segunda-feira, maio 13, 2024

 

2ª feira da 7ª semana da Páscoa, Virgem santa Maria do Rosário de Fátima, Semana da Vida

 



Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher 

revestida de sol. (cf. Ap 11,19a. 12,1-6a.10ab)

 

A vida está feita de sinais, uns cheiram a Céu, outros a inferno.

Cheiram a Céu, porque a criação nasceu do amor de Deus.

Cheiram a mal, porque o pecado nasceu da desobediência

e gera medo e violência, tomando a figura de dragão que devora.

E Deus envia a Mãe da consolação como sinal do Céu,

num momento em que a guerra desolava a terra,

desafiando a fragilidade de três crianças

a anunciar ao mundo a conversão e reparação da paz,

animados pela luz que esta Senhora, mais brilhante que o Sol nos traz.

Ela nos recorda que esta luz é Jesus, seu Filho!

 

Vivemos tempos onde a imagem e a palavra nos falam de guerra.

Muitos dos peregrinos que se dirigem a Fátima a pé,

vêm rezando o terço pela paz, cadenciado pelos passos doloridos.

Todos precisamos de uma verdadeira conversão:

os que usam o poder para fazer a guerra e destruir,

os que usam a inteligência e o saber para inventar novas armas,

os que fabricam armas e vivem deste negócio de morte,

os que partem para a guerra, voluntária ou involuntariamente,

os que alimentam a guerra com as armas da notícia e do comentário,

os que se alegram com a morte e as lágrimas do inimigo…

O povo que se aglomera na Cova da Iria é um sinal grandioso

que com suas velas acesas e prece uníssona, sob o manto de Maria,

aquecem a esperança e acreditam na vida e na paz.

 

Bom Jesus, que vieste para trazer a paz e a salvação à terra,

abri os nossos corações ao teu Evangelho

para que a alegria e o sentido criem raízes em nós.

Ajuda-nos, Senhor, a acolher a tua Palavra e a pô-la em prática,

para que descubramos a felicidade de Maria

e a fecundidade do testemunho profético e missionário.

Obrigado, por nos enviares Maria, tua e nossa Mãe,

a despertar-nos para a fé e o seguimento do Evangelho,

a reparar este mundo envelhecido pelo cansaço da guerra

e pela ambição de possuir, usufruir e consumir.

Faz de nós teus pastorinhos, humildes e convertidos,

pela luz que das tuas mãos irradia

e nos faz perceber a beleza da Igreja, diversa e em prece de paz.



domingo, maio 12, 2024

 

7º Domingo da Páscoa, Ascensão do Senhor, Dia Mundial dos Meios da Comunicação Social

 



Pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de 

toda a Igreja, que é o seu Corpo. (cf. Ef 1,17-23)

 

A Jesus que se humilhou e encarnou

como Servo confiante a amoroso,

que dá a vida para que todos tenham vida,

o Pai O exaltou acima de toda a criatura

como Senhor, Juiz e Salvador de toda a criação.

Como Cabeça da Igreja e nós como seus membros,

já estamos todos, em esperança, com Jesus no Céu.

O mistério da Ascensão do Senhor

revela o mistério da Páscoa do Senhor

e o mistério da Igreja, Corpo de Cristo!

 

A Igreja tem uma dimensão social,

como qualquer sociedade, com ritos de integração,

regras de convivência, objetivos, avaliações, comunicação…

No entanto, a Igreja não é apenas uma sociedade humana,

igual a qualquer uma outra, embora com fins espirituais e

e de solidariedade social, e sem fins lucrativos.

Pelo Batismo, somos assumidos por Cristo,

como membros do seu Corpo e animados pelo seu Espírito.

O poder de decisão e de orientação não é democrático nem da maioria,

mas vem da Cabeça da Igreja que é Jesus

e do Coração da Igreja que é o Espírito Santo.

Somos cidadãos deste mundo como Jesus encarnado,

sabendo que a nossa meta é o Céu,

como Jesus nossa Cabeça, serva e gloriosa!

 

Bendito sejas, Senhor Jesus, Cabeça do nosso corpo,

que nos chamas a dar-te a nossa boca, as nossas mãos e os nossos pés

para continuares a tua missão na fraternidade dos redimidos

pela tua Páscoa, Ascensão e Pentecostes.

Perdoa as vezes, em que pela desobediência e rebeldia,

nos tornamos células tumorais e enfraquecemos o teu Corpo.

Ensina-nos a usar os Meios de Comunicação Social

para revelarmos a verdade, comunicamos valores humanos,

alimentarmos a solidariedade e a paz, e sermos profecia da justiça.



sábado, maio 11, 2024

 

Sábado da 6ª semana da Páscoa

 



Priscila e Áquila, ouvindo-o falar, tomaram-no consigo e expuseram-lhe com maior exatidão o caminho do Senhor. (cf. At 18,23-28)

 

Jesus é o Filho de Deus feito homem,

o Messias anunciado e esperado,

que nos salva dando a vida por nós,

que merecíamos o castigo pelos nossos pecados.

