sábado, dezembro 22, 2007
O Verbo se fez carne!
É este o grito de alegria que a Igreja proclama no Natal. O Verbo de Deus fez-se Homem, Deus deu o Seu filho ao mundo.
Ao olharmos esta gravura vemos Maria no centro: está recostada olhando o horizonte e convidando-nos a contemplar o Deus Menino.
É por ela que nós entramos no mistério da Encarnação, ela é quem nos leva a Jesus. A sua posição á entrada da gruta mostra que não podemos encontrar Cristo sem passar pela Igreja, pois, Maria é o arquétipo e a figura da Igreja (LG 63).
“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,2). Na gravura o Menino está no meio da gruta negra, envolvido em faixas brancas, "nascido sujeito à Lei para libertar os que estavam sob o jugo da Lei" (Gl 4,4). Jesus Cristo é a luz que vem iluminar as trevas das nossas vidas. Façamos como os pastores que ao anúncio do anjo correram para se encontrarem com Jesus.
José não está na posição habitual adorando o Menino, mas encontra-se pensativo, tentado pelo demónio na figura de um mau pastor que quer levá-lo a duvidar do mistério da Encarnação e da Virgindade de Maria.
Em toda esta gravura transparece uma alegre luminosidade, a glória do Verbo Encarnado transfigura toda a criação.
Deixemos esta luz invadir os nossos corações. Levemos esta luz a todas as pessoas: também por nosso intermédio, “todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.”
(Dr.ª Maria Manuela Carvalho)
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"Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro."
(Fernando Pessoa)
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro."
(Fernando Pessoa)
A ORIGEM DO PRESÉPIO
Eduardo Martins
Eles já foram muito simples e tinham um objetivo único, o de reconstituir, com a ajuda da imaginação, a cena do nascimento de Jesus Cristo. Aos poucos, no entanto, adquiriram sofisticação, e o uso da energia tornou móveis as figuras estáticas dos primeiros tempos, aliando-se ao engenho humano para produzir presépios que são verdadeiras obras de arte.
A palavra presépio deriva da forma latina praesepium, formada de prae, antes, na frente, e de saepes, cerca, barreira, grade. No início, designava apenas um lugar fechado. Depois, passou a dar nome ao recinto onde se recolhiam animais durante a noite (de praesepire, fechar, circundar).
Atualmente, esse sentido original praticamente desapareceu, e o vocábulo (que tem uma variante, presepe) se aplica quase exclusivamente à representação do estábulo de Belém e das figuras e personagens presentes por ocasião do nascimento de Cristo.
O termo, quando entrou no português, já se resumia a nomear essa alegoria característica do Natal. Foi São Francisco de Assis, no século 13 (anos 1200), quem teve a idéia de reproduzir dessa maneira a chegada do Messias ao mundo, e o fez usando figuras vivas, prática ainda hoje comum em várias cidades do interior do Brasil.
A ORIGEM DO PAPAI NOEL
Ricardo Barros
Papai Noel sempre foi associado ao Natal e ao ato de dar e receber presentes. Nos países capitalistas esta figura sempre está associada ao consumismo desenfreado dessa época do ano. Todavia, o mito do Papai Noel teria surgido de um religioso que viveu na Turquia, nos tempos da Idade Média - São Nicolau. Esse religioso estava mais associado à caridade do que aos presentes tão comuns na época do Natal. Leia o artigo abaixo e descubra como foi criado o mito do Papai Noel.
A figura de Papai Noel foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que teria nascido na atual Turquia, em Lycia, na planície da Anatólia, no ano de 350. Nicolau teria realizado viagens pelo Egito e pela Palestina, ainda jovem, tornando-se bispo na cidade de Myra. Naquela época, o bom velhinho deixava saquinhos com moedas ao lado da casa das pessoas que necessitavam.
Há relatos de que o bispo Nicolau salvou da prostituição três meninas de famílias muito pobres arremessando sacos de moedas pelas janelas de suas casas. Outros relatos narram que o mesmo Nicolau teria aparecido para soldados durante um sonho, ajudando-os a escapar da morte.
