sexta-feira, agosto 17, 2012
«É
permitido a um homem divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo?»
(cf. Mt 19,3-12)
Anda o
amor desnorteado à procura dum lar seguro,
pois a
relação tornou-se volátil
e os
contratos matrimoniais a termo incerto.
As
alicerces da união são tão frágeis
que
“qualquer motivo” de pequena tempestade,
é
suficiente para derrubar um compromisso
que foi
feito para ser eterno.
O medo
de ser perderem mutuamente
acaba
por unir mais do que o amor de corações
que
agrafam vidas diferentes.
O
namoro tornou-se passatempo de desejos,
que
queimam etapas de aprofundamento
e
conhecimento mútuo,
num
flirt
romântico e utópico,
alimentado
pelo medo de perder o outro.
E
porque só colhemos o que semeamos,
há
casais que casam e descasam
como
quem muda de camisa.
Há
casais que nem têm coragem de casar
porque
filhos de pais divorciados,
criados
na insegurança do vínculo
e
alimentados pelo leite da violência e da infidelidade.
E
porque nos assustam relações humanas tão inseguras,
inventámos
o estratagema de chamar “moderno”
a esta
fragilidade que se instalou na sociedade.
No
princípio não era assim!
Deus
criou-nos para o amor que une o diferente,
e nos
compromete solidariamente,
tanto
na primavera das flores e no verão quente dos frutos,
como no
outono da diminuição das forças
e no
inverno da doença e da fragilidade da velhice.
É o
encontro de duas almas gémeas
que
quanto mais se conhecem, mais se amam,
e
quanto mais enfrentam desafios,
mais se
unem numa complementaridade
que
sorri ao futuro com esperança.
Senhor,
Deus família que nos criaste à Tua imagem,
faz
raiar a aurora do amor verdadeiro,
naqueles
que se preparam ou já vivem
o
projeto de serem unidades de vida fecunda,
em
lares de compromisso comum,
que se
ajudam mutuamente a podar o egoísmo,
para
que o amor possa florir e perfumar o lar,
com a
frescura da alegria e a segurança do futuro.
Enviar um comentário