sábado, janeiro 31, 2009

 

Dia 31 Janeiro: oração no mundo pela paz na Terra Santa


Neste sábado, 31 de janeiro, milhares de jovens dos cinco continentes se unirão em umdia de oração de 24 horas ininterruptas, que acontecerá com Eucaristias e Adorações em cerca de 400 cidades do mundo inteiro.
De Jerusalém a Roma, Nova York, Cracóvia, assim como na Argentina, Brasil, Espanha, França e em alguns países da África, Austrália e Ásia se rezará pela paz na Terra Santa. Também haverá uma Missa com esta intenção na paróquia do Patriarcado Latino da Sagrada Família de Gaza.
Também a Cidade do Vaticano participará desse dia internacional com uma Eucaristia concelebrada amanhã de manhã pelo cardeal Raffaele Farina, prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana, com a comunidade salesiana da Tipografia Vaticana.
O Dia Internacional de Oração pela Paz nasce da intenção de responder às palavras pronunciadas por Bento XVI no Ângelus de 28 de dezembro passado, no qual pediu aos cristãos «orações intensas» pela paz.
Naquela ocasião, o Papa havia condenado a «violência inaudita» na Terra Santa, sublinhando que «a pátria terrena de Jesus não pode continuar sendo testemunha de tanto derramamento de sangue, que se repete sem fim».
A iniciativa de amanhã está promovida por várias associações juvenis católicas, como a Associação Nacional «Papaboys», o Apostolado «Jovens pela Vida», as Capelas da Adoração Perpétua na Itália e outros países do mundo, e os grupos de Reunião Eucarística.
O Dia de oração recebeu também a adesão de muitos grupos de oração, leigos e consagrados, e de sacerdotes de todo o mundo, de muitas paróquias salesianas (que amanhã celebram a festa de seu fundador, São João Bosco), das Missionárias da Consolata e dos Missionários do Preciosíssimo Sangue.
Também muitos grupos de jovens do mundo inteiro confirmaram sua adesão no Facebook «Queremos a paz na Terra Santa» (Vogliamo la pace in Terrasanta). Até ontem, segundo divulgou a Adoração Perpétua italiana, as adesões eram de mais de 4 mil grupos, e 2 mil pessoas a título individual, nos cinco continentes.
Mais informação: http://www.papaboys.it/; http://www.adorazione.org/;http://www.adorazioneperpetua.it/; http://www.youthfl.org/


(ZENIT.org)

domingo, janeiro 25, 2009

 

Num mundo dividido, os cristãos proclamam a esperança


"Eles estarão unidos em tua mão" - 25 de Janeiro, festa da conversão de S. Paulo


8º dia: Num mundo dividido, os cristãos proclamam a esperança
Ez 37, 1-14
Abrirei os vossos túmulos
Sl 104, 24-34
Tu renovas a face da terra
Ap 21, 1-5s
Eis que faço nova todas as coisas
Mt 5, 1-12
Felizes aqueles que...


