terça-feira, outubro 31, 2006

 

Dia de Todos os Santos

Celebra-se a santidade universal a que todos são chamados. Esta santidade encarna em pessoas concretas e pela graça de Deus são uma multidão incontável. Eles formam a Igreja Triunfante que qual Estrela do Norte, nos indica o caminho da santidade e da felicidade eterna.


Se nos USA, se associaram costumes pagãos célticos a esta festa (Halloween), na França surgiu uma iniciativa muito criativa: “O bolo de todos os Santos”. Consiste em as padarias que aderem prepararem um bolo especial para o dia de Todos os Santos. Nesse bolo coloca-se a figura de um santo com uma carta a contar a história do santo. Em 2005 não se colocou nenhuma figura de santo, pois se apelava a que cada um descobrisse a sua história de santidade e fosse um testemunho do que significa ser santo hoje. Esta iniciativa de evangelização por meio de um bolo, teve muita adesão e já se fabricam mais de 80.000 bolos em toda a França. O bolo deve ser vendido um pouco mais barato do que o normal dos bolos. Não é um projecto comercial, mas um projecto inovador de evangelização e sensibilização para a santidade.

 

VIII Fórum Ecuménico Jovem


Vivendo desde já a III Assembleia Ecuménica Europeia

Quase três centenas de jovens, oriundos de diversas partes do país e de distintas confissões cristãs reuniram-se, no Seminário Maior da Guarda, no passado dia 28 de Outubro, por ocasião da celebração do VIII Fórum Ecuménico Jovem. Assumindo como objecto de reflexão o tema “A Luz de Cristo ilumina a todos. Esperança para a renovação e unidade da Europa”, proposto para a III Asssembleia Ecuménica Europeia, a decorrer na cidade romena de Sibiu, de 4 a 9 de Setembro de 2007, procurou-se, desde já, envolver os jovens cristãos na dinâmica da preparação deste grande evento.
D. Manuel Felício, bispo da diocese da Guarda e vogal da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e Ecumenismo, falando os jovens presentes no início dos trabalhos, convidou a um recentrar da atenção de todos na pessoa de Cristo, numa relação cada vez mais profunda com o Senhor da Igreja una. O esforço que desde há muito as diversas confissões cristãs veem desenvolvendo no sentido de procurarem conjuntamente os caminhos da reconciliação e da unidade, na fidelidade ao desejo de Cristo e às exigências do testemunho que são chamadas a dar no mundo actual, funda-se, de facto, na procura da crescente identificação com o próprio Cristo, no discernimento da Sua vontade, na leitura sempre renovada dos sinais dos tempos à luz do seu Evangelho. Remetendo para a Carta Ecuménica para a Europa, incitou também as diversas confissões cristãs a tomarem a sério o ecumenismo como tarefa pastoral e caminho a percorrer pelas suas comunidades, desafiando ainda os jovens a entenderem a III Assembleia Ecuménica Europeia, não como um evento distante, participado apenas por um pequeno grupo de delegados, mas como um dinamismo e uma vivência que acontece desde já. Mais do que preparada, a Assembleia deverá ser vivida pelos cristãos das diversas confissões como um desafio renovado à procura de novas ocasiões de trabalho conjunto, de oração em comum, de empenho em causas que, para todos, decorrem do assumir pleno de uma vivência coerente do Evangelho.
O VIII FEJ procurou ser uma resposta a este desafio, propondo, na parte da tarde, uma leitura, em pequenos grupos, da Carta Ecuménica. Reflectindo em conjunto sobre temas tão diversos como a luta pela justiça e pela paz, a defesa da criação, a busca da unidade e de uma verdadeira espiritualidade ou os desafios colocados pelas migrações no interior da Europa ou pela relação com outros sistemas religiosos, os jovens procuraram interrogar-se perante uma realidade em mudança e lê-la à luz do Evangelho, apontando possíveis caminhos de testemunho passíveis também de uma vivência ecuménica.
Por último, o VIII FEJ marcou também o arranque de uma “peregrinação de esperança” que se prolongará até à Assembleia Ecuménica. Um grande círio, sinal da luz de Cristo, acompanhado da cruz presente nos Fóruns Ecuménicos, daí partiram para Vila Real, dando início a um périplo que, ao longo do ano, atravessará as diversas dioceses e regiões do país, estimulando encontros e tempos de oração ecuménicos entre outros jovens (itinerário em http://dnpj.blogspot.com). Um “diário de bordo” permitirá aos seus participantes o registo de mensagens que, no final, serão levadas até Sibiu pela delegação ecuménica portuguesa que aí for enviada pelas diferentes confissões cristãs. Após esta, o IX FEJ, agendado para Outubro do próximo ano em Viana do Castelo, procurará dar a necessária continuidade ao muito que, em Sibiu, se reflectirá e assumirá neste desafiante caminho de procura da reconciliação e da unidade.

