sábado, maio 24, 2008
Jornada de Oração pela China: 24 Maio
Oração a Nossa Senhora de Sheshan
Virgem Santíssima, Mãe do Verbo encarnado e Mãe nossa,
venerada com o título de «Auxílio dos cristãos» no Santuário de Sheshan,
para o qual, com devoto afecto, levanta os olhos toda a Igreja que está na China,
vimos hoje junto de Vós implorar a vossa protecção.
Lançai o vosso olhar sobre o Povo de Deus e guiai-o com solicitude materna
pelos caminhos da verdade e do amor, para que, em todas as circunstâncias, seja
fermento de harmoniosa convivência entre todos os cidadãos.
Com o «sim» dócil pronunciado em Nazaré, Vós consentistes
que o Filho eterno de Deus encarnasse no vosso seio virginal
e assim desse início na história à obra da Redenção,
na qual cooperastes depois com solícita dedicação,
aceitando que a espada da dor trespassasse a vossa alma,
até à hora suprema da Cruz, quando no Calvário permanecestes
de pé junto do vosso Filho, que morria para que o homem vivesse.
Desde então tornastes-Vos, de forma nova, Mãe
de todos aqueles que acolhem na fé o vosso Filho Jesus
e aceitam segui-Lo carregando a própria Cruz sobre os ombros.
Mãe da esperança, que na escuridão do Sábado Santo caminhastes,
com inabalável confiança, ao encontro da manhã de Páscoa,
concedei aos vossos filhos a capacidade de discernirem em cada situação,
mesmo na mais escura, os sinais da presença amorosa de Deus.
Nossa Senhora de Sheshan, sustentai o empenho de quantos na China
continuam, no meio das canseiras diárias, a crer, a esperar, a amar,
para que nunca temam falar de Jesus ao mundo e do mundo a Jesus.
Na imagem que encima o Santuário, levantais ao alto o vosso Filho,
apresentando-o ao mundo com os braços abertos em gesto de amor.
Ajudai os católicos a serem sempre testemunhas credíveis deste amor,
mantendo-se unidos à rocha de Pedro sobre a qual está construída a Igreja.
Mãe da China e da Ásia, rogai por nós agora e sempre.
Amen.
(Bento XVI compôs uma oração)
Virgem Santíssima, Mãe do Verbo encarnado e Mãe nossa,
venerada com o título de «Auxílio dos cristãos» no Santuário de Sheshan,
para o qual, com devoto afecto, levanta os olhos toda a Igreja que está na China,
vimos hoje junto de Vós implorar a vossa protecção.
Lançai o vosso olhar sobre o Povo de Deus e guiai-o com solicitude materna
pelos caminhos da verdade e do amor, para que, em todas as circunstâncias, seja
fermento de harmoniosa convivência entre todos os cidadãos.
Com o «sim» dócil pronunciado em Nazaré, Vós consentistes
que o Filho eterno de Deus encarnasse no vosso seio virginal
e assim desse início na história à obra da Redenção,
na qual cooperastes depois com solícita dedicação,
aceitando que a espada da dor trespassasse a vossa alma,
até à hora suprema da Cruz, quando no Calvário permanecestes
de pé junto do vosso Filho, que morria para que o homem vivesse.
Desde então tornastes-Vos, de forma nova, Mãe
de todos aqueles que acolhem na fé o vosso Filho Jesus
e aceitam segui-Lo carregando a própria Cruz sobre os ombros.
Mãe da esperança, que na escuridão do Sábado Santo caminhastes,
com inabalável confiança, ao encontro da manhã de Páscoa,
concedei aos vossos filhos a capacidade de discernirem em cada situação,
mesmo na mais escura, os sinais da presença amorosa de Deus.
Nossa Senhora de Sheshan, sustentai o empenho de quantos na China
continuam, no meio das canseiras diárias, a crer, a esperar, a amar,
para que nunca temam falar de Jesus ao mundo e do mundo a Jesus.
Na imagem que encima o Santuário, levantais ao alto o vosso Filho,
apresentando-o ao mundo com os braços abertos em gesto de amor.
Ajudai os católicos a serem sempre testemunhas credíveis deste amor,
mantendo-se unidos à rocha de Pedro sobre a qual está construída a Igreja.
Mãe da China e da Ásia, rogai por nós agora e sempre.
Amen.
(Bento XVI compôs uma oração)
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DEUS NÃO ABANDONA
Santiago del Estero, Argentina - Uma das frases mais incompreensíveis que Jesus pronunciou, foi a que disse antes de morrer na cruz. Após várias horas de agonia e pressentindo que sua morte era já iminente, lançou um grito terrível: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27,46; Mc 15,34).
Estas misteriosas palavras, somente contadas por Mateus e Marcos, sempre intrigaram aos leitores da Bíblia que, até hoje, se perguntam como foi possível que Jesus fizesse semelhante queixa.