Comentário
“Farei vir sobre vós um sopro para que vivais”. A fé bíblica se baseia na esperança fundamental de que a última palavra da História pertence a Deus; este sua última palavra não será um juízo condenatório, mas uma palavra vivificante que estabelece a “nova criação”. Como vimos nas meditações anteriores, os cristãos vivem num mundo marcado por diferentes tipos de divisão e de separação. Apesar disso, a Igreja Cristã conserva sua esperança, ancorada não no que o ser humano pode fazer, mas na potência e no desejo fiel de Deus de transformar a divisão e o esfacelamento em unidade, o ódio mortal em amor gerador de vida. Os coreanos, no seu contexto, devem suportar ainda as trágicas conseqüências da divisão de seu país; mas mesmo nesta situação, a esperança cristã continua muito forte.
A esperança cristã tem o êxito de sobreviver mesmo entre grandes sofrimentos, pois brota do amor fiel de Deus que nos foi revelado na cruz do Senhor. A esperança ressuscita do túmulo com Jesus: assim a morte e as potências da morte são vencidas. A esperança se espalha no dia de Pentecostes pelo envio do Espírito Santo que renova a face da terra. O Cristo ressuscitado é o começo de uma vida nova e autêntica. Sua ressurreição anuncia o fim da antiga ordem e lança as sementes de “nova criação” que será eterna, na qual todos serão reconciliados n’Ele e Deus será tudo em todos.
“Eis que faço novas todas as coisas”. A esperança cristã começa com a renovação da criação, que leva a cumprimento o projeto original de Deus Criador. Em Apocalipse 21, Deus não diz “eu faço novas as coisas”, mas “eu faço novas todas as coisas”. A esperança cristã não significa o aguardar passiva e longamente o fim do mundo, mas o desejo desta renovação que já vem se realizando desde o dia da Ressurreição e do Pentecostes. Não se trata de aguardar uma conclusão apocalíptica da História, provocando o desabamento do mundo, mas a esperança de uma transformação fundamental e radical do mundo que nós conhecemos. O novo começo instaurado por Deus coloca fim ao pecado, às divisões e à finitude do mundo, e transforma a criação de modo que possa participar da glória eterna de Deus.
Quando os cristãos se reúnem para rezar pela unidade, é esta esperança que os motiva e os apóia. A oração pela unidade tem uma força específica: esta que salta da renovação da criação gerada por Deus; sua sabedoria é a do Espírito Santo que efunde a vida nova sobre os ossos ressequidos e os devolve à existência; sua autenticidade, é nossa disponibilidade a nos abrir totalmente à vontade de Deus, deixando-nos transformar em instrumentos da unidade que Jesus quis para seus discípulos.


Oração
Deus misericordioso, tu estás sempre perto de nós, no meio de nossos sofrimentos e de tribulações. Tu estarás até o fim dos tempos conosco. Ajuda-nos a ser um povo repleto de esperança; um povo que vive as Bem-aventuranças se coloca a serviço da unidade que tu desejas. Amém.

sábado, janeiro 24, 2009

 

Os cristãos e o pluralismo religioso


Eles estarão unidos em tua mão
7º dia da Semana de oração pela Unidade dos Cristãos

Is 25, 6-9
No Senhor pusemos nossa esperança
Sl 117 (116),1-2
Nações, louvai todas o Senhor
Rm 2, 12-16
Aqueles que põem em prática a lei, serão justificados
Mc 7, 24-30
Por causa desta palavra, vai: o demônio saiu de tua filha

Comentário
Quase todo dia, ouvimos falar da violência que, em várias regiões do mundo, opõem fiéis de religiões diferentes. Em compensação, a Coréia se apresenta como um país onde as distintas religiões (Budismo, Confucionismo e Cristianismo) coexistem, na maior parte do tempo, na concórdia e na paz.
Num grande hino de louvor, o profeta Isaías anuncia que Deus enxugará toda lágrima e preparará um rico banquete para todos os povos e nações! Um dia – diz o profeta – todos os povos da Terra glorificarão a Deus e exultarão, visto que ele os terá salvado. O Senhor que nós esperamos é o hóspede do banquete eterno do qual fala Isaías, na sua ação de graça.
Quando Jesus encontra a mulher não israelita que lhe pede para curar sua filha, ele primeiramente responde de maneira surpreendente e se recusa ajudá-la. A mulher insiste no mesmo tom que ele: “Mas os cachorrinhos, sob a mesa, comem as migalhas dos filhos”. Jesus reconhece a sagacidade desta mulher, pois ela compreendeu que a missão de Cristo se dirige ajudeus e aos não-judeus – hoje podemos dizer: a cristãos e não cristãos – e a aconselha a retornar para casa tranqüila, assegurando que sua filha está curada.
As Igrejas têm se empenhado no diálogo com outros cristãos, em benefício da unidade entre os discípulos de Jesus. Ao longo dos últimos anos, o diálogo se estendeu, firmando-se também entre os fiéis de outras religiões, em particular as chamadas “religiões do Livro” (Judaísmo e Islam). Os encontros realizados, além de enriquecedores, contribuíram significativamente para promover maior respeito e boas relações entre uns e outros, ajudando a estabelecer a paz em zonas de conflito. Se nós, cristãos, somos unidos entre nós para testemunhar contra preconceitos e violências, tal testemunho será seguramente eficaz. E, se ouvíssemos atentamente os irmãos das religiões não-cristãs, não aprenderíamos ainda mais sobre a universalidade do amor de Deus e de seu Reino?
O diálogo com os demais cristãos não significa uma perda da nossa respectiva identidade cristã: nós deveríamos, ao contrário, nos alegrar de obedecer à oração de Jesus “para que todos sejam um” como Ele e o Pai são um. A unidade não se fará de um dia para o outro. Trata-se antes de uma peregrinação que nós palmilhamos com os outros fiéis, conduzindo-nos para um destino universal de amor e salvação.


