quinta-feira, abril 10, 2008

 

FICA CONNOSCO, SENHOR!



Fica connosco, Senhor,
Não só agora mas sempre!
Sê nossa Luz permanente
A iluminar nosso olhar
A fim de bem perscrutar
Anseios, medos e dor
Que atormentam tanta gente
Sem consciência real
Dos males que estão por trás
De promessas sedutoras,
Traiçoeiras, mentirosas,
Que oferecem espinhos
A quem suspira por rosas.

Fica connosco, Senhor,
Na noite das armadilhas
E perigos insuspeitos
Que destroçam tantas vidas
Sedentas de pão e de amor,
Da confiança que acaba
Em opressão e terror.

Fica connosco, Senhor!
Contigo, seremos capazes
De projectos mais audazes
E atentos ao clamor
Do coração esmagado
Por se sentir explorado,
Clamor que é silenciado
Por um clima de terror,
Mas reflectido no rosto
De quem vive angustiado,
Sonhando poder gritar
Por justiça e liberdade,
Para toda a humanidade.

Fica connosco, Senhor,
Para darmos voz à sperança
Que devolva a confiança
Ao irmão desiludido,
Agindo como quem sente
Que amar é arriscar
A vida para ajudar
A encontrar solução
Para cada ser humano
Que também é meu irmão.

Maria Lina da Silva,fmm
Lisboa, 09.04.08

Comments:
Ó Senhor, que amas a vida...

"Tu tens compaixão de todos, pois tudo podes
e desvias os olhos dos pecados dos homens,
a fim de os levar à conversão.
E como subsistiria uma coisa, se Tu a não quisesses?
Ou como se conservaria, se não tivesse sido chamada por Ti?
mas Tu poupas a todos,
porque todos são Teus,
ó Senhor, que amas a vida!"

(Sabedoria 11, 23.25-26)
 
Não ardia o nosso coração quando ele nos falava?

Gilda Carvalho
gilda@puc-rio.br


Os episódios que se sucederam após a Ressurreição de Jesus, mostram a Sua presença viva entre nós, ainda que esta presença não seja percebida fisicamente, nem tampouco imediatamente. Muitas vezes, nossos olhos e corações estão fechados à presença de Deus...

Dois discípulos seguiam para a cidade de Emaús. Andavam tristes, inconsoláveis pelo que tinha acontecido. O próprio Jesus se aproxima deles e começa a conversar, perguntando o porquê de tanta tristeza. Os discípulos perguntam-lhe, então, como ele poderia não saber sobre o que tinha acontecido naqueles últimos dias. Jesus vai conversando com eles, chega com eles à cidade, tenciona ir adiante, mas, movidos por algum sentimento, eles o convidam a ficar. E, à mesa do jantar, Jesus abençoa o pão e o partilha – o gesto do Mestre! Ao retornar às pressas para Jerusalém a fim de contar aos outros o que lhes acontecera, eles entendem, então, o estranho ardor que lhes incendiava o coração quando na presença do companheiro de viagem.

Chama a atenção o fato dos discípulos terem perguntado a Jesus como ele não sabia sobre o que havia acontecido. Se tivermos a perspectiva de que a crucificação de criminosos embora fosse um ato relativamente comum à época de Jesus era praticado fora das cidades como pena imposta a ladrões e assassinos, portanto seres considerados menores em uma sociedade como aquela. Não era uma festa, não era notícia... Jesus havia morrido só, poucos estavam ao seu lado. Portanto, não fora um fato noticioso que todos deveriam conhecer. Além disso, Jesus fora tomado pelos discípulos que viajavam como estrangeiro; logo, se assim o fosse, menos ainda deveria saber sobre o ocorrido. Assim também somos nós: nossos problemas são de tal forma o centro do mundo que não percebemos que muitas vezes está o próprio Jesus a caminhar conosco, não entendemos palavras, não compreendemos atitudes... Mas, o coração arde...

Se nos propusermos a reler as histórias de nossas vidas, iremos encontrar muitos momentos em que sentimos o ardor invadir o coração. E lá, identificaremos a presença de Jesus. A presença muitas vezes mascarada por nossa dor, ofuscada pelo nosso egoísmo. Mas, lá está Ele, vivo a caminhar, a nos explicar as Escrituras, a partir o pão.

Que a mesa de Emaús nos lembre a presença da Vida no meio de nós, a certeza Daquele que conosco caminha e a lembrança do pão que se parte, como meio de celebração da justiça entre todos.

Texto para sua oração: Lc 24, 13-35
 

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