quarta-feira, abril 30, 2025
4ª feira da 2ª semana da Páscoa, S. Pio V
A luz veio ao mundo e os homens amaram mais as
trevas do que a luz, porque eram más as suas
obras. (cf.
Jo 3, 16-21)
A luz da verdade iluminou o mundo
e pôs a nu a maldade escondida e maquilhada
no coração do homem e nas estruturas sociais.
O Amor veio revestido de humanidade
e Aquele que veio para salvar foi morto numa cruz,
porque a luz da verdade punha a nu a maldade.
Mas o Amor não se cansa de amar sem ser amado
e ressuscitou para continuar a mesma missão de ser luz,
por meio da Igreja assistida pelo seu Espírito.
O ditador tem medo do contraditório,
pois consentir que outro pensa diferente,
supõe partilhar a verdade e ser interdependente;
mas o ditador exige ser reconhecido como omnipotente e omnisciente.
O diálogo põe-nos numa atitude de escuta,
de peregrino humilde da verdade, de eterno aprendiz.
Aquele que ama não exige ser amado com violência e ciúme,
mas procura ser afável e conquistar o coração daquele que ama.
Por isso, o amor não humilha nem condena,
mas procura recuperar e ser luz que purifica e anima.
Senhor, obrigado porque vens ao meu encontro,
quando escondo a maldade em vez de procurar em Ti a graça
e, purificado e fortalecido, possa começar uma vida nova e boa.
Perdoa as vezes em que fujo do silêncio e da meditação,
com receio de ver as sombras escondidas na interioridade,
e prefiro empurrar com a barriga para a frente,
adiando a conversão e a arte de viver à luz da transparência.
S. Pio V, Papa do concílio de Trento, intercede pela Igreja
para que também hoje se eleja o Papa que Deus quer
e a Igreja do nosso tempo precisa para ser mais profética e missionária.
terça-feira, abril 29, 2025
3ª feira da 2ª semana da Páscoa, S. Catarina de Sena, padroeira da Europa
Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a
quem o Filho o quiser
revelar. (cf. Mt 11, 25-30)
Jesus é a Palavra e o coração do Pai
em porta e caminho humano,
que nos faz entrever o Céu e peregrinar no mistério.
A mansidão, a bondade e a compaixão tomam corpo
nas margens do previsível e na fidelidade da cruz.
O Espírito Santo é uma luz nova que nos faz ver em Deus
e nos aquece o coração de esperança de ver Deus em nós.
Aquele que vive na fé e na contemplação de Jesus
vê a realidade a partir da paz, da unidade e da reconciliação.
Falar de Deus é uma ousadia perigosa.
Podemos imaginar o que sonhamos
e tentar justificar ideias, ideologias e interesses
onde militamos e já nos habituámos.
Neste caso, não há lugar para a conversão a Deus,
Deus é que se tem de converter a nós.
Podemos optar por ser eternos peregrinos da verdade,
que escutam a Escritura e contemplam Jesus,
e veem nos santos as surpresas do Espírito Santo
e, com humildade e pés descalços, falam deste mistério,
mais com o testemunho do que com lindas palavras.
Senhor, mistério infinito que Te fizeste finito em Jesus,
ilumina o meu espírito e põe-me à escuta
pois desejo conhecer-Te e amar-Te como caminho.
Obrigado por S. Catarina de Sena, pela sua consagração a Cristo,
que na cruz nos mostrou o seu amor incondicional
e na ressurreição a presença viva na Igreja
que nos desafia a imita-Lo por amor à sua missão redentora.
Nesta hora de sede vacante, dá-nos o mesmo amor pelo Papa,
o mesmo desejo e empenho pela paz e pela unidade,
a mesma vontade de conversão e identificação com Cristo.
segunda-feira, abril 28, 2025
2ª feira da 2ª semana da Páscoa (28 abril)
Todos devem nascer de novo.
(cf. Jo 3, 1-8)
O mistério pascal é a nossa Páscoa:
morte com Cristo para a velha vida em pecado
e nascer de novo em Cristo pela fé e pelo Espírito Santo.
Pelo Batismo, renascemos como filhos de Deus,
fomos acolhidos por Cristo como seus irmãos
e como templos de Deus, onde habita o Espírito Santo.