Oração

Senhor Deus, nós te agradecemos pela sabedoria que nos transmitem tuas Escrituras. Dá-nos a coragem de abrir nosso coração e nosso espírito ao próximo. Seja ele um fiel de outra Confissão cristã, seja ele um seguidor de outra religião. Ensina-nos a superar as barreiras da indiferença, dos preconceitos e do ódio. Revigora nossa visão dos últimos dias, quando todos os cristãos se dirigirão unidos para o banquete final, quando toda lágrima e desacordo serão vencidos pelo amor. Amém.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

 

Os cristãos diante da doença e do sofrimento


Meditação para o sexto dia da Semana pela Unidade dos Cristãos (23/01/2009)

2 Rs 20, 1-6
Ah, Senhor, digna-te lembrares de mim
Sl 22 (21), 1-11
Por que me abandonaste?
Tg 5, 13-15
A oração com fé salvará o enfermo
Mc 10, 46-52
Que queres que eu te faça?

Comentário
Quantas vezes Jesus encontrou os doentes e quis curá-los! Todas as nossas Igrejas, ainda que divididas, têm uma clara consciência da compaixão do Senhor pelos que sofrem. No que toca às doenças, os cristãos sempre procuraram seguir o exemplo do Mestre, cuidando dos enfermos, construindo hospitais e dispensários, organizando “grupos de saúde”, não se preocupando apenas com “a alma”, mas também dos corpos dos pequeninos de Deus.
Contudo, isto nem sempre é tão evidente. As pessoas saudáveis tendem a considerar a saúde como uma conquista sua, e esquecem aqueles que não podem participar plenamente da comunidade por causa da sua enfermidade ou limitação. Quanto aos enfermos, muitos deles se sentem esquecidos por Deus; distantes de sua presença, de sua graça e de sua força salvadora.
A profunda fé de Ezequias o sustenta na doença. Nos momentos de dor, ele encontra os termos certos para recordar a Deus sua promessa misericordiosa. Sim, aqueles que sofrem às vezes tomam da Bíblia as palavras inspiradoras para clamar por suas dores e confrontar o desígnio de Deus: “Por que me abandonaste?” Se nossa relação com Deus é sincera, profunda, e se diz com palavras de fé e reconhecimento, ela poderá também expressar na oração a nossa aflição, nossa dor e até mesmo nossa ira, quando esta última for necessária.
Os doentes não são apenas objecto de cuidados. Ao contrário, são sujeitos de viva experiência de fé, como descobriram os discípulos de Jesus certa vez – no relato que lemos no Evangelho de Marcos. Aconteceu que os discípulos queriam fazer seu próprio caminho ao seguir Jesus, ignorando o homem doente marginalizado pela multidão. Quando Jesus os interpela, ele os desvia de seus objetivos individualistas. Conosco pode acontecer algo parecido: estamos dispostos a cuidar dos doentes, desde que eles não reclamem e nos perturbem. Hoje, freqüentemente, são os doentes dos países pobres que gritam para nós pedindo medicamentos; isto que nos leva a refletir sobre a concessão de patentes e do lucro. Os discípulos que antes queriam impedir o cego de se aproximar de Jesus são interpelados pelo mesmo Jesus a levar a ele sua mensagem de cura; uma mensagem de amor que soa completamente nova: “Coragem! Levanta-te, ele te chama”.
Somente quando os discípulos conduzem o doente até Jesus é que eles finalmente entendem o que quer o Senhor: dedicar o tempo para encontrar-se com o doente, para lhe falar e ouvir, perguntando-lhe o que deseja e do que necessita. Uma comunidade de reconciliação só pode florescer quando os enfermos experimentam a presença de Deus nas suas relações com os irmãos e as irmãs em Cristo.

