quando só procuramos aparecer e ver!

Senhor, que nos vês como filhos e nos amas com misericórdia,
louvado sejas por tanto amor, por tanto cuidado escondido,
por tanta graça invisível, por tanta fidelidade paciente!
Cristo, revelação do olhar compassivo de Deus,
envia-nos o teu Espírito e dá-nos um olhar novo,
livre da curiosidade mórbida que de tudo faz espetáculo!
Ensina-nos a ver com o coração, comprometido com o irmão,
solidário, bondoso, pacífico, ecológico, justo!
Aumenta a nossa fé e purifica o nosso coração,
para que a nossa religião não se contente com ver-Te,

mas busque amar-Te, seguir-Te, celebrar-Te e anunciar-Te!

quarta-feira, setembro 21, 2016

 

S. Mateus, Apóstolo


Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança dos impostos. (cf. Mt 9,9-13)

Jesus vai visitando as nossas mesas de cobrança
para nos convidar a levantar e a segui-Lo!
Há a cobrança de impostos coerciva para sustentar o bem comum,
há a cobrança do amor dado e da ajuda oferecida,
há a cobrança a Deus dos ritos celebrados e das orações feitas...
Neste mundo de cobranças não há lugar para a misericórdia,
tudo é dever, sacrifício, troca de favores, mercado.
Seguir Jesus é por-se a caminho, em busca da verdade,
da justiça que salva, da misericórdia que perdoa,
da medicina que vai ao encontro do doente...
Mateus ofereceu-nos o Evangelho escrito sem cobrar!

Hoje tudo tem um preço, quase nada é gratuito!
As exigências de serviços públicos “gratuitos”
(saúde, educação, infraestruturas públicas, etc)
aumentaram o peso dos impostos cobrados.
Todos exigem mais regalias e qualidade de serviços públicos
e todos reclamam da criatividade em criar novos impostos!
No mercado é o negócio baseado nas taxas, comissões e mais-valias.
Este espírito de cobrança passou também para as relações humanas:
dou para que me dês, faço-te isto para que me pagues,
convido-te esperando que me convides...
A reciprocidade solidária virou produto de mercado!
Isto nota-se até na forma como se educam as crianças!

Senhor, que desceste do Céu tranquilo da condenação,
para vires em busca dos pecadores e das ovelhas perdidas,
ajuda-nos a elevar o nosso olhar para nos encontrarmos contigo,
escutarmos a tua voz de pastor
e recebermos a tua misericórdia de médico!
S. Mateus ensina-nos a deixar tudo para seguir Jesus
e a convida-Lo para entrar na nossa casa
e fazer da mesa uma festa de evangelização e misericórdia!
S. Mateus intercede por nós, para que sejamos apóstolos,
que encarnam o Evangelho e o escrevem com o testemunho

e a letra escrita nas tipografias e nas plataformas digitais!

terça-feira, setembro 20, 2016

 

3ª feira da 25ª semana do Tempo Comum - S. André Kim Taegon e Companheiros


Não podiam chegar junto d’Ele por causa da multidão. (cf. Lc 8,19-21)

A Encarnação do Senhor, fez de Jesus membro de duas famílias:
a família de sangue e o grupo de discípulos que O seguem.
O anúncio do Anjo gerou a Palavra no seio de Maria
e fez-se silêncio paciente no seio da sua família de sangue, em Nazaré.
O anúncio do Evangelho gerou a Palavra no seio da multidão,
e a escuta e o acolhimento gerou a Igreja em embrião!
Agora para chegar a Jesus é preciso passar pela multidão,
tornar-se discípulo, integrar o grupo que está dentro de Jesus!
Nem a multidão eclesial pode impedir a aproximação dos que estão fora,
nem os que estão fora podem aproximar-se de Jesus,
sem fazerem parte dos que estão dentro, sem serem Igreja!

Hoje gosta-se de fragmentar o que está unido:
Cristo ou o Papa e a Igreja, fé e vida, público e privado,
sacramentos e compromisso eclesial, discipulado e missão,
palavra e testemunho, trabalho e oração,
consagração e fidelidade, poder e serviço...
Queremos ir a Jesus quando e como desejamos,
busca-Lo nas nossas necessidades como quem petisca num buffet,
mas queremos continuar do lado de fora, sem compromisso,
sem conversão, livres para continuarmos a ser como somos!
Admiramos o Papa, mas não queremos viver como Ele,
nem imitar o Senhor que ele contempla, escuta e segue!

