sexta-feira, maio 31, 2013
Sábado da 8ª semana do Tempo Comum – Festa da Visitação de Nossa Senhora
O Senhor renova-te com o seu amor.
(Sof 3,14-18)
É por
amor que Deus cria e sustenta o mundo.
É por
amor que Deus nos visita e nos acompanha.
É por
amor que Deus propõe a Maria o Seu projeto.
É por
confiança na surpresa deste amor
que
Maria responde sim, como cheque em branco a Deus.
É por
amor que o Filho de Deus se esconde e se revela,
germinando
no seio de Maria e nascendo homem para nós.
É por
amor que permanentemente nos recria e renova
na
forja da fidelidade e no calvário da doação incondicional.
É
pela fé que Maria vai crescendo em Deus,
conforme
Deus vai crescendo nela.
É
pela confiança neste amor que Maria se põe a caminho,
correndo,
como Arca da Aliança, ligeira e próxima.
É
pela fé que Isabel acolhe a visita da prima,
como
Mãe do Seu Senhor, fidelidade companheira.
É
pelo amor que Maria canta jubilosa
o
magnificat da sua gratidão ao Deus dos humildes.
É por
amor que Maria continua a visitar-nos
com a
sua intercessão materna
e o
seu manto protetor e acolhedor.
Senhor,
nosso Deus, visitador e conselheiro,
escondido
na natureza, nos sacramentos e na história,
dá-nos
um olhar de fé que sabe identificar a alegria
e
pressentir a Tua presença nas Arcas da Aliança de hoje.
Faz de
nós portadores felizes e disponíveis
que
deixam Cristo crescer em nós,
para
que nos tornemos portadores transparentes
de
Cristo salvação para aqueles de quem nos tornamos próximos.
Ensina-nos
a acolher Maria nas visitas que nos faz,
para
que o Seu amor nos concentre e oriente
para a
Fonte do Amor recriador e renovador
que só
Seu Filho nos pode conceder e fecundar.
quinta-feira, maio 30, 2013
5ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Cada uma contribui para o bem da
outra. (Sir 42,15-26)
Deus
manifesta na criação a sua glória.
Nela
encontramos sinais de harmonia e de beleza,
mensagem
amorosa da criatividade dum Deus,
em que
a Palavra é geradora de vida, em sinfonia de festa.
Na
natureza todos somos convidados a dar e a receber,
numa
relação de complementaridade mútua e beneficente.
A
terra precisa do homem para dela cuidar,
o
homem precisa da terra para dela viver.
Quando
todos contribuem para o bem de todos,
a vida
torna-se vasos comunicantes de felicidade,
um
jardim sustentável, onde habita a paz.
Quando
a vida se fecha no condomínio egoísta,
os
outros passam a ser filtrados pela câmara de vigilância
que
deforma o irmão em forasteiro perigoso
e
transforma a porta em portão de defesa
e o
coração em máquina de ataque repelente e destruidor.
É por
isso que na cidade convivem separados e desconfiados
moradores
da rua, pobres de favelas e ricos de palácios.
É por
isso que o bem comum entrou em banca-rota.
É por
isso que a solidão se parece a prisão domiciliária.
É por
isso que a família anda crise de identidade.
É por
isso que a guerra continua a destruir vizinhos
e os
ataques suicidas nos surpreendem na festa da vida.
É por
isso que o ambiente está doente e instável,
confundido
pela avidez do lucro voraz.
Senhor,
Palavra criadora de Vida,
faz
que as nossas palavras sejam portadoras de verdade
e
estímulos que animam a crescer a esperança.
Senhor,
Amor que só sabe fazer o bem,
ensina-nos
a ser uma presença amiga e alegre
junto
daqueles com quem vivemos e convivemos,
junto
daqueles que se aproximam de nós
e de
quem nos fazemos próximos e acolhedores,
junto
dos que estão longe e a solidariedade encurta a distância.
Liberta-nos
do medo e da vingança empedernida,
para
podermos estar disponíveis para conjugar o bem
em
todo o tempo e lugar e para toda a eternidade.
quarta-feira, maio 29, 2013
DEUS AMOR, TRINDADE NA UNIDADE
Celebrar um Deus Trindade
De Amor vivo e oblativo
Que gera comunidade
Entre o Pai, o Filho e o
Espírito,
Envolvendo o próprio ser
vivo
De modo a revelar
A toda a humanidade
Que em tudo quanto Ele faz
Há um eco amoroso
De serenidade e paz,
Se soubermos contemplar
A beleza e a harmonia
Presentes na Criação,
Do Seu amor, extensão.
Persistindo em Seu amor
Pelo justo e o pecador,
O Pai envia o Seu Filho,
Para a todos libertar,
Como nos quis revelar,
Na Vida, Palavra e Acção
E no sangue derramado,
Por nosso amor, na Paixão.
Querendo deixar patente,
Em nós, esse fogo ardente
Que dimana da Trindade,
Feito Vida /Doação,
Gratuita e sem medida,
Deus abraça a humanidade
No Espírito que recria,
Anima e dinamiza,
Todo aquele que acredita
No poder transformador,
Das areias do deserto
Num campo lindo e em flor.
