quinta-feira, maio 01, 2008
São José Operário - 01 de Maio
Basta traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de São José, que trabalhou a vida toda para ver Cristo dar a vida pela humanidade, e a luta dos trabalhadores do mundo todo, lutando para obter o respeito pelos seus direitos mínimos, para entender os motivos que levaram o Papa Pio XII a instituir a festa de \"São José Operário\", em 1955, na mesma data em que se comemora o dia do trabalhador.
Afinal de contas, esta é uma forma de a Igreja comemorar aquele fatídico dia primeiro de Maio, em Chicago, em que operários de uma fábrica se revoltaram com a situação desumana a que eram submetidos e com o desrespeito que os patrões demonstravam em relação a qualquer direito humano. Eram trezentos e quarenta os que estavam em greve e a polícia, sempre a serviço dos patrões, massacrou-os sem piedade. Mais de cinquenta ficaram gravemente feridos e seis deles foram assassinados no confronto desigual. Foi em homenagem a eles que se consagrou este dia.
São José é o modelo ideal do operário. Sustentou a sua família durante toda a vida com o trabalho artesanal, cumpriu sempre os seus deveres para com a comunidade, ensinou ao filho a profissão de carpinteiro e, desta maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e que o seu povo fosse salvo, assim como toda a humanidade.
Proclamando São José como protector dos trabalhadores, a Igreja demonstra estar ao lado deles, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos homens, aquele que aceitou ser o pai adoptivo do Deus feito homem, mesmo pressentindo o que poderia acontecer à sua família. Em vida, São José lutou pelos direitos da vida humana e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e o seu direito a uma vida digna.
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O 1º de Maio , Dia do Trabalhador, tem uma história longa , triste mas vitoriosa.
Em finais do século XIX, com o início da industrialização, começaram a aparecer novos problemas relacionados com o trabalho. Um dos principais era o horário de trabalho que, nalguns casos, chegava a ultrapassar as dezasseis horas diárias.
Alguns reformadores sociais já tinham proposto, em várias épocas, a ideia de dividir o dia em três períodos: oito horas de trabalho, oito horas de sono e oito horas de lazer e estudo, proposta que, como sempre, era vista como utópica pelos empregadores. Com o desenvolvimento do associativismo operário e do sindicalismo, a proposta da jornada de oito horas tornou-se um dos objectivos centrais das lutas operárias e também causa de violentas repressões e de inúmeras prisões e até morte de trabalhadores. No 1º de Maio de 1886, milhares de trabalhadores de Chicago, tal como de muitas outras cidades americanas, foram para a rua, exigindo o horário de oito horas de trabalho por dia. No dia 4 de Maio, durante novas manifestações, uma explosão serviu de pretexto para a repressão brutal que se seguiu, que provocou mais de 100 mortes e a prisão de dezenas de operários. Este acontecimento, que ficou conhecido como os "Mártires de Chicago", tornou-se o símbolo e marco para uma luta que, a partir daí, se generalizou por todo o mundo.
Entre nós, a luta pelo horário de oito horas também tem uma longa história mas só em Maio de 1996 o Parlamento aprovou a lei da semana de 40 horas (oito horas diárias de segunda a sexta feira).
As novas formas de organização do trabalho, a precarização e a globalização trazem novos problemas que os trabalhadores têm de enfrentar. A exploração do trabalho infantil e da mulher, bem como dos imigrantes, são um desafio permanente à imaginação e à capacidade de organização e de luta dos trabalhadores.
O facto de os homens e as mulheres, em várias partes do mundo, sentirem como próprias as injustiças e as violações dos direitos humanos cometidas em países longínquos, que talvez nunca visitem, é mais um sinal de uma realidade interiorizada na consciência, adquirindo assim conotação moral.Trata-se, antes de tudo, da interdependência apreendida como sistema determinante de relações no mundo contemporâneo, com as suas componentes - económica, cultural, política e religiosa - e assumida como categoria moral. Quando a interdependência é reconhecida assim, a resposta correlativa, como atitude moral e social e como "virtude", é a solidariedade, a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos.
O 1º de Maio, apesar de herdeiro de uma forte tradição de luta operária, à mistura com perseguições, prisões e até mortes, não pode ser um dia triste. Recordemos as conquistas, as pequenas e as grandes ,que os trabalhadores foram conseguindo através dos tempos.
Façamos a festa!
(tirado da net)
Em finais do século XIX, com o início da industrialização, começaram a aparecer novos problemas relacionados com o trabalho. Um dos principais era o horário de trabalho que, nalguns casos, chegava a ultrapassar as dezasseis horas diárias.
