terça-feira, outubro 15, 2024

 

3ª feira da 28ª semana do tempo Comum, Mês das Missões e do Rosário (15 outubro)

 



Em Jesus Cristo só a fé, que atua pela caridade. (cf. Gal 5, 1-6)

 

A salvação é uma iniciativa de Deus, um dom misericordioso,

não fruto dos nossos esforços, rituais, sacrifícios e méritos.

Em Jesus cristo, é Deus que vem ao nosso encontro,

se faz um de nós, anuncia a boa nova da salvação

e entrega a sua vida na cruz, assumindo o pecado que nos pertence.

É pela fé em Jesus que recebemos o Espírito Santo

e caminhamos pela via estreita do amor e do perdão,

que antecipa a comunhão e ousa a fraternidade em vasos de barro.

 

Colocarmos apenas a nossa confiança em Jesus

dá vertigem e envolve demasiado a nossa vida de discípulos.

A tentação é completar a simplicidade do Pai Nosso

com orações fortes e eficazes em quantidade infalível.

Viver em discernimento permanente e escuta da vontade de Deus,

é demasiado complexo e arriscado, pois nos podemos enganar

e perder todos os méritos acumulados ao longo da vida!

Por isso, procuram-se versões religiosas onde tudo esteja definido,

pecados casuisticamente medidos quanto à sua gravidade e medida,

ritos e devoções que nos deem a segurança da salvação na hora da morte…

 

Senhor Jesus, eis-me aqui, pecador perdoado e amado,

pelo teu sangue purificado, sempre pacientemente buscado,

como pastor atento e cordeiro oferecido no banquete do reino.

Espírito Santo, luz ténue que anima a caminhar

pelo caminho da verdadeira liberdade e da fé em Jesus,

ajuda-me a aprender a ver durante a noite

e a não me perder da fraternidade e da missão de Deus.

S. Teresa de Jesus, salva pelo crucificado da mediocridade,

intercede por cada um de nós, para que ousemos orar em profundidade

e entrar num caminho de renovação e conversão,

que nos reveste do essencial e nos descobre amados e fonte de amor.



segunda-feira, outubro 14, 2024

 

2ª feira da 28ª semana do Tempo Comum, Mês das Missões e do Rosário

 



Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos 

libertou. (cf. Gal 4, 22-24.26-27.31-5, 1)

 

A história da salvação revela um coração paciente e pedagógico

que vai tecendo a vida e salvando a criação.

Tudo nos encaminha para a liberdade com porta para a eternidade,

que Cristo conquista com o seu sangue e alimenta com o seu Espírito.

O pecado é sempre uma amarra que nos escraviza ao egoísmo

e nos torna dependentes dos instintos do consumo, do prazer e do poder.

A verdadeira liberdade dá frutos de perdão, resiste à corrupção,

vence a tentação, serve por amor, vive da fé e da esperança.

 

Hoje há um ideal de liberdade assente no indivíduo e nos seus desejos.

É a liberdade do fazer o que quiser, quando quer e como quer.

No entanto, esta liberdade do indivíduo põe em causa o bem próprio,

o bem, a justiça e paz da sociedade e o equilíbrio ecológico da natureza.

Ser livre é ser capaz de fazer o que deve fazer para o seu bem e da sociedade.

Por isso, sempre que ficamos amarrados ao vício, à moda, ao ciúme,

à inveja, ao capricho, ao consumismo, ao ressentimento, ao medo, à revolta…

perdemos a liberdade para amar, louvar, dialogar, perdoar, arriscar.

 

Senhor, obrigado porque tudo fazeis para que sejamos livres

da paralisia do pecado e da resignação sem esperança.

Louvado sejas, bom Jesus, que no Pai encontras-Te força

e liberdade para entregares a  tua vida pela nossa fragilidade

e acreditaste que era possível recriar-nos como filhos de Deus,

livres para servir e amar, capazes de perdão e de paciência

perante as inconstâncias e fragilidades dos irmãos.

Espírito Santo, que quereis fazer novas todas as coisas,

conduzi o nosso coração e libertai-nos de todas as amarras

que nos impedem de ter fé e confiar, de amar e perdoar,

de partir de nós mesmos em missão, de esperar na vida eterna.



domingo, outubro 13, 2024

 

28º Domingo do Tempo Comum, Mês das Missões e do Rosário

 



A palavra de Deus é viva e eficaz, é capaz de discernir os pensamentos e intenções do coração. (cf. Heb 4, 12-13)

 

A salvação do ser humano é um mistério de fé,

não um objetivo que se compra com esforço e esperteza.

A escuta da Palavra de Deus ilumina a nossa vida,

a sinceridade das intenções do coração que nos abre à conversão

e a mentira das aparências que nos engana e nos deixa divididos.