Mestre da Verdade plena,
Dos tristes Consolador,
É o Espírito que amplia
O dinamismo da Esperança,
Da Fé e da Confiança
Dando novo encanto à
vida,
Como a mãe que se
extasia,
Ao contemplar a criança,
Projecto irrepetível
Do Deus da eterna Aliança.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 25.5.2013
4ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Saibam todos os habitantes da terra
que Vós sois o Senhor. (cf. Sir
36,1-2a.5-6.13-19)
Deus é
Pai-Mãe que ama a todos e cuida de todos.
Muitos
vivem como órfãos da eternidade,
adotados
por paternidades madrastas,
que os
domesticam pelo medo do destino fatídico
e os
iludem com pastilhas de prazer, poder e ter a prazo.
A
Fonte do Amor alimenta-nos com ar puro,
oxigenado,
incolor e inodoro, mas vital.
Não
grita por ser notado e gratificado,
mas é
fundamental conhece-Lo e procura-Lo
para
que a Vida possa fluir em nós.
Desconhece-LO
é optar por viver fechado,
poluído
e intoxicado, sem conhecer a causa
de
sentir-se fraco, adormecido, sem forças e esperança.
O
desenvolvimento tecnológico e científico
não é
sinónimo de qualidade de vida nem felicidade.
A
energia atómica tanto pode gerar energia sustentável
como
explosão mortífera em larga escala;
depende
do coração de quem a utiliza.
Por
isso, se é fundamental formar para o “saber fazer”
mais
imperioso é educar para o “saber viver”
com
amor construtivo, ética solidária e fé libertadora.
Hoje
agigantam-se pessoas no físico e na mente,
que
crescem raquíticos e imaturos
na
capacidade de amar e no Deus verdadeiro.
Daí
que dar a conhecer a todos o Deus da Vida,
seja
indispensável para a construção de um mundo novo.
Senhor,
Amor que sofres por ser amado, em silêncio fecundo.
Pai-Mãe
que sonhas, por todos, ser adotado.
Faz
com a nossa vida se torne testemunho de esperança
e
anúncio jubiloso de quem confia na Tua salvação.
Que o
Teu Espírito nos ensine a dar glória da Deus,
sendo
no mundo joelhos que louvam e mãos que cuidam,
fortalecendo
o frágil, curando o doente, unindo o separado,
e
festejando a fraternidade com o diferente.
Especializa-nos
na arte de ensinar a viver
na
liberdade do amor que serve a Deus e o irmão.
terça-feira, maio 28, 2013
3ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Não te apresentes diante do Senhor
de mãos vazias. (cf. Sir
35,1-15)
Deus
alegra-se com o louvor dos filhos
quando
este nasce do amor e se vive na fraternidade.
Deus
nada necessita, porque tudo lhe pertence,
mas
compraz-se em ver criaturas que se parecem com Ele
na
capacidade de doação e entrega pelo bem do outro,
na
criatividade e cuidado com que embeleza o mundo,
no
perfume de alegria que vai semeando à sua volta,
na
humildade confiante com que reconhece o erro e se converte.
É a
nossa vida, como corpo, que se faz oferenda de louvor
quando
a santidade brota da graça de Deus,
humilde
e alegremente acolhida.
A
oração ou a celebração eucarística não são um dever
que
interrompe a correria profana da vida.
A
visita a um santuário ou a oferta de uma vela
não
podem ser promessas esporádicas apaziguadoras
duma
vida sem irmãos e órfão de Pai na fé.
No
santuário descobrimo-nos habitados por Deus.
Na
vela, sentimo-nos iluminados pelo Espírito
e
consumidos por amor, ao serviço de Deus e dos irmãos.
Na
oração diária recordamo-nos companheiros do Altíssimo,
em
diálogo confiante com o Amigo de todas as horas.
Na
Eucaristia despertamos para a conversão em comunidade
e
alimentamo-nos na mesa da Palavra e do Pão
que
faz da vida uma oferenda permanente a Deus feito dom.
Senhor,
obrigado pela vida, dom do Teu amor.
Obrigado
pela oferta do Teu Filho, verdadeiro amigo,
que dá
a sua vida para que tenhamos vida
e vida
em abundância e para sempre.
Obrigado
pelo presente do Teu Espírito
que
derramas em nossos corações
como
bálsamo de esperança e vitamina de fraternidade.
Já
que somos filhos do Dom e tudo em nós é graça
faz de
nós, desde o nascer da vida até o anoitecer do repouso,
um
louvor agradável a Deus e uma bênção para os irmãos.
segunda-feira, maio 27, 2013
2ª feira da 8ª semana do tempo Comum
Não te detenhas no erro dos ímpios,
louva o Senhor. (cf. Sir
17,20-28)
Deus
não se detém no nosso erro.
O
Senhor sonha ardentemente com a conversão,
o
regresso dos seus filhos ao amor da Trindade.
Quanto
mais nos afastamos de Deus
e nos
consumimos no caminho do mal,
mais
Deus nos procura e escondido nos espera,
em
abraços de misericórdia e felicidade libertadora.
A fé e o louvor
permanente ajuda-nos a ver a Esperança,
e a libertar-nos do
desânimo e descrença
que é possível
haver salvação para este barro frágil.
A inconstância
afasta-nos do Deus dos impossíveis.