Alguns reformadores sociais já tinham proposto, em várias épocas, a ideia de dividir o dia em três períodos: oito horas de trabalho, oito horas de sono e oito horas de lazer e estudo, proposta que, como sempre, era vista como utópica pelos empregadores. Com o desenvolvimento do associativismo operário e do sindicalismo, a proposta da jornada de oito horas tornou-se um dos objectivos centrais das lutas operárias e também causa de violentas repressões e de inúmeras prisões e até morte de trabalhadores. No 1º de Maio de 1886, milhares de trabalhadores de Chicago, tal como de muitas outras cidades americanas, foram para a rua, exigindo o horário de oito horas de trabalho por dia. No dia 4 de Maio, durante novas manifestações, uma explosão serviu de pretexto para a repressão brutal que se seguiu, que provocou mais de 100 mortes e a prisão de dezenas de operários. Este acontecimento, que ficou conhecido como os "Mártires de Chicago", tornou-se o símbolo e marco para uma luta que, a partir daí, se generalizou por todo o mundo.
Entre nós, a luta pelo horário de oito horas também tem uma longa história mas só em Maio de 1996 o Parlamento aprovou a lei da semana de 40 horas (oito horas diárias de segunda a sexta feira).
As novas formas de organização do trabalho, a precarização e a globalização trazem novos problemas que os trabalhadores têm de enfrentar. A exploração do trabalho infantil e da mulher, bem como dos imigrantes, são um desafio permanente à imaginação e à capacidade de organização e de luta dos trabalhadores.
O facto de os homens e as mulheres, em várias partes do mundo, sentirem como próprias as injustiças e as violações dos direitos humanos cometidas em países longínquos, que talvez nunca visitem, é mais um sinal de uma realidade interiorizada na consciência, adquirindo assim conotação moral.Trata-se, antes de tudo, da interdependência apreendida como sistema determinante de relações no mundo contemporâneo, com as suas componentes - económica, cultural, política e religiosa - e assumida como categoria moral. Quando a interdependência é reconhecida assim, a resposta correlativa, como atitude moral e social e como "virtude", é a solidariedade, a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos.
O 1º de Maio, apesar de herdeiro de uma forte tradição de luta operária, à mistura com perseguições, prisões e até mortes, não pode ser um dia triste. Recordemos as conquistas, as pequenas e as grandes ,que os trabalhadores foram conseguindo através dos tempos.
Façamos a festa!
(tirado da net)
DIA DO TRABALHADOR
Hoje é um dia em que não se trabalha para que melhor se possa pensar na situação de quem trabalha.
Nos últimos séculos, o perfil do trabalho alterou-se completamente. Já não há trabalho de subsistência, mas também não parece haver trabalho de consistência. Ou seja, o trabalho agrícola foi cedendo o lugar predominante ao trabalho operário e ao trabalho de serviços. Só que, também aqui, as expectativas estão longe de se realizar.
O operariado degenerou num precariado. O trabalho, mesmo se definitivo, só existe enquanto dura. O desemprego não pára de crescer. A escravatura dá sinais de aumentar. A fome ameaça. A violência tende a imperar.
Neste dia de S. José Operário, peçamos pela justiça no universo do trabalho.
Theosfera
Hoje é um dia em que não se trabalha para que melhor se possa pensar na situação de quem trabalha.
Nos últimos séculos, o perfil do trabalho alterou-se completamente. Já não há trabalho de subsistência, mas também não parece haver trabalho de consistência. Ou seja, o trabalho agrícola foi cedendo o lugar predominante ao trabalho operário e ao trabalho de serviços. Só que, também aqui, as expectativas estão longe de se realizar.
O operariado degenerou num precariado. O trabalho, mesmo se definitivo, só existe enquanto dura. O desemprego não pára de crescer. A escravatura dá sinais de aumentar. A fome ameaça. A violência tende a imperar.
Neste dia de S. José Operário, peçamos pela justiça no universo do trabalho.
Theosfera
Meu Maio
A todos
Que saíram às ruas
De corpo-máquina cansado,
A todos
Que imploram feriado
Às costas que a terra extenua –
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com sol gaio.
Sou operário –
Este é o meu maio!
Sou camponês - Este é o meu mês.
Sou ferro –
Eis o maio que eu quero!
Sou terra –
O maio é minha era !
(Vladimir Maiakovski)
A todos
Que saíram às ruas
De corpo-máquina cansado,
A todos
Que imploram feriado
Às costas que a terra extenua –
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com sol gaio.
Sou operário –
Este é o meu maio!
Sou camponês - Este é o meu mês.
Sou ferro –
Eis o maio que eu quero!
Sou terra –
O maio é minha era !
(Vladimir Maiakovski)
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