terça-feira, junho 26, 2007

 

Silêncio



De silêncio me revesti
De palavras me despojei
De ruídos me quis desnudar,
Pensamentos e desejos
abandonei.

E fiquei só e livre,
Num vai e vai tumultuoso
De ruídos e silêncios.

(Dá medo ficar a sós, assim de repente!
No silêncio, novos ruídos,
pensamentos e desejos adormecidos renascem.
Escutam-se vozes fracas e persistentes,
Abafadas pelos ruídos normais ou procurados.)

Quem sou eu afinal?
Quem sou o eu real?

Surpreendido acolhi,
Com amor aceitei
As vozes surdas que clamam,
Anseios esquecidos e oprimidos.

Pacificado com o eu desconhecido em mim,
No silêncio encontrei
A gruta que sempre procurei,
Ventre onde engendrei
A vida que sempre sonhei.

Na solidão descobri-me acompanhado,
Uma presença silenciosa que fala
E me enche plenamente,
Num misto de fonte e de companheiro de jornada
Que dá sentido à vida,
Num suave murmúrio delicado,
Oferecendo a mão segura e livre
Que me faz crescer e servir
E no amor realizar sem instante!

Comments:
Escrever tão inspirado, algo lindo e tocante qual este poema seu, realmente considero ser para poucos!
Quanto a mim, poesia está entre os meus maiores gostos, e ler o que escreve dá-me muita satisfação.
Por favor, siga produzindo, porque desejo continuar lendo! Tudo o que preenche a alma é bom, n'est-ce pas?!
 
Adorei este poema, em tudo e por tudo.
Tocou-me o coração.
Beijinho a quem a vida inspira para dar e partilhar palavras, sentimentos, gestos, acções, poesia e amor...
;)
 

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