João Luís Fontes(Membro do Grupo Ecuménico Juvenil Nacional)

terça-feira, outubro 17, 2006

 

17 Outubro: Dia Internacional para a irradicação da Pobreza



Identifica 13 sinais de pobreza

Várias associações organizam acções de sensibilização contra a pobreza: CAIS, pobreza zero

Não fiques indeferente!


segunda-feira, outubro 16, 2006

 

Portugal e a necessidade duma cultura da VIDA

Uma cultura da morte
A atracção pela morte é um dos sinais da decadência.
Portugal deveria estar, neste momento, a discutir o quê?
Seguramente, o modo de combater o envelhecimento da população.
Um país velho é um país mais doente.
Um país mais pessimista.
Um país menos alegre.
Um país menos produtivo.
Um país menos viável – porque aquilo que paga as pensões dos idosos são os impostos dos que trabalham.
Era esta, portanto, uma das questões que Portugal deveria estar a debater.

E a tentar resolver. Como?
Obviamente, promovendo os nascimentos.
Facilitando a vida às mães solteiras e às mães separadas.
Incentivando as empresas a apoiar as empregadas com filhos, concedendo facilidades e criando infantários.
Estabelecendo condições especiais para as famílias numerosas.
Difundindo a ideia de que o país precisa de crianças – e que as crianças são uma fonte de alegria, energia e optimismo.
Um sinal de saúde.
Em lugar disto, porém, discute-se o aborto.
Discutem-se os casamentos de homossexuais (por natureza estéreis).
Debate-se a eutanásia.
Promove-se uma cultura da morte.

Dir-se-á, no caso do aborto, que está apenas em causa a rejeição dos julgamentos e das condenações de mulheres pela prática do aborto – e a possibilidade de as que querem abortar o poderem fazer em boas condições, em clínicas do Estado.
Só por hipocrisia se pode colocar a questão assim.
Todos já perceberam que o que está em causa é uma campanha.
O que está em curso é uma desculpabilização do aborto, para não dizer uma promoção do aborto.
Tal como há uma parada do ‘orgulho gay’, os militantes pró-aborto defendem o orgulho em abortar.
Quem já não viu mulheres exibindo triunfalmente t-shirts com a frase «Eu abortei»?

Ora, dêem-se as voltas que se derem, toda a gente concorda numa coisa: o aborto, mesmo praticado em clínicas de luxo, é uma coisa má.
Que deixa traumas para toda a vida.
E que, sendo assim, deve ser evitada a todo o custo.
A posição do Estado não pode ser, pois, a de desculpabilizar e facilitar o aborto – tem de ser a oposta.
Não pode ser a de transmitir a ideia de que um aborto é uma coisa sem importância, que se pode fazer quase sem pensar – tem de ser a oposta.
O Estado não deve passar à sociedade a ideia de que se pode abortar à vontade, porque é mais fácil, mais cómodo e deixou de ser crime.

Levada pela ilusão de que a vulgarização do aborto é o futuro, e que a sua defesa corresponde a uma posição de esquerda, muita gente encara o tema com ligeireza e deixa-se ir na corrente.
Mas eu pergunto: será que a esquerda quer ficar associada a uma cultura da morte?
Será que a esquerda, ao defender o aborto, a adopção por homossexuais, a liberalização das drogas, a eutanásia, quer ficar ligada ao lado mais obscuro da vida?
No ponto em que o mundo ocidental e o país se encontram, com a população a envelhecer de ano para ano e o pessimismo a ganhar terreno, não seria mais normal que a esquerda se batesse pela vida, pelo apoio aos nascimentos e às mulheres sozinhas com filhos, pelo rejuvenescimento da sociedade, pelo optimismo, pela crença no futuro?Não seria mais normal que a esquerda, em lugar de ajudar as mulheres e os casais que querem abortar, incentivasse aqueles que têm a coragem de decidir ter filhos?

(JASaraiva, Sol, 061014)

sábado, outubro 07, 2006

 

Sínodo sobre a Palavra de Deus


Bento XVI convocou o primeiro Sínodo de Bispos católicos do mundo de seu pontificado, que será celebrado no Vaticano, de 5 a 26 de Outubro de 2008, com o tema «A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja».

O Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente, criada pelo papa Paulo VI (15 de Setembro de 1965), em resposta aos desejos dos Padres do Concílio Vaticano II para manter vivo o espírito nascido da experiência conciliar. Segundo explica a Secretaria Geral do Sínodo, «etimologicamente a palavra “sínodo”, deriva dos termos gregos “syn” (que significa “juntos”) e “hodos” (que significa “caminho”), ou seja, expressa a ideia de “caminhar juntos”».

O cânon 346 - § 1. estabelece que «integram o Sínodo dos bispos, quando se reúne em assembleia geral ordinária, membros que são, em sua maior parte, bispos, alguns eleitos para cada assembleia pelas Conferências Episcopais, segundo o modo determinado pelo direito peculiar do Sínodo; outros são designados pelo mesmo direito; outros, nomeados directamente pelo Romano Pontífice; a eles se acrescentam alguns membros de institutos clericais eleitos conforme a norma do mesmo direito peculiar».
(Notícia publicada na Zenit)

 

A celebração da Fé e a Missão



1. O Verão tornou-se sinónimo de férias e de festas. Cada comunidade, cada família procura marcar para esta altura as festas do padroeiro, os casamentos e os baptizados. Emigrantes e turistas, não-baptizados e não-praticantes, todos se juntam ao grupo dos crentes que nesse dia têm a Igreja cheia. A maioria não compreende o sentido sagrado do templo, da procissão ou dos sacramentos que se celebram. Por isso, conversam, riem, tiram fotos, filmam… numa palavra, ocupam o tempo enquanto aguardam que a cerimónia acabe. Não é raro ver também muitos cristãos praticantes a colaborar neste mau espectáculo religioso!

2. Um colega sacerdote chileno, que trabalha com os índios Quetchuá, contou-me que os sacerdotes indígenas não permitem que se tire fotografias quando realizam as suas celebrações religiosas. A razão é que eles crêem que Deus se torna presente durante o rito sagrado. Não se trata de um espectáculo. Ao verem como nos comportamos nas nossas celebrações litúrgicas, o sacerdote indígena perguntou ao meu colega: “Vocês crêem que Deus se torna presente quando se juntam para rezar ou celebrar a missa?”

3. Este comentário fez-me reflectir. É pena que a beleza do mistério de um Deus, que se faz presente por amor, se perca em celebrações de rotina ou de preceito. A liturgia, não sendo bem preparada ao nível pessoal e comunitário, torna-se numa “seca” para nós e para os estranhos. Os ritos e símbolos, os cânticos e orações, as leituras e os silêncios, quando bem celebrados, ajudam-nos a entrar no mistério da presença de Deus e a fazer da liturgia um instrumento de evangelização.

4. A Igreja primitiva vedava aos não crentes a participação na celebração do Baptismo e da Eucaristia. Aos catecúmenos era-lhes permitido participar na Liturgia da Palavra. Era a “disciplina do Arcano”. Só podia participar quem estava iniciado nos mistérios da fé. Isto porque o cristianismo utiliza ritos e símbolos da vida quotidiana (água, vinho, pão, óleo) só compreensíveis sacramentalmente à luz da fé. Para acolher e ajudar os não iniciados a saber como se deviam comportar nas celebrações, existia o ministério do “ostiário”.

5. Hoje é impossível introduzir a “disciplina do arcano”. A missa é transmitida semanalmente pela televisão, os santuários e as Igrejas estão abertas para quem quiser entrar. As cidades e a mobilidade mais facilitada e acessível permitem a participação em celebrações onde as pessoas são desconhecidas. Aos casamentos, baptizados e outros actos religiosos-sociais vão todos os convidados. Em muitos lugares, os funerais e missas de defuntos são mesmo uma das poucas ocasiões em que podemos anunciar Jesus Cristo a estas pessoas. Como podemos evangelizar, por meio da liturgia, os participantes eventuais?

6. Outubro, como mês das Missões, vem alargar o âmbito da Missão a todo o ser da Igreja: liturgia, ministérios, catequese, serviço da caridade, promoção da justiça e da paz... O Papa recorda-nos que a fonte da Missão é o Amor de Deus por nós. Esse mesmo amor deve estar presente em tudo o que somos ou fazemos como Povo de Deus. A liturgia bem celebrada, com qualidade e beleza, ajuda-nos a entrar na intimidade do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Hoje, é fundamental a reabilitação do “ministério do acolhimento” que receba com amor os que não vêem habitualmente à celebração e os ajude, com discrição e doçura, a comportarem-se com respeito. Trata-se de criar condições para que os não praticantes possam fazer a experiência nova de serem acolhidos como irmãos e, interpelados pela Palavra de Deus e pela presença do mistério, serem conduzidos ao encontro com Cristo. Se à liturgia missionária unirmos a coerência dum verdadeiro testemunho de amor na vida, temos aqui as bases para uma Igreja naturalmente missionária e evangelizadora.

