quarta-feira, julho 15, 2015
4ª feira da 15ª semana do Tempo Comum – S. Boaventura
Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque
assim foi do teu agrado. (cf. Mt
11,25-27)
Jesus
bendiz o Pai revelando o seu mistério de amor.
Revela
este fogo misericordioso, que arde sem se consumir,
no
silvado da vida e na montanha do inesperado,
onde a
parábola ilumina, por meio da fé,
e o
mistério se torna acessível aos simples de coração puro.
É uma
verdade próxima e sensível, poderosa e amorosa,
que
não se encontra na complexidade da universidade,
mas
habita com naturalidade no pescador inquieto,
no
construtor justo e humilde, no carpinteiro fiel,
na
dona de casa atenta e hospitaleira,
no
agricultor confiante e fecundo.
Andam
os sábios de ouvir dizer, cheios de vaidade,
a
olhar os pobres e ignorantes rebaixados,
não
vendo neles irmãos, mas uns pobres coitados!
Sobe-lhes
a ciência à cabeça e incham-se de divindade,
por
isso, em vez de bendizer a Deus e amar o irmão,
bendizem-se
a sim mesmos, numa vanglória sem coração!
Anda a
ciber-juventude a ridicularizar o ciber-analfabeto,
o
poder de transformação a explorar o serviço primário,
a
religião erudita a menosprezar a religião popular...
Que
sabedoria é esta que não sabe amar nem elevar,
quem
pela pobreza e simplicidade duvida da sua dignidade?
Eu te
bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da terra,
pela
omnipotência do teu amor em fogo que não se extingue,
que se
curva até nós e nos faz parceiros da tua aliança.
Eu te
bendigo, ó Filho, coração gémeo do Pai,
porque
te revestiste de humanidade, de sandálias e cajado,
como
Boa-nova que só os simples podem entender.
Eu te
bendigo, ó Espírito, que nos fermentas por dentro
e do
pecador faz-se um santo e do ignorante um sábio
na
arte de ser compaixão silenciosa e atuante,
feliz
por fazer do caminho uma fraternidade peregrina,
que
tem por inspiração e horizonte um Amor tão grande!
Enviar um comentário