Sentiu, talvez, que sua missão havia fracassado? Ou percebeu que Deus, seu único apoio durante a vida, lhe faltou justo na hora da morte? Pensou Jesus que morria como um filho abandonado pelo seu pai?
Interpretadas ao pé da letra, tais palavras poderiam nos fazer acreditar que Jesus morreu em desespero.
A amargura de uma oração
Porém não foi assim. Em realidade, Jesus ao pronunciar essa frase estava rezando um Salmo. De fato, se buscamos em nossas Bíblias, veremos que o Salmo 22 começa precisamente assim: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” E continua: “Por que te alongas das palavras do meu bramido, e não me auxilias? Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.”
Por que Jesus pronunciou um Salmo tão amargo e desalentador no momento de morrer?
O que de fato sucede é o contrário. O Salmo 22, intitulado “Oração de um justo que sofre”, é um dos Salmos mais esperançosos de toda a Bíblia. A primeira parte descreve os sofrimentos pelos quais atravessa um homem inocente (v.2-23). Contudo, a segunda parte (v.24-31) é um magnífico ato de confiança que Deus o livrará de todas essas angústias. O final diz: “Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu; louvarão ao Senhor os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente; uma semente o servirá; falará do Senhor de geração em geração.”
Então por que os evangelistas citam as primeiras palavras e não as últimas que são as esperançosas? Porque para a mentalidade judia citar o princípio de um Salmo equivale a citá-lo inteiro. Portanto, ao colocar as palavras iniciais, os escritores dão a entender que Jesus recitou todo o Salmo.
Assim entendeu também o autor da Carta aos Hebreus (2,11-13) quando, ao falar da paixão do Senhor, diz que Jesus na cruz rezou o final do Salmo 22 e não as palavras dolorosas do começo, que são as que trazem os evangelistas.
Quando Deus ajudava aos bons
Entretanto, por sua vez, esta resposta nos leva a formular outra questão. Por que os evangelistas conservaram a lembrança tão insignificante da oração feita por Jesus de um Salmo, quando detalhes que os historiadores julgam mais transcendentes (como a exatidão cronológica da paixão, a forma que tinha a cruz, o modo como foi crucificado) nem sequer são mencionados?
Para responder é necessário levar em consideração algo que hoje já não chama a atenção: o escândalo que significou a morte de Jesus para os judeus daquele tempo. Por várias razões:
Em primeiro lugar, porque na época de Jesus existia a convicção de que, quando uma pessoa era fiel a Deus e cumpria os seus mandamentos, Deus sempre a acudia e não permitia que lhe passasse nada ruim.
Todo o livro de Daniel, por exemplo, expõe esta idéia em forma de contos: quatro jovens judeus que se negam a comer alimentos proibidos, Deus milagrosamente os engorda (1,3-15); Sadraque e seus companheiros, lançados em um forno aceso por não adorar a estátua do rei Nabucodonosor, o fogo não os toca (3,21-25); Daniel abandonado na cova dos leões por ser fiel a Deus, sai vivo (6,2-25); Susana, a livra das falsas acusações contra a sua honra (13).
O mesmo livro da Sabedoria o afirma: “Se o justo é filho de Deus, ele o ajudará, e o livrará das mãos de seus inimigos” (2,18). Todo judeu compartilhava a idéia de que Deus sempre salva o homem inocente. Por que, então, não salvou Jesus? A conclusão que se impunha era: Jesus deve ser um pecador.
A morte de um delinqüente
Em segundo lugar, porque os representantes de Deus mataram Jesus, ou seja, os sacerdotes. E o fizeram em nome da Lei de Deus. “Nós temos uma Lei, e, segundo a nossa Lei, deve morrer”, exclamaram seus acusadores ante Pilatos (Jo 19,7). Jesus, desta forma, não morreu como um profeta, mas sim como um delinqüente.
Finalmente, porque o tipo de morte que sofreu (pendurado em uma cruz), o transformava automaticamente, segundo a Bíblia, em um maldito de Deus. De fato, um versículo do livro de Deuteronômio afirmava: “Porquanto o pendurado é maldito de Deus” (Deu 21,23). E de todas as mortes, justamente essa foi a de Jesus.
Para o povo judeu, então, Jesus morreu: a) sem o auxílio divino; b) em nome das autoridades religiosas; e c) maldito por Deus. Era possível uma morte mais vergonhosa? Como os cristãos poderiam convencer as pessoas de que ele era o Messias, Filho de Deus que vinha salvar o seu povo? Nenhum judeu piedoso jamais teria aceitado.