Senhor Jesus, que nos geraste para a Igreja por meio do Batismo,
ajuda-nos a não sermos apenas visitadores esporádicos,
mas frequentadores habituais da multidão dos que Te seguem!
Cristo, cuja Palavra gera novos filhos de Deus em Igreja,
faz de nós membros ativos e participativos
que vão ao encontro dos que estão fora e os levam a Jesus,
atraindo-os para a Igreja e servindo-lhes o Evangelho e os sacramentos!
Espírito de santidade, ajuda-nos a não sermos cristãos de estatística,

mas pedras vivas que constroem a paz e a globalidade do amor!

segunda-feira, setembro 19, 2016

 

2ª feira da 25ª semana do tempo Comum


Tende cuidado com a maneira como ouvis. (cf. Lc 8,16-18)

Jesus ouve com amor e confiança o Amor!
Não ouve o que lhe interessa, mas o que interessa ao Pai!
Não ouve com desconfiança, mas com total fé em Deus!
Por isso, pode dizer que o seu alimento é fazer a vontade do Pai:
é n’Ele que vive, respira, sente, perdoa, serve... só a Ele escuta!
Jesus dá-se conta que fala aos discípulos de uma coisa
e eles entendem ou pensam noutra:
nos três anúncios da paixão, os discípulos falam da fuga à cruz,
de pedidos de lugar de honra, discutem sobre quem é o maior!
Temos que estar vigilantes à maneira como ouvimos!

O filósofo Kant deu-se conta que não conhecemos diretamente,
mas por meio dos a priori do tempo e do espaço.
Vemos e ouvimos a partir de preconceitos e interesses,
por isso, ainda a pessoa mal começou a falar
e já julgamos o que quer dizer e respondemos ao que não disse!
Quando não nos interessa o que outro está a dizer,
desligamos, evitamos o diálogo, ligamos outras vozes gémeas!
É sintomático que se esteja juntos, a falar ao telemóvel com ausentes
ou que se dê um passeio pela natureza a ouvir a música que se gosta!
A Palavra de Deus é passível de várias interpretações,
muitas delas distorcidas pelo egoísmo, a ambição e o relativismo,
por isso, é fundamental escuta-la em Igreja e segundo a tradição!

Senhor, Palavra que escuta as entranhas que amam,
louvado sejas porque és misericórdia e fidelidade à aliança!
Cristo, Mestre na escuta do Coração do Pai
e do gemido do pobre e do marginalizado,
ensina-nos a escutar a Tua Palavra, cada dia,
silenciando os ruídos interesseiros e as tentações ilusórias!
Espírito Santo, dá-nos um coração puro e ouvidos de discípulo,
para que possamos nascer de novo e crescer fecundos,
à imagem de Jesus, aberto ao diálogo obediente com o Pai!
Dá-nos apetite diário para a escuta da tua Palavra

e jejum crítico para escutar as vozes dos instintos e do mundo!

domingo, setembro 18, 2016

 

25º Domingo do Tempo Comum


Quem é fiel nas coisas pequenas, também é fiel na grandes; (cf. Lc 16,1-13)

Jesus é fiel no Céu e na terra, no tempo e na eternidade,
na divindade e na humanidade, em Nazaré e em Jerusalém,
no poder e no serviço, no anúncio e no testemunho...
Ele é sempre o mesmo, ontem, hoje e para sempre,
não muda conforme as circunstâncias e conveniências.
Por isso, quando O querem aclamar Rei, após um milagre,
despede a multidão, e prostra-se perante o verdadeiro Rei, seu Pai!
Sabe promover a partilha e a libertação da idolatria do dinheiro,
mas acolhe também o gesto gratuito de uma mulher
que o unge com um perfume de nardo puro, caríssimo!
É assim que Jesus nos quer: livres de idolatrias,
fieis ao amor e à misericórdia, atentos e fortes na tentação!

O filósofo Ortega y Gasset afirmava:
Eu sou eu e as minhas circunstâncias”!
Alguns levam isto ao extremo e revelam-se diferentes
na intimidade da família, no palco da política e da sociedade,
na vida da Igreja, no estádio de futebol, nos negócios...
Assim, o ser humano dá prioridade à representação dum papel
e não à essência do ser, à fidelidade de convicções,
à coerência de vida, à fraternidade conatural...
Cultiva-se o profissionalismo quando dá interesse
e relaxa-se a prestação quando não é fiscalizado!
Se a isto juntarmos a dinâmica do consumismo do usar e deitar fora,
a fidelidade não só deixa de ser um valor,
como é vista como um anti-valor!

