sexta-feira, janeiro 25, 2013

 

Festa da conversão de S. Paulo


Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’. (cf. At 22,3-16)

Saulo estava cheio de certezas:
tinha estudado em Jerusalém com um grande mestre,
sabia tudo sobre Deus, os seus amigos e inimigos,
cumpria todos os preceitos da Lei, como bom fariseu...
As suas certezas tornaram-no violento e intolerante
e cegaram-lhe a fraternidade e o questionamento da fé.

Jesus vem ao seu encontro e envolve-o com a Sua Luz.
Luz tão intensa que o faz cair das suas certezas
e o coloca num processo de renascimento
e de peregrinação da fé que o abre às questões fundamentais:
“Quem és Tu, Senhor?” e “Que hei-de fazer, Senhor?”.
Cego desta Luz do céu, deixa-se conduzir até Damasco
e, onde procurava inimigos de Deus para os prender,
foi acolhido por “irmãos”, pedagogos da vida:
“Saulo, meu irmão, recupera a vista”.

Termina hoje o oitavário de oração pela unidade dos cristãos.
A história está cheia de intolerância violenta,
que deixa marcas de sangue, divisões institucionalizadas,
acusações mútuas, apropriações da verdade,
anátemas condenatórios e paralisações da comunhão fraterna.
O Vaticano II foi uma estrada de Damasco,
cheia de Luz intensa que nos fez cair
na humildade de peregrinos da fé
e no diálogo de procura fraterna,
num ecumenismo de conversão mútua a Cristo.

Senhor Jesus, Luz da Verdade que nos cega
as convicções catedráticas e limitadas da fé,
faz da nossa vida um caminho permanente de conversão.
Cura em nós as cataratas do orgulho de superioridade
que nos impedem de ver no outro um irmão
e instalam a desconfiança e a separação
na comunhão da mesa e do pão da unidade.
Ajuda-nos a resistir ao incómodo,
de caminharmos com o cajado da obediência da fé,
as sandálias da cruz que vem ao nosso encontro,
o alforje do pão da Palavra que ilumina,
e a sede da Verdade que jamais se sacia.

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