Concentra-nos na
nossa fragilidade
e não na
omnipotente e omnipresente misericórdia
dum Deus que é
capaz de dar a vida para nos salvar.
A dependência de
vícios altera-nos a identidade,
em vez de livres,
vemo-nos escravos sem remédio,
sem esperança de
libertação gozosa e eterna.
Deus, nosso Pai-Mãe
querido e amante,
nós Te louvamos e
bendizemos
pelo Teu amor
eterno e fontal sem desistências.
Jesus, Amor
revelado e provado na cruz da traição,
nós Te agradecemos
por permaneceres ao nosso lado,
como Pão de vida
eterna e Vinho de misericórdia infinita.
Espírito Santo,
Luz que aquece a nossa esperança,
nós Te louvamos
por nos ensinares a escutar a graça
e a acreditar na
libertação do impossível
e deixar-nos
conduzir pela brisa da santidade.
domingo, maio 26, 2013
Domingo da Santíssima Trindade
O amor de Deus foi derramado em
nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. (cf.
Rm 5,1-5)
Deus é
amor em comunhão plural
que é
e se manifesta em Missão assumida numa só voz.
O Pai
cria com o Filho, na harmonia do Espírito.
A
Aliança fontal surpreende a história peregrina
com
gestos libertadores, Palavras orientadoras,
ternura
misericordiosa e paciente.
O Pai
envia o Filho, ungido pelo Espírito,
em
natureza recriada pelo Amor fiel até à morte.
É
sempre o amor de três Pessoas
que
fecunda a vida e anseia por eternidade,
em
esperança de comunhão e redenção
de
pessoas únicas e complementares.
A
sociedade que se orgulha de desenvolvida
geme
de solidão, divorciada do bem comum.
A
sociedade da comunicação em tempo real,
grita
por diálogo, em desistências de entendimento.
Falta
o Amor de Deus derramado e acolhido na fé
para
que a relação dialogue com a diferença,
a
confiança construa pontes de bem comum
e
escadas de esperança numa vida com sabor a eternidade.
O amor
une e flui em confiança relacional.
Aproxima
o que é diferente num respeito fraterno.
Desmonta
o medo em estado de emergência
e
anseia pelo encontro em desejo de felicidade.
Deus,
nossa esperança e salvação,
faz-nos
participantes do encanto de viver em comunhão.
Que o
Teu Espírito nos ensine a fazer o Caminho do Teu Filho,
para
que aprendamos a dar as mãos em respeito e perdão mútuo,
a
sentar-nos à mesa do pão repartido e do diálogo acolhedor,
a
bebermos do vinho da fraternidade profética e libertadora,
a
celebramos a fé, unidos em harmonia polifónica,
a
sonharmos esperança num mundo em mudança.
sábado, maio 25, 2013
Sábado da 7ª semana do Tempo Comum
Concedeu-lhe dias contados e tempo
medido e deu-lhe poder sobre tudo o que há na terra. (cf.
Sir 17,1-13)
Deus criou o ser
humano limitado e poderoso.
É poderoso porque
pode pensar, inventar, criar,
dominar e
ultrapassar barreiras,
voar sem asas,
nadar sem barbatanas,
correr com rodas,
mover-se sem esforço físico,
comunicar à
distância, fazer da noite dia,
vencer forças
poderosas, descobrir mistérios...
É frágil porque
nasce totalmente dependente,
necessita de
aprender a viver e de ajuda para sobreviver,
é sujeito a
doenças e acidentes,
faz opções
erradas para o bem de si e dos outros,
enfraquece,
envelhece e morre.
O ser humano é um
deus com pés de barro.
Jesus quis
mostrar-nos o caminho possível
de ser Deus com pés
de humildade e mãos de serviço,
e de ser barro com
a dignidade dum amor eterno.
Durante 30 anos
aprendeu pacientemente a ser homem.
Durante 3 anos,
Jesus ensinou-nos a viver divinamente.
A vida oculta de
Nazaré ensinou-O a compreender
os erros que
apequenam o ser humano ao querer ser grande:
dominar pela
violência e pelo engano,
em vez de
conquistar pela justiça e pelo amor,
e deixar-se
hipnotizar pela sensação de poder e força,
esquecendo-se que
não passa dum peregrino
a aprender a viver
uma fraternidade eterna
e uma filiação
divina com o Amor Primeiro e Último.
Obrigado ó Pai,
porque nos deste a oportunidade
de saborear e optar
por corresponder ao Teu amor eterno.
Obrigado por Jesus,
Teu Filho, que quis ser nosso Irmão,
para cozer o nosso
barro no forno purificador da santidade.
Obrigado pelo Teu
Espírito de sabedoria e discernimento
que nos guia para o
bem, nos ilumina o caminho da felicidade,
e nos ensina a ser
grandes na arte de cuidar e de amar.
Faz da nossa vida
uma escola de liberdade
e cura a nossa
cegueira do fascínio do poder barato,
da riqueza de palha
dourada e tesouros que empobrecem,
e do prazer do
momento que enferma a eternidade.
sexta-feira, maio 24, 2013
6ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
O amigo fiel é remédio da vida.