Oração
Senhor, escuta teu povo quando este grita por ti, aflito pela doença e pela dor. Que aqueles que são saudáveis se façam dom pelo bem-estar dos outros; que eles possam servir os que sofrem com coração generoso e mãos abertas. Senhor, dá-nos viver na tua graça e pela tua providência, tornando-nos uma comunidade de reconciliação onde todos te louvem unidos. Amém.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

 

Os cristãos diante das discriminações e dos preconceitos sociais


Meditação para o quinto dia da Semana pela Unidade dos Cristãos (22/01/2008)
Is 58, 6-12
Não te esquives daquele que é tua própria carne
Sl 133
Que prazer encontrar-se entre irmãos
Gl 3, 26-29
Todos vós sois um só em Cristo
Lc 18, 9-14A estes, convencidos de serem justos

Comentário
No início do mundo, os seres humanos criados à imagem de Deus constituíam uma só humanidade “unidos em tua mão”.
No entanto, o pecado interferiu no coração do homem... Desde então, não cessamos de construir categorias discriminatórias. Neste mundo, muitas escolhas são feitas com base na raça ou etnia; há casos em que a identidade sexual ou o simples fato de ser homem ou mulher alimenta os preconceitos; em outros lugares, ainda, o obstáculo é a religião, usada como feitora de exclusão. Todas estas discriminações são desumanas. Elas são fontes de conflito e de grande sofrimento.
No seu ministério terrestre, Jesus mostrou-se particularmente sensível à humanidade comum, a todos os homens e mulheres. Ele denunciou sem cessar as discriminações de toda espécie e as vantagens que alguns podiam tirar disso. Jesus mostra que nem sempre os “justos” são aqueles que parecem sê-lo, e alerta que o desprezo não tem lugar no coração dos verdadeiros crentes.
Como os benefícios do óleo precioso ou do orvalho do Hermon, o Salmo 133 canta a felicidade da vida fraternalmente partilhada. Quão prazeroso e alegre é viver juntos como irmãos e irmãs: é esta a graça que saboreamos no fundo do coração em nossos encontros ecuménicos, quando renunciamos às discriminações confessionais.
Restaurar a unidade da família humana é missão comum de todos os cristãos. Importa agirmos unidos contra toda sorte de discriminação. Esta é a esperança que partilhamos: não há judeu, nem grego; nem escravo, nem livre; nem homem, nem mulher, pois todos somos “um” em Cristo Jesus.

Oração

Senhor, faz-nos perceber as discriminações e exclusões que marcam nossa sociedade. Conduz o nosso olhar e ajuda-nos a reconhecer os preconceitos que habitam em nós. Ensina-nos a expulsar todo desprezo de nosso coração, para apreciarmos a alegria de viver juntos em unidade. Amém.

terça-feira, janeiro 20, 2009

 

Os cristãos diante da crise ecológica


Meditação para o quarto dia da Semana pela Unidade dos Cristãos (21/01/2008)

Gn 1, 31-2,3
Deus viu tudo o que havia feito; e eis que era muito bom
Sl 148, 1-5
Pois ele ordenou, e foram criados
Rm 8, 18-23
A criação libertada do poder do nada
Mt 13, 31-32
A menor de todas as sementes