Só quando Deus tem no coração o seu trono

e o amor jorra do mais profundo e em todos os aspetos da vida,

é que nos colocamos a caminho do deixar tudo, vender,

dar aos pobres e seguir Jesus com a humildade de discípulo.

 

Cultiva-se a aparência e a superficialidade

para não tocar na verdade do medo de ser infeliz

e não revelar as mentiras acumuladas

e as injustiças praticadas em troca de ambições, caprichos e sonhos.

Evita-se o silêncio para que os gemidos interiores não se escutem,

a solidão não doa, o discernimento não escancare o vazio

de uma vida de consumo, de egoísmo, de inveja e revolta.

Às vezes busca-se equilibrar uma vida de práticas religiosas

com uma vida de busca de seguranças materiais,

como que se dissesse: “preciso de conquistar o Céu,

porque a terra já a conquistei e a velhice está assegurada.”

 

Senhor, bendito sejas pela tua Palavra encarnada,

que olha com simpatia os nossos esforços por cumprir a aliança,

mas que nos diz com assertividade: “falta-te uma coisa.

Acolhe Deus como tua única segurança e salvação”!

Espírito Santo, luz que dá vida à Palavra de Deus

e fala no mais profundo da nossa consciência,

dá-nos a sabedoria da verdade e a abertura à conversão,

para que a liberdade seja amor comprometido

e a gratuitidade seja serviço humilde e oportuno,

dum peregrino que vence a distância do santuário

que já habita e vislumbra enquanto caminha.

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós.



sábado, outubro 12, 2024

 

Sábado da 27ª semana do Tempo Comum, Mês das Missões e do Rosário

 



Todos vós sois um só em Cristo Jesus. (cf. Gal 3, 22-29)

 

A Igreja é o Povo de Deus onde todos têm lugar.

Cristo é a porta deste novo povo e é pela fé que nela se entra.

Os mandamentos são um guia para vivermos a aliança,

mas é pela fé em Cristo e movidos pelo Espírito

que somos salvos e regenerados pessoas novas.

É uma graça de Deus que brota da redenção de Cristo

e é gravada no coração pela ação do Espírito Santo.

À volta da mesa da Eucaristia todos e todas somos filhos de Deus,

não há distinção de país ou cor, cultura ou condição social,

género ou idade, todos somos irmãos, redimidos por Cristo.

 

A identidade afirma-se pela diferença e pelo que há em comum.

O que há em comum é a vida, o habitarmos o  mesmo planeta,

termos sentimentos e emoções, sermos finitos.

O que faz a diferença é a personalidade e a alegria de viver,

a sabedoria e o amor, a fé e a humildade,

o ser gerador de vida ou de morte, inspirar confiança ou temor.

Mas nada disto justifica o querer ser mais que o outro,

ou legitimar o domínio ou a exclusão do outro.

Para a Igreja sou um padre, mas convosco sou um irmão como vós!

 

Bom Pai, bendito sejas por Jesus teu Filho

e pelo dom do teu Espírito, que nos reveste de Cristo.

Bentito sejas pelos mandamentos, pedagogia da arte de amar,

que nos conduzem a Cristo, caminho, verdade e vida.

Bendito sejas pelo Espírito Santo, que nos recria em Cristo,

e nos ensina interiormente a viver como Cristo,

a sermos muitos e diferentes na igualdade da mesma fraternidade.

Ajuda-nos a ser Cristo na forma como oramos, vivemos,

nos relacionamos, amamos e perdoamos,

acolhemos e servimos, somos sonho e quotidiano.



sexta-feira, outubro 11, 2024

 

6ª feira da 27ª semana do Tempo Comum, S. João XXXIII, Mês das Missões e do Rosário

 



Por meio de Jesus Cristo, a bênção de Abraão se estendeu-se aos gentios e nós recebemos, pela fé, o Espírito prometido. (cf. Gal 3, 7-14)

 

Abraão pela fé, tornou-se uma bênção para todos os que creem.

Jesus de Nazaré foi enviado pelo Pai e atua segundo o Espírito Santo,

por isso, da sua vida brota libertação das amarras do mal

e a bênção para todos os povos ressuscita da maldição da sua morte na cruz.

É pela fé em Jesus que nos tornamos participantes da bênção de Abraão;

É pelo seguimento de Jesus que somos salvos do pecado

e acolhemos o dom do Espírito Santo que nos justifica e santifica.

 

Judeus, muçulmanos e cristãos, consideramo-nos descendentes de Abraão.

Não o somos pelo sangue, mas pela fé em Deus que o conduziu.

Depois de Abraão vieram Moisés, Maomé, Jesus

que estruturaram a mesma fé em Deus de formas diferentes.

Somos todos filhos de Abraão e irmãos uns dos outros.

Se nos guerreamos e destruímos em nome de Deus,

será que em nós habita o Espírito de Deus?

 

Bom Deus, nós cremos em Ti, mas aumentai a nossa fé.

