segunda-feira, junho 30, 2008

 

Irmã Josefa Stenmans: a cozinha como altar

As Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo (SSpS) celebraram este Domingo, dia 29 de Junho, em Tegelen (Holanda) a Beatificação da Irmã Josefa Stenmans, uma das primeiras Irmãs da Congregação. A celebração foipresidida pelo Cardeal Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

Na celebração da Eucaristia sobressaía a internacionalidade, característica das três Congregações fundadas por S. Arnaldo Janssen. Esta nota sobressaía na música, na simbologia e na danças características de diferentes países e culturas. No momento do Evangelho, a profissão de fé de Pedro “Tu és Cristo, Filho do Deus Vivo” foi proclamada em nove línguas, revelando assim a actualidade e universalidade da pessoa e da mensagem de Jesus Cristo para o mundo de hoje.

Durante a celebração foram destacadas as características da nova Beata: simplicidade, alegria, fidelidade, e espírito missionário. Na sua mensagem, D. José Saraiva Martins disse que “a Irmã Josefa é uma herança preciosa e um património espiritual para nós. O seu exemplo é um programa de vida, especialmente marcado pelo seu amor à missão e ao Espírito Santo e pelo seu testemunho de fidelidade e de amor a Cristo”.

Josefa, cujo nome de baptismo era Hendrina, nasceu em 28 de Maio de 1852 na pequena povoação de Issum (Alemanha) sendo a mais velha de sete irmãos. Após a morte da mãe, Hendrina dedicou-se a cuidar do pai e dos irmãos menores, o que desde cedo despertou nela uma grande sensibilidade às necessidades dos outros.

Desde muito jovem, Hendrina sentiu o desejo de entregar a sua vida a Deus como Irmã Missionária. No entanto, devido às necessidades da família e à situação política de perseguição da Igreja que se vivia na Alemanha, Hendrina teve que esperar longos anos para concretizar o seu sonho. Em 1879 Hendrina entrou em contacto com a Congregação dos Missionários do Verbo Divino (SVD), fundada em 1875 por Santo Arnaldo Janssen em Steyl (Holanda). Com o olhar centrado no seu grande ideal - entregar totalmente a sua vida pelo anúncio do Evangelho - Hendrina não olhou às dificuldades: sair da sua pátria e ir trabalhar como auxiliar de cozinha na Casa Missionária da SVD por vários anos. Foi admitida em Steyl por Arnaldo em Fevereiro de 1884.


Arnaldo sentia o chamamento de Deus para fundar uma congregação feminina, cujo objectivo primeiro seria acompanhar o trabalho dos Missionários do Verbo Divino nas missões ad gentes, através do serviço e presença junto das mulheres e crianças. O sonho de entregar a sua vida como Irmã Missionária tornou-se realidade apenas em 1889, ano da fundação das Irmãs SSpS. Em Março de 1894, dia da primeira profissão religiosa de 12 Irmãs, Hendrina recebeu o nome de Irmã Josefa e comprometeu-se a “nada procurar a não ser a vontade de Deus!”

A nova Congregação Missionária cresceu rapidamente, e a Irmã Josefa desempenhou um papel fundamental neste crescimento como formadora das novas Irmãs e como superiora da Congregação. Apenas seis anos após a fundação, as primeiras Irmãs foram enviadas como missionárias para a Argentina. Nos anos seguintes, partiram para o Togo, Papua Nova Guiné, Estados Unidos e Brasil.

A Irmã Josefa faleceu a 20 de Maio de 1903, vítima de doença grave, deixando para trás uma vida marcada pela simplicidade, compaixão, oração constante, alegria, liberdade interior, espírito de discernimento e um grande amor ao Espírito Santo.

Seguindo o ideal da Irmã Josefa e a sua paixão pelo anúncio do Evangelho, as SSpS estão presentes hoje em 46 países dos cinco continentes e são chamadas a viver e anunciar a ternura e a compaixão de Deus nos lugares onde se encontram. Em Portugal, as Irmãs estão presentes em duas comunidades na região de Lisboa: Casal de Cambra e Odivelas.

Unidas à Igreja universal, aos Missionários do Verbo Divino, e aos leigos com quem partilham a missão nos cinco continentes, as Irmãs SSpS celebram a acção da graça de Deus na vida da Irmã Josefa nesta festa da sua Beatificação. Ela, cujo sonho de ser enviada às missões ad gentes nunca se concretizou e que sempre procurou ser a menor entre todas as Irmãs, é agora reconhecida publicamente pelo seu exemplo de fidelidade ao projecto de Deus e pela sua total dedicação à proclamação do Evangelho.

