sexta-feira, abril 26, 2024
6ª feira da 4ª semana da Páscoa
Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei. (cf. At 13,26-33)
Deus é um mistério de salvação,
que se fez promessa na Sagrada Escritura
e se fez “hoje” em Jesus de Nazaré, rejeitado, morto e sepultado,
a Quem Deus ressuscitou e fez caminho de salvação para todos.
No mistério da eternidade e do amor, Deus gerou o seu Filho.
No mistério da criação, o Pai, o Filho e o Espírito criaram a vida.
Perante o mistério da desobediência e da iniquidade das criaturas,
Deus prometeu a salvação e enviou o seu Filho a nascer de novo
e olhando para o sim de Maria, disse:
“Tu és o meu Filho, eu hoje Te gerei”!
E perante a rejeição e morte de Jesus, Deus ressuscitou-O
e revelou aos seus discípulos por meio do Espírito Santo:
“Eis aqui de novo o meu Filho, Eu hoje O gerei”!
E aos que seguem Jesus e o seu Evangelho, curados do pecado,
o Senhor nos diz: “Vós sois os meus filhos, Eu hoje vos gerei”!
Nascemos um dia e um dia morremos para esta vida,
mas ao longo da vida morremos muitas vezes
e renascemos muitas vezes, nesta aventura do caminho.
Guardamos no nosso corpo a memória do projeto original, o ADN,
que perante as lutas contra vírus, fungos e bactérias
ou perante acidentes que ferem e quebram a pele e os membros,
nos gere de novo nesta maravilha de voltarmos a ser.
Às vezes ficam as cicatrizes, mais como sinais de vitória do que morte.
O drama é quando esquecemos a memória do que somos
e cada célula começa a inventar e se forma um tumor,
que destrói a unidade e o projeto original,
mas mesmo assim ainda há esperança de recomeçar de novo.
Bendito sejas, Deus da vida, que no mistério da iniquidade
atuas como salvação e pela tua graça e misericórdia,
tornas possível que nasçamos de novo a cada instante.
Bendito sejas, Jesus nosso salvador,
que na tua paixão e morte, não perdeste a paz original
nem abandonaste a mansidão e a aliança de amor,
e, por isso, fizeste da morada dos mortos
um útero que encarnou o amor e gerou nova vida e salvação.
Faz-me acreditar que a nossa vida, cheia de quedas, feridas e de mortes,
pode, em Jesus, escutar o mistério da esperança
e confirmar de novo: “Tu és o meu filho, Eu hoje te gerei”!
Faz-me confiar que o fim desta vida é um nascer de novo
e no encontro com o Amor que vivifica e o perdão que salva,
escutar de novo em uníssono a Voz do Deus Trino:
“Tu és o meu Filho, Eu hoje te gerei”!
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