Espírito Santo, conduz a nossa vida pelo caminho da salvação

para podermos receber a bênção de Abraão por meio de Jesus Cristo.

Abençoai e conduzi os nossos irmãos cristãos, muçulmanos e judeus,

para que não nos distingamos pela força das armas e do poder económico,

mas pela fé no Deus da vida e do amor, pela oração pacífica,

pela partilha e solidariedade, pelo perdão e pelo diálogo.

Ajuda-nos a continuar a tua missão redentora

e a falar bem de Deus pela forma como nos relacionamos.

S. João XXXIII, homem bom, movido elo Espírito Santo,

intercede por nós, pelo Sínodo dos Bispos e pela paz.



quinta-feira, outubro 10, 2024

 

5ª feira da 27ª semana do Tempo Comum, S. Daniel Comboni, Mês das Missões e do Rosário

 



Sois tão insensatos que, tendo começado com o Espírito, acabais agora na carne? (cf. Gal 3, 1-5)

 

O Batismo abre-nos a porta à ação do Espírito Santo,

pois é Ele que nos abre à fé em Jesus Cristo,

nos ensina a rezar e atuar como Ele.

Viver segundo o Espírito é acolher a salvação gratuita de Cristo

e abandonar toda a tentação do pelagianismo de procurar

conquistar a salvação com forças próprias e méritos acumulados.

Por isso, o Espírito Santo é o dom mais precioso que devemos pedir,

para não cairmos na tentação de viver uma religiosidade sem Cristo.

 

O Papa tem vinda a chamar a atenção para o ressurgimento

das antigas heresias: pelagianismo e gnosticismo.

O Pelagianismo vê em Cristo um modelo inspirador,

mas depois centra-se na autonomia do individuo,

e nos métodos de autorredenção pessoal.

Por isso, faz depender a salvação de fórmulas rituais:

comungar na boca e de joelhos, vestir de determinada forma,

celebrar em latim em vez da língua vernácula, méritos…

O Gnosticismo vive da convicção de saber coisas sobre Deus

e de uma vida espiritual meramente interior

que não inclui a encarnação de Cristo

e o empenhamento na Igreja e na sociedade.

 

Senhor, bato à tua porta durante a noite da fé.

Não Te vejo, mas sei que me escutas e és meu amigo.

De tanto pedir o que acho o que é melhor para mim,

esqueço-me de escutar o que achas que é melhor para mim.

Perdoa os caprichos e ambições

que me distraem do Senhor dos dons

e me levam a fixar apenas nos dons do Senhor e do meu bem-estar.

Espírito Santo, ensina-me a paz e confiança da oração,

o diálogo sintonizado que me põe à escuta da tua Voz,

a persistência na oração pela salvação de todos como amigos.

 



quarta-feira, outubro 09, 2024

 

4ª feira da 27ª semana do Tempo Comum, Mês das Missões e do Rosário

 



Só nos pediram que nos lembrássemos dos seus 

pobres. (cf. Gal 2, 1-2.7-14)

 

Deus enviou o seu Filho e só lhe pediu que se lembrasse dos seus pobres.

E para cuidar dos pobres de Deus, Jesus fez-se pobre e próximo,

servindo-lhes a boa nova da salvação e a libertação da esperança,

no banquete da graça e da misericórdia, resgatando-os como filhos de Deus.

Ao ensinar-nos a rezar, Jesus pede-nos para não esquecer os pobres,

orando como irmãos no plural: “dai-nos  em cada dia o pão da subsistência”.

Este mês, a Igreja é chamada a não se esquecer dos mais pobres,

pela oração, o sacrifício, a evangelização e a partilha de bens.

 

Há uma indiferença que não vê como irmãos os “nossos” pobres.

Há uma solidariedade que só vê os “nossos” pobres.

E há uma solidariedade que vê os “nossos” e os “vossos” pobres,

sem fronteiras de horizonte, nem de culturas, etnias ou religiões.

A oração do Pai Nosso e a Eucaristia abrem-nos à caridade universal,

concreta e habitual, com todo o ser humano necessitado

de pão, trabalho e habitação, do Evangelho da esperança,

do perdão e da reconciliação, da justiça e da paz.

 

Pai nosso, acolhe a oração deste servo que fizeste filho

e de todos os que como eu por Ti fomos criados.

Bendito sejas pelo teu Filho, partilha da tua riqueza,

que nos salvou e salva pelo seu sangue,

dando-nos o seu Espírito e o Pão da vida.

Bendito sejas, ó querido Pai, pela tua Igreja,

casa aberta a todos os que creem em Jesus,

refúgio dos pecadores e mesa dos pobres,

onde a caridade se reparte como graça silenciosa.

Ajuda-nos a lembrar-nos sempre dos pobres,

dos nossos, dos outros e dos teus que são todos.



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