Diálogo Aberto

Sacerdote, Religioso e Fundador de três congregações missionárias

Nasceu em Goch (Alemanha), no dia 5 de Novembro de 1837.

A sua família levava uma vida cristã exemplar. O pai, Gerardo, era um homem íntegro e piedoso. À hora do almoço, aos domingos, conversavam sobre a homilia da missa. A mãe, Ana Catarina, tinha uma particular estima pela Bênção do Santíssimo Sacramento. Durante o Inverno, à noite, liam o Prólogo do Evangelho de São João. Dos pais, Arnaldo aprendeu a dedicação ao trabalho e recebeu uma profunda religiosidade.

Concluído o ensino secundário, Arnaldo optou por estudar Matemática e Ciências Naturais em Munster e Bona. Em 1859, iniciou o estudo da Teologia e, em 15 de Agosto de 1861, foi ordenado sacerdote em Münster. O seu bispo nomeou-o professor do Colégio diocesano de Bocholt, onde adquiriu fama de professor severo, mas justo. Pela sua profunda devoção ao Sagrado Coração de Jesus, foi também nomeado director diocesano do Apostolado da Oração.

Aos poucos foi crescendo nele a preocupação pelas missões. Decidiu dedicar sua vida a despertar na Igreja alemã a consciência da sua responsabilidade missionária. Para isso, em 1873, renunciou ao cargo de professor e, em Janeiro de 1874, fundou a revista “O Pequeno Mensageiro do Coração de Jesus”. Nesta revista mensal de nível popular oferecia notícias missionárias e animava os católicos de língua alemã a ajudarem as missões.

Arnaldo viveu numa época difícil para a Igreja na Alemanha. Foi no auge da “Kulturkampf” (luta pela cultura) de Bismarck que Arnaldo Janssen resolveu avançar com a ideia de fundar uma casa missionária. “Outros países europeus têm centros especiais para a preparação de missionários... mas a Alemanha não!” – queixava-se A. Janssen. A sua esperança era que algum sacerdote com consciência missionária aceitasse o desafio de estabelecer uma casa para a preparação de missionários para o ultramar. Arnaldo via-se a si mesmo apenas como promotor do projeto, mediante a consciencialização e a coleta de fundos através de sua revista.

Em 1874, Arnaldo encontra-se com Monsenhor Raimondi, vigário apostólico de Hong-Kong, a quem dá conta das suas preocupações. O bispo responde-lhe: “Se outros não o fazem, então funde o senhor o tão necessário seminário missionário”.

Com o apoio de vários bispos, Arnaldo começou a reunir fundos enquanto procurava um lugar adequado. A situação política adversa na Alemanha levou-o a comprar uma velha casa em Steyl, Holanda, junto da fronteira alemã. A inauguração da casa missionária deu-se no dia 8 de Setembro de 1875. A formação de futuros missionários começou imediatamente. Arnaldo Janssen tinha apenas mais três colaboradores. Em 1879, partem os primeiros missionários com destino à China. Um deles era José Freinademetz, que, também será canonizado a 5 de Outubro deste ano.

Consciente da importância das publicações para atrair vocações e fundos, Arnaldo estabeleceu a própria imprensa apenas quatro meses depois da inauguração da casa de Steyl. Milhares de leigos generosos dedicaram o seu tempo e esforços na animação missionária nos países de língua alemã através da distribuição de revistas, algumas das quais ainda hoje se publicam.
Como o número de estudantes aumentava continuamente, exigiu-se um contínuo trabalho de construções. Muitos homens trabalharam como voluntários na obra durante semanas, meses e até anos. Um bom número destes desejava dedicar a sua vida ao serviço da missão, não como sacerdotes, mas a partir de sua própria profissão. Deste modo, a nova congregação desenvolveu-se, desde o início, como comunidade de clérigos e irmãos.

Em 1885, no primeiro Capítulo Geral, a comunidade constituiu-se como congregação religiosa, sob o nome de “Sociedade do Verbo Divino” (SVD), para o anúncio do Evangelho especialmente entre os não-cristãos. Arnaldo Janssen foi eleito primeiro Superior Geral.
Praticamente desde o começo, também um grupo de mulheres se colocou ao serviço da comunidade, ajudando especialmente na cozinha, na lavandaria e na limpeza. O desejo delas era servir a missão como irmãs religiosas. Tal desejo, os anos de serviço fiel e a consciência da importância da mulher nas missões, levaram Arnaldo a fundar a Congregação das “Servas do Espírito Santo”, no dia 8 de Dezembro de 1889. As primeiras irmãs partiram para a Argentina em 1895.

Em 1896, Arnaldo Janssen escolheu algumas das irmãs para formar um ramo de clausura, as “Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua”. A sua missão seria rezar, dia e noite, pela Igreja e especialmente pelas outras duas congregações missionárias, mantendo um serviço ininterrupto de adoração ao Santíssimo Sacramento.

Arnaldo Janssen morreu em Steyl, a 15 de Janeiro de 1909. Durante a sua vida, enviou missionários para a China, Argentina, Chile, Togo, Brasil, Papua-Nova Guiné, Estados Unidos e Japão. A sua vida foi uma constante busca da vontade de Deus, de confiança na providência divina e de trabalho duro. Que a sua obra foi abençoada por Deus, atesta-o o seu ulterior desenvolvimento: mais de 6.000 missionários do Verbo Divino trabalham hoje em 63 países. As missionárias Servas do Espírito Santo já são mais de 3.800 e as Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua superam o número de 400.