(cf. Sir 6,5-17)
Deus é
uma palavra amável que ecoa suave e fiel,
como
saudação amiga, ao longo da história,
com a
Missão de fazer amigos de Deus
e
ensinar a amizade verdadeira, abrigo seguro,
remédio
de vida, companheiro de todas as horas.
Jesus
é essa mesma Palavra amiga e visível
que
crucificou a traição e a inimizade
na
cruz da aliança que sela a amizade para sempre.
O
Espírito Santo é o Amor entranhado
e o
Conselheiro amigo interior,
que
recria o Eu em alma gémea do Tu
e
fecunda o Nós em alegria procurada e solidária.
As
redes sociais pescam amigos virtuais
no
oceano solitário das carências afetivas reais.
Contabilizam-se
em números, como quem joga a feijões.
Alimentam-se
de diálogos, toques, gostos e comentários,
escondidos
dos olhares que revelam a alma
e,
muitas vezes, sob o disfarce de uma mentira maquilhada.
São
os amigos das redes sociais, ao lado dos amigos do trabalho,
amigos
da política, amigos da noite, amigos do desporto,
amigos
da escola, amigos da família, amigos da farra,
amigos
de conveniência, amigos do coração,
amigos
de todas as horas...
O
livro do Ben-Sirá diz que a amizade precisa de ser provada
e a
confiança ganha-se nos momentos da adversidade.
Deus
Pai, que nos embalas e pacificas na fidelidade criadora
que
faz de cada segundo um preâmbulo duma amizade eterna.
Deus
Filho, que Te fizeste companheiro de amizades reais,
em
Palavra suave de convite e remédio eficaz
que
refaz a esperança, dando a vida sem desistências.
Deus
Espírito Santo, que embora escondido, não és virtual,
e nos
habitas em clarão de verdade e de justiça,
e nos
ensinas a amizade incondicional e benfazeja
que
alenta os amigos a viver.
Faz de
nós amigos verdadeiros e confiáveis,
abrigo
na tempestade, remédio para os vícios,
conselheiro
do bem, ouvido acolhedor de fantasmas,
farol
de esperança que ajuda a ver o Amigo invisível
que
nunca nos abandona e nos conduz a porto seguro.
quinta-feira, maio 23, 2013
5ª feira da 7ª semana do tempo Comum
Não sigas o teu instinto nem a tua
força, para satisfazer as paixões do teu coração. (cf.
Sir 5,1-10)
A Bíblia diz que o
ser humano é feito de barro,
mas só ganha vida
humana após o sopro divino,
ou seja, somos
irmãos das plantas e dos animais,
mas é quando
agimos segundo este Espírito Divino
que nos elevamos à
imagem e semelhança de Deus.
Querer viver apenas
seguindo o instinto e as paixões
é vegetar a
vontade e bestializar a força,
desistir de crescer
em auto-domínio e humanizar valores.
O ser humano,
quanto mais for consciente desta dignidade divina,
mais poderá ser
livre para viver a partir de valores
e libertar-se da
dependência dos instintos e paixões.
É chegar à
sabedoria do “tudo me é possível,
mas nem tudo me
convém”.
O mundo de hoje
investe demasiado
no “direito a
tudo o que me é possível”
e pouco “na
aprendizagem do que me convém”.
Ensina-se a usar o
preservativo e a pílula,
mas educa-se pouco
para a sexualidade humana
e o controle e boa
orientação dos impulsos.
Divulgam-se
medicamentos e dietas para obesidade,
mas ensina-se pouco
a comer e a viver saudavelmente,
a ascese dos
apetites e o domínio das dependências.
Aprimoram-se as
técnicas de marketing
que criam
necessidades e alteram prioridades,
mas desinveste-se
na formação de valores humanos
e de consciências
críticas e livres
para saber escolher
no labirinto do consumismo.
Senhor Jesus, que
recriaste a dignidade humana
e mostraste como
podemos ser livres perante os instintos,
envia-nos o Teu
Espírito de Amor
que nos faz amar
sem instrumentalizar,
cuidar sem dominar
e apropriar,
relacionar sem
mentira nem injustiça,
usar sem idolatria
nem submissão.
quarta-feira, maio 22, 2013
4ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
A sabedoria educa os seus filhos.
(cf. Sir 4,12-22)
Um
animal sabe desde que nasce
como
deve sobreviver, andar, voar ou nadar.
O ser
humano precisa de aprender tudo,
demora
18 a 25 anos a ser independente
e
necessita duma vida para aprender a ser sábio.
Ao
longo deste caminho para a liberdade fecunda
precisa
de ser educado pela sabedoria
da
verdade que o faz poder escolher o bem,
do
amor que o faz sair de si mesmo,
da
confiança que o faz rasgar novos horizontes,
da
vigilância que o previne dos enganos e das tentações.
A
verdadeira sabedoria é aquela que sincroniza
com o
pensamento e o projeto do seu Criador,
que
nos fez livres para ser e fazer, segundo a nossa vontade,
mas
entregou-nos o manual de felicidade,
por
meio dos profetas e do Seu Filho.
São
os pais e a família que melhor podem ensinar este manual,
educando
os filhos na fé, na justiça, na verdade e no amor,
pois a
verdadeira sabedoria bebe-se com a convivência.