Em meados do século VI, o santuário onde ele foi sepultado transformou-se em uma nascente de água. Em 1087, seus restos mortais foram transportados para a Cidade de Bari, na Itália, que se tornou um importante centro de peregrinação em sua homenagem.
Ainda na Idade Média, o bispo Nicolau foi canonizado e declarado santo pela Igreja Católica, que relatou diversos milagres atribuídos a ele. A partir desse momento, várias igrejas por todo o continente passaram a receber o nome de São Nicolau, que se popularizou e se tornou o santo padroeiro da Rússia e da Grécia.
Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado bem diferente do que é hoje: com uma roupa de inverno na cor marrom. O culto ao Papai Noel teve início na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em poucos anos. Nos Estados Unidos, país que foi o responsável por tornar mundialmente conhecido o fenômeno Papai Noel, ele recebeu o nome de Santa Claus.
Papai Noel foi descrito como um velhinho de barbas brancas, roupas vermelhas e bochechas rosadas utilizando um trenó puxado por oito renas em 1822, por Clement Clark Moore, em um poema conhecido como “A Noite Antes do Natal”.
A imagem atual do Papai Noel, entretanto, se tornou conhecida do grande público graças a uma campanha da Coca-Cola, em 1881. A campanha publicitária do refrigerante fez enorme sucesso em todo o mundo e ajudou a popularizar a figura do bom velhinho tal como a conhecemos hoje.
O nome das renas utilizadas pelo Papai Noel em seu trenó são Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donder e Blitzen. Atualmente, o bom velhinho é a figura mais popular no Natal, sempre associado à entrega de presentes na véspera do feriado.
Eduardo Martins
Eles já foram muito simples e tinham um objetivo único, o de reconstituir, com a ajuda da imaginação, a cena do nascimento de Jesus Cristo. Aos poucos, no entanto, adquiriram sofisticação, e o uso da energia tornou móveis as figuras estáticas dos primeiros tempos, aliando-se ao engenho humano para produzir presépios que são verdadeiras obras de arte.
A palavra presépio deriva da forma latina praesepium, formada de prae, antes, na frente, e de saepes, cerca, barreira, grade. No início, designava apenas um lugar fechado. Depois, passou a dar nome ao recinto onde se recolhiam animais durante a noite (de praesepire, fechar, circundar).
Atualmente, esse sentido original praticamente desapareceu, e o vocábulo (que tem uma variante, presepe) se aplica quase exclusivamente à representação do estábulo de Belém e das figuras e personagens presentes por ocasião do nascimento de Cristo.
O termo, quando entrou no português, já se resumia a nomear essa alegoria característica do Natal. Foi São Francisco de Assis, no século 13 (anos 1200), quem teve a idéia de reproduzir dessa maneira a chegada do Messias ao mundo, e o fez usando figuras vivas, prática ainda hoje comum em várias cidades do interior do Brasil.
A ORIGEM DO PAPAI NOEL
Ricardo Barros
Papai Noel sempre foi associado ao Natal e ao ato de dar e receber presentes. Nos países capitalistas esta figura sempre está associada ao consumismo desenfreado dessa época do ano. Todavia, o mito do Papai Noel teria surgido de um religioso que viveu na Turquia, nos tempos da Idade Média - São Nicolau. Esse religioso estava mais associado à caridade do que aos presentes tão comuns na época do Natal. Leia o artigo abaixo e descubra como foi criado o mito do Papai Noel.
A figura de Papai Noel foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que teria nascido na atual Turquia, em Lycia, na planície da Anatólia, no ano de 350. Nicolau teria realizado viagens pelo Egito e pela Palestina, ainda jovem, tornando-se bispo na cidade de Myra. Naquela época, o bom velhinho deixava saquinhos com moedas ao lado da casa das pessoas que necessitavam.
Há relatos de que o bispo Nicolau salvou da prostituição três meninas de famílias muito pobres arremessando sacos de moedas pelas janelas de suas casas. Outros relatos narram que o mesmo Nicolau teria aparecido para soldados durante um sonho, ajudando-os a escapar da morte.
Em meados do século VI, o santuário onde ele foi sepultado transformou-se em uma nascente de água. Em 1087, seus restos mortais foram transportados para a Cidade de Bari, na Itália, que se tornou um importante centro de peregrinação em sua homenagem.