Comentário
Deus criou nosso mundo com sabedoria e amor; quando ele terminou a obra da criação, viu que tudo era bom. Mas hoje, o mundo enfrenta uma grave crise ecológica. Nossa Terra sofre com o aquecimento climático, devido ao nosso consumo excessivo de energia. A superfície das florestas sobre o Planeta diminuiu 50% nos últimos quarenta anos, enquanto que cresce sempre mais a desertificação. Os coreanos, que gostam muito de peixe se preocupam: são três quartos dos habitantes do mar que desaparecem por dia. A cada dia, são mais de cem espécies vivas que se extinguem! Esta perda de biodiversidade é uma ameaça para a própria humanidade. Com o apóstolo Paulo, nós podemos afirmar: a criação foi libertada do poder do nada; ela geme, como nas dores do parto.
Não encobrimos o rosto! Nós humanos carregamos uma grande responsabilidade nesta destruição do meio-ambiente. A ganância atrai a sombra da morte sobre o conjunto da criação.
Juntos, nós cristãos devemos nos envolver eficazmente na salvaguarda da criação. Esta imensa tarefa não permite que nós, baptizados, trabalhemos sozinhos. Precisamos conjugar nossos esforços: actuando juntos, nos será possível proteger a obra do Criador.
No Evangelho, observamos o lugar central que os elementos da natureza ocupam nas parábolas e no ensino de Jesus. Ele valoriza até mesmo a menor de todas as sementes: o grãozinho de mostarda. Cristo manifesta grande consideração pelas criaturas. Com base na visão bíblica da Criação, nós cristãos podemos oferecer uma contribuição conjunta à reflexão e ação hodiernas pelo futuro do planeta.

Oração

Deus Criador, formaste o mundo pela da tua Palavra e viste que tudo era bom. Mas hoje nós cumprimos obras de morte e provocamos irremediavelmente a depredação do meio-ambiente. Dá-nos o arrependimento de nossas ganâncias; ensina-nos a cuidar das tuas criaturas. Juntos, nós queremos proteger a criação. Amém.

(tradução da http://www.zenit.org/ )

segunda-feira, janeiro 19, 2009

 

Os cristãos diante da injustiça económica e da pobreza


3º DIA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS (20/01/2009)


Lv 25, 8-14
O jubileu como libertação
Sl 146 (145)
O Senhor faz justiça aos oprimidos
1Tm 6, 9-10
O amor ao dinheiro, raiz de todos os males
Lc 4, 16-21
Jesus e o jubileu como libertação

Comentário
Nós pedimos que o Reino de Deus venha; somos desejosos de um mundo em que as pessoas, principalmente os mais pobres, não morram prematuramente. Todavia, a ordem económica do mundo actual agrava a situação dos pobres e acentua as desigualdades sociais.
A comunidade mundial, hoje, se confronte com a precariedade crescente do trabalho humano e suas consequências. A idolatria do mercado e o amor ao dinheiro, conforme a 1ª Carta a Timóteo, se mostra logo como “a raiz de todos os males”.
O que as Igrejas Cristãs podem e devem fazer neste contexto? Voltemo-nos juntos para o tema bíblico do jubileu, que Jesus evoca para explicar seu ministério.
Conforme o que é proposto em Levítico 25, no Jubileu se anunciava: os emigrados económicos poderiam retornar para sua propriedade ao lado de sua família; se alguém tinha perdido todos os seus bens, ele podia também viver com o povo como residente estrangeiro; não se podia emprestar dinheiro com o interesse de cobrar juros no seu compenso; não se oferecia alimento para se tirar proveito.
O Jubileu implicava uma ética comunitária: a libertação dos escravos e seu retorno para suas casas, a restauração dos direitos territoriais, o perdão das dívidas. Para quem foi vítima das estruturas sociais injustas, o Jubileu significava o restabelecimento do direito e a restituição dos seus meios de existência.
O ponto-de-chegada de um mundo que considera “ter mais dinheiro” o valor e o alvo absoluto da vida só poderá ser a morte. Quanto à Igreja, ao contrário, nós somos chamados a viver no espírito do Jubileu e, a exemplo de Cristo, anunciar juntos esta boa nova. Tendo experimentado a cura de sua própria divisão, os cristãos se tornariam mais sensíveis às outras divisões, promovendo a cura da humanidade e toda a criação.