Entramos na Igreja pela porta da fé e do Batismo,
e tornamo-nos pedras vivas e membros do seu Corpo
para a participação da missão de Deus.
Nascer de novo é o grande sonho que nos move.
Renovar uma casa, alterar o visual,
fazer uma maquilhagem, submeter-se a uma cirurgia plástica,
investir na formação permanente ou num curso novo,
trabalhar para subir na empresa ou na política,
participar num curso de autoconhecimento…
são tudo formas de tentar nascer de novo,
transformar o velho em novo,
o mau em bom, o antipático em simpático,
o feio em belo, o triste em feliz.
O grande perigo é tentarmos mudar a aparência
e, por dentro, o essencial continuar tudo na mesma.
Louvado sejais, Pai, Filho e Espírito Santo,
porque nos olhais com amor e misericórdia,
e quiseste fazer destas simples criaturas,
filhos à imagem do Filho, animados pelo sopro do Espírito.
Ajuda-nos a ser barro em tuas mãos,
para que possamos nascer de novo,
à imagem de Jesus e ungidos pelo Espírito santo.
Liberta-nos do desejo de parecer e de aparecer,
e dá-nos um coração novo que vive em Cristo.
domingo, abril 27, 2025
2º Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia (27 abril)
Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem
perdoardes os pecados ser-lhes-ão
perdoados; (cf. Jo 20, 19-31)
Jesus vive para nos dar a paz e abrir os corações fechados.
Dá-nos o seu Espírito de missão e misericórdia
para que também nós sejamos enviados pelo Pai,
como o Filho, na unidade do Espírito Santo.
Unidos pela celebração do mistério pascal de Jesus
e guiados pelo Evangelho da paz e do perdão,
construímos uma Igreja encontro de povos
e damos testemunho dum caminho novo de paz e fraternidade.
A Igreja é a porta visível da misericórdia divina.
Tradicionalmente, cada igreja era um lugar de refúgio
para quem ainda não tinha sido julgado e pedia justiça.
O sacramento da Reconciliação é a chave da paz,
que parte do arrependimento do pecador
e se encontra com a misericórdia divina na fonte da Igreja.
Somos ministros da reconciliação e da paz
no seguimento e como memória da missão de Jesus Cristo.
Senhor Jesus, obrigado pelo dom do Batismo e do Crisma,,
que nos abre a porta à salvação e à santidade,
na comunhão da fé e na mesa da Eucaristia.
Obrigado pelo dom de podermos celebrar a Páscoa,
cada vez que participamos na Eucaristia em tua memória.
Faz de nós uma Igreja missionária, uma Igreja em saída,
que pelo anúncio e a atração do testemunho,
se torne candelabro da luz de Cristo em toda a terra.
Louvado sejas pelo dom da misericórdia em nossa vida.
sábado, abril 26, 2025
Sábado da Oitava da Páscoa
Apareceu aos Onze e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de coração. (cf. Mc 16, 9-15)
Jesus segue o seu caminho de morte e ressurreição,
quer Ele se revele ou não, quer acreditemos ou não.
Aparece primeiro a Maria Madalena,
depois aos discípulos de Emaús
e por fim aos Onze no Cenáculo da Páscoa.
Não foi fácil aos que estavam desiludidos e em luto,
acolherem a boa nova de que Ele está vivo.
Apesar da incredulidade e da dureza de coração,
Jesus envia os discípulos a anunciar o Evangelho a todos.
A Igreja, após a morte e ressurreição de Cristo,
tem cumprido o mandato da anunciar o Evangelho a todos.
Dentro e fora da Igreja, a fé anda misturada com a incredulidade,
assim como o pecado e a santidade nos irmanam na mesma humanidade.
Muitos procuram na razão, argumentos para ter fé,
e podem admirar pessoas extraordinária como o Papa Francisco,
mas isso não os leva à fé em Jesus Cristo.
Outros, olham para os analfabetos e pobres,
admiram a sua fé e confiança em Jesus,
mas atribuem esta confiança à ingenuidade e falta de cultura.
A fé peregrina entre a humildade e a abertura ao mistério!
Senhor Jesus, eu creio em Ti, mas aumenta a minha fé.
Espírito Santo, faz-me ver o Invisível que ama
e cura-me da cegueira da desconfiança e do medo.