(texto publicado no Contacto SVD)

 

Outubro: Mês Missionário


A Missão de Deus é amar

1. Deus é amor. Em Deus, o amor é fecundidade e dom. Por isso, Deus é dinamismo comunitário: revela-se fonte do amor (Deus-Pai), comunicação de amor (Deus-Filho), comunhão de amor (Espírito Santo). O amor divino vive do encontro duma Trindade de diferentes, na unidade duma mesma missão. A missão de Deus é amar. Esta é a primeira e única missão, fonte de todas as outras missões. Porque nasce do amor de Deus, é eterna e não acaba jamais.

2. O amor não vive para si mesmo. A comunhão de amados cria novas coisas à sua imagem e semelhança. A Palavra, cheia do Espírito Divino, é enviada pelo Pai a pronunciar o “Faça-se”! O Verbo comunicou amor e surgiu a criação. É uma manifestação da missão de Deus que continua a criar e a sustentar toda a criação.

3. A humanidade amada suspeitou de tanto amor e gratuidade. Isolou-se para ser maior, desobedeceu para dominar. Criada para amar, a criação ficou assim ferida e diminuída. Geme porque não ama, mas tem medo de amar. Abraão, Moisés, David e os profetas aceitaram ser enviados pelo Espírito ao povo de Israel numa missão de fidelidade à Aliança. Israel aceita a Lei do Amor gravada em pedras, mas o sonho de Deus é grava-la no coração do seu povo.

4. A missão do amor divino permanece para sempre e destina-se a todos os povos. Apesar da infidelidade do seu povo, Deus não desiste nem se cansa de amar. Por fim, o Pai envia o seu Filho, que por acção do Espírito Santo, inicia uma nova criação no seio de Maria de Nazaré. O amor não se impõe. Apresenta-se frágil no respeito pelo crescimento lento de Deus no Filho do Homem. Após trinta anos de silêncio, o amor manifesta-se em Jesus como proposta, serviço, remédio, geração de vida nova. Sem medo de ser frágil, o Filho do Amor torna-se o Caminho que conduz a criação ao seu objectivo original: enviados para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Na cruz da violência e da traição manifesta-se o amor transparente e gratuito de quem ama até ao fim. É a missão redentora de Deus.

5. A missão de Deus continua. A Ressurreição e o Pentecostes são os dois braços com que o amor de Deus recria e abraça a criação inteira. O baptizado em Cristo é um enviado em missão para viver e anunciar o amor. Ungido pelo Espírito, o cristão é um outro Cristo. Nele palpita a alma do amor que anseia por amar sem fronteiras. Uma vez descoberto este tesouro, tudo o mais se torna relativo e dispensável. Na criação renovada pelo amor de Deus a missão chama-se diálogo inter-religioso quando o cristão se relaciona e ama os que professam outras religiões; chama-se diálogo ecuménico quando se relaciona e colabora com os cristãos das Igrejas separadas; chama-se solidariedade e promoção humana quando se aproxima e toma a defesa dos pobres e marginalizados; chama-se ecologia quando se cuida da criação e lhe cria condições de futuro; chama-se justiça e paz quando, com sentido profético, promove um mundo mais humano e pacífico; chama-se espiritualidade e mística quando, acreditando que a missão é essencialmente de Deus, procura por meio da Bíblia, da oração, da contemplação e da ascese sintonizar com o amor de Cristo por todos; chama-se inculturação quando anuncia o evangelho no seio duma nova cultura e deixa que esta se fecunde e expresse com os valores evangélicos; chama-se anúncio e testemunho de Jesus Cristo quando, ao fazer tudo isto, se identifica com Cristo, verdadeiro caminho que conduz ao amor.

6. O amor é a alma, o projecto e o objectivo da Missão de Deus. Todos somos chamados a colaborar nesta missão de amar como leigos, como consagrados, como sacerdotes. Uns partindo para longe, tornando próximo o irmão de outra cultura e Igreja, outros permanecendo na sua Igreja local, testemunhando e anunciando Jesus. Sintonizados com a missão de Deus, todos se devem sentir enviados a amar como Deus manda: sem limites e gratuitamente.

José Augusto Duarte Leitão, svd (Texto incluído no Guião Outubro Missionário 2006)

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