sexta-feira, fevereiro 21, 2025

 

6ª feira da 6ª semana do Tempo Comum (21 fevereiro)

 



Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, 

tome a sua cruz e siga-Me. (cf. Mc 8, 34 - 9,1)

 

O Verbo Divino encarnou, renunciando a si mesmo,

tomando a nossa cruz e dando a sua vida pela nossa salvação.

Viveu descentrado de si

e totalmente concentrado no Pai e no seu projeto,

servindo o pobre pecador, curando a ovelha ferida e desgarrada,

renovando a sua aliança com o sangue da sua oferta.

Seguir Jesus é renunciar à afirmação de si e do poder deste mundo,

tomar a sua cruz de fragilidade e de pecado,

e assumir a salvação de todos, tomando os seus pecados como seus,

anunciando Jesus como salvador e caminho de vida.

 

Hoje entroniza-se a realização pessoal

como absoluto a buscar ao longo de toda a vida.

Tudo o que cheira a obediência e serviço gratuito,

compromisso permanente que possa travar a liberdade,

são normalmente recusados pois é carregar a cruz dos outros.

Tudo o que é dor e sofrimento, limitações e fragilidades,

treinos e esforços sem recompensa imediata,

é normalmente adiado, combatido ou delegado.

Isto frutifica hipocondria, excesso de analgésicos,

dependências, desemprego prolongado, indiferença,

dificuldades de trabalho em equipa, evasão escolar…

 

Senhor Jesus, seguir-Te não é fácil,

por isso, ajuda-nos a libertar do egoísmo

e do autorreferencialismo, que nos impede de amar.

Espírito Santo, luz da verdade, ajuda-nos a confiar

que é seguindo Jesus que podemos ser livres

para servir e para amar,

para doar a vida pela salvação de todos.

Ensina-nos a aceitar a nossa cruz

e a ajudar os mais fragilizados a carregar a sua cruz.



quinta-feira, fevereiro 20, 2025

 

5ª feira da 6ª semana do Tempo Comum, Santos Francisco Marto e Jacinta Marto (20 fevereiro)

 



Não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos 

homens. (cf. Mc 8, 27-33)

 

Jesus vem de Deus para ensinar-nos uma nova lógica

segundo o coração misterioso e amoroso de Deus.

Ele manifesta-se como embaixador da aliança,

servo de Deus que dá a vida pela salvação da humanidade,

misericórdia divina incondicional para todos.

Jesus é a revelação da fonte divina da graça,

que não dá porque merece, mas porque é amor,

gratuito e voluntário, que cura o mal com o bem.

 

Nós cristãos, dizemo-nos seguidores de Jesus,

porque afirmamos  que Ele é o Messias e salvador,  

no entanto, temos a tentação de O domesticar

e querer que Ele seja à nossa imagem e semelhança.

Assim perante este Messias que nos surpreende,

tentamos reduzi-lo a uma maior previsibilidade,

afastar a cruz e o mistério pascal,

fixar-nos mais no perdão do que na conversão

retirar-lhe a força profética que faz a diferença.

 

Senhor Jesus, revelação dos pensamentos de Deus,

ajuda-nos a confiar em Ti e a segui-los com fidelidade

e a radicalidade de quem arrisca ser teu discípulo.

Espírito Santo, nem sempre é fácil distinguir

o que são pensamentos de Deus dos que são lógicas humanas,

por isso, dá-nos o dom do discernimento

para que possamos continuar a tua missão na terra.

S. Francisco Marto e S. Jacinta Marto,

ajudai-nos a descobrir a beleza de consolar a Cristo

e dar a vida para salvar os pecadores e alcançar a paz.


quarta-feira, fevereiro 19, 2025

 

4ª feira da 6ª semana do Tempo Comum (19 fevereiro)

 



Vejo as pessoas, que parecem árvores a andar. (cf. Mc 8, 22-26)

 

Jesus veio com a missão de nos curar a cegueira,

de nos limpar as cataratas da incredulidade,

que nos impedem de ver Deus vivo a atuar.

Jesus foi enviado para nos curar a cegueira

que nos impede de ver rostos fraternos,

que devemos amar como a nós mesmos,

sem fazer aceção de pessoas.