Ainda na Idade Média, o bispo Nicolau foi canonizado e declarado santo pela Igreja Católica, que relatou diversos milagres atribuídos a ele. A partir desse momento, várias igrejas por todo o continente passaram a receber o nome de São Nicolau, que se popularizou e se tornou o santo padroeiro da Rússia e da Grécia.
Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado bem diferente do que é hoje: com uma roupa de inverno na cor marrom. O culto ao Papai Noel teve início na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em poucos anos. Nos Estados Unidos, país que foi o responsável por tornar mundialmente conhecido o fenômeno Papai Noel, ele recebeu o nome de Santa Claus.
Papai Noel foi descrito como um velhinho de barbas brancas, roupas vermelhas e bochechas rosadas utilizando um trenó puxado por oito renas em 1822, por Clement Clark Moore, em um poema conhecido como “A Noite Antes do Natal”.
A imagem atual do Papai Noel, entretanto, se tornou conhecida do grande público graças a uma campanha da Coca-Cola, em 1881. A campanha publicitária do refrigerante fez enorme sucesso em todo o mundo e ajudou a popularizar a figura do bom velhinho tal como a conhecemos hoje.
O nome das renas utilizadas pelo Papai Noel em seu trenó são Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donder e Blitzen. Atualmente, o bom velhinho é a figura mais popular no Natal, sempre associado à entrega de presentes na véspera do feriado.
Natal na Ilha do Nanja
(Cecília Meireles)
Na Ilha do Nanja, o Natal continua a ser maravilhoso. Lá ninguém celebra o Natal como o aniversário do Menino Jesus, mas sim como o verdadeiro dia do seu nascimento. Todos os anos o Menino Jesus nasce, naquela data, como nascem no horizonte, todos os dias e todas as noites, o sol e a lua e as estrelas e os planetas. Na Ilha do Nanja, as pessoas levam o ano inteiro esperando pela chegada do Natal. Sofrem doenças, necessidades, desgostos como se andassem sob uma chuva de flores, porque o Natal chega: e, com ele, a esperança, o consolo, a certeza do Bem, da Justiça, do Amor. Na Ilha do Nanja, as pessoas acreditam nessas palavras que antigamente se denominavam "substantivos próprios" e se escreviam com letras maiúsculas. Lá, elas continuam a ser denominadas e escritas assim.
Na Ilha do Nanja, pelo Natal, todos vestem uma roupinha nova — mas uma roupinha barata, pois é gente pobre — apenas pelo decoro de participar de uma festa que eles acham ser a maior da humanidade. Além da roupinha nova, melhoram um pouco a janta, porque nós, humanos, quase sempre associamos à alegria da alma um certo bem-estar físico, geralmente representado por um pouco de doce e um pouco de vinho. Tudo, porém, moderadamente, pois essa gente da Ilha do Nanja é muito sóbria.
Durante o Natal, na Ilha do Nanja, ninguém ofende o seu vizinho — antes, todos se saúdam com grande cortesia, e uns dizem e outros respondem no mesmo tom celestial: "Boas Festas! Boas Festas!"
E ninguém, pede contribuições especiais, nem abonos nem presentes — mesmo porque se isso acontecesse, Jesus não nasceria. Como podia Jesus nascer num clima de tal sofreguidão? Ninguém pede nada. Mas todos dão qualquer coisa, uns mais, outros menos, porque todos se sentem felizes, e a felicidade não é pedir nem receber: a felicidade é dar. Pode-se dar uma flor, um pintinho, um caramujo, um peixe — trata-se de uma ilha, com praias e pescadores ! — uma cestinha de ovos, um queijo, um pote de mel... É como se a Ilha toda fosse um presepe. Há mesmo quem dê um carneirinho, um pombo, um verso! Foi lá que me ofereceram, certa vez, um raio de sol!
Na Ilha de Nanja, passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal. Essas alegrias só esmorecem um pouco pela Semana Santa, quando de repente se fica em dúvida sobre a vitória das Trevas e o fim de Deus. Mas logo rompe a Aleluia, vê-se a luz gloriosa do Céu brilhar de novo, e todos voltam para o seu trabalho a cantar, ainda com lágrimas nos olhos.