Irmã Maria José Rebelo, SSpS

domingo, junho 29, 2008

 

Ano Paulino. 29 Junho 2008 - 29 de Junho 2009


Celebramos 2000 anos do nascimento de S. Paulo

Judeu, da tribo de Benjamim, originário de Tarso, chamava-se Saulo. Converteu-se ao cristianismo e tornou-se o grande e insuperável missionário, o apóstolo dos gentios. Foi ele quem lançou as bases da evangelização no mundo helénico, fundando numerosas comunidades e percorrendo toda a Ásia Menor, a Grécia e Roma, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado pelo poder de Deus.

São Paulo foi o primeiro a elaborar uma teologia cristã. Ao lado dos Evangelhos, as suas epístolas são as fontes de todo o pensamento e de toda a vida mística cristã. Isto coloca-o num lugar de destaque entre os maiores pensadores da história do cristianismo.

São Paulo era um homem de fortes paixões e de grande poder de liderança e de organização. É a figura mais cosmopolita de toda a Bíblia. Segundo os estudiosos, Paulo era um homem da cidade, e em nenhum lugar de seus escritos mostra qualquer mentalidade ou interesse pela vida rural ou pela vila.

Nunca houve conversão mais ruidosa do que a sua, tão pouco houve mais sincera, pois o mais furioso perseguidor de Jesus Cristo passou, de repente, a ser um dos seus mais fervorosos apóstolos.

sábado, junho 28, 2008

 

Protecção segura

Feliz de quem acredita
E confia plenamente
Na bondade do Senhor
Que nos cuida e nos ampara
Com a mão de bom pastor
Estendida ternamente,
Com redobrado amor,
A toda a ovelha ferida
Nos espinhos do silvado
Que cresce mesmo no prado,
Adulterando a comida.

Como viver no temor,
Se o bordão do bom pastor
É para nos proteger,
Defender dos perdedores
Principalmente do lobo,
Sempre que este aparecer
Decidido a atacar
Ou então bem disfarçado
Para poder enganar,
Seduzir e abocanhar?!


Se ao nosso bom pastor
Que vê nosso interior
Nada é desconhecido,
Ouvindo a sua voz
Nunca ficaremos sós
Em situações de perigo.

Ele é protecção segura,
Para toda a criatura.
Afastando a tempestade,
Traz-nos, de volta, a bonança,
A paz e a liberdade.

Acreditar, é uma graça
Que a razão não entende,
E a “lógica” ultrapassa.

Maria Lina da Silva, fmm

HSJD, Montemor-o-Novo, 18.04.08

sexta-feira, junho 27, 2008

 

Jesus estendeu a mão e tocou-o


Hoje em dia, a doença mais terrível do Ocidente não é a tuberculose nem a lepra, é a sensação de ser indesejado, de não ser amado, se ser abandonado. Tratamos as doenças do corpo por meio da medicina; mas o único remédio para a solidão, para a confusão e para o desespero é o amor. São muitas as pessoas que morrem neste mundo por falta de um pedaço de pão, mas são muitas mais as que morrem por falta de um pouco de amor. A pobreza no Ocidente é outra espécie de pobreza; não se trata apenas de uma pobreza de solidão, é também uma pobreza de espiritualidade. Há uma fome que é fome de amor, como também há uma fome de Deus.


Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade, Um caminho simples

quinta-feira, junho 26, 2008

 

Caminhar juntos


Senhor,
Permite que as nossas mãos
Produzam algo que seja útil,
Que os nossos pés
caminhem pela senda do amor,
Que a tua luz nos permita descobrir,
com claridade,
a saída para cada situação...

Hoje começa um novo caminho...

Queremos ir juntos,
caminhar juntos
e chegar juntos
porque Tu nos guiarás.

O trabalho traz-nos cansaço,
mas Tu nos darás repouso,
A rotina provoca-nos stress
mas tu nos darás descanso.
Construir algo novo traz-nos satisfação
e contigo o caminho será mais fácil.

(Adaptação da Agenda Bíblica, Verbo Divino, Espanha)

domingo, junho 22, 2008

 

Deus te ama!










sábado, junho 21, 2008

 

O dia em que nasci chinês!

