domingo, junho 16, 2024
11º Domingo do tempo Comum
Caminhamos à luz da fé e não da visão clara. (cf. 2 Cor 5,6-10)
O Reino de Deus brota pequeno e frágil,
porque exige fé e confiança, não se impõe por si.
É como a semente que semeia, como a estaca que se planta,
como o fermento com que se amassa a farinha,
como o sal que dá sabor à comida…
E quando tudo aprece que que acaba e desaparece,
que começa a enraizar-se, a crescer, a fermentar, a dar sabor!
Acreditar é confiar no que não se vê,
mas que se faz promessa e cresce pelo dinamismo de Deus.
Por isso, o Filho de Deus quis ser concebido no seio de Maria,
nascer e crescer com qualquer criança,
aprender e amadurecer na humanidade e na inteligência da fé.
A pressa de produzir e de vender, investe na velocidade,
no superar do tempo, no cultivo intensivo, no saltar etapas.
Ao frango dá-se hormonas de crescimento, luz 24 horas,
pouco espaço para se movimentar porque o importante
é fazê-lo crescer rápido e tenrinho, crescido e gordinho.
À criança não se pergunta se é saudável usar logo um telemóvel,
mas se está entretido, satisfeito e amansado.
Ao jovem não se pergunta se o faz responsável e livre
começar bem cedo a ter relações sexuais,
mas se é sexo seguro e pode desfazer uma gravidez indesejada.
A quem começa uma vida autónoma não se preocupa
em ir comprando conforme as suas possibilidades económicas,
mas em ter o que deseja, comprando rapidamente a crédito.
Há uma confiança que é ingenuidade e não sabe esperar a sua hora!
Senhor, ensina-nos a entrar na dinâmica do Reino de Deus,
que sabe e acredita no que nos faz crescer na liberdade e no amor,
e que aprende a semear hoje o que quer colher na eternidade.
Espírito Santo, sabedoria da fé e olhar avisado de esperança,
ensina-nos a semear pacientemente palavras e testemunhos do evangelho,
a amassar a vida com o fermento da justiça, da paz e da verdade,
a enxertar o bravio com o garfo da bondade e da fraternidade,
a podar o que nos rouba tempo e energia em superficialidades.
Apesar de parecer que a fé nos faz frágeis e não está na moda,
ajuda-nos a creditar que vale a pena semear o Evangelho,
a tempo e a destempo, com generosidade e confiança,
pois somos possuidores dum tesouro de vida que não podemos guardar.
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