Senhor, verdade de um amor fontal a toda a prova,
dá-nos um coração novo, livre de idolatria,
cheio de fé, forte e fiel na abundância e na adversidade!
Cristo, nosso mestre na arte de servir o Pai,
envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a seguir-Te
nas pequenas coisas da intimidade da consciência
e nas grandes coisas fiscalizadas pela opinião pública
e pela exposição social, religiosa e política!
Que a tua Eucaristia nos fortaleça a coluna vertebral da fé,
para como Tu, sejamos humanos e divinos, em todas as situações,

principalmente naquelas em que Tu só podes ver!

sábado, setembro 17, 2016

 

Sábado da 24ª semana do Tempo Comum


Ouviram a palavra com um coração nobre e generoso. (cf. Lc 8,4-15)

Jesus é a Palavra que semeia o Evangelho generosamente:
a uns oferece o testemunho bom da sua vida,
a outros o milagre da cura e da misericórdia,
a outros a parábola que nos faz pensar e cair em nós.
O seu coração nobre e generoso esconde-se na humildade
e revela-se no encontro, no diálogo, na misericórdia,
na fé, na oração, na perseverança na perseguição e na cruz!
Para O seguirmos temos que nascer de novo
e deixar que o Espírito seja o oleiro de um coração novo,
terra boa e acolhedora, que conserva e cuida da Palavra,
e faz do Evangelho uma coerência de vida em todas as situações!

Há a preocupação de dar tudo aos filhos: comida,
roupa de marca, ocupação de tempos livres, escola,
cursos complementares na área da arte ou do desporto,
telemóveis, computadores, playstations, saídas noturnas...
mas poucos se preocupam em formar um coração nobre e generoso,
amigo e solidário, forte na adversidade e serviçal na abundância,
capaz de acreditar e audaz em dialogar e perdoar!
É esta distração do essencial que provoca a avalanche de egoísmo,
a democratização da mentira, a generalização da indiferença!
Alguns até representam bem e maquilham-se com profissionalismo,
mas basta conviver com eles um dia para revelarem o que são!

Senhor, como é grande o teu coração e paciente a tua misericórdia!
Não fosse a tua fidelidade à aliança e já nada seríamos!
Dá-nos um coração nobre e generoso como o do teu Filho!
Ilumina e purifica o nosso coração de toda a mentira e egoísmo,
para que possamos escutar a tua Palavra com ouvidos de discípulo
e dar frutos como terra boa, fértil e purificada de todo o mal!
Envia-nos o teu Espírito e renova-nos o coração!
Ensina-nos a dar prioridade ao essencial, ao que permanece,
ao que faz bem, ao que nos torna canal de vida divina!
Faz de nós evangelizadores fieis e generosos,

perseverantes e coerentes, humildes e eclesiais!

sexta-feira, setembro 16, 2016

 

6ª feira da 24ª semana do Tempo Comum – S. Cornélio e S. Cipriano


Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas. (cf. Lc 8,1-3)

Jesus acolhe discípulos e discípulas no seu grupo.
Não quer uma sociedade e uma Igreja discriminadora,
mas integradora, de acordo com a vontade de O seguir!
Não há fronteiras de género, classe, cultura ou nação,
porque o Pai também não faz acessão de pessoas!
As mulheres, que na altura eram menorizadas,
acabaram por mostrar maior fidelidade na paixão,
coragem na cruz, amor no sepulcro, esperança na ressurreição!
Que belo e complementar, Deus nos ter feito homem e mulher,
e a todos nos dar oportunidade de seguir e servir Jesus,
cada um com os seus dons, os seus tons e jeito de ser!

O lugar da mulher na sociedade e na Igreja
tem evoluído e conquistado o seu espaço silenciosamente.
O acesso à formação escolar e a integração no trabalho,
tem mostrado capacidades e desfeito mitos!
É uma revolução lenta e silenciosa, que altera culturas,
paradigmas, conceções, instituições e práticas.
Como em todas as mudanças pode haver desequilíbrios
que pouco a pouco é necessário corrigir:
miragens de poder que abafam o seu papel na família,
feminismos que querem impor-se por decreto e guerra de sexos,
resistências e ameaças de machismos temerosos,
tentativas religiosas e culturais para impedir a sua ascensão!
Este é um dos sinais dos tempos e dos maiores desafios de hoje
na Igreja católica, nas diversas religiões e na sociedade.