Que o digam os Salmos
Frente ao escândalo, difícil de dissimular, da ignominiosa morte de Jesus, os primeiros cristãos, iluminados por Deus, encontraram uma solução: demonstrar que tudo o que havia sucedido a Jesus, em sua paixão e morte, estava já anunciado no Antigo Testamento. Que todos os sofrimentos do Mestre estavam previstos por Deus e ocorreram segundo a sua vontade. E que até os mínimos detalhes de seu escandaloso final haviam sucedido “para que se cumprissem as Escrituras”.
Como o livro mais lido, conhecido e meditado pelos judeus era o dos Salmos, ali foram os cristãos buscar elementos para provar as circunstâncias proféticas da morte do Senhor.
Por isso na paixão de Jesus se acumulam, mais que em nenhum outro momento de sua vida, as referências aos Salmos (mais de vinte), como se ali tivessem querido concentrar todo o cumprimento das predições bíblicas.
E, por isso mesmo, os relatos da paixão e morte de Jesus não oferecem precisões históricas nem dão uma crônica exaustiva dos fatos. Passam por alto em muitas cenas importantes, deixam outras obscuras, e se detêm naquelas que podem encontrar seu apoio nas Sagradas Escrituras, mesmo quando sejam de pouco interesse.
Cada comunidade cristã e cada evangelista, posteriormente, fizeram o que puderam neste esforço de explicar, mediante as profecias dos Salmos, o “escândalo da cruz”. E quais são os Salmos que encontraram?
A prisão e a agonia
Já no início da paixão, enquanto Marcos e Lucas dizem que eram os sumos sacerdotes e escribas que conspiravam contra Jesus e que buscavam formas de prendê-lo; Mateus, mais cuidadoso, diz que foram “os chefes”, e menciona “uma reunião” que fizeram para prendê-lo (Mt 26,3-4). Porque assim se cumpria a profecia do Salmo 2,2: “os chefes se mancomunam contra o Senhor e contra o seu ungido.”
A traição de Judas também a explica São João (13,18) com a profecia de um Salmo. Afirma que isso sucedeu “porque tinha que se cumprir a Escritura (Salm 41,9) que diz: até o meu próprio amigo, que comia do meu pão, levantou contra mim”. E mais adiante reitera: “Nenhum deles se perdeu exceto o que devia se perder, para que se cumpra a Escritura” (17,12), referindo-se ao mesmo Salmo.
O fato incompreensível de que Jesus, apesar de ter passado a vida fazendo o bem e ajudando aos mais pobres, fosse odiado e desprezado pelas autoridades judias, estava igualmente anunciado nos Salmos. Jesus diz: “Nos odeiam a mim e a meu Pai, mas assim se cumpre o que está escrito em sua Lei (Salm 69,5): aborreceram-me sem causa”(Jo 15,24-25).
E, ao contar a terrível agonia no Jardim do Getsemâni, os evangelistas relatam que Jesus disse a seus discípulos esta confidência: “A minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mt 26,38; Mc 14,34), para que se cumprissem as palavras do Salmo 42,6 (em sua versão grega).
Fel em vez de mirra
Jesus ao ser preso e levado ante as autoridades, de acordo com o que referem os Evangelhos, foi indagado pelo Sumo Sacerdote: “É você o Messias, o Filho de Deus Bendito?”. E ele respondeu: “Eu o sou, e verás o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens” (Mc 14,62). Assim se cumpria o dito no Salmo 110,1, que para os evangelistas profetizava a glorificação de Jesus por Deus.
Também a intervenção de falsas testemunhas contra Jesus, durante o juízo perante o Sinédrio (Mt 26,59-61; Mc 14,55-59), estava prevista nos Salmos 27,12 e 35,11: “Levantam-se contra mim testemunhas falsas, e me perguntam do que nada sei”.
Após condenar o Senhor à morte, o levaram ao Monte Calvário. Então Marcos diz que lhe ofereceram vinho com mirra antes de crucificá-lo (15,23). Era uma bebida que se costumava oferecer aos condenados à morte como narcótico para embriagá-los e assim atenuar seus sofrimentos. E acrescenta: “mas ele não o tomou”. Mateus, ao contrário, nos diz que não lhe deram “vinho com mirra”, mas sim “vinho com fel”, e contrariamente a Marcos diz que “ provando-o” (27,34). Mateus fez estas mudanças para demonstrar que se estava cumprindo a profecia do Salmo 69,22 (em sua versão grega), que dizia: “Deram-me fel como alimento”.
Os presentes e o sorteio
Quando despiram Jesus para crucificá-lo, o que chama a atenção é o fato de que os quatro Evangelhos anotam o detalhe insignificante de que os soldados repartiram as suas roupas e sortearam a túnica que sobrava para ver de quem seria. João explica por que era importante este detalhe. Porque assim se cumpria “a Escritura (do Salmo 22,9) que diz: repartiram os meus vestidos, e sortearam a minha túnica” (19,24). Assim, até o fato trivial do destino de suas roupas, estava previsto no plano de Deus.