Na Ilha do Nanja é assim. Arvores de Natal não existem por lá. As crianças brincam com. pedrinhas, areia, formigas: não sabem que há pistolas, armas nucleares, bombas de 200 megatons. Se soubessem disso, choravam. Lá também ninguém lê histórias em quadrinhos. E tudo é muito mais maravilhoso, em sua ingenuidade. Os mortos vêm cantar com os vivos, nas grandes festas, porque Deus imortaliza, reúne, e faz deste mundo e de todos os outros uma coisa só.
É assim que se pensa na Ilha do Nanja, onde agora se festeja o Natal.
Texto extraído do livro “Quadrante 1”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1966, pág. 169.
(Cecília Meireles)
Na Ilha do Nanja, o Natal continua a ser maravilhoso. Lá ninguém celebra o Natal como o aniversário do Menino Jesus, mas sim como o verdadeiro dia do seu nascimento. Todos os anos o Menino Jesus nasce, naquela data, como nascem no horizonte, todos os dias e todas as noites, o sol e a lua e as estrelas e os planetas. Na Ilha do Nanja, as pessoas levam o ano inteiro esperando pela chegada do Natal. Sofrem doenças, necessidades, desgostos como se andassem sob uma chuva de flores, porque o Natal chega: e, com ele, a esperança, o consolo, a certeza do Bem, da Justiça, do Amor. Na Ilha do Nanja, as pessoas acreditam nessas palavras que antigamente se denominavam "substantivos próprios" e se escreviam com letras maiúsculas. Lá, elas continuam a ser denominadas e escritas assim.
Na Ilha do Nanja, pelo Natal, todos vestem uma roupinha nova — mas uma roupinha barata, pois é gente pobre — apenas pelo decoro de participar de uma festa que eles acham ser a maior da humanidade. Além da roupinha nova, melhoram um pouco a janta, porque nós, humanos, quase sempre associamos à alegria da alma um certo bem-estar físico, geralmente representado por um pouco de doce e um pouco de vinho. Tudo, porém, moderadamente, pois essa gente da Ilha do Nanja é muito sóbria.
Durante o Natal, na Ilha do Nanja, ninguém ofende o seu vizinho — antes, todos se saúdam com grande cortesia, e uns dizem e outros respondem no mesmo tom celestial: "Boas Festas! Boas Festas!"
E ninguém, pede contribuições especiais, nem abonos nem presentes — mesmo porque se isso acontecesse, Jesus não nasceria. Como podia Jesus nascer num clima de tal sofreguidão? Ninguém pede nada. Mas todos dão qualquer coisa, uns mais, outros menos, porque todos se sentem felizes, e a felicidade não é pedir nem receber: a felicidade é dar. Pode-se dar uma flor, um pintinho, um caramujo, um peixe — trata-se de uma ilha, com praias e pescadores ! — uma cestinha de ovos, um queijo, um pote de mel... É como se a Ilha toda fosse um presepe. Há mesmo quem dê um carneirinho, um pombo, um verso! Foi lá que me ofereceram, certa vez, um raio de sol!
Na Ilha de Nanja, passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal. Essas alegrias só esmorecem um pouco pela Semana Santa, quando de repente se fica em dúvida sobre a vitória das Trevas e o fim de Deus. Mas logo rompe a Aleluia, vê-se a luz gloriosa do Céu brilhar de novo, e todos voltam para o seu trabalho a cantar, ainda com lágrimas nos olhos.
Na Ilha do Nanja é assim. Arvores de Natal não existem por lá. As crianças brincam com. pedrinhas, areia, formigas: não sabem que há pistolas, armas nucleares, bombas de 200 megatons. Se soubessem disso, choravam. Lá também ninguém lê histórias em quadrinhos. E tudo é muito mais maravilhoso, em sua ingenuidade. Os mortos vêm cantar com os vivos, nas grandes festas, porque Deus imortaliza, reúne, e faz deste mundo e de todos os outros uma coisa só.
É assim que se pensa na Ilha do Nanja, onde agora se festeja o Natal.
Texto extraído do livro “Quadrante 1”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1966, pág. 169.
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