quarta-feira, julho 17, 2013

 

4ª feira da 15ª semana do tempo Comum

Então Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!» (cf. Ex 3,1-6.9-12)

Moisés, fugido dos perigos do Egito, instalou-se em Madiã:
casou-se e vive tranquilamente no seu mundo.
De tão ocupado consigo mesmo e as suas coisas,
esqueceu-se do seu povo e do sofrimento em que vivia.
Mas Deus não se esquece do que sofre e suplica.
É como uma chama ardente de amor que não se consome
que vem ao encontro de Moisés para o recordar,
manifestando-se numa sarça, alimento dos seus rebanhos,
mas também silvado que esconde mistério e vida interior.
Deus chama Moisés e envia-o
como pastor e libertador de outros rebanhos
que vivem presos em silvados de opressão e escravatura.

A história pessoal de cada um decorre
entre o equilíbrio difícil do amor de si e do amor dos outros,
do viver a “sua vida” sem esquecer o barco comum,
de escutar os apelos a trabalhar pelo pão de cada dia,
sem esquecer os que clamam por um pedaço de solidariedade,
de estar atento às sarças ardentes que nos despertam
para a fé e o compromisso solidário e libertador.
O esquecimento do outro que sofre
e a fuga e alheamento das situações de injustiça,
como se vivêssemos noutro mundo lunático,
é o grande perigo de obesidade individualista
que destrói a sensibilidade pelo outro
e nos adormece a fé no Deus da Vida.

Senhor, Fogo de Amor que não se apaga
e vens ao nosso encontro nos silvados das nossas ocupações,
atea em nós essa chama que vê e escuta os gemidos dos irmãos.
Alarga os horizontes das nossas preocupações
e faz-nos instrumentos da Tua libertação.
Abre os nossos olhos aos sinais da Tua presença

e aviva em nós a memória de que somos todos irmãos.

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