Pai
Santo, Criador de liberdades sonhadas com amor,
faz-nos
sintonizar com a Sabedoria divina,
segredo
de uma vida feliz, que vale a pena viver para sempre.
Senhor
Jesus, Sabedoria do Pai, encarnada na história,
envia-nos
o Teu Espírito, pedagogo de consciências,
para
não nos iludirmos com a felicidade de palha
e
concentrarmos todas as nossas forças
na
vida em plenitude e na alegria com sabor a eternidade.
Neste
mundo onde todos correm por objetivos descartáveis,
ensina-nos
a SER relações fecundas de paz,
palavras
de esperança e de fé na Vida para todos,
discernimento
clarividente ao serviço do bem comum.
terça-feira, maio 21, 2013
3ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
Se queres servir o Senhor, prepara a
tua alma para a provação. (cf.
Sir 2,1-13)
Deus é
fiel. É o mesmo, ontem, hoje e para sempre.
Conhece-nos
como autor e ama-nos como Pai e Mãe.
Sabe
que somos instáveis e facilmente confundidos
por
miragens de sonho que nos levitam da verdade,
mas a
sua aliança não se cansa nem acaba,
porque
é todo-poderoso na capacidade de amar e perdoar,
ouvir
as súplicas e salvar,
ver o
mal e corrigir com paciente pedagogia.
A vida
humana balanceia entre o sentimento de segurança,
em que
nos sentimos reis e senhores,
e o
sentimento de fragilidade em que nos sentimos pequeninos,
órfãos
da vida e impotentes para vencer e sonhar.
A fé
deve preparar-nos para viver na alegria e na tristeza,
na
saúde e na doença, na abundância e na privação,
na
fidelidade e no pecado, na juventude e na velhice.
Ser
cristão, provado em todas as circunstâncias da vida,
é
aprender a ser livre para amar, sustentados pela fé.
É
aprender a ser piloto experimentado e avisado
que
abre as velas aos ventos e orienta o barco com o leme,
recolhe
as velas na tempestade e sabe usar a âncora,
e põe
todos a remar ao mesmo ritmo para vencer a corrente.
Senhor,
nosso Deus, Rocha firme donde brota o amor,
irriga
as nossas infidelidades com a Tua misericórdia.
Senhor
Jesus, Amor provado na glória e na cruz,
fortalece
as nossas defesas na provação
com o
Pão da celebração comunitária
e o
vinho da fé apostólica.
Espírito
de Verdade e de Luz
liberta-nos
do medo alérgico, que não distingue o bem do mal,
e
cura-nos da cegueira do poder e do ter
com o
colírio do discernimento e da Palavra de Deus.
segunda-feira, maio 20, 2013
2ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
O Senhor comunicou a sabedoria
àqueles que O amam. (cf. Sir
1,1-10)
A vida
é um mistério maravilhoso a contemplar.
No
êxtase surpreso pelo detalhe da beleza
que
nos espanta de gratuito em cada pormenor,
descobrimos
uma sabedoria amante que colocou
em
cada sorriso, cor, perfume, chilreio musical,
uma
mensagem personalizada de apaixonado
por
esta humanidade criada à Sua imagem e semelhança.
Só
quem ama e está atento,
pode
ver o Criador-artista na galeria de arte
que é
este universo em que nos vamos descobrindo
aprendizes
da arte de amar e criar beleza gratuita.
A
ciência, tanto do macro como do micro,
tem
avançado muito no conhecimento das leis da natureza,
na
capacidade de adaptação e evolução das espécies,
na
harmonia ou desequilíbrios dos ecossistemas...
A
ciência procura respostas para as questões
da
caracterização: “o que é isto?” e “como funciona?”,
mas
escapam-lhe as respostas às questões fundantes:
“quem
criou?” e “porque criou desta forma?”
Podemos
descrever os músculos e sentimentos
que
entram em ação num sorriso duma criança,
mas
jamais o encanto que alimenta o amor
que se
derrete perante a maravilha de um ser novo
de
quem nos sentimos com-criadores e com-cuidadores.
Por
isso, o Ben-Sira conclui convicto:
“A
fonte da sabedoria é a palavra de Deus”.
Senhor,
nosso Deus, como sois grande na arte de amar,
e como
sois belo e criativo na arte de criar.
Obrigado
porque, ao lado da enxada, nos deste o poema
que
transforma o pão em comunhão de festa
e a
flor em sacramento de afeto.
Louvamos-te
pela capacidade da ciência humana,
reflexo
dessa Sabedoria que brota dum coração eterno.
Bendizemos-te
pelo olhar contemplativo
que
nos faz ver o Criador escondido
na
assinatura inconfundível
das
peças únicas e pessoais da Criação.
Ensina-nos
essa arte de amar e cuidar com carinho
cada
irmão, cada animal, cada planta, cada ambiente.
domingo, maio 19, 2013
Domingo de Pentecostes
E a todos nos foi dado a beber um
único Espírito. (cf. 1 Cor
12,3b-7.12-13)
Deus
Pai alimenta a nossa filiação divina
com o
Pão da Vida que é Jesus, seu Filho,
e com
a Água da Vida que é o Seu Espírito.
A
saúde espiritual dos filhos de Deus,
daqueles
que se parecem com Jesus,
depende
da fidelidade e constância
com
que se alimentam desta dieta divina.