Senhor, que criaste o homem e a mulher à tua imagem,
envia-nos o teu Espírito de comunhão e de diálogo,
e ensina-nos a conviver sem medo nem possessão.
Cristo que aceitaste como discípulos, homens e mulheres,
e a todos confiaste o encargo de evangelizar
e continuar a tua missão de salvar o mundo,
ajuda-nos a ser uma Igreja integradora de dons,
elevadora de dignidade, boa nova para todos e todas!
Ajuda-nos, Senhor, no diálogo ecuménico e eclesial,
a compreender o que queres de cada um de nós,

que Igreja sonhas e boa nova queres que demos ao mundo!

quinta-feira, setembro 15, 2016

 

Nossa Senhora das Dores


E uma espada trespassará a tua alma. (cf. Lc 2,33-35)

Jesus é uma luz que denuncia a verdade das trevas.
É uma Palavra que não deixa ninguém indiferente,
porque é profética e atinge a verdade mais profunda da vida!
Para os que buscam a verdade e o amor que não passa,
é acolhido como Messias, como profeta, como Filho de Deus;
Para os que buscam continuar como estão e florear a mentira,
veem nEle um inimigo e perseguem-No e combatem-No!
Ser Mãe do Filho de Deus, da Palavra de Deus encarnada,
é amar o Filho e sentir a sorte dEle como sua.
Por isso, Maria sente na sua alma o que é feito a seu Filho:
as palavras boas e más, os gestos de acolhimento e de rejeição,
a bênção e a condenação, os beijos e os cravos que sangram os seus pés!
Só quem ama intensamente sofre a dor do outro como sua!

A comunicação social dá notícias de sofrimento,
pois é seu dever informar, mas apresenta-o como uma peça,
que mexa com o sentimento, mas não o levante do sofá!
Por isso, trabalha as imagens que mostra e esconde,
as palavras que usa e silencia, o tempo que lhe dedica...
E para que a emoção não perturbe o espetador,
mistura notícias más e boas, numa sequência de passatempo,
para que espetador cansado não mude de programa,
nem perca perca o sono, nem se comprometa com o bem social!
Assim é difícil chorar com quem sofre, sentados na indiferença!
Somos meros espetadores da história, desfraternizados!

Santíssima Trindade, amor compadecido pela sorte de cada um de nós,
louvado sejas porque sentes as nossas dores como as tuas dores!
Cristo, Palavra terna e acutilante que ilumina a verdade,
cura a raiz do nosso pecado para que não sejam causa de sofrimento!
Espírito de discernimento e de amor, renova o nosso coração,
para que ninguém viva numa redoma de bem-estar egoísta
ao lado de quem sofre, de quem passa fome, de quem está só!
Nossa Senhora das dores, Mãe que sofre porque ama intensamente,
ensina-nos a amar e a sofrer pelo bem de todos, como Tu!
Nossa Senhora das Dores que sofres a esperança de Deus,
ajuda-nos a fazer da nossa solidariedade um dinamismo missionário,

que aponta para Cristo e desafia a todos a fazer o que Ele nos disser!

quarta-feira, setembro 14, 2016

 

Festa da Santa Cruz


O Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. (cf. Jo 3,13-17)

O amor eterno e infinito de Deus pela humanidade,
revela-se na vida de seu Filho encarnado, no seio de Maria.
Ele veio para servir a misericórdia a todos os sem esperança,
descendo às realidades mais degradantes e injustas.
A cruz era na altura o suplício mais cruel,
que associava a pena de morte à tortura exposta.
Também aí, onde tudo fala de violência e indiferença,
onde o sofrimento e a condenação se torna espetáculo,
Jesus quis levar a salvação do amor e do perdão,
a paz de Quem tem raízes na aliança e resiste à traição!
Na exaltação da Santa Cruz, não é o sofrimento que se exalta,
mas Quem aceita fazer da cruz lugar de redenção
e sinal do amor incondicional de Deus por nós!

Hoje cultivam-se comportamentos de fuga do sofrimento,
usando analgésicos, drogas e divertimentos de evasão,
isolamento, compensações diversas oferecidas pelo mercado,
alienação da realidade, indiferença, eutanásia...
Em vez de aprendermos a dar sentido e amor à vida, mesmo na dor,
fugimos das situações em que sentimos desconforto.
Por isso, há tanta solidão, tão poucos filhos, tantos divórcios,
tanta injustiça social, tão pouca solidariedade...!
Deus faz um caminho diverso: desce até à cruz com a missão
de transformar-la em lugar onde se manifesta o maior amor!
Sentir-se acompanhado e amado é o melhor paliativo da dor!