Quando nasci há 51 anos atribuíram-me um nome. Este oscilou entre Joaquim e José Augusto. Acabaram por me dar o nome do meu primo, apesar de o padrinho ser o meu tio Joaquim. Gosto de ser José e de ser Augusto. Gostaria de ser como S. José na abertura ao projecto de Deus e na capacidade de servir Jesus. Gostaria de ser “augusto” na santidade e na humildade, mas vou sendo o que sou com um sorriso nos lábios!
Ao longo da vida uns chamam-me Zé, outros Zé Augusto, outros Zé Leitão, outros simplesmente Leitão. O importante não é tanto como nos chamam, mas porque nos chamam.

Esta semana encontrei-me com dois sacerdotes chineses que visitaram Fátima. Estudam moral em Roma. Falámos em inglês e italiano. Quando faltavam as palavras recorríamos ao gesto e ao sorriso como quem diz: “não é necessário compreender tudo para nos entendermos”.
Falámos da China e das dificuldades duma igreja que não pode expressar livremente a sua fé. Revemo-nos numa nova cultura emergente e global que veste jeans e usa internet.
Eles expressaram o que sentiram em Fátima. Gostaram das cores claras e da muita luz no santuário. Para eles, o branco abria-lhes o coração para Deus e eleva-lhes a alma para o céu. Que interessante! Nunca tinha pensado nisso, mas se calhar têm razão!
A conversa foi seguindo e a amizade aproximando-nos. A certa altura perguntam-me o nome. Eu escrevi-o e eles disseram. “Nós vamos pensar num nome chinês para ti”. Fiquei espantado com a ideia e aceitei o desafio com ansiedade. Falamos do nome de S. José Freinademetz, “Fu Shen Fu”. Eles contaram-me como na China usam os seus nomes chineses “Zhang e Zhao” e cristãos: “Pedro e António”.
Antes de partirem, pediram-me para falar comigo. Fomos para o refeitório e ofereci-lhe um chá. Com algum ar de satisfeito, como quem oferece um presente, disseram-me. “Já temos um nome para ti em chinês”. E disseram o nome em chinês. Eu disse-lhe que era melhor escreverem o nome, pois a minha memória era fraca para sons desconhecidos.
Foram escrevendo o nome e como se pronuncia. Depois escreveram o significado de cada som e o outro colega ia dizendo com entusiasmo: “muito interessante”, como que a dizer “é isso mesmo, acertamos”.
Segundo eles, em chinês o meu nome novo é: “Du Tó Hê”. Sendo que “Du” designa “Tudo”; “Tó” significa: “caminho, estrada, verbo, verdade”; “Hê” indica “harmonia, gentileza, comunhão, paz”. Este nome aproxima-se ao mesmo tempo dos sons do meu nome “Duarte Leitão José”, mas também da impressão com que ficaram de mim. Neste sentido a procura dum nome é uma tentativa de presentear o outro com uma bela imagem reflectida.
Por fim, pediram-me para escrever o meu nome em chinês. Não foi fácil desenhar estas letras. Foram pacientes e ajudaram-me com orgulho a escrever o meu novo nome. Também eu fiquei contente com a amizade que me gerou chinês.
Cada vez que aceitamos dialogar com pessoas de cultura ou religião diferente, um novo horizonte se desvela, muros são derrubados e o espanto nos invade num chão comum que nos faz sentir irmãos. Nascemos de novo e saímos diferentes.
Agora compreendo o significado de Is 62,2 “dar-te-ão um nome novo designado pela boca do Senhor”. Há um nascer de novo porque há uma nova realidade de felicidade promovida por Deus. É Deus que gera o amor e a comunicação entre o diferente, que aproxima o longínquo e estabelece o diálogo entre desconhecidos. A palavra, o gesto, o sorriso, o acolhimento e a confiança marcam a procura duma verdade que se esconde na procura silenciosa de cada dia. O nome novo chinês foi apenas o coroar desta procura mútua da verdade do outro.
É preciso marcar este dia: 20 de Junho às 10:00 h, nasceu mais um chinês cuja naturalidade é o mundo e os pais são o diálogo.
Fátima, 21/06/2008

quinta-feira, junho 19, 2008

 

Tráfico Humano: uma afronta aos direitos humanos!