Ao falar sobre as pessoas que passavam no lugar e zombavam de Jesus, Mateus diz que “moviam a cabeça e diziam: confiou em Deus, que ele o livre agora, já que o ama´“ (27,39). Para que se cumprisse o anunciado no Salmo 22,8-9, que diz: “movem a cabeça e dizem: confiou no Senhor, que o livre... pois nele tem prazer”. E Lucas acrescenta que “zombavam” frente a Jesus (23,35), para se referir à profecia desse mesmo Salmo: “todos zombam de mim” (22,8).
As últimas palavras
Em meio a terríveis tormentos e já próximo de sua morte, Jesus exclama: “Tenho sede”. Diz São João que isso ocorreu “para que se cumprisse a Escritura” (do Salmo 22,16) que predizia: “Meu paladar está seco como uma telha, e minha língua gruda no céu da boca”. Então os soldados correram e lhe ofereceram vinagre, e Jesus bebeu (Jo 19,29). Com isto se cumpria uma nova profecia, a do Salmo 69,22: “Quando tinha sede, me deram vinagre”.
Chega, então, o momento das últimas palavras de Jesus. Com grande acuidade, Mateus e Marcos sustentam que foram: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27,46; Mc 15,34). Deste modo, como dito anteriormente, mostravam a Jesus como o homem inocente e bom que sofria injustamente e que por isto seria logo reabilitado por Deus.
Lucas, que compôs seu Evangelho para leitores não judeus e, portanto, pouco conhecedores de Salmos, temeu escandalizá-los com estas palavras e preferiu colocar na boca de Jesus outra expressão, também de um Salmo (31,6), mas que era menos ambíguo: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Estas foram, para Lucas, as últimas palavras que Jesus pronunciou.
Os ossos quebrados
O que sucedeu ao morrer Jesus também estava também previsto pelos Salmos, segundo os evangelistas.
Lucas, por exemplo, anota que “todos os seus conhecidos...estavam de longe” presenciando a terrível cena (23,49), porque o Salmo 38,12 havia profetizado: “meus familiares se mantêm à distância”.
João (19,36) relata que os soldados quebraram as pernas dos dois ladrões crucificados junto a Jesus, mas que as dele não quebraram, mas as atravessaram com uma lança, para que se cumprisse a profecia do Salmo 34,21: “Deus cuida de todos seus ossos, nem um só será quebrado”.
Não era um castigo de Deus
Os primeiros cristãos buscaram no Antigo Testamento a razão pela qual Jesus sofreu uma morte tão cruel quanto injusta. E descobriram que nos Salmos, especialmente os de lamentação e confiança, estavam antecipados todos os acontecimentos da paixão.
Ali se encontrava a explicação teológica desses acontecimentos. Sua morte, portanto, não havia sido um “castigo de Deus”. Jesus era o justo que havia vindo cumprir as profecias desse inocente que aparecia nos Salmos sofrendo injustamente, carregando o peso do ódio de seus inimigos, mas com toda a sua confiança posta em Deus.
Os relatos da paixão de Cristo não são narrações biográficas, mas teológicas. Ou seja, os evangelistas não quiseram oferecer um relato historicamente exato nem detalhar com precisão como sucederam aqueles fatos. Unicamente queriam explicar qual era o sentido da morte de Jesus. Por isso as grandes lacunas que existem nestas narrações e os desacordos entre os quatro relatos.
A vida: um Salmo em duas partes
Os relatos da paixão foram compostos para leitores crentes. E, ao apresentá-los como o cumprimento de citações e passagens do Antigo Testamento, ainda que fossem de pouco interesse (como a repartição das vestimentas ou o vinagre que lhe ofereceram para beber), seus autores pretenderam apenas mostrar que Jesus era, em verdade, o enviado de Deus. E que ao estar previsto pela palavra de Deus todo o vivido em sua paixão, podia ser aceito sem receio como Salvador da humanidade.
O dia que Jesus morreu, Deus ficou em silêncio. Um silêncio atroz, que parecia dar a razão aos carrascos que o condenaram. Entretanto, os primeiros cristãos descobriram, anos depois, que Deus não havia se calado. Que há séculos vinha gritando, nos Salmos, o que seu Filho padeceria, por se manter fiel ao Amor que predicou. Porém, apesar de tudo, iria acompanhá-lo, sustentá-lo e cuidá-lo até o fim.
Deus prometeu sempre cuidar dos homens, especialmente os que sofrem ou atravessam dificuldades. Ele cumprirá. Quando estivermos transbordando de problemas ou de angústias, não pensemos que Deus ficará em silêncio. Apenas é a primeira parte do Salmo. Ainda falta a segunda. E Deus é fiel até o final.