O caminho da fé é progressivo e só amadurece

quando vemos o outro com nome e rosto a amar

e vemos o Invisível nos sinais da Igreja e dos sacramentos.

 

Há a cegueira do interesse egoísta que vê as pessoas,

como multidão sem rosto, instrumentos ao meu serviço,

pobreza sem gemido, proximidade sem diálogo,

diferença sem acolhimento.

Esta cegueira torna invisível a pessoa

e usa os óculos do preconceito para generalizar categorias.

Esta cegueira cria classes, raças, ideologias, fronteiras.

Esta cegueira erotiza o corpo e só vê instrumentos de prazer.

Esta cegueira só vê o instante

e não consegue enxergar o amanhã e o para sempre.

 

Senhor Jesus, cura a cegueira que só vê movimento,

pessoas como se fossem árvores a andar.

Cura a cegueira da fé infantil e supersticiosa,

para que aprenda a ver no escuro da vida

a tua presença amiga e redentora.

Cura a cegueira da indiferença que só vê o próprio interesse

e torna invisível o que geme e suplica compaixão.

Cura a cegueira do preconceito que só vê generalizações,

e se recusa conhecer rostos e corações únicos na diferença.

Cura a cegueira que só vê inimigos a abater e a excluir.



terça-feira, fevereiro 18, 2025

 

3ª feira da 6ª semana do Tempo Comum, S. Teotónio (18 fevereiro)

 



Tende cuidado com o fermento dos fariseus e o fermento de Herodes. (cf. Mc 8, 14-21)

 

Jesus quer ser o fermento novo que leveda a criação.

Não quer ser um dilúvio que destrói os pecadores,

mas, como novo Abraão, quer ser o Homem novo,

a “massa mãe” que fermenta uma nova humanidade.

A sua palavra e o seu Espírito fermentam uma vida nova,

pela fé e pelo seguimento, pelo testemunho e a missão,

que compete no mundo com outros fermentos

que aboloraram a vida e tornam as relações tóxicas.

 

Jesus alerta-nos contra o “fermento dos fariseus”:

hipocrisia, ritualismo, incoerência de vida, vaidade espiritual…

e contra o “fermento de herodes”: busca de poder,

injustiça, corrupção, opressão, obsessão pelas riquezas…

São atitudes que apostam no “parecer” e no “aparecer”

e não tanto na fidelidade, conversão, solidariedade e amor.

Para nos libertarmos destes fermentos, como de outros,

precisamos de abrir as janelas e expor-nos à luz da verdade,

deixar-nos purificar dos bolores da mentira e do egoísmo,

e alimentar-nos dos pães ázimos da Páscoa de Jesus.

 

Senhor Jesus, fermento novo fermentado na Páscoa da ressurreição,

purifica-nos do fermento da maldade que intoxica as relações

e nos tornam o coração duro à brisa suave do Espírito Santo.

Contagia-nos com a força renovadora da tua Palavra

e o ardor profético da chama missionária do Pentecostes.

S. Teotónio, peregrino da verdade e da conversão,

ora por nós, para que na contemplação da cruz de Cristo

encontremos o caminho do amor e da fidelidade que buscamos.

Faz de nós, Igreja, a “massa mãe” que fermenta o mundo para Cristo.



segunda-feira, fevereiro 17, 2025

 

2ª feira da 6ª semana do Tempo Comum (17 fevereiro)

 



Porque pede esta geração um sinal? (cf. Mc 8, 11-13)

 

Jesus é o sinal que o Pai envia do Céu

para mostrar que nos ama e nos quer salvar.

Os seus milagres são um sinal do seu messianismo,

que só a fé pode ver e acreditar como quem se abre ao mistério.

A resistência de Jesus em fazer milagres para provar o seu messianismo

é porque Ele não quer conquistar discípulos do espetáculo,

mas pessoas humildes, confiantes, disponíveis para O seguir.

 

A dúvida moderna desconfia do que não se pode provar.

Gostamos de carregar num botão e obter a prova

de quinda funciona, de que é mesmo verdade.

Por outro lado, no campo do marketing, da política

e da superstição e até das redes sociais, a confiança persiste

contra toda a evidência de mentira e sem prova científica.