Pai nosso, que amas de tal forma o mundo
que entregaste a tua vida, no teu Filho, pela nossa salvação,
louvado sejas porque a tua misericórdia é infinita
e se personaliza em atenção redentora para com cada um de nós!
Jesus, que foste elevado ao alto no monte do Calvário,
passando pela prova de fogo do amor que não se apaga
no inverno gelado da traição, da injustiça e da tortura mortífera!
Envia-nos o teu Espírito de fortaleza e ensina-nos a evangelizar a dor,
vencendo o comodismo e o medo de sermos solidários
e de nos comprometermos a viver com fé, esperança e amor!
Senhor da Santa Cruz ajuda-nos a levar as nossas cruzes

e a sermos cirineus dos mais fracos e debilitados!

terça-feira, setembro 13, 2016

 

3ª feira da 24ª semana do Tempo Comum – S. João Crisóstomo


Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». (cf. Lc 7,11-17)

Jesus manifesta a compaixão de Deus,
sempre atenta, sempre próxima, sempre pró-vida!
Compadece-se da mãe, viúva, pobre, sem esperança,
e devolve-lhe vivo o filho único, o seu tesouro,
a sua companhia, a sua esperança!
Agora esta mãe sabe que não está só, pois tem o seu filho,
mas sabe também que tem Deus a seu lado,
que visita a sua casa como sol da esperança!
Jesus tira-nos o choro do desespero
e dá-nos o choro da solidariedade e do ombro amigo!

Hoje há muitas famílias monoparentais de filho único,
seja devido a gravidezes fortuitas, seja por divórcios,
seja pela migração de um cônjuge,
seja devido a guerras, doenças ou acidentes
que terminam com a morte de um dos cônjuges.
Toda a vida dessa pessoa se concentra nesse filho,
único tesouro e razão para lutar infatigavelmente pela vida!
Um dia, chega a adolescência e a adultez,
e com ela a necessidade do/a filho/a sair, fazer novos amigos,
casar e voar, formar uma nova família...
Para quem viveu totalmente focado no seu filho
e agora se vê na eminência de o partilhar com alguém e de ficar só,
este processo de vida normal é muitas vezes sentido
como uma traição e ingratidão do/a filho/a!
É difícil ser dom sempre e em todas as situações!

Senhor, que nos entregas o teu Filho único
para que Este faça de todos nós teus filhos,
louvado sejas pela tua compaixão, por amares eternamente!
Cristo, visita da Vida ao cortejo da morte e da desesperança,
restitui-nos a vida que se eleva na dignidade e pelo diálogo!
Dá-nos um coração compassivo que chora com quem sofre,
se interessa e solidariza, numa comunhão global e inclusiva!
Cuida, Senhor, das nossas famílias,
principalmente as monoparentais e desestruturadas,
para que saibam amar, sem se fechar nem cortar a liberdade!
Que todos sintam que nunca os deixas sós
e vejam na Igreja e em cada um de nós,

um sacramento desta compaixão que se faz quotidiano!

segunda-feira, setembro 12, 2016

 

2ª feira da 24ª semana do Tempo Comum – Santíssimo Nome de Maria


Um centurião tinha um servo a quem estimava muito e que estava doente. (cf. Lc 7,1-10)

Jesus é o Filho que se faz servo para salvar os servos,
que estão doentes, quase a morrer e sem esperança de salvação.
Ele vem ao seu encontro com o poder da sua Palavra Encarnada
para os curar, elevar na dignidade e fazer renascer como filhos e livres.
É o Amor fontal do Pai e a Missão eterna da aliança
que O move, que O conduz, que alimenta a sua alegria!
O centurião é neste sentido uma imagem de Jesus:
estima e respeita os responsáveis de Israel,
ajuda-os a serem fieis a Deus, construindo-lhes uma sinagoga,
trata os servos como filhos e cuida dos mais fracos e doentes,
tudo fazendo para os curar e salvar!
Talvez o centurião tenha confiado tanto em Jesus
porque se identificou tanto com Ele no jeito de ser e de amar!

A fé em Jesus supõe uma identificação com Ele.
Há pessoas que acreditam em Jesus com medo de se condenarem
e por isso rezam e submetem-se a ritos protetores.
Como vivem com o medo da vida eterna,
não se dão conta como estão a relacionar-se na vida temporal,
esquecendo-se de aprender com Jesus a amar,
com estima e respeito, com solidariedade e iniciativa!
No fundo, relacionam-se com Deus da mesma forma egoísta
com que se relacionam com o próximo e a natureza!

Pai Santo, que sofres nas entranhas as dores de cada um,
louvado sejas pelo teu Filho que entrou na nossa casa,
com a sua Palavra e os sacramentos, sem o merecermos!
Cristo, que passas a vida a fazer o bem e a salvar,
cura todos os que vão definhando no pecado,
na droga, no sexo, na corrupção, injustiça e na ambição!
Envia-nos o teu Espírito e dá-nos um coração novo,
capaz de amar a todos como este centurião,
intercedendo, ajudando, estimando, solidarizando-nos!

Santíssimo Nome de Maria rogai por nós!

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