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Ariel Álvarez Valdés
Doutor em Teologia Bíblica
Santiago del Estero, Argentina - Uma das frases mais incompreensíveis que Jesus pronunciou, foi a que disse antes de morrer na cruz. Após várias horas de agonia e pressentindo que sua morte era já iminente, lançou um grito terrível: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27,46; Mc 15,34).
Estas misteriosas palavras, somente contadas por Mateus e Marcos, sempre intrigaram aos leitores da Bíblia que, até hoje, se perguntam como foi possível que Jesus fizesse semelhante queixa.
Sentiu, talvez, que sua missão havia fracassado? Ou percebeu que Deus, seu único apoio durante a vida, lhe faltou justo na hora da morte? Pensou Jesus que morria como um filho abandonado pelo seu pai?
Interpretadas ao pé da letra, tais palavras poderiam nos fazer acreditar que Jesus morreu em desespero.
A amargura de uma oração
Porém não foi assim. Em realidade, Jesus ao pronunciar essa frase estava rezando um Salmo. De fato, se buscamos em nossas Bíblias, veremos que o Salmo 22 começa precisamente assim: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” E continua: “Por que te alongas das palavras do meu bramido, e não me auxilias? Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.”
Por que Jesus pronunciou um Salmo tão amargo e desalentador no momento de morrer?
O que de fato sucede é o contrário. O Salmo 22, intitulado “Oração de um justo que sofre”, é um dos Salmos mais esperançosos de toda a Bíblia. A primeira parte descreve os sofrimentos pelos quais atravessa um homem inocente (v.2-23). Contudo, a segunda parte (v.24-31) é um magnífico ato de confiança que Deus o livrará de todas essas angústias. O final diz: “Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu; louvarão ao Senhor os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente; uma semente o servirá; falará do Senhor de geração em geração.”
Então por que os evangelistas citam as primeiras palavras e não as últimas que são as esperançosas? Porque para a mentalidade judia citar o princípio de um Salmo equivale a citá-lo inteiro. Portanto, ao colocar as palavras iniciais, os escritores dão a entender que Jesus recitou todo o Salmo.
Assim entendeu também o autor da Carta aos Hebreus (2,11-13) quando, ao falar da paixão do Senhor, diz que Jesus na cruz rezou o final do Salmo 22 e não as palavras dolorosas do começo, que são as que trazem os evangelistas.
Quando Deus ajudava aos bons
Entretanto, por sua vez, esta resposta nos leva a formular outra questão. Por que os evangelistas conservaram a lembrança tão insignificante da oração feita por Jesus de um Salmo, quando detalhes que os historiadores julgam mais transcendentes (como a exatidão cronológica da paixão, a forma que tinha a cruz, o modo como foi crucificado) nem sequer são mencionados?
Para responder é necessário levar em consideração algo que hoje já não chama a atenção: o escândalo que significou a morte de Jesus para os judeus daquele tempo. Por várias razões:
Em primeiro lugar, porque na época de Jesus existia a convicção de que, quando uma pessoa era fiel a Deus e cumpria os seus mandamentos, Deus sempre a acudia e não permitia que lhe passasse nada ruim.
Todo o livro de Daniel, por exemplo, expõe esta idéia em forma de contos: quatro jovens judeus que se negam a comer alimentos proibidos, Deus milagrosamente os engorda (1,3-15); Sadraque e seus companheiros, lançados em um forno aceso por não adorar a estátua do rei Nabucodonosor, o fogo não os toca (3,21-25); Daniel abandonado na cova dos leões por ser fiel a Deus, sai vivo (6,2-25); Susana, a livra das falsas acusações contra a sua honra (13).
O mesmo livro da Sabedoria o afirma: “Se o justo é filho de Deus, ele o ajudará, e o livrará das mãos de seus inimigos” (2,18). Todo judeu compartilhava a idéia de que Deus sempre salva o homem inocente. Por que, então, não salvou Jesus? A conclusão que se impunha era: Jesus deve ser um pecador.
A morte de um delinqüente
Em segundo lugar, porque os representantes de Deus mataram Jesus, ou seja, os sacerdotes. E o fizeram em nome da Lei de Deus. “Nós temos uma Lei, e, segundo a nossa Lei, deve morrer”, exclamaram seus acusadores ante Pilatos (Jo 19,7). Jesus, desta forma, não morreu como um profeta, mas sim como um delinqüente.
Finalmente, porque o tipo de morte que sofreu (pendurado em uma cruz), o transformava automaticamente, segundo a Bíblia, em um maldito de Deus. De fato, um versículo do livro de Deuteronômio afirmava: “Porquanto o pendurado é maldito de Deus” (Deu 21,23). E de todas as mortes, justamente essa foi a de Jesus.