Parece ser mais fácil acreditar num que é corruto e mentiroso,

do que em Jesus que passou a vida a fazer o bem

e deu a vida por aqueles que O mataram!

 

Pai nosso, obrigado por Jesus, sinal do teu amor,

que nos enviaste despojado de poder e glória,

para nos salvar e purificar como médico de campanha.

Bendito sejas, Jesus, pelos sinais sacramentais,

nas mãos da Igreja, humana e parte do teu Corpo,

canal da graça, em barro guardada e partilhada.

Liberta-nos da ansiedade em dominar o mistério divino

e faz de nós peregrinos da fé na noite do nosso caminhar.



domingo, fevereiro 16, 2025

 

6º Domingo do Tempo Comum (16 fevereiro)

 



Ai de vós, quando todos os homens vos elogiarem. (cf. Lc 6, 17.20-26)

 

Jesus não veio para receber honras e elogios,

mas veio para servir, purificar, curar, dar a vida e salvar.

Quando O queriam fazer rei, Ele afastava-se;

quando era chamado a defender-se, entregava-se;

quando era insultado, ficava em silêncio;

quando o mataram, perdoou e renovou a sua aliança,

ficando connosco até que todos sejamos salvos!

Nós somos discípulos deste Mestre que não vive da fama,

nem busca o poder, mas manifesta-se como verdade

que conduz a Deus e amor que resiste à rejeição e à dor.

 

Hoje vive-se quase uma elogio-latria,

que se manifesta na necessidade anímica

de ser conhecido, bem falado, seguido, elogiado.

É quase sempre o único critério

para avaliar o grau de felicidade para viver num local,

trabalhar num determinado ramo ou empresa,

perseverar numa relação matrimonial ou de simples amizade.

O elogio é mesmo confundido com sucesso na vida,

realização pessoal, justiça, santidade!

As redes sociais até tomaram esse critério para avaliar o desempenho

dum perfil no mundo digital: “gosto” / “não gosto”.

 

Senhor Jesus, que nos apresentas o caminho da fidelidade a Deus

como o caminho da felicidade

e o despojamento das seguranças efémeras como caminho de libertação,

ajuda-nos a acreditar e a ter esperança na vida eterna,

que a tua ressurreição nos abriu e a tua aliança confirmou.

Abre os nossos horizontes para além do calor do presente,

para que a nossa vida não seja mera emoção

nem reação aos elogios e sondagens do momento,

mas fidelidade ao projeto de Deus e à verdade da justiça,

que acredita sempre na verdadeira recompensa eterna.



sábado, fevereiro 15, 2025

 

Sábado da 5ª semana do Tempo Comum (15 fevereiro)

 



Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Tenho 

pena desta multidão»; (cf. Mc 8, 1-10)

 

Jesus é o Filho da compaixão

e ensina os seus discípulos a ver a partir do coração.

O Verbo Divino, despojando-se da sua grandeza,

fez-se pó e jardineiro da criação,

obedecendo ao amor e contagiando a partilha,

para que todos tenham vida e ninguém desfaleça no caminho.

A compaixão de Jesus é a nossa salvação e missão.

 

A nossa democracia delega certas funções nos governantes.

Os problemas estruturais, como a fome, a justiça, a educação,

as ajudas pós-catástrofes, o desemprego… delegamo-los no Estado.

E está certo, pois o nossos sistema político é assim.

No entanto, há uma cultura de partilha, de denúncia profética,

de solidariedade, de compromisso com o bem comum,

que não podemos perder nem delegar.

O grande desafio é ver como a fé alimenta a compaixão

e nos retira duma autorreferência que nos torna indiferentes

e passivos perante os grandes problemas sociais da atualidade.

 

Senhor Jesus, incomoda-nos a tua preocupação pelos que sofrem

e a grandeza de um amor que é capaz de dar a vida pelos que se perdem,

mas compreendemos que é para nos desacomodarmos,

que partilhas connosco a tua visão do mundo.

Dá-nos um coração sensível e compassivo,

capaz de partilhar bens e tempo

como resposta às grandes questões do nosso tempo.

Que a Eucaristia, como liturgia do templo,

nos ajude a praticar a fração do pão na vida.



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