Oração
Deus de Justiça, em nosso mundo há lugares em que transborda comida; mas outros em que não se tem o bastante, com uma legião de doentes e famintos.
Deus da Paz, em nosso mundo há pessoas que tiram proveito da violência e da guerra, enquanto outros, por causa da guerra e da violência, são obrigados a abandonar seus lares e encontrar refúgio em terra estranha.
Deus de Compaixão ajuda-nos a compreender que não podemos viver apenas do dinheiro, mas que necessitamos da tua Palavra. Ajuda-nos a compreender que não podemos chegar à vida e à prosperidade verdadeira senão amando-Te, na obediência à tua vontade e aos teus ensinamentos.
Nós te pedimos em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.


(TRADUÇÃO DA ZENIT.org)

 

"Unidos na Tua Mão" (Ez 37,17)


Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, 18-25 Janeiro 2009


1º Dia: A comunidade cristã perante as suas velhas e novas divisões


Oração:
Deus compassivo, Tu nos amas e nos perdoas em Cristo,

Tú quizeste reconciliar todo o género humano no teu amor redentor.

Olha com bondade todos os que trabalham e oram pela unidade das comunidades cristãs divididas.

Da-nos a graça de sermos irmãos e irmãs no teu amor.

Que possamos ser um, um no teu mano. Amén.


2º Dia: Os cristãos perante a guerra e a violência


Oração:


Senhor, A ti que fostes sacrificado sobre la cruz pela unidade dos homens, ofrecemos a nossa humanidade ferida pelo egoísmo, a arrogancia, a vanidade e a ira.
Senhor, não abandones o teu povo oprimido que sofre toda a forma de violência, de ira e de ódio, vítima de crenças erróneas e de divergencias ideológicas.
Senhor, estende para nós as tuas mãos compassivas e ocupa-te do teu povo, para que gozemos da paz e da alegria que formam parte da ordem da tua creação.
Senhor, faz que nós, cristianos, trabalhemos juntos para que se cumpra a tua justiça, mais que a nossa.
Concede-nos a coragem para ajudar os outros a levar a sua cruz, em lugar de pormos a nossa sobre as suas costas.
Senhor, ensina-nos a sabedoria de tratar os nossos inimigos com amor em vez de odia-los. Amén.


segunda-feira, janeiro 12, 2009

 

Tornar-se mais Homem!


Aquele que segue Cristo, o Homem perfeito, torna-se mais homem. [...]

Com efeito, o próprio Verbo de Deus, por Quem tudo foi feito, fez-Se homem para, Homem perfeito, a todos salvar e tudo recapitular. O Senhor é o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização, o centro do género humano, a alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações.


Concílio Vaticano II Constituição Dogmática «Gaudium et Spes», sobre a Igreja no mundo contemporâneo, §§ 41, 45

domingo, janeiro 11, 2009

 

Batismo de Jesus: Hoje é salvação!


«Hoje o céu abriu-se, o Espírito desceu sobre Jesus e a voz do Pai domina as águas : «Tu és o meu Filho muito amado»»


Hoje as marés do Jordão transformam-se em fonte de salvação na presença do Senhor. [...]

Hoje as ofensas dos homens são apagadas nas águas do Jordão.

Hoje o paraíso abre-se diante da humanidade e o Sol da justiça brilha sobre nós (Mal 3, 20) [...]

Hoje o Mestre dispõe-Se a ser baptizado para salvar o género humano.

Hoje Aquele que não Se pode baixar inclina-Se diante do Seu servidor para nos livrar da escravatura.

Hoje adquirimos o Reino dos céus, pois o Reino do Senhor não terá fim.


São Sofrónio de Jerusalém (?-639), monge, bispo Hino do ofício bizantino da Teofania (Oração das Igrejas de rito bizantino, t. 2, pp. 280-281)

sábado, janeiro 10, 2009

 

Ele deve crescer e eu diminuir!


«Esta é a minha alegria! E tornou-se completa!»

