quarta-feira, novembro 20, 2024

 

4ª feira da 33ª semana do Tempo Comum (20 novembro)

 



Sobe até aqui e eu te mostrarei o que vai acontecer 

depois disto. (cf. Ap 4, 1-11)

 

O Céu está aberto pelo Verbo Divino encarnado.

Só pela fé em Jesus podemos ultrapassar as nuvens da tribulação

e subir até à verdade da existência, ouvindo a esperança do amor.

Perante o Santo, Aquele que é, que era e que há de vir,

podemos sentir a consolação na tribulação e na perseguição,

pois compreendemos que o reino do mal é transitório.

Só Aquele que está sentado no trono é para sempre.

 

A ambição de poder gera a guerra e a tentativa de assalto.

O ruído das bombas e das sirenes ensurdecem a esperança.

Parece que a história está cheia de nuvens atemorizadoras

que fazem da vida insónias agonizantes

e impedem a paz de poder olhar o Céu com fé

e os irmãos com confiança e o aconchego da fraternidade.

Quem ganha com isso é a indústria das armas

e os traficantes de seres humanos

que se aproveitam da desgraça para enriquecer.

Haja alguém que nos ajude a ver o Céu aberto

e nos console com a esperança no Santo dos Santos.

 

Senhor, louvado sejas pelo dom da vida

e pelo dom da fé, do amor e da inteligência.

Dá-nos sabedoria e gozo interior

para fazermos render tantos dons

e assim nos tornarmos participantes ativos da tua missão.

Perante as guerras interiores e exteriores,

consola-nos com a esperança do teu auxílio

e fortalece-nos com o Pão da vida e a luz do Espírito.

Ajuda-nos a ver o mundo atual com esperança

e a fazer de nós obreiros da justiça e da paz.



terça-feira, novembro 19, 2024

 

3ª feira da 33ª semana do Tempo Comum (19 novembro)

 



Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, 

entrarei em sua casa. (cf. Ap 3, 1-6.14-22)

 

Deus caminha no meio de nós,

não como observador curioso ou antropólogo,

nem muito menos como polícia e fiscal.

Ele aparece como necessitado de guarida,

como estrangeiro ou refugiado,

que bate à nossa porta e nos chama a abrir a porta.

Jesus entra como visitador

e enriquece a nossa morada de salvação,

despertando a partilha e a fraternidade,

purificando o passado e abrindo a esperança do futuro.

 

Muitas vezes tratamos Deus como um necessitado,

que precisa da esmola das nossas orações e de rituais,

ofertas e sacrifícios, louvores e publicidade.

Mas Jesus prefere entrar na nossa vida

e que lhe demos todo o nosso ser e vontade,

para se sentar à nossa mesa

e iluminar-nos com a sua palavra

e alimentar-nos com o pão da esperança.

Abrir a porta a Jesus é descer dos nossos pedestais

e reconhecer a nossa indignidade, escolhida e amada por Ele,

que veio para salvar e não para cobrar impostos.

 

Senhor, na minha solidão, sinto-me visitado por Ti,

e bendigo-Te por não desprezares a minha morada,

só porque não sou perfeito nem verdadeiramente santo.

Entra, Senhor, e cura a minha condição de pequenez espiritual,

dá novo alento à minha existência e novo rumo ao que tenho,

para que a salvação possa entrar na minha casa e na minha vida.

Tira-me desta vida morna, sem compromisso com a tua missão,

numa mediocridade que se arrasta na rotina da vida.



segunda-feira, novembro 18, 2024

 

2ª feira da 33ª semana do Tempo Comum (18 novembro)

 



Tens perseverança e sofreste pelo meu nome, sem desanimar. Mas tenho contra ti que perdeste a tua caridade primitiva. (cf. Ap 1, 1-4; 2,1-5)

 

Deus é Aquele que é, que foi e há de vir.

Seu amor não se perde nem enfraquece,

mas passa pela prova da rejeição e da cruz,

como fonte inesgotável que resiste à traição e à dor.

Nós fomos purificados no mesmo sangue,

alimentados pelo mesmo Pão da vida

e animados pelo mesmo Espírito de amor e de profecia.