Faz de nós peregrinos da esperança
e testemunhas da ressurreição nos caminhos sem rumo,
para que sejamos portadores da luz de Cristo,
perto e longe, pois por todos Cristo ofereceu a sua vida na cruz.
Faz de nós uma Igreja missionária e profética,
uma Igreja em saída, como o Papa Francisco nos desafiava.
sexta-feira, abril 25, 2025
6ª feira da Oitava da Páscoa (25 abril)
Quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a
túnica que tinha tirado e
lançou-se ao mar. (cf. Jo 21,
1-14)
Jesus entregou a sua vida e a sua túnica no Calvário.
É uma herança que não deve ser dividida,
pois é a sua missão que deve continuar.
Pedro, despiu-a quando trocou a missão pela profissão
e, em vez de puxar os discípulos para pescar homens,
os levou a pescar peixes durante a noite da fé.
Só quando o discípulo, que vê a partir da fé, lhe diz: “é o Senhor”,
é que ele veste de novo a túnica e se lança ao mar
para ir ao encontro de Jesus e continuar a sua missão.
O grande desafio da vida é manter a nossa missão,
e não confundirmos a vida com a nossa profissão.
Não somos o que fazemos para ganhar a vida,
mas a forma como vivemos para darmos testemunho de Cristo.
Ser pai ou mãe é uma missão, cuidar de crianças uma tarefa.
Ser irmão de todos é uma missão, realizar serviços uma profissão.
Ser batizado é desejar anunciar na vida: “é o Senhor”,
tudo o resto, querer ganhar poder, fama e riquezas,
é anunciar-se a si mesmo como “senhor”.
Senhor Jesus, ajuda-me a não ser simples fazedor de coisas,
mas a ser alguém que, de forma humilde e fiel,
veste a tua túnica para continuar a tua missão redentora.
Obrigado pelos “Pedros” que nos tens dado
para nos desafiarem a lançarem as redes para a evangelização
e a puxarem as redes para a terra, sem estas se romperem.
Envia o teu Espírito sobre a assembleia dos cardeais
que vai escolher o novo Papa, para que este seja o Pedro que queres.
Liberta-nos de intrigas e desejos de poder de fações na Igreja
e ajuda-nos a ser simplesmente fieis ao Evangelho e à tua missão.
quinta-feira, abril 24, 2025
5ª feira da Oitava da Páscoa
Está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia. (cf. Lc 24, 35-48)
O Amor aproxima-se de mansinho,
sem atemorizar, nem se impor.
Como que pede licença para ajudar e amar.
Assim é o Filho de Deus enviado à humanidade,
que, em vez de nos esmagar com a sua omnipotência,
nos serve a paz, revestido de chagas de crucificado,
que oferece a sua vida pela nossa salvação.
O seu Espírito nos ensina a ler nas entrelinhas da Bíblia,
que o Crucificado-Ressuscitado é o Filho do Amor eterno.
Os modelos de autoridade que vemos na vida,
estão ligados a uma liderança que se impõe,
ao medo que inspira, à fama de êxito que tem…
Há outros modelos, hoje um pouco em crise,
que é a dos pais que servem e dão a vida pelos filhos,
a dos professores que transmitem o conhecimento,
a dos sacerdotes e consagrados/as que servem os mais fracos,
a dos médicos e enfermeiros que protegem a vida,
a dos técnicos e auxiliares que cuidam a velhice e a doença,
a dos bombeiros que apagam os fogos…
Senhor Jesus, sei que estás ao meu lado e me amas,
mas aumenta a minha fé quando tudo parece que está bem
ou quando cai um espesso nevoeiro de perplexidades
e me sinto só e sem rumo para caminhar.
Espírito Santo, dá-nos o gosto pela meditação da Palavra de Deus,
para que aprendamos a ver com os olhos da fé o quotidiano
que nos surpreende e nos atemoriza.
Neste tempo de insegurança e de mudança,
ajuda-nos a ser peregrinos da esperança.
quarta-feira, abril 23, 2025
4ª feira da Oitava da Páscoa (23 abril)
Jesus entrou e ficou com eles. (cf. Lc 24, 13-35)
Jesus, nossa Páscoa viva, é o Emanuel.