O
Espírito é uma Pessoa que se faz água termal
e cura
a divisão em milagre de comunhão,
fortalece
a fragilidade em testemunho de mártir,
faz
ver o cego com a luz da fé em Jesus,
trata
o egoísmo com a alegria do amor ao bem comum,
liberta
o deprimido com a esperança que não acaba.
Hoje
fala-se muito em “espiritual” e “mística”
que se
vendem como produtos de bem-estar e relaxe
no
mercado das medicinas alternativas.
Alguns
bebem e experimentam um pouco de tudo
numa
sofreguidão insaciável e estonteante de novidades.
Há
muitos espíritos, mas só Um é Divino
e gera
vida divina em nós e à nossa volta.
É
pelos frutos que reconhecemos se bebemos
do
Espírito Santo ou de outros espíritos malignos.
Se a
paz se esgota com o tratamento
e a
miopia cega a fraternidade e a justiça,
essa
água não vem de Deus
pois o
que é divino é bom para sempre e para todos.
Pai
Santo derrama em nós o Espírito de Verdade
que
floresce unidade, comunhão e amor divino.
Cristo
vivo e ressuscitado derrama sobre nós
o Teu
Espírito de paz profunda e duradoura
que
fecunda de alegria e de esperança as relações;
Espírito
de Santidade batiza as nossas células
para
que sejam santos os nossos pensamentos, palavras e ações.
Reveste-nos
da humildade do sábio aprendiz da eternidade
e
alimenta-nos de Cristo, Pão da Vida que desce do Céu,
em
serviço crucificado por amor e encarnado na vida.
Faz de
nós comunicação apaixonada e coerente
da Tua
Boa Nova em linguagem do outro
e
ensina-nos a conjugar o verbo amar
no
pessoal e no coletivo, no instante e na eternidade,
no
sagrado e no profano, no sofrimento e na felicidade.
ESPÍRITO SANTO, GERADOR DE NOVA VIDA
Vem, Espírito Santo,
Encher nossos corações,
Do fogo do Amor de Deus,
Que opera transformações,
Recriando as nossas vidas,
Para sermos já, na terra,
A luz que brilha nos Céus,
Testemunhando Jesus,
Filho dilecto de Deus!
Vem, Espírito Santo,
Abrir-nos à santidade
Que muda a realidade,
De inveja e rivalidade,
Em Amor e Compaixão,
Justiça, Paz e Perdão!
Vem, Espírito de Vida,
Recriar a humanidade,
Com Tua sabedoria
E infinita bondade,
Que transforma a noite em
dia
E a tristeza em alegria,
Para sermos força viva
Do Amor de Deus que cativa
Quem busca paz e harmonia.
Vem, ser, na Comunidade,
Fonte de Amor e Verdade,
Que gera Fraternidade,
Hospitaleira e amiga,
Bebendo no Evangelho
A sabedoria de vida
E o perfume que irradia
E a transforma em Teu
espelho,
No agir do dia-a-dia.
Vem, Espírito Santo,
Com Teu Amor paciente,
Dom de Deus a todo o
crente
Em Jesus ressuscitado,
Sedento de paz e verdade,
De vida em Unidade,
Liberdade e comunhão,
No Espírito que está em
todos,
Age em todos, mas é só
Um!
Maria Lina da Silva, fmm -
Lisboa,18.5.2013
sábado, maio 18, 2013
Sábado da 7ª semana da Páscoa
Anunciava o reino de Deus e ensinava
o que se refere ao Senhor Jesus Cristo. (cf.
At 28,16-20.30-31)
Paulo
chega à capital do império romano
para
anunciar o Reino de Deus.
Vive
numa residência alugada
para
anunciar o Caminho da morada permanente.
Está
preso e vigiado, embora se sinta um homem livre
para
anunciar o Libertador de todas as cadeias do pecado.
Apela
a César para ser julgado,
mas
ensina que só Jesus tem poder para julgar vivos e mortos.
Está
impedido de se movimentar,
mas a
sua casa torna-se acolhimento, escola de fé,
templo
de oração, maternidade de filhos de Deus.
O
livro dos Atos termina sem terminar!
Nada
se diz do julgamento e martírio de Paulo.
A
última afirmação é de esperança e de vida:
“anunciava Cristo com firmeza e
sem nenhum impedimento”.
Cabe-nos a nós dar continuidade a
estes “Atos dos Apóstolos”.
A história da Igreja é um livro em
aberto
de atos evangelizadores e testemunhos
de fé,
onde cada um deve escrever o seu
capítulo,
guiados pelo mesmo Espírito que animou
Jesus
e anima hoje a Igreja, Corpo de Cristo.
As velas do Evangelho do Espírito
não dependem dos ventos propícios
exteriores,
mas de evangelizadores firmes na fé
que fazem de cada circunstância numa
oportunidade.
Senhor Jesus obrigado pelo presente do
Teu Espírito,
único capaz de fazer de nós, frágeis
instrumentos,
em portadores da força do Altíssimo.
Dá-nos a graça de, cada um de nós,
poder escrever hoje
capítulos de vida onde Te reconheças
como autor.
Liberta-nos do medo e do comodismo
e faz-nos olhar mais para aquilo que
podes fazer em nós
do que para aquilo que nós podemos
fazer sem Ti.