Para o povo judeu, então, Jesus morreu: a) sem o auxílio divino; b) em nome das autoridades religiosas; e c) maldito por Deus. Era possível uma morte mais vergonhosa? Como os cristãos poderiam convencer as pessoas de que ele era o Messias, Filho de Deus que vinha salvar o seu povo? Nenhum judeu piedoso jamais teria aceitado.
Que o digam os Salmos
Frente ao escândalo, difícil de dissimular, da ignominiosa morte de Jesus, os primeiros cristãos, iluminados por Deus, encontraram uma solução: demonstrar que tudo o que havia sucedido a Jesus, em sua paixão e morte, estava já anunciado no Antigo Testamento. Que todos os sofrimentos do Mestre estavam previstos por Deus e ocorreram segundo a sua vontade. E que até os mínimos detalhes de seu escandaloso final haviam sucedido “para que se cumprissem as Escrituras”.
Como o livro mais lido, conhecido e meditado pelos judeus era o dos Salmos, ali foram os cristãos buscar elementos para provar as circunstâncias proféticas da morte do Senhor.
Por isso na paixão de Jesus se acumulam, mais que em nenhum outro momento de sua vida, as referências aos Salmos (mais de vinte), como se ali tivessem querido concentrar todo o cumprimento das predições bíblicas.
E, por isso mesmo, os relatos da paixão e morte de Jesus não oferecem precisões históricas nem dão uma crônica exaustiva dos fatos. Passam por alto em muitas cenas importantes, deixam outras obscuras, e se detêm naquelas que podem encontrar seu apoio nas Sagradas Escrituras, mesmo quando sejam de pouco interesse.
Cada comunidade cristã e cada evangelista, posteriormente, fizeram o que puderam neste esforço de explicar, mediante as profecias dos Salmos, o “escândalo da cruz”. E quais são os Salmos que encontraram?
A prisão e a agonia
Já no início da paixão, enquanto Marcos e Lucas dizem que eram os sumos sacerdotes e escribas que conspiravam contra Jesus e que buscavam formas de prendê-lo; Mateus, mais cuidadoso, diz que foram “os chefes”, e menciona “uma reunião” que fizeram para prendê-lo (Mt 26,3-4). Porque assim se cumpria a profecia do Salmo 2,2: “os chefes se mancomunam contra o Senhor e contra o seu ungido.”
A traição de Judas também a explica São João (13,18) com a profecia de um Salmo. Afirma que isso sucedeu “porque tinha que se cumprir a Escritura (Salm 41,9) que diz: até o meu próprio amigo, que comia do meu pão, levantou contra mim”. E mais adiante reitera: “Nenhum deles se perdeu exceto o que devia se perder, para que se cumpra a Escritura” (17,12), referindo-se ao mesmo Salmo.
O fato incompreensível de que Jesus, apesar de ter passado a vida fazendo o bem e ajudando aos mais pobres, fosse odiado e desprezado pelas autoridades judias, estava igualmente anunciado nos Salmos. Jesus diz: “Nos odeiam a mim e a meu Pai, mas assim se cumpre o que está escrito em sua Lei (Salm 69,5): aborreceram-me sem causa”(Jo 15,24-25).
E, ao contar a terrível agonia no Jardim do Getsemâni, os evangelistas relatam que Jesus disse a seus discípulos esta confidência: “A minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mt 26,38; Mc 14,34), para que se cumprissem as palavras do Salmo 42,6 (em sua versão grega).
Fel em vez de mirra
Jesus ao ser preso e levado ante as autoridades, de acordo com o que referem os Evangelhos, foi indagado pelo Sumo Sacerdote: “É você o Messias, o Filho de Deus Bendito?”. E ele respondeu: “Eu o sou, e verás o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens” (Mc 14,62). Assim se cumpria o dito no Salmo 110,1, que para os evangelistas profetizava a glorificação de Jesus por Deus.
Também a intervenção de falsas testemunhas contra Jesus, durante o juízo perante o Sinédrio (Mt 26,59-61; Mc 14,55-59), estava prevista nos Salmos 27,12 e 35,11: “Levantam-se contra mim testemunhas falsas, e me perguntam do que nada sei”.
Após condenar o Senhor à morte, o levaram ao Monte Calvário. Então Marcos diz que lhe ofereceram vinho com mirra antes de crucificá-lo (15,23). Era uma bebida que se costumava oferecer aos condenados à morte como narcótico para embriagá-los e assim atenuar seus sofrimentos. E acrescenta: “mas ele não o tomou”. Mateus, ao contrário, nos diz que não lhe deram “vinho com mirra”, mas sim “vinho com fel”, e contrariamente a Marcos diz que “ provando-o” (27,34). Mateus fez estas mudanças para demonstrar que se estava cumprindo a profecia do Salmo 69,22 (em sua versão grega), que dizia: “Deram-me fel como alimento”.
