sábado, outubro 27, 2012

 

Julgais que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus, por terem assim sofrido? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos igualmente. (cf. Lc 13,1-9)

Somos todos aprendizes da arte de saber-viver.
Ao longo da caminhada encontramos estímulos
que nos animam a confiar nos músculos e a equilibrar o andar,
mas surpreendemo-nos também com os escaldões prevenidos
e os acidentes avisados da curva embriagada,
que nos ensinam a acautelar e contornar sofrimentos evitáveis.
A história é uma escola para quem quer ver e aprender,
mas também um trauma
para quem abandona esta escola antes de aprender a viver.
E quem já sabe viver plenamente
sem se chocar, cada instante, com a novidade desconhecida?

Deus fala por meio dos acontecimentos da vida
e convida-nos a rever estilos de vida, opções de felicidade,
soluções de relacionamentos, metas a alcançar.
Se abanamos a cabeça quando vemos os outros
e repetimos os mesmos erros de orientação de vida,
passamos pela vida como crianças teimosas
que fazem o contrário do que devem fazer.
O pecado é como as dependências,
uma teimosia cega e doentia,
que repete comportamentos, miragens de poder e de gozo,
vividos no instante com paixão radical,
mas sem o horizonte do passado ou do outro
que espelha e perspetiva um resultado prejudicial ao próprio,
ao bem comum e à felicidade sustentável do planeta.

Senhor Jesus, Mestre da arte de viver divinamente,
abre os nossos olhos e os nossos ouvidos
à voz de aviso que sirena nos eventos da vida,
e cria em nós um espírito humilde e discernido,
para nos convertermos ao Teu caminho de felicidade.
Que o Teu Espírito faça nascer em nós o homem novo,
que não adia para amanhã o que pode renascer hoje
e aprende a libertar-se da tirania do instante
para tele-visionar, na fé, a sustentabilidade da eternidade. 

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