Transforma os nossos lares em igrejas
domésticas,
as nossas comunidades em oásis de
acolhimento e irradiação,
as nossas paróquias em centros de
saúde espiritual
e colmeias de enxames novos e
dinâmicos.
sexta-feira, maio 17, 2013
6ª feira da 7ª semana da Páscoa
Jesus que morreu e que Paulo afirma
estar vivo. (cf. At 25,13b-21)
O
governador romano, Festo, resume muito bem
o
núcleo da questão que divide Paulo dos outros judeus:
a
morte de Jesus é um acontecimento histórico,
a sua
ressurreição é um testemunho de fé
que só
quem teve um encontro com Jesus vivo pode fazer.
Paulo
está disposto a dar a vida por este encontro,
tido
uma vez e jamais perdido, apesar de ser de noite,
vivido
no presente com a intensidade e a confiança da eternidade.
A fé
esclarece-se no Catecismo da Igreja Católica
e na
formação permanente da escola da Palavra e d o Magistério,
mas
nasce dum encontro pessoal com Cristo vivo,
como
misericórdia no lamaçal do nosso pecado
e como
abraço de esperança nos naufrágios de perdição.
Este
dom de graça fortalece-se na comunhão dos cristãos,
na
fidelidade ao Evangelho e à tradição da Igreja,
no
serviço da caridade e do perdão,
no
alimento assíduo do Pão eucarístico e da oração
e na
perseverança perante as perseguições e dificuldades.
Senhor
Jesus, obrigado porque vens ao meu encontro
quando
tateio a luz e não encontro o caminho.
Obrigado
pelas pessoas que tens colocado no meu caminho
como
embaixadores da esperança e candeia de aviso,
como
companheiros de ombro amigo
e
coração que aquece a solidão e alicerça a confiança.
Que o
Teu Espírito seja a luz dos nossos passos
e dê
coerência e verdade à fé que professamos.
Queremos
ser apóstolos da Vida
e
promover a vida com qualidade e sustentabilidade para todos,
com a
ternura de quem ama incondicionalmente.
quinta-feira, maio 16, 2013
5ª feira da 7ª semana da Páscoa
Na noite seguinte, o Senhor apareceu
a Paulo e disse-lhe: «Coragem! (cf.
At 22,30; 23,6-11)
A vida
de Paulo, como a de todos nós,
teve
momentos em que o dia parecia claro
e a
história parecia depender apenas dele,
mas
afinal caminhava como cego, à volta de si mesmo.
Houve
outros momentos em que tudo parecia perdido,
o
arauto ficou silenciado, preso e esquecido,
e
afinal a noite iluminou-se com um brilho de esperança,
e o
silêncio comunicou confiança
e a
solidão e abandono revelaram-se comunhão e presença.
A vida
torna-se Missão e testemunho de ressurreição,
sendo
livre ou prisioneiro, em Jerusalém ou em Roma,
no
templo ou no tribunal, no barco ou em casa.
É uma
vida em estado permanente de Missão
em que
o próprio saber esperar sem desesperar
é
testemunho de uma paz e confiança que evangeliza.
Caminhar à luz da
fé é aprender a ver durante a noite
e a escutar o
Senhor no silêncio da vigília e da solidão.
A fé não vive de
certezas nem peregrina por trilhos conhecidos.
A fé confia no GPS
da Palavra que o guia e lhe diz:
segue em frente,
corta à esquerda, vira à direita,
vás no caminho
certo, embora ainda não vejas a meta!
Por isso, a fé
supõe a aprendizagem da gramática do eterno,
da comunicação da
esperança na escuridão dos imprevistos.
Senhor Jesus,
Companheiro invisível que nos guias,
encoraja-nos quando
desesperamos e não vemos frutos.
Espírito de
Verdade e Santidade sustenta-nos no amor
e abraça-nos com a
Tua paz na fidelidade.
Desinstala-nos dos
tronos da mentira e da vanglória,
e ensina-nos a
descer às montanhas da humildade
e a cultivar os
vales da conversão e da confiança.
Faz de toda a nossa
existência uma Missão evangelizadora.
quarta-feira, maio 15, 2013
4ª feira da 7ª semana da Páscoa
‘Há mais felicidade em dar do que
em receber’ (cf. At 20,28-38)
Paulo
resume a vida de Jesus: ser feliz na doação.
Jesus
é o reflexo de Deus: fonte inesgotável de amor,
que
cria, dando vida ao nada, num arco-íris de biodiversidade,
sustenta
a vida, gerando energia reprodutiva e bela,
salva
a vida, doando a vida em sinal de amor até ao fim,
permanece
connosco em silêncio de graça e de bênção.
É um
caminho de felicidade que tem como paradigma
a
fonte que se realiza, jorrando água permanentemente,
e não
o algar que absorve toda a água que recebe.
O
consumismo de novidades e de moda
assenta
na felicidade em receber coisas e presentes.
Aprende-se
a viver de doações, ofertas e subsídios,
mas
não se aprende a felicidade de ser doação, serviço e apoio.
O
egoísmo é um algar insaciável que desertifica a vizinhança.
A
generosidade solidária com os mais fracos
é uma
fonte inesgotável de vida que alegra a fraternidade.