Reduzir o cristianismo a ritos

e a atos de resistência a perseguições,

mas perdermos a caridade na relação

é esvaziar a nossa fé do essencial.

 

Gostamos de andar sobre carris seguros

dos deveres e da moral dos mínimos

dentro dos lugares e tempos prescritos;

mas já nos custa continuar a amar e a agir com carinho

nas curvas da fragilidade e da desilusão.

Por isso, o zelo pela fé pode resvalar em fundamentalismo,

formalismo frio, amuo ressentido,

murmuração e o desprezo para com os faltosos.

 

Senhor, bendito sejas porque nos amas sempre

e o teu coração tem lugar para todos, bons e maus.

Bendito sejas, ó Cristo, imagem perfeita do coração do Pai,

que na aridez da cruz continuaste a jorrar vida,

a florir perdão, a propor cuidado, a revelar fidelidade e paz.

Liberta-nos da cegueira do amor condicionado,

e da vontade de poder e medo de se perder.

Ajuda-nos a recuperar o amor primeiro,

que cura o ressentimento e procura salvar o ofensor.



domingo, novembro 17, 2024

 

33º Domingo do Tempo Comum, Dia Mundial dos Pobres

 



Os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça brilharão como estrelas por toda a eternidade. (cf. Dn 12, 1-3)

 

Deus é o princípio e o fim da nossa existência.

Dele nascemos, n’Ele nos movemos,

com Ele nos encontraremos.

Como todo o inevitável encontro,

é desejado quando é o encontro do Amado

ou temido quando é o encontro da verdade escondida

de uma vida longe de Deus e de todos.

Neste encontro não interessa o que se possui,

mas se a sua vida ensinou a justiça e praticou o amor.

 

Há pessoas que ensinam a roubar, outras a mentir,

outras a representar, outras a viciar, outras a matar.

Há pessoas que ensinam que o futuro não tem sentido,

nem a morte tem ressurreição para além da paragem cardíaca,

por isso, agarram-se ao presente desesperadamente,

procurando o elixir da juventude e a casa cheia de coisas,

temendo o sofrimento e a dependência da fragilidade da vida.

Há pessoas que vivem da fé e têm esperança na vida eterna,

e pelo caminho vão buscando o Invisível que lhe dá vida

e ensinando a justiça e o amor que descobrem na Palavra de Deus;

assim o encontro final deixa de ser surpresa temida

e passa a ser festa desejada, encontro de amigos.

 

Senhor, bom Pai que nos criaste e nos sustentas a vida,

cura a cegueira da minha pouca fé e toca o meu coração

para que não me canse de Te dar graças e de ser teu amigo.

Bom Jesus, que encarnaste e deste a vida por todos,

ensina-nos a encarnar o teu Evangelho com a força do teu Espírito

e a ser para o pobre um irmão e para todos um testemunho de justiça,

que vale a pena buscar a paz e investir na verdade e no amor.

Nesta semana, ajuda-me a avaliar a caminhada

que fiz ao longo deste ano litúrgico.



sábado, novembro 16, 2024

 

Sábado da 32ª semana do Tempo Comum (16 novembro)

 



Para sermos cooperadores da verdade. (cf. 3 Jo 5-8)

 

Deus é a verdade na caridade.

Conhece tudo, o presente, o passado e o futuro

e por isso pode ser juiz justo da verdade da nossa vida.

O seu conhecimento não e para nos dominar e controlar,

mas para nos dar o que necessitamos

e saber curar-nos, para além dos síndromes que sofremos.

Jesus é a Palavra de Deus que nos revela o invisível e eterno,

o coração de pastor que nos busca e por nós dá a vida.

 

Um bom jornalista é um cooperador da verdade

e não um disseminador da mentira criada

ao serviço de uma ideologia ou de um interesse.

Um bom professor é um cooperador da verdade

e um pedagogo que ensina a buscar a verdade.

Um cristão é um cooperador da verdade,

quando dá testemunho do Evangelho de Jesus Cristo

e se põe a caminho para O anunciar

ou apoia os que partem, com a oração e a partilha dos seus bens.

 

Senhor, Verdade que é luz e sabe conduzir à conversão,

sem condenar nem humilhar, mas interpelando e animando.

