quarta-feira, março 13, 2013
4ª feira da 4ª semana da Quaresma
No tempo da graça, Eu te ouvi; no
dia da salvação, Eu te ajudei.
(cf. Is 49,8-15)
Deus
não se esquece nem nos abandona.
Como
uma mãe que gera e amamenta o seu filho,
Deus
tem connosco uma relação única, atenta e inquebrável.
O que
nos custa perceber é o “tempo de Deus”,
o
momento em que nos damos conta do “dia da salvação”.
Deus
vê o tempo a partir do horizonte da eternidade,
por
isso, sabe relativizar o que parece luzir de grande
e
valorizar o que parece borralho apagado.
Deus
sabe esperar que a fidelidade amadureça
e a
fragilidade do pecado floresça conversão.
Deus
sabe amar para além das birras e amuos,
e
acolher os filhos que trocaram o Pai por uma ilusão.
Hoje o
sonho de ilusão tornou-se realidade.
Alimentado
por promessas de felicidade adquirida,
em
prestações de crédito para toda a vida,
fomos
enchendo-nos de coisas e de dívidas,
e
esvaziando-nos de Deus, de amor e de sentido na vida.
Deus
aparentemente nada fez nesta realidade de sonho,
não
nos castigou nem nos mostrou sinais troantes de perigo.
Deus
apenas caminhou como sombra que aquece
e
esperou pacientemente
que o
tempo ganhasse vislumbre de eternidade.
Quanto
mais escuro o tempo tropeça,
mais
facilmente o ser humano se abre à verdade da vida
e
deixa que Deus aconteça o “tempo da graça”
e
realize o “tempo da salvação” plena e para todos.
Por
isso, esta crise pode tornar-se um tempo de conversão.
Senhor,
Amor que não esquece,
entranhas
de misericórdia e salvação,
abre
os olhos da nossa incredulidade
à luz
carinhosa da Tua graça e salvação.
Faz-nos
sintonizar com o tempo da Tua mão amiga
que
nos conduz, apoia e faz levantar em festa.
Ajuda-nos
a aproveitar esta crise para ver melhor,
caminhar
na verdade e na sobriedade,
abrir
os braços à solidariedade e à justiça,
palmilhar
juntos caminhos de fé e de conversão.
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