Ele entrou na nossa vida e nossa história,
não com uma missão transitória no tempo,
mas assumindo o nosso corpo e os nossos pecados,
caminhando fiel e graciosamente connosco
e em especial com aqueles retraguardam na fé e na esperança.
Ele é um dos nossos, quer a gente O reconheça ou não.
A Palavra de Deus e os sacramentos são luz e sinais da sua presença.
Olhamos a vida como estivéssemos sozinhos no universo.
Fazemos planos, queremos alterar o rumo da natureza,
conquistar os seus mistérios, consumir os seus recursos,
controlar a nossa vida e destruir a vida dos outros,
como se fossemos os donos de tudo isto!
Olhamos para o Céu em busca de Deus,
mas a Páscoa de Jesus afirma que Ele está no meio de nós.
Buscamos sinais luminosos e impressionantes,
mas Jesus prefere sinais simples e pouco vistosos
como a compaixão do peregrino, a Sagrada Escritura,
os sinais sacramentais: água, óleo, pão e vinho,
círio, aliança, imposição das mãos…
Senhor Jesus, mostra-nos o teu rosto
e dá-nos a luz do Espírito Santo para que Te possamos ver.
Aumenta a nossa fé quando escutamos a Palavra de Deus,
celebramos os sacramentos, exercemos a caridade
e anunciamos o Evangelho da vida e da esperança.
Dá ao Papa Francisco a alegria do encontro
com o Mestre que anunciou e para Quem trabalhou.
E vem ao nosso encontro na escolha do novo Papa.
terça-feira, abril 22, 2025
3ª feira da Oitava da Páscoa (22 abril)
Voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. (cf. Jo 20, 11-18)
Jesus não está na morada dos mortos,
o seu corpo não está depositado no sepulcro.
Maria Madalena procura-O como a amada busca o Amado.
Debruça-se para dentro do sepulcro
e encontra a vida divina que a questiona: “Porque choras”?
Volta-se para trás e vê o Jardineiro do Paraíso
e, sem saber que era Jesus, escuta o mesmo questionamento:
“Mulher porque choras? A quem procuras”?
Recebemos a notícia que o Papa Francisco morreu.
Com o coração a chorar, buscamos notícias:
Como morreu? Quando será o seu funeral?
Quando será o conclave? Quem lhe irá suceder?
Na comunicação social olha-se para a sua história
e procura-se descobrir sinais de Jesus no seu agir pastoral.
E palavras como renovação, simplicidade, missão, misericórdia,
transparência, inclusão, cuidado dos mais fracos,
diálogo, paz, justiça, ecologia, ecumenismo, sinodalidade…
revelam que Cristo está vivo na Igreja
e que o Espírito Santo a assiste com a sua luz.
Senhor Jesus, sou peregrino de Ti, busco-Te no que vem
e, olhando para trás, vejo-Te ao meu lado nas pessoas que encontro.
Choro porque não Te possuo e resisto a deixar-me possuir,
pois ser tua missão é acreditar e anunciar que estás vivo.
E ser por Ti enviado é ensinar a ver o passado de pecado
e a escutar o nosso nome pronunciado e já curado,
convidando a ser Batizado em Jesus e a ser conduzido pelo Espírito,
participando no banquete da graça e da fraternidade universal.
Faz de nós, Senhor, peregrinos da esperança!
segunda-feira, abril 21, 2025
2ª feira da Oitava da Páscoa (21 abril)
Alguns dos guardas foram à cidade participar aos
príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha
acontecido.
(cf. Mt 28, 8-15)
O túmulo aberto do Senhor é fogo de boa nova.
Dele partem Madalena e a outra Maria
para anunciarem aos discípulos que Jesus está vivo
e que estes devem partir para a Galileia
e dela, como Ele, continuarem a sua missão;
Dele partem os soldados para anunciarem aos chefes
que a pedra rolou e Jesus ressuscitou.
Mas o anúncio pode ser recebido ou pervertido,
bastam umas somas avultadas de dinheiro
para a verdade ser trocada pela mentira fabricada.
Muitas das tradições populares, ligadas à Páscoa,
nasceram da fé na ressurreição e de formas pastorais de a celebrar.
O desejo de reviver as tradições culturais populares,
sem a fé que as fez nascer, tornam-se curiosidades atrativas,
que chamam turistas e tornam conhecida a terra onde são conservadas.