Os presentes e o sorteio
Quando despiram Jesus para crucificá-lo, o que chama a atenção é o fato de que os quatro Evangelhos anotam o detalhe insignificante de que os soldados repartiram as suas roupas e sortearam a túnica que sobrava para ver de quem seria. João explica por que era importante este detalhe. Porque assim se cumpria “a Escritura (do Salmo 22,9) que diz: repartiram os meus vestidos, e sortearam a minha túnica” (19,24). Assim, até o fato trivial do destino de suas roupas, estava previsto no plano de Deus.
Ao falar sobre as pessoas que passavam no lugar e zombavam de Jesus, Mateus diz que “moviam a cabeça e diziam: confiou em Deus, que ele o livre agora, já que o ama´“ (27,39). Para que se cumprisse o anunciado no Salmo 22,8-9, que diz: “movem a cabeça e dizem: confiou no Senhor, que o livre... pois nele tem prazer”. E Lucas acrescenta que “zombavam” frente a Jesus (23,35), para se referir à profecia desse mesmo Salmo: “todos zombam de mim” (22,8).
As últimas palavras
Em meio a terríveis tormentos e já próximo de sua morte, Jesus exclama: “Tenho sede”. Diz São João que isso ocorreu “para que se cumprisse a Escritura” (do Salmo 22,16) que predizia: “Meu paladar está seco como uma telha, e minha língua gruda no céu da boca”. Então os soldados correram e lhe ofereceram vinagre, e Jesus bebeu (Jo 19,29). Com isto se cumpria uma nova profecia, a do Salmo 69,22: “Quando tinha sede, me deram vinagre”.
Chega, então, o momento das últimas palavras de Jesus. Com grande acuidade, Mateus e Marcos sustentam que foram: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27,46; Mc 15,34). Deste modo, como dito anteriormente, mostravam a Jesus como o homem inocente e bom que sofria injustamente e que por isto seria logo reabilitado por Deus.
Lucas, que compôs seu Evangelho para leitores não judeus e, portanto, pouco conhecedores de Salmos, temeu escandalizá-los com estas palavras e preferiu colocar na boca de Jesus outra expressão, também de um Salmo (31,6), mas que era menos ambíguo: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Estas foram, para Lucas, as últimas palavras que Jesus pronunciou.
Os ossos quebrados
O que sucedeu ao morrer Jesus também estava também previsto pelos Salmos, segundo os evangelistas.
Lucas, por exemplo, anota que “todos os seus conhecidos...estavam de longe” presenciando a terrível cena (23,49), porque o Salmo 38,12 havia profetizado: “meus familiares se mantêm à distância”.
João (19,36) relata que os soldados quebraram as pernas dos dois ladrões crucificados junto a Jesus, mas que as dele não quebraram, mas as atravessaram com uma lança, para que se cumprisse a profecia do Salmo 34,21: “Deus cuida de todos seus ossos, nem um só será quebrado”.
Não era um castigo de Deus
Os primeiros cristãos buscaram no Antigo Testamento a razão pela qual Jesus sofreu uma morte tão cruel quanto injusta. E descobriram que nos Salmos, especialmente os de lamentação e confiança, estavam antecipados todos os acontecimentos da paixão.
Ali se encontrava a explicação teológica desses acontecimentos. Sua morte, portanto, não havia sido um “castigo de Deus”. Jesus era o justo que havia vindo cumprir as profecias desse inocente que aparecia nos Salmos sofrendo injustamente, carregando o peso do ódio de seus inimigos, mas com toda a sua confiança posta em Deus.
Os relatos da paixão de Cristo não são narrações biográficas, mas teológicas. Ou seja, os evangelistas não quiseram oferecer um relato historicamente exato nem detalhar com precisão como sucederam aqueles fatos. Unicamente queriam explicar qual era o sentido da morte de Jesus. Por isso as grandes lacunas que existem nestas narrações e os desacordos entre os quatro relatos.
A vida: um Salmo em duas partes
Os relatos da paixão foram compostos para leitores crentes. E, ao apresentá-los como o cumprimento de citações e passagens do Antigo Testamento, ainda que fossem de pouco interesse (como a repartição das vestimentas ou o vinagre que lhe ofereceram para beber), seus autores pretenderam apenas mostrar que Jesus era, em verdade, o enviado de Deus. E que ao estar previsto pela palavra de Deus todo o vivido em sua paixão, podia ser aceito sem receio como Salvador da humanidade.