Cristo nasceu, Deus por Seu Pai, homem por Sua mãe; Ele nasceu da imortalidade de Seu Pai e da virgindade de Sua mãe. De Seu Pai, sem a participação de uma mãe; de Sua mãe, sem a de um pai. De Seu Pai, sem o tempo ; de Sua mãe, sem a semente. De Seu Pai, Ele é princípio de vida; de Sua mãe, o fim da morte. De Seu Pai, nasceu para reger a ordem dos dias; de Sua mãe, para consagrar este dia.

À Sua frente enviou João Baptista, que fez nascer quando os dias começam a diminuir, tendo Ele próprio nascido quando os dias começam a aumentar, prefigurando deste modo as palavras desse mesmo João: «Ele é que deve crescer e eu diminuir». De facto, a vida humana deve enfraquecer em si mesma e aumentar em Jesus Cristo, «para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que neles morreu e ressuscitou» (2Cor 5, 15). E para que todos nós possamos repetir estas palavras do Apóstolo Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20).

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja Sermão 194, 11º sermão para a Natividade do Senhor (trad. col. Icthus, t. 8, p. 98 rev.)

sexta-feira, janeiro 09, 2009

 

Há mãos que salvam!


«Jesus estendeu a mão e tocou-lhe, dizendo: «Quero, fica purificado»».


Oh, como admiro esta mão! Esta mão do meu amado, de ouro engastado de rubis (Cant 5, 14). Esta mão cujo contacto solta a língua do mudo, ressuscita a filha de Jairo (Mc 7, 33; 5, 41) e purifica o leproso. Esta mão da qual o profeta Isaías nos diz: «Todas estas coisas fez a Minha mão» (66, 2).

Estender a mão é dar um presente. Oh Senhor, estende a Tua mão – essa mão que o carrasco estenderá sobre a cruz. Toca o leproso e concede-lhe essa graça. Tudo aquilo em que a Tua mão tocar será purificado e curado. «E tocando na orelha do servo», diz São Lucas, «curou-o» (22, 51). Estende a mão para conceder ao leproso o dom da saúde. Ele diz: «Quero, fica purificado» e imediatamente a lepra se cura; «faz tudo o que Lhe apraz» (Sl 113B, 3). NEle nada separa o querer do realizar.

Ora, esta cura instantânea opera-a Deus cada dia na alma do pecador pelo ministério do sacerdote. Este tem um triplo ofício: estender a mão, quer dizer, rezar pelo pecador e ter piedade dele; tocar-lhe, consolá-lo, prometer-lhe o perdão; querer esse perdão e dar-lho através da absolvição. Tal é o triplo ministério pastoral que o Senhor confiou a Pedro, quando lhe disse por três vezes: «Apascenta as Minhas ovelhas» (Jo 21, 15-17).


Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano do século XIII, Doutor da Igreja Sermões para o domingo e as festas dos santos (trad. Bayart, Ed. franciscanas 1944, p. 71)

terça-feira, janeiro 06, 2009

 

O meu Bem-Amado é como a noite tranquila,

Semelhante ao nascer da aurora,

A silenciosa melodia,

E a solidão sonora,

A ceia retemperadora, que inflama o amor.


São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja Cântico espiritual, 2ª recensão (trad. OC, Cerf 1990, p. 1299)

domingo, janeiro 04, 2009

 

Epifania: Dia da Infância Missionária


A liturgia deste Domingo celebra a manifestação de Jesus a todos os homens... Ele é uma "luz", que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Cumprindo o projecto libertador que o Pai nos queria oferecer, essa "luz" incarnou na nossa história, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação, da vida definitiva.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

 