E o que era uma celebração de fé torna-se produto de mercado
que se vende e eclipsa o fim primeiro de evangelização.
O resultado é o orgulho de quem faz estas representações
e a busca da fama e do interesse económico.
Senhor Jesus, que voltaste à vida para ficar connosco,
ajuda-nos a acolher esta boa nova com alegria
e fazer dela a nossa força, o nosso guia e a nossa missão.
Perdoa as vezes em que distorcemos o Evangelho da vida
e o usamos para nosso interesse e proveito.
Faz de nós servos da boa nova da ressurreição,
com a mesma fidelidade das Marias que regressam do túmulo aberto
e o mesmo despojamento dos discípulos que voltam à Galileia.
Acolhe, Senhor, o Papa Francisco no teu Reino
e ajuda-nos a escolher aquele Tu escolheste para lhe suceder.
domingo, abril 20, 2025
Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor
Ainda não tinham entendido a Escritura, segundo
a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos. (cf. Jo 20, 1-9)
O Deus da vida vai fazendo o seu caminho.
Ressuscita o seu Filho e abre o sepulcro a partir de dentro,
pois Ele a chave e a porta que abre um caminho novo.
É preciso voltar ao sepulcro para testemunhar a vida nova,
entrar na casa da morte e ver os despojos que a amarravam
e entender a Sagrada Escritura a partir dos sinais da história.
Somos peregrinos da esperança que em Igreja aprendemos a ver na fé.
É tempo de levar o pregão do Ressuscitado às ruas.
Todos somos chamados a visitar a Bíblia e medita-la,
mas também a caminhar em Igreja e a buscarmos juntos,
porque a história continua a procurar Primavera,
mesmo como este ano, esta vem misturada com gelo e vento.
Deus faz parte da nossa história e a barca vai habitada pela Vida,
mesmo que a tempestade só nos incline para ver a morte
e a sentir os medos que nos turvam a esperança.
É preciso concluir que Deus já nos governa há muito tempo
e que celebramos o jubileu do nascimento do Filho de Deus,
que foi morto e ressuscitou e continua connosco como Emanuel.
Bendito sejas, Deus da vida, que fazes da história
um contínuo jubileu que reconstrói o original projeto,
de que todos tenham vida e vida em abundância.
Bendito sejas, ó Cristo, jubileu encarnado,
que fostes chamado a inaugurar e a ser para além da morte,
o primogénito da nova humanidade,
que quer ser fermento de vida nova para todos nós.
Bendito sejas, pela tua Páscoa que alimenta a vida
no sacramento do Batismo e da Eucaristia
e faz de nós “pães ázimos” da esperança duma humanidade nova.
sábado, abril 19, 2025
Sábado Santo
Silêncio!
O Filho de Deus foi morto e sepultado.
Parece que o mundo venceu o Criador
e a morte é rainha da história!
É Sábado de Páscoa e o Libertador está no lugar dos mortos,
não como morto vencido, mas como enviado do Pai
a libertar da morte os que o tempo vencera
e oferecer a mesma boa nova da misericórdia eterna de Deus.
O que para nós é silêncio, para Jesus é missão libertadora,
pois Ele e o Pai trabalham sempre para salvar a vida!
O Inverno é estação despojada e fria,
semelhante à morte da esperança,
mas depois brota em vida na Primavera florida.
O bebé, quando nasce, é choro comunicação,
mas pouco a pouco torna-se palavra que pronuncia.
A meditação é descer à profundidade
e aprender a ver no escuro e escutar o silêncio,
pois a luz e o ruído cegam e surdam o essencial.
E perante a doença que ameaça ser terminal
cheira a morte e ouve-se o perfume da verdadeira vida!
Senhor, bendito sejas porque no silêncio,
desces às profundidades das minhas mortes
e quando me sinto só e desolado
lá estás Tu a meu lado com a tua graça a soprar a esperança.
E quando o luto de um ser querido
ou o luto de mim perfeito, me deixa curvado e triste,
escuto a luz e a Palavra da vida que me diz:
“levanta-Te e acolhe a minha luz e o meu perdão,
e onde Eu estiver tu estarás comigo revivido”.
Senhor ajuda-me a ser peregrino da esperança!