quinta-feira, abril 23, 2015
5ª feira da 3ª semana da Páscoa
E o pão que Eu hei de dar é a
minha carne que Eu darei pela vida do mundo.
(cf. Jo 6,44-51)
É o
fogo do amor que move Jesus na loucura da oferta de si.
Jesus
vive totalmente descentrado de si na pobreza do possuir,
pois
todo o seu ser é alimentado pelo amor do Pai no Espírito.
Este
amor sofre com a frieza da vida que caminha para a morte
e, por
isso, faz tudo, até dar a própria vida,
para
abrir a porta estreita da ressurreição que conduz à eternidade.
Na
Eucaristia concentra-se toda a riqueza duma vida-alimento,
que
desce do Céu para ser pão vivificante, crucifica o pecado
e
alimenta o coração descentrado de si, a pulsar amor eterno.
Diminuiu
o tamanho das famílias e aumentou o das casas.
As
casas enchem-se de coisas, mas esvaziam-se de vida:
servem
apenas para dormir e passar os fins de semana!
Mesmo
nos fins de semana há necessidade de sair!
Faltam
espaços e tempos para alimentar o descentramento,
a
entrega de si, o diálogo, a solidariedade, o serviço, a oração...
Numa
cultura sem Igreja doméstica como se alimenta a Igreja local?
Numa
sociedade de mercado de presentes e não de si,
como
assimilar o Pão do amor que alimenta a gratuidade?
Podemos
fazer a primeira comunhão e colecionar missas,
mas se
não nos alimentarmos do Pão de Cristo, tudo é vão!
Senhor
Jesus, encarnação do amor redentor da humanidade,
dá-nos
um coração novo e um espírito novo,
semelhante
ao teu, sem tromboses de egoísmo ou de ressentimento.
Envia-nos
o teu Espírito e faz da vida uma oferta de pão,
que
alimenta e dá esperança, que reconcilia e traz a paz.
Cura-nos
das azias da indiferença e do capricho mimado,
que
impedem a assimilação da tua Palavra e do teu Corpo,
mesmo
estando de corpo presente na missa dominical.
Dá-nos
pastores e consagrados/as fortalecidos pelo teu Pão de vida,
para
que possam ser testemunho da beleza duma vida em oblação.
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