Bento XVI: pobreza evangélica e anti-evangélica


Há uma pobreza, uma indigência, que Deus não quer e que é «combatida» – como diz o tema da actual Jornada Mundial da Paz; uma pobreza que impede às pessoas e às famílias de viverem segundo sua dignidade; uma pobreza que ofende a justiça e a igualdade e que, como tal, ameaça a convivência pacífica. Nesta acepção negativa cabem também as formas de pobreza não material que se reencontram justamente nas sociedades ricas e desenvolvidas: marginalização, miséria relacional, moral e espiritual (cf. Mensagem para a Jornada Mundial da Paz 2008, 2). Em minha Mensagem quis mais uma vez, sobre a trilha de meus Predecessores, considerar atentamente o complexo fenómeno da globalização, para avaliar as relações com a pobreza em larga escala. Frente a pragas difundidas quais doenças pandémicas (ivi, 4), a pobreza das crianças (ivi, 5) e a crise alimentar (ivi, 7), tive o dever, infelizmente, de voltar a denunciar a inaceitável corrida armamentista. Por um lado se celebra a Declaração Universal dos Direitos do Homem, e por outro, se aumentam as despesas militares, violando a própria Carta das Nações Unidas, que empenha a reduzi-la ao mínimo (cf. art. 26). Por outro lado, a globalização elimina certas barreiras, mas pode construir novas (Mensagem cit., 8), por isso, é necessário que a comunidade internacional e cada um dos Estados sejam sempre vigilantes; é necessário que não abaixemos mais a guarda em relação aos perigos de conflito, ao contrário, se empenhem a manter alto o nível da solidariedade. A actual crise económica global é vista em tal sentido também como um banco de prova: estamos prontos para lê-la, em sua complexidade, como desafio para o futuro e não só como uma emergência a qual dar resposta a curto prazo? Estamos dispostos a fazermos juntos uma revisão profunda do modelo de desenvolvimento dominante, para corrigi-lo de modo certo e a longo prazo? Exigem isso, na verdade, mais ainda que as dificuldades financeiras imediatas, o estado de saúde ecológica do planeta e, sobretudo, a crise cultural e moral, os quais sintomas há tempos são evidentes em cada parte do mundo.

Ocorre, portanto, de buscar estabelecer um «círculo virtuoso» entre a a pobreza «a escolher» e a pobreza «a combater». Abre-se aqui um caminho fecundo de frutos para o presente e para o futuro da humanidade, que se pode reassumir assim: para combater a pobreza iníqua, que oprime tantos homens e mulheres e ameaça a paz de todos, ocorre redescobrir a sobriedade e a solidariedade, como valores evangélicos e, ao mesmo tempo, universais. Mais concretamente, não se pode combater eficazmente a miséria, se não se faz aquilo que escreve São Paulo aos Coríntios, isto é, se não se busca fazer «igualdade», reduzindo o desnível entre quem gasta o supérfluo e quem passa falta do necessário. Isto comporta escolhas de justiça e de sobriedade, escolhas por outro lado obrigadas pela exigência de administrar sabiamente os limitados recursos da terra. Quando afirma que Jesus Cristo nos enriqueceu «com sua pobreza», São Paulo oferece uma indicação importante não somente sob o perfil teológico, mas também no plano sociológico. Não no sentido que a pobreza seja um valor em si, mas porque essa é condição para realizar a solidariedade. Quando Francisco de Assis deixa seus bens, faz uma escolha de testemunho inspirado directamente por Deus, mas ao mesmo tempo mostra a todos o caminho da confiança na Providência. Assim, na Igreja, o voto de pobreza é o compromisso de alguns, mas recorda a todos a exigência do desapego dos bens materiais e a primazia das riquezas do espírito. Eis, portanto, a mensagem oferecida hoje: a pobreza do nascimento de Cristo em Belém, além de objecto de adoração para os cristãos, é também escola de vida para cada homem. Essa nos ensina que para combater a miséria, tanto material quanto espiritual, o caminho a percorrer é o da solidariedade, que levou Jesus a partilhar nossa condição humana.
(Homilia do Dia Mundia da Paz, 1 Janeiro de 2009)

quinta-feira, janeiro 01, 2009

 

Feliz Ano Novo!

Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus, é o modelo do crente que é sensível aos projectos de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto divino de salvação para o mundo.



Dia da Paz: "Combater a pobreza, construir a paz" (Mensagem do Papa Bento XVI)




Novo Ano, esperança de Vida Nova em Cristo. Feliz Ano Novo!

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