O dia que Jesus morreu, Deus ficou em silêncio. Um silêncio atroz, que parecia dar a razão aos carrascos que o condenaram. Entretanto, os primeiros cristãos descobriram, anos depois, que Deus não havia se calado. Que há séculos vinha gritando, nos Salmos, o que seu Filho padeceria, por se manter fiel ao Amor que predicou. Porém, apesar de tudo, iria acompanhá-lo, sustentá-lo e cuidá-lo até o fim.
Deus prometeu sempre cuidar dos homens, especialmente os que sofrem ou atravessam dificuldades. Ele cumprirá. Quando estivermos transbordando de problemas ou de angústias, não pensemos que Deus ficará em silêncio. Apenas é a primeira parte do Salmo. Ainda falta a segunda. E Deus é fiel até o final.
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Ariel Álvarez Valdés
Doutor em Teologia Bíblica
Líder da ONU visita zona do sismo; mortos podem superar 80.000
REUTERS
YINGXIU - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, visitou sábado o epicentro do terremoto ocorrido na China e se reuniu com o primeiro-ministro Wen Jiabao, que indicou que o número de mortos poderia chegar a mais de 80 mil, com 30 mil desaparecidos.
Ban chegou de helicóptero a Yingxiu, um pequeno povoado que perdeu cerca de dois terços de seus habitantes no sismo de 12 de maio e onde quase não restam construções seguras de pé.
Cerca de duas semanas depois do terremoto, as esperanças de encontrar pessoas com vida praticamente desapareceu. Entretanto, as autoridades asseguram que não abandonaram a busca de sobreviventes, especialmente de várias pessoas que ficaram presas em minas de carvão.
Enquanto equipes de ajuda, com máscaras, descarregavam mantimentos e milhares de soldados trabalhavam para remover os escombros e desenterrar os mortos, Ban elogiou a liderança de Wen e a resposta de seu governo à tragédia, e prometeu apoio absoluto.
"O governo chinês, nas primeiras etapas deste desastre natural, fez grandes esforços e demonstrou uma liderança extraordinária", disse Ban a um pequeno grupo de jornalistas.
Pequim recebeu muitos elogios por seus esforços de ajuda, por enviar mais de 1.000 soldados e uma série de altos funcionários às áreas mais afetadas. Também foi exaltada a abertura do país à ajuda externa, mesmo com a zona do terremoto sendo a sede do principal laboratório de investigação de armas nucleares da China.
O contraste com a situação do vizinho Myanmar é grande, embora não tenha sido mencionado. Depois da visita de Ban a Rangun esta semana, o governo militar da ex-Birmânia permitiu finalmente o ingresso de equipes estrangeiras para ajudar no socorro às vítimas do ciclone Nargis que arrasou o país.
Wen disse que a China está focada agora em proporcionar tendas aos quase cinco milhões de desabrigados, prevenir epidemias e evitar desastres secundários, como deslizamentos de terra ou inundações.
(Reportagem de Patrick Worsnip)
REUTERS
YINGXIU - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, visitou sábado o epicentro do terremoto ocorrido na China e se reuniu com o primeiro-ministro Wen Jiabao, que indicou que o número de mortos poderia chegar a mais de 80 mil, com 30 mil desaparecidos.
Ban chegou de helicóptero a Yingxiu, um pequeno povoado que perdeu cerca de dois terços de seus habitantes no sismo de 12 de maio e onde quase não restam construções seguras de pé.
Cerca de duas semanas depois do terremoto, as esperanças de encontrar pessoas com vida praticamente desapareceu. Entretanto, as autoridades asseguram que não abandonaram a busca de sobreviventes, especialmente de várias pessoas que ficaram presas em minas de carvão.
Enquanto equipes de ajuda, com máscaras, descarregavam mantimentos e milhares de soldados trabalhavam para remover os escombros e desenterrar os mortos, Ban elogiou a liderança de Wen e a resposta de seu governo à tragédia, e prometeu apoio absoluto.
"O governo chinês, nas primeiras etapas deste desastre natural, fez grandes esforços e demonstrou uma liderança extraordinária", disse Ban a um pequeno grupo de jornalistas.
Pequim recebeu muitos elogios por seus esforços de ajuda, por enviar mais de 1.000 soldados e uma série de altos funcionários às áreas mais afetadas. Também foi exaltada a abertura do país à ajuda externa, mesmo com a zona do terremoto sendo a sede do principal laboratório de investigação de armas nucleares da China.
O contraste com a situação do vizinho Myanmar é grande, embora não tenha sido mencionado. Depois da visita de Ban a Rangun esta semana, o governo militar da ex-Birmânia permitiu finalmente o ingresso de equipes estrangeiras para ajudar no socorro às vítimas do ciclone Nargis que arrasou o país.
Wen disse que a China está focada agora em proporcionar tendas aos quase cinco milhões de desabrigados, prevenir epidemias e evitar desastres secundários, como deslizamentos de terra ou inundações.
(Reportagem de Patrick Worsnip)
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