Conhecer bem a Bíblia é fundamental para conhecer Jesus,

mas a fé em Jesus não o resultado de argumentos bíblicos,

é antes um encontro com Jesus e um seguimento confiante

como caminho de vida que nos conduz à meta da eternidade.

E neste caminho ainda temos muito que caminhar,

ainda há muito que aprender na arte de amar incondicionalmente

e na alegria de confiar na Voz do Espírito que nos anima a ser missão.

 

A superficialidade em que nos habituamos a viver,

não aguenta o silêncio das dúvidas e tentações de fuga;

assim como a velocidade em que procuramos a recompensa

não tolera o silêncio na oração nem a espera da satisfação do pedido.

Para isto, basta a catequese de infância diluída na tempo,

e acha-se perda de tempo a catequese de adultos

e a formação permanente da fé, da liturgia e da ética do caminho.

Com a agravante que aprofundar a fé incomoda o egoísmo,

põe em causa o individualismo e a indiferença ao outro

e interpela-nos à mudança e conversão nas relações sociais.

E depois é o medo de perder a liberdade

de fazer o que quero sem problemas de consciência,

e de me submeter ao querer de Deus

que não se contenta com umas coisinhas e ritos esparsos!

 

Senhor Jesus, reconheço que só Tu podes trazer a paz e fraternidade,

pois a receita do poder e da violência só traz o medo e a morte.

Senhor, é bom conhecer a Palavra de Deus,

pois é um tesouro escondido que preciso de abrir e conhecer mais,

mas reconheço que melhor ainda é viver esta Palavra

com a mesma alegria, radicalidade e confiança

com que Tu a viveste e o teu Espirito nos anima a vive-la.

Ensina-nos a ser como Priscila e Áquila a ajudar outros

a conhecer melhor quem é Jesus e como se vive no dia a dia.

Faz de nós servos da Palavra de Deus e colaboradores da tua missão.



sexta-feira, maio 10, 2024

 

6ª feira da 6ª semana da Páscoa, S. João de Ávila

 



Certa noite o Senhor disse-lhe numa visão: «Não 

temas, continua a falar, que Eu estou contigo». (cf. At 18,9-18)

 

A encarnação é uma longa e silenciosa gravidez

de um mundo novo, de um caminho de salvação.

Como uma gravidez, o nascimento supõe as dores de parto,

a morte de um estado de vida,

para que possa nascer uma nova vida: a ressurreição.

A missão é também semear com sofrimento

para, a seu devido tempo, se poder colher com alegria.

É a confiança que ilumina e aquece Paulo em Corinto,

quando, durante a noite, vê o Senhor a anima-lo a evangelizar.

 

A evangelização é sempre começar algo novo,

fecundar corações com o sémen da Palavra

e acompanhar esta gravidez de fé para que possa renascer em Cristo.

Às vezes, encontros fortuitos são suficientes para fecundar alguém,

mas a maioria das vezes supõe uma longa amizade,

um semear abundante e regular,

um envolver-se com uma grande cumplicidade,

para que o novo ser possa nascer, apesar do sofrimento.

Fazemos isso numa gravidez normal, mas já nos custa mais

faze-lo na missão, na catequese e na pastoral.

Achamos que basta uma hora semanal de catequese,

um evento grandioso programado, a missa dominical,

um curso de preparação para o Batismo ou matrimónio…

 

Senhor, obrigado porque me fecundaste com a tua Palavra

e me fizeste nascer de novo pelo Batismo.

Obrigado pela família onde bebi a fé como pão de cada dia.

Obrigado pelas catequistas e professora primária

que me ensinaram a procurar-Te e alimentar pela oração e liturgia.

Obrigado pelos missionários do Verbo Divino

que me ajudaram a passar a crise da adolescência

e me entusiasmaram a acolher o chamamento a ser missionário.

Obrigado pelas comunidades onde já passei como evangelizador

e fiz a experiência de ser evangelizado, acolhido e amado.

Obrigado pelos desafios que me fazes cada dia

a ser criativo e comprometido com a missão que me envias.

S. João de Ávila, reza pela nossa conversão e missão.



quinta-feira, maio 09, 2024

 

5ª feira da 6ª semana da Páscoa

 



Muitos coríntios que ouviam a palavra de Paulo 

abraçavam também a fé e recebiam o Batismo. (cf. At 18,1-8)

 

Jesus continua a falar por meio dos seus discípulos,

e o Espírito Santo continua a abrir o coração à fé

tanto judeus como não judeus, recebendo o Batismo

e crescendo a Igreja, como Corpo de Cristo vivo e em missão.

O mistério pascal de Jesus vai-se atualizando cada dia

e em cada lugar onde a fé se faz testemunho e palavra.

A alegria da fé, que nos faz ver diferente e com esperança,

mistura-se com a tristeza das dificuldades e perseguições

que todo aquele que procura a verdade enfrenta.

 

Ontem como hoje a evangelização enfrenta muitas dificuldades.

O campo onde se semeia o Evangelho está em baldio.