Senhor
Jesus, que fizeste da cruz a Árvore da Vida
e do
peito morto, trespassado pela lança da agressividade,
uma
fonte de graça e de misericórdia que rega a história,
ajuda-nos
a aprender a felicidade do amor fecundo.
Dá-nos
o Teu Espírito de santidade fontal,
para
nesta semana da vida aprendamos a gerar e a cuidar
da
vida para todos e em todas as suas fases de desenvolvimento.
Liberta-nos
da dependência insaciável do receber e consumir.
Faz-nos
descobrir a alegria da doação de nós mesmos,
da
evangelização a full time e sem desistências,
do
justiça distributiva e do cuidado pelo mais fraco,
do
louvor permanente em magnificat eucarístico.
terça-feira, maio 14, 2013
3ª feira da 7 semana da Páscoa – S. Matias, apóstolo
Senhor, que conheceis o coração de
todos os homens, indicai-nos qual destes dois escolhestes. (cf.
At 1,15-17.20-26)
A aceitação e
ordenação dum candidato ao sacerdócio
é feita pela
Igreja, após um processo de discernimento,
mas a escolha e o
chamamento é iniciativa de Deus.
Só Deus conhece os
corações e a beleza da vida escondida
que é capaz de
fazer do seguimento um apostolado
e da evangelização
uma consagração ao serviço da vida.
Mesmo sendo Jesus a
escolher e a chamar,
o apóstolo
continua livre para trair, como Judas,
a necessitar de
vigiar e orar para não cair na tentação.
A opção de Deus e
o sim de um dia
necessita de ser
atualizado em cada dia
com o amor e a
confiança no Mestre a quem escuta,
com a paixão pelo
Reino de Deus a quem serve,
com a entrega total
da vida pela salvação dos irmãos,
à semelhança do
Bom Pastor que O envia.
Hoje a Igreja está
a perder sacerdotes,
seja pelo
envelhecimento e morte natural,
seja por
desistência ou traição.
São apostolados
cujo lugar ninguém ocupa!
Esta situação
está a sobrecarregar os sacerdotes
e a despertar os
leigos para a sua vocação na Igreja.
São vocações
diversas e complementares
que necessitam de
ser rezadas e pensadas
para que o Corpo de
Cristo funcione com harmonia
e fecundidade
missionária.
O clericalismo
disforma a Igreja,
pois é um Corpo
onde só se vê a cabeça,
o laicismo
enfraquece a Igreja
pois é um Corpo
onde cada membro sonha ser cabeça.
Senhor Jesus
obrigado pelo dom da fé e do seguimento.
Obrigado, porque
conhecendo o nosso coração,
nos chamaste a uma
vocação específica na Igreja.
É bom sentir-nos
células vivas do Teu Corpo,
sem a preocupação
humana de sabermos
se somos células
do cérebro ou dos pés.
Ensina-nos a ser
uma Igreja carismática e ministerial,
preocupada com as
vocações ao sacerdócio
e de especial
consagração contemplativa e missionária.
Por intercessão de
S. Matias,
ajuda-nos a
construir uma Igreja que respira espiritualidade
e cujo coração
bate segundo o ritmo do Coração do Bom Pastor.
segunda-feira, maio 13, 2013
2ª feira da 7ª semana da Páscoa – N. S. de Fátima
Vi (…) a nova Jerusalém. (cf.
Ap 21,1-5a)
Fátima
é ponto de encontro de culturas,
povos,
histórias, súplicas e ações de graças.
É a
fé que une, em oração, línguas e rostos diversos.
É o
fascínio da Mãe que desceu do Céu,
que
faz peregrinar quilómetros de procura de mais
e
superação de egoísmo, de temor e de falta de tempo.
A
multidão incontável aglomera-se lado-a-lado,
em
silêncio de comunhão fraterna e respeitosa,
deixando
a paz entrar e o coração falar.
É a
Nova Jerusalém em pentecostes,
acariciada
pela brisa da possibilidade de um mundo novo!
O
calor da multidão faz aflorar sentimentos,
emoções
duma saudade perdida,
manifestações
de fé dum amor esquecido.
Muitos
recarregam baterias de esperança,
outros
descarregam promessas antigas,
outros
procuram colo protetor do Além,
outros
dão asas de liberdade
aos
sentimentos de fé mais profundos.
Nesta
nova Jerusalém é tão importante
olhar
Jesus nos olhos de Sua Mãe,
como
olhar Maria nos olhos dos peregrinos.
Maria,
mensageira do Céu e missionária de Jesus,
ensina-nos
a trilhar caminhos de fé e conversão.
Espírito
Santo enraíza-nos numa maternidade mariana
que
faça florescer em nós formas de viver e relacionar
confiantes,
acolhedoras da diferença e promotoras de paz.
Dá-nos
coragem para levar Fátima connosco
e
liberta-nos da aridez dum quotidiano profano
e da
febre de objetivos míopes e consumistas.
Conduz
os nossos passos peregrinos,
abertos
ao Mistério do Céu que nos envolve
e à
fraternidade que geme por nascer,
num
mundo de encontrões e solidões,
à
espera de um sorriso, um perdão, uma palavra amiga,
um
estímulo de fé e esperança.