Bendito sejas, pelo teu poder compatível com a liberdade

e sabe conjugar a verdade com a caridade que salva e perdoa.

Espírito Santo, suave luz que ilumina por dentro,

com respeito e verdade, ressuscitando a santidade em projeto.

Ajuda-nos a ser cooperadores da Verdade que salva,

anunciando a Verdade que brota da profecia do amor

e ajudando quem se consagra a evangelizar.



sexta-feira, novembro 15, 2024

 

6ª feira da 32ª semana do Tempo Comum, S. Alberto Magno

 



Tende cuidado convosco, para não perderdes os frutos do nosso trabalho. (cf. 2 Jo 4-9)

 

A vida é um caminho de amor e de serviço.

O Pai revela-se proposta de aliança e missão redentora

por meio da encarnação do seu Filho

e da inabitação do seu Espírito no coração humano.

Como uma semente, o dom da salvação precisa de ser cuidado,

num discernimento e vigilância contínua,

pois o amor e a fé podem corromper-se

e termos começado com Cristo e terminado contra Cristo.

 

A vida cristã sem vigilância corre o risco de ficar à deriva.

O essencial vai-se perdendo e o circunstancial ocupando a vontade,

arrastado pela corrente das urgências e dos instintos,

e desatento aos frutos que vão surgindo, amargos e estéreis.

Ter cuidado connosco e com o seguimento fiel de Jesus,

supõe paragem para dialogar com Jesus e escutar a sua palavra,

discernimento do que nos está a deformar o testemunho cristão,

vontade para deixar o caminho que nos afastou de Cristo e dos irmãos,

vontade sincera e operante para colaborar com Cristo na sua missão.

O resto é deixar-nos ir e, sem nos darmos conta,

sermos anti-Cristo, obstáculo à missão da Igreja.

 

Senhor, a liberdade e respeito com que nos tratas,

às vezes torna-se desleixo e adormecimento na corrente que nos leva.

Espírito Santo, suave despertador das nossas consciências,

não nos deixes acomodar à mediocridade do ser igual a todos,

e ilumina-nos com a luz do discernimento

para aprendermos a arte da poda dos ramos inúteis e estéreis

e a coragem de retirarmos as ervas daninhas

que nos vão gastando as energias e abafando o Evangelho.

S. Alberto Magno, mestre nas coisas de Deus e dos homens,

intercede por cada um de nós, para que vivamos vigilantes

e em conversão permanente ao Evangelho e à missão de Cristo.



quinta-feira, novembro 14, 2024

 

5ª feira da 32ª semana do Tempo Comum (14 novembro)

 



Sem o teu consentimento, nada quis fazer, para que a tua boa ação não parecesse forçada, mas feita de livre vontade. (cf. Flm 7-20)

 

Deus tudo pode em relação a nós,

mas nada faz sem o nosso consentimento,

a não ser o dom silencioso da vida que sustenta a existência.

Mesmo o dom da graça e da salvação

é um presente à espera do nosso consentimento.

E quando se trata da vocação e do envio em missão,

Deus nada faz sem  nosso consentimento

para que a nossa colaboração seja feita de livre vontade.

É o amor que, com delicadeza, se torna um pedinte

e respeita a liberdade para que o bem não seja forçado.

 

Há um ideal de sociedade que às vezes se quer forçar a bondade,

seja pela repressão, seja pela uniformização.

Este tipo de sociedade, embora o ideal seja bom,

acaba por se tornar ditatorial, controlador da liberdade

e do pensamento, murado e infantilizado.

O resultado é o medo, a tristeza e o desejo de fuga.

Há em nós um desejo de liberdade e de respeito,

que tem prazer em experimentar e aceita errar,

em nome da afirmação da autonomia e liberdade.

 

Bendito sejas, Senhor, pelo respeito pela nossa liberdade

e pela paciência em esperar e em tentar ser luz e caminho

que nos ensina o amor e conduz à comunhão e à paz.

Aumenta, Senhor, a nossa confiança em Ti,

para que não seja necessário tanto medo e teimosia

e possamos aproveitar melhor a tua graça e salvação.

Ensina-nos também este respeito pelo ritmo

e compreensão do outro, amando com humildade e paciência,

perdoando com generosidade e sem desistir de ninguém.



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