Deixa-se crescer tudo, não se retiram as pedras,

nem se mondam as ervas daninhas,

e, por isso, quando alguma semente boa é semeada,

não ganha raízes profundas e dificilmente chega a dar fruto.

É uma pastoral de eventos sem continuidade,

que durante uns tempos de preparação e execução

empenham muitos recursos e atingem algum entusiasmo,

mas que muitos não chegam a ganhar raízes nem a dar frutos!

 

Senhor Jesus, louvado sejas porque a tua missão continua

e ainda não Te cansaste de salvar a humanidade pecadora.

Espírito Santo, ajuda-nos a colaborar na missão de Jesus,

entregando-nos com persistência e com paciência

ao trabalho lento de preparar e semear,

de acompanhar e de cuidar aqueles que se abriram à fé e ao Batismo.

Liberta-nos da pastoral que se limita a cumprir calendário

e a fazer eventos, para dizer que está a fazer alguma coisa.

Faz de nós uma Igreja profética e missionária,

sempre disponível para recomeçar de novo

e de permanecer até que a fé ganhe raízes e se torne missionária.



quarta-feira, maio 08, 2024

 

4ª feira da 6ª semana da Páscoa

 



Aquele que venerais sem O conhecer, é esse que eu 

vos anuncio. (cf. At 17,15.22-18,1)

 

Fomos criados com sede de mais e de infinito.

Pomo-nos a adivinhar e a imaginar,

pensando num poder que nos faz temer

e num rei que nos cobra sacrifícios e rituais,

mas afinal Ele revela-se em Jesus, um de nós,

servo e humilde, que oferece a sua vida para nos salvar!

E pensamos que somos uma religião do livro,

espartilhados entre normas, prescrições e castigos,

mas depois sentimos a luz do Espírito Santo,

que faz viva a letra antiga e amolece o coração

com a paz do encontro pessoal e o remédio do perdão,

numa missão que passa tempos e mantém a verdade!

 

O tema da religiosidade e da espiritualidade continua atual.

É um sentimento comum que habita em cada um,

mas que povoado pelo subjetivismo e pelo medo do desconhecido,

busca exoterismos, meditação pacificadora, milagres,

segredos do futuro, tranquilidade no além.

Não lhe sabe dar nome, por isso nomeia-o em abstrato inclusivo:

“o Bem”, “o Eterno”, “ a Luz”, “ a Divindade”…

É um deus sem nome nem rosto,

que procura integrar todas as religiões

e busca sentir-se bem, em paz e em comunhão,

por meio de métodos orientais e músicas tranquilizantes.

É o Deus desconhecido que buscamos para acalmar as nossas tormentas

e silenciar os nossos medos e vazios de uma vida em fuga.

 

Senhor Jesus, bendito sejas pelo teu santo Nome,

pela tua encarnação, passos companheiros,

oferta de vida e ressurreição.

Bendito sejas pelo envio do teu Espírito,

que nos ensina a ler a gramática do amor divino,

que busca servir e libertar, em vez de condenar e confundir.

Mistério divino, tão próximo e tão totalmente outro,

que faz da nossa vida peregrinos da verdade,

com a alegria da luz da fé, que nos ajuda a ver o presente

e a confiar no rumo, mesmo que seja noite!



terça-feira, maio 07, 2024

 

3ª feira da 6ª semana da Páscoa

 



Acredita no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua 

família. (cf. At 16,22-34)

 

O Espírito Santo santifica e ilumina toda a criatura,

que se abre à fé em Jesus, o Amor divino revelado incondicional.

Todo o lugar, mesmo uma prisão, é templo de oração

e tempo de missão, que faz acontecer a Páscoa libertadora de Jesus.

É Jesus que faz do carcereiro um buscador de luz,

do carrasco um enfermeiro que cura as feridas que fez,

do guarda da prisão um amigo que abre sua casa

e o convida para a sua mesa,

pois o Batismo abre portas à fraternidade e à Eucaristia.

 

A salvação de Jesus, que nasce da fé e do Batismo,

apresenta-se como pessoal, mas depois toma dimensões sociais.

Não é apenas uma catequese que se aprende decorar,

mas um caminho novo, uma nova visão da vida,

um agir com sentimentos compassivos,

um libertar a alegria, e a fé criar raízes na vida.

O Evangelho de Jesus precisa de atingir o conhecimento,

mas também os sentimentos, as emoções, os sonhos,

as mãos, os pés, a boca, os ouvidos, a afetividade… tudo!

Também na nossa vida, Jesus precisa de descer aos “infernos”!

 

Senhor, obrigado pelo teu Espírito que encheu a terra

e em qualquer lugar nos faz oração e missão,

que louva a Deus e ama o irmão, com a naturalidade de ser.

Ajuda-nos a dar os frutos que queres de nós,

a deixar de sermos carrascos e juízes do outro

nas trevas do medo e da violência sem esperança de remissão.

Abre-nos à esperança que caminha à luz da fé em Jesus

e O segue nos valores e nos sentimentos,

conjugando a caridade com a Eucaristia

e a compaixão com a missão, na alegria de ser diferente!



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