Arlindo Pereira Dias (Roma – Itália)

Cerca de 50 pessoas de 20 diferentes nacionalidades participaram no dia 17 de junho de uma conferencia sobre o trafico de pessoas no mundo na Casa Geral dos Missionários do Verbo Divino, em Roma. Em 2006, o Capitulo Geral dos Verbitas, que reuniu 160 pessoas de todo o planeta assumiu como resolução “a ampliação das informações sobre o trafico de pessoas e a busca de colaboração com outros para liberar o mundo deste terrível flagelo”.
A conferencista foi a indiana e irmã salesiana Bernadete Sangma. Desde 1999 ela coordena o trabalho de promoção da mulher a partir de seu instituto. A congregação conta com comunidades de assistência às mulheres vitimas do trafico na Itália e na Albânia. A religiosa define como missão do grupo “espalhar informação para que o conhecimento gere medidas de prevenção”. Trata-se de um projeto conjunto entre a USG e UISG (União de Superioras e Superiores Gerais) e a OIM – Organização Internacional para a migração.
O filipino P. Antonio Pernia, Superior Geral dos Verbitas, comenta que até o momento o grupo de religiosas està envolvido nesta missão, mas não conta com colaboração da parte masculina. Para ele, a importância da conferencia esta na oportunidade de “um problema tão grande ser conhecido pelas comunidades, especialmente do ramo masculino. Embora seja uma responsabilidade de todos a questão sensibiliza mais as mulheres e menos os homens. Por isso existe a necessidade que sejamos mais informados do problema”, conclui.
Entre os casos citados pelo dossiê està o de um senhor chinês de nome Ngun Chai que vendeu a sua filha de 13 anos para a prostituição, ao preço de uma televisão e ainda manifestou sentir pena de não a ter vendido por um preço melhor. Outro caso é o da menina Berta, originária da vila de Sapele, um estado que faz fronteira com Edo (Nigéria). Um conhecido contactou-a perguntando-lhe se ela queria trabalhar com a sua irmã num salão de beleza na Alemanha. Em vez disso, Berta encontrou-se na Itália onde lhe deram roupas provocantes e a obrigaram a ir para a estrada.
Quando entramos nos dados a constatação se torna ainda mais escandalosa. Todos os anos, entre 800 mil e dois milhões de pessoas são apanhadas no circulo do tráfico. A maior parte das vítimas vem da Ásia. Em um ano, cerca de 225 mil mulheres são traficadas do Sudeste da Ásia e cerca de 150 da Ásia do Sul. A ex-União Soviética é já considerada uma das maiores fontes de tráfico: as mulheres envolvidas para a exploração sexual são cerca de 100 mil. Todos os anos entre 200 mil e 500 mil mulheres são traficadas da América Latina para os Estados Unidos e a Europa.
Milan Bubak, Coordenador da Dimensão de Justiça e Paz dos Verbitas comenta que um dos motivos da propagação deste flagelo é a “falta de informação e a ingenuidade das pessoas que crêem em falsas promessas”. Ele recorda ainda que o trafico “não està relacionado apenas ao comercio sexual, mas também a outros tipos de abuso, como escravidão de trabalho e até mesmo o assassinato de pessoas para comercialização de órgãos”.

Uma imigração que possa transformar a vida!

Apos a conferencia a Irmã Bernadete nos concedeu a seguinte entrevista:

Como nasceu este compromisso em relação ao combate ao trafico de pessoas?

Os grupos de Justiça e Paz e integridade da Criação (JPIC) fizeram um encontro com a irmã Lea Ackerman, fundadora do grupo Solidariedade com as mulheres desfavorecidas (SOLWODI). O encontro suscitou interesse das congregações religiosas em trabalhar neste campo para combater o trafico. Ao seu interno criou-se um grupo de trabalho especifico sobre o trafico de mulheres e crianças. Na plenária da USG de 2001 o grupo apresentou um documento descrevendo o fenômeno e fatos relatados e as estatísticas do trafico nas diversas partes do mundo. Interpelado pela OIM – Organização Internacional para as migrações o projeto começou a oferecer cursos de formação sobre o tema na Itália. Daí para a frente foram feitos cursos na Nigéria e África do Sul, em Santo Domingos e Brasil, Tailândia e Filipinas, Roma, Albânia e Romania.

Qual foi a experiência mais difícil que teve durante o acompanhamento deste trabalho?
O trafico traz experiências muito duras de todos os lados. È tão desumanisante! A minha experiência mais forte foi acompanhar umas meninas tailandesas que foram traficadas na Itália. Uma delas tinha apenas 17 anos e a encontramos na casa de acolhida. Ela tinha uma cicatriz que ia do ombro à cintura. Ela se jogou do segundo andar porque via chegar homens, também com drogas. Ficou apavorada e se jogou do segundo andar. Ficou cheia de fraturas e ficou por muito tempo no hospital. Estava muito sofrida e dizia que se voltasse à Tailândia não poderia mais sobreviver. A vida ali e os trabalhos são muito duros e a saúde dela não permitia mais trabalho.
Em Manaus constatei que mulheres indígenas são traficadas à Ilha das Margaridas, na Venezuela, uma zona de turismo. O envolvimento do crime organizado é tão forte que as pessoas têm medo até de falar do assunto. As mulheres colombianas são levadas ao Japão para a exploração sexual. Como a cultura e a língua são totalmente diferentes, o trauma que elas sofrem é muito mais forte. No Brasil é comum o trafico interno e em direção à Europa e EUA. Na América Latina muitas mulheres de Santo Domingos e Bolívia são traficadas para a Argentina ou da Bolívia para o Chile. As mulheres peruanas são levadas à Coréia do Sul. Depois da queda de Sucre no Equador houve um fluxo muito forte de imigrantes equatorianos para a Itália, também para o trafico sexual.

O que a sociedade e as Igrejas podem fazer no combate ao trafico de pessoas?

Devemos tecer redes de colaboração para que o fenômeno seja combatido nos paises de origem e nos paises de destinação ou transito. Nos paises de origem uma das medidas a se tomar é lutar contra a pobreza e encontrar alternativas de trabalho não só para as mulheres, mas também para os jovens para que não caiam facilmente nas armadilhas dos traficantes. Ainda não sabemos utilizar nossa força na criação de canais mais seguros de imigração para os jovens que buscam melhoria de vida em outros lugares. Se os traficantes são tão capazes de estabelecer contato entre uma nação e outra para explorar as pessoas porque não podemos criar estratégias que promovam a sua dignidade?
Devemos garantir o direito a uma imigração que de verdade possa transformar a vida. Tudo isto deveria acontecer de modo transversal incluindo a luta contra a discriminação das mulheres e das meninas. Por toda a parte o aspecto da exploração sexual é muito forte. Isto chama em causa a relação de desigualdade entre homem e mulher, entre as mulheres e quem as vende e usa. Nos paises de destino, que coincidem com os paises desenvolvidos, seria necessário mudar a política de migração e combater as políticas econômicas injustas que geram o continuo empobrecimento dos paises pobres. De outro lado deveríamos procurar ver como apoiar as pessoas que caíram nesta armadilha e ajudá-las a reconstruir sua vida.

terça-feira, junho 17, 2008

 

O Circulo da violência

Um importante empresário gritou ao director da sua empresa porque estava maldisposto nesse momento.
O director chegou a sua casa e gritou com a esposa porque tinha gasto demasiado no almoço.
A sua esposa gritou à empregada porque esta partiu um prato.
A empregada deu um pontapé no cão porque este a fez tropeçar; a seguir foi ao hospital vacinar-se e gritou ao jovem médico porque lhe doeu ao ser picada.
O jovem médico chegou a casa e gritou com a sua mãe porque não gostou da comida.
A sua mãe acariciou os cabelos do seu filho, dizendo-lhe: “Filho querido, amanhã vou preparar a tua comida favorita. Trabalhas muito, estás cansado e necessitas dormir. Vou mudar os lençóis da tua cama por outros bem limpos, para que possas descansar em paz. Amanhã sentir-te-ás melhor!”
Nesse momento, foi interrompido o círculo de rejeição. Venceu a tolerância, a doçura, o perdão e o amor.


(in Agenda bíblica, Verbo Divino, Espanha)

domingo, junho 08, 2008

 

“Não vim chamar os justos mas os pecadores.” (Mt 9,13)


A Igreja não é uma seita de homens e mulheres perfeitas, mas uma grande família de pecadores aos quais Jesus não duvidou em escolher os seus discípulos.
Que viu Jesus em Mateus? Certamente um pecador. Mas Jesus soube olhar mais além e viu também um homem cheio de possibilidades. Alguém capaz de fazer o seu próprio êxodo da escravidão do dinheiro para a liberdade do seguimento. Só fez falta uma palavra: “Segue-me!”.
Mateus levantou-se e deixou para trás a segurança de um emprego muito lucrativo e foi atrás do tesouro, ainda por descobrir, de estar com Jesus e de ser enviado por Ele.
Tinha que se celebrar. E Jesus fá-lo com uma refeição com os amigos, convidando puros e impuros, justo e pecadores, sãos e enfermos.
Jesus opta pelas pessoas para além das aparências legais e sociais.
Mateus e cada um de nós está chamado a passar da mesa da apropriação à mesa da gratuidade e da partilha fraterna.
(Agenda Bíblica, Estella, Espanha)

segunda-feira, junho 02, 2008

 

Junho: Mês do Sagrado Coração de Jesus


A devoção ao Sagrado Coração de Jesus vem do século XI e teve como propagadores santos como São Bernardo, São Boa Ventura – homens profundamente místicos – e Santa Maria Margarida Alacoque, esta última autora da oração de Consagração ao Sagrado Coração. Foi, também, a partir de seus escritos que se compôs a Ladainha ao Coração de Jesus.
O papa Leão XIII, em 9 de Junho de 1899, consagrou o mundo inteiro ao Sagrado Coração de Jesus.
O fundamento desta devoção está no reconhecimento da soberania de Jesus e na entrega à Sua ternura e misericórdia – acto de consagração - , e no acto de reparação, concretizado pela prática da participação na Eucaristia e na Hora Santa.

Consagração ao Sagrado Coração de Jesus – Santa Maria Margarida de Alacoque

Eu me entrego e me consagro ao Sagrado Coração de nosso Senhor Jesus Cristo:
a minha pessoa e a minha vida,
as minhas acções,
os meus trabalhos e sofrimentos,
a fim de empregar tudo quanto sou e tenho,
unicamente para colaborar com Deus na construção de novos céus e de uma nova terra.

É minha resolução irrevogável ser inteiramente dele e fazer tudo por seu amor, renunciando de todo o meu coração a tudo que lhe puder desagradar.

Portanto, ó Coração Sagrado,
eu vos escolho para único objecto do meu amor,
para protector de minha vida,
penhor de minha salvação,
amparo de minha fragilidade e inconstância,
reparação de todas as faltas de minha vida
e asilo seguro na hora de minha morte.

Coração de ternura e bondade!
Sede vós a minha justificação diante de Deus vosso Pai
e afastai de mim os castigos de sua justa cólera.
Coração de amor!
Em vós ponho toda a minha confiança;
de minha fraqueza e maldade tudo temo, mas de vossa bondade tudo espero.

Consumi, pois, em mim, tudo o que puder desagradar-vos ou se opor a vós.
Imprimi o vosso puro amor tão firmemente no meu coração,
que nunca mais vos possa esquecer
nem nunca possa de vós me separar, Coração sagrado.

Eu vos conjuro, por toda a vossa bondade,
que o meu nome seja profundamente gravado em vós;
pois eu quero que toda a minha felicidade e glória
seja viver e morrer no vosso serviço. Amén.


(Gilda Maria Rocha de Carvalho, gilda@dctch.puc-rio.br)

domingo, junho 01, 2008

 

Um imperador chinês, interrogado sobre o que era o mais urgente para melhorar o mundo, respondeu sem duvidar: reformar as palavras! Queria dizer: devolver às palavras seu verdadeiro significado. Tinha razão. Há palavras que, pouco a pouco, foram esvaziadas completamente de seu significado original e cumuladas de um significado diametralmente oposto. Seu uso não pode mais que resultar prejudicial. É como pôr em uma garrafa de arsénico a etiqueta «digestivo efervescente»: alguém se envenenará. Os Estados se dotaram de leis severíssimas contra os falsificadores de moedas, mas de nenhuma contra a falsificação das palavras. A nenhuma palavra ocorreu o mesmo que à pobre palavra «amor». Um homem abusa de uma mulher e se justifica dizendo que o fez por amor. A expressão «fazer por amor» frequentemente representa o acto mais vulgar de egoísmo, no qual cada um pensa em sua satisfação, ignorando totalmente o outro e reduzindo-o a simples